Crítica publicada em O Globo – Rio Show
Por Luciana Sandroni – Rio de Janeiro – 22.11.1992
Alegre paixão canina
Depois do musical infantil A Sereiazinha, inspirado no conto de Andersen, Marcelo Saback recria agora em cena a história de A Dama e o Vagabundo, levada ao cinema por Walt Disney. Bem humorada e com um jeito carioca de ser, a peça é um bom espetáculo, graças à alegria, à originalidade com que se fala de amor para crianças e aos bons atores que dela participam.
Assim, como no desenho de Disney, a livre adaptação de Saback tem como tema central a paixão proibida entre uma cadela de raça e um vira-lata, uma espécie de Romeu e Julieta canino. A partir daí se desenvolve a discussão do preconceito entre as raças – com humor, música e sensualidade.
Os cenários de Lída Kosovsky dão movimento e agilidade ao espetáculo. E os figurinos de Ney Madeira também são eficientes, caracterizando com criatividade os cães de raça e os vira-latas.
Marcos Breda, interpretando com muito gingado e samba no pé o vira-lata Biscoito, compõe com Anderson Muller e Cláudia Lira um trio com muito humor e domínio de cena. Os três se saem bem até na parte musical, assinada e dirigida por Sarah Benchimol.
Adriana Esteves, como Cookie, é uma presença bonita no palco, mas na hora de cantar mostra alguma insegurança para um musical.