(INFORMAÇÔES DO PROGRAMA)
(Capa)
Ministério da Cultura e Petrobras
apresentam
Grupo Sobrevento em
SÃO MANUEL BUENO, MÁRTIR
de Miguel de Unamuno
(Página 01)
São Manuel Bueno, Mártir
Este espetáculo é fruto do Projeto Sobrevento 25 anos: Objetos e Identidade, patrocinado pela Petrobras por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O projeto está sendo desenvolvido desde meados de 2011 e viabiliza a manutenção da sede do Grupo, a apresentação do seu repertório, um Festival internacional, um Festival nacional, a criação deste novo espetáculo e a circulação do Grupo pelo país.
(Páginas 02 e 03)
A Criação de São Manuel Bueno, Mártir foi uma experiência verdadeiramente transformadora para nós. Partindo do estudo de um Teatro feito com objetos, terminamos por dar um passo para fora dos limites do Teatro de Bonecos e, caminhando um pouquinho mais, percebemos que estávamos dando um passo
para fora dos limites do Teatro de Objetos também. O caminho não foi reto: fomos e voltamos, andamos em círculos, nos perdemos e nos encontramos e quando achamos que estávamos seguros, vimo-nos sobre um terreno movediço.
Pisamos barro, serragem, areia. Comemos muita poeira.
A nos guiar, encontramos a Liana Yuri, a Sueli Andrade, a Roberta Nova Forjaz, o Gustavo Guimarães e a Regiane Celloni, que montaram conosco um grupo de estudos do Teatro de Objetos. Encontramos o diretor Maurício Marques e a Velha Companhia – elenco do lindo espetáculo Cais – , a diretora belga Agnés Limbos, o pluriartista italiano Antonio Catalano e os amigos Carlos Laredo e Clarice Cardell, da Companhia espanhola La Casa Incierta. Estivemos amparados todo o tempo pelos Hermanos Oligor, nossos primos espanhóis. E, finalmente, nos demos conta de que seguíamos a trilha incerta, o caminho difícil e tortuoso, da dúvida.
E nos deparamos com São Manuel Bueno, mártir e santo por não acreditar em Deus: São Manuel, padroeiro dos que duvidam, dos que fazem e atuam, dos que precisam dos outros, dos que não sabem viver sozinhos, dos que celebram o dia a dia, dos que lutam contra o tédio, a tristeza e a solidão, padroeiro dos artistas, sobretudo dos bonequeiros. E, mesmo desconfiando dele, nos fizemos seus devotos. E bons devotos, justamente por duvidar também dele.
Acreditamos ter chegado a um espetáculo muito simples e muito delicado. Não queremos, nele, fazer uma demonstração de virtuosismo; não queremos impressionar, surpreender; não queremos falar da força, da vitalidade, da modernidade do Teatro de Animação, mas expor as nossas dúvidas, as nossas angústias, as nossas questões, a nossa fragilidade.
A dúvida – que é o cerne deste espetáculo e do próprio texto que lhe deu origem – é, para nós, a melhor contribuição que o Teatro de Animação pode dar ao Teatro e que nós, artistas, podemos oferecer ao público.
(Páginas 04 e 05 – Fotos de Cena)
(Página 06 e 07 – Foto de Cena)
Um caderno molhado
Nossa história é escrita em um caderno que se molha e o texto claro e as palavras legíveis das primeiras páginas vão perdendo a forma vão se decompondo. Os bonecos, personagens do nosso espetáculo, do mesmo modo, vão perdendo a forma vão se decompondo e ficando cada vez mais distantes do figurativismo original. É em um pequeno e redondo mundo, em um palco giratório, que estas figuras quase estáticas atuam. E que, quase estáticos, todos nós atuamos. Um mundo cercado por um abismo negro e profundo. O nosso mundo. O mundo de todos nós. Em que apresentamos uma pequena história em que quase nada acontece.
