(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
O Teatro Universitário
apresenta
O TELESCÓPIO
de Jorge Andrade
(Interior)
O Teatro Universitário da Universidade de Minas Gerais monta agora um dos textos mais representativos da moderna dramaturgia paulista: O Telescópio, de Jorge Andrade. Embora não se trate de uma peça de longa duração, é um estudo bastante penetrante de tipos e de uma situação que o autor sente “na carne”: o problema da decadência das grandes fazendas tradicionais paulistas, em que deixou de dominar “o patriarcado”.
Francisco e Rita, o velho casal que labutou na construção daquela fazenda modelo, sabe que se sacrifício foi em vão, pois a fazenda terá que ser dividida entre os vários filhos ambiciosos e incapazes, que nada farão para conservar “a terra”, pelo que ela representa de trabalho e de tradição, mas apenas esperam estraçalhar o mais depressa possível este patrimônio, para realizar os seus desejos mais inúteis.
E por que o telescópio? Para se libertar desta atmosfera pesada de cobiça, Francisco começa a interessar-se por um mundo diverso, um mundo puro, limpo, onde tudo é ordenado e tudo está sujeito a leis imutáveis: o mundo dos astros, que vislumbra por meio daquele aparelho de que cuida com tanto carinho e que será destruído impiedosamente pelo filho mais velho.
É em tal clima de tensa espera que se desenrola a ação deste “instantâneo” que se encaminha para o seu desfecho trágico com a inevitabilidade de uma tragédia.
Os tipos de Jorge Andrade em “O Telescópio” são bem delineados, fortes e falam uma linguagem direta. Numa técnica audaciosa, procura ele criar atmosfera, num emaranhado de palavras que se entrecruzam num “corte de diálogo” extremamente teatral.
Para o T.U. esta montagem é mais uma etapa a vencer. A peça apresenta uma grande dificuldade: a de parecer uma encenação fácil, pois uma vez engrenado o espetáculo, como o maquinismo de um relógio, tudo há de parecer que funciona por si mesmo. No entanto, toda esta difícil engrenagem está sujeita a um andamento, a um ritmo, a um tempo, a uma coreografia e, evidentemente, aos contínuos e rigorosos ensaios que a precederam.
Com mais esta encenação o T.U. prossegue no seu objetivo de montar originais brasileiros que não fujam à nossa realidade e que estejam dentro do alto nível que exigimos para as nossas montagens anteriores.
Para o próximo semestre estamos preparando “Gente como a Gente”, de outro dramaturgo de São Paulo. Roberto Freire.
Haydée Bittencourt – Diretora Artística
O Telescópio
de Jorge Andrade
Francisco: Edmar Pereira, Pedro Miranda Ferreira
Rita: Watfa Tannus
Leila: Maria José de Almeida
Bié: Ildeu de Araújo, Antônio Domingos Franco
Ada: Neuza Rocha
Geni: Gabriela Rabelo
Luis: Aziz Bajur, Joaquim Soares
Antenor: Helvécio Ferreira, José Antônio de Souza
Alzira: Helena Vidigal
Sebastião: José Ulysses de Oliveira, Ezequiel Neves
Direção e Cenário de Haydée Bittencourt
Iluminação: Pedro Luiz Caetano.
Assistente de Direção: Ezequiel Neves
Ajudantes: Neuza Rocha, Helena Vidigal, Joaquim Soares e Pedro Miranda Ferreira
Música: Arranjo de Geraldo Maia
Violonista: Raul Marinuzzi
Cenários: Executados por Ari Caetano
Moveis: desenhados por Haydee Bittecourt e executados por Pedro Luiz Caetano
Sonoplastia: José Bonifácio da TV Itacolomi
Vestidos: executados por Lúcia e Dolores Gamallo
Maquinista: Túlio Coaccì
Fotografias: Mauro Laper
Louças: O Leão das Louças
Assessor: Júlio Varella
Diretor Administrativo do T.U.: João Etienne Filho
Sede de uma velha fazenda de café no interior de São Paulo
Época – Atualidade
(Última Capa)
As louças, os cristais, talheres e demais objetos de sala de jantar apresentados em O Telescópio, são uma gentileza de O Leão das Louças (O Rei da Economia) e de A Casa das Louças (A Rainha dos Presentes)
O Teatro Universitário de U. M. G. agradece, de modo especial, às seguintes firmas e pessoas que colaboraram para que a realização de O Telescópio fosse possível:
A Livraria Agir Editora, por sua sucursal de Belo Horizonte, dirigida pelo Sr. José Andrade, que nos ofereceu exemplares de O Telescópio, de Jorge Andrade.
A Sociedade das Amigas da Cultura e à sua atual presidente Dª Ciana Gonzaga, pelo patrocínio da nossa estreia.
Ao Sr. Ronald Marçola, pelo empréstimo da arma Winchester.
A Sra. Maria da Glória d’Ávila Arreguy, pelo empréstimo dos atoalhados usados em cena.
A Sra. Lúcia Machado de Almeida, pelo empréstimo de belos móveis.
Casa da Ótica, Afonso Pena, 586.
Aos jornais, estações de rádio e emissoras de TV. De Belo Horizonte, pela inestimável colaboração dada a todas as iniciativas do T. Universitário.
Ao artista fotográfico Mauro Laper, responsável pelas tomadas de O Telescópio