(Página 08 e 09 – Foto de Cena)
O homem que duvidava
Miguel de Unamuno, espanhol, basco, nasceu em Bilbao em 1864 e morreu em Salamanca em 1936. Filósofo, ensaísta, dramaturgo, romancista e poeta, sua obra literária gira em torno de três temas dominantes: o homem, a imortalidade e a Espanha. Paradoxal e contraditória, sua visão particular do mundo e a defesa apaixonada das suas ideias transformaram-no no centro de todas as polêmicas que se suscitaram no seu tempo. Entre as suas obras, destacam-se a Tia Tula, A Vida de Dom Quixote e Sancho e Niebla. Dizia: Ninguém conseguiu me convencer racionalmente da existência de Deus, mas tampouco de sua não existência; os argumentos dos ateus me parecem de uma superficialidade e futilidade ainda maiores que as de seus contraditores. A vida é dúvida. E a fé sem a dúvida não é nada a não ser a morte.
(Página 10 e 11 – Foto de Cena)
Fazer, fazer, fazer
O Sobrevento é um Grupo de Teatro profissional, formado em 1986, que busca apresentar, experimentar, desenvolver, inovar, aperfeiçoar, difundir, multiplicar, valorizar, fortalecer, ensinar, aprender e estudar o Teatro de Animação. É reconhecido, nacional e internacionalmente, como um dos maiores especialistas brasileiros da área. O Grupo tem, hoje, treze espetáculos em repertório – destinados a diferentes públicos e espaços – com os quais ganhou alguns dos Prêmios mais importantes do país. Em suas andanças, viajou por todo o Brasil, do Acre ao Rio Grande do Sul, e apresentou-se em mais de uma centena de cidades não só no Brasil, mas também da Espanha, Irlanda, Escócia, Argentina, Chile, Colômbia, Angola, Suécia, Estônia, México e Irã.
(Páginas 12 – Foto de Cena)
(Página 13)
Sandra Vargas
Luiz André Cherubini
Maurício Santana
Músicos
Rafael Brides ou Carlos Amaral (violão)
William Guedes (bandolim)
Marina Estanislau ou Jorge Santos (violoncelo)
Texto: Miguel de Unamuno
Direção e Dramaturgia: Luiz André Cherubini e Sandra Vargas
Composição Musical Original: Henrique Annes
Cenário: Luiz André Cherubini
Supervisão Cênica e Ambientação Cenográfica: Telumi Helen
Figurino: João Pimenta
Iluminação: Renato Machado
Cenotécnico e Técnico de Som: Agnaldo Souza
Técnico de Iluminação: Marcelo Amaral
Esculturas dos Bonecos: Mandi
Instalação no Foyer: Povo Frágil, de Antonio Catalano e A Árvore da Fé, de Agnaldo Souza e Mandi
Assistente de Confecção: (Povo Frágil): Valerio Catalano
Preparação Vocal: Alessandra Cino
Preparação Corporal: Marcelo Paixão
Direção de Produção: Grupo Sobrevento
Produção Executiva: Lucia Erceg
Design: Marcos Corrêa
Assistente de Design: Gabriel Gomes Corrêa
Fotografia: Marco Aurélio Olímpio
Assessoria de Imprensa: Márcia Marques / Canal Aberto
Apoio Montagem: Henrique de Lemos Silva
Produção Local: Luiz Antônio Gomes (Recife), Cia. Boca de Cena (João Pessoa), Cia. PeQuod (Rio de Janeiro), Andrea Freire (Campo Grande), Ana Claudia Sena (Fortaleza).
Não recomendado para menores de 16 anos.
Agradecimentos
Eduardo (Vidali), Laura Cherubini, Lourenço Cherubini, Anita Erceg, Claudia Erceg, Liana Yuri, Roberta Nova Forjaz, Sueli Andrade, Gustavo Guimarães, Regiane Celloni, Hermanos Oligor, Maria Socorro de Almeida Matos, Samia Shiller, J.E.Tico, Centro Teatral Etc. e Tal, Karen Acioly, Moacir Chaves, Miguel Vellinho, Izabel Gurgel (Theatro José de Alencar), José Manoel Sobrinho (SESC Pernambuco), Galiana Brasil (SESC Santo Amaro / Recife), SESI João Pessoa.
Apoio
(Logos) Lei de Incentivo à Cultura, Vidali
Patrocínio
(Logo) Petrobras
Realização
(Logos) Grupo Sobrevento, Ministério da Cultura, Governo Federal