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60 Anos de Teatro para Crianças no Brasil – 1948 / 2008

Como todos os anos, o CBTIJ comemorou com os profissionais de teatro para crianças o Dia Mundial do Teatro para a Infância e Juventude. Instituído em 2001, pela ASSITEJ Internacional, o dia 20 de Março é comemorado nos 80 países, onde entidades como o CBTIJ estão presentes.

Este ano, no Brasil, tivemos um motivo a mais para comemorar. Há exatos 60 anos, O Casaco Encantado, escrito por Lúcia Benedetti foi encenado pela primeira vez por profissionais. A Companhia Artistas Unidos, de Henriette Morineau produziu, com direção de Graça Mello, esta peça que ficou sendo o marco histórico na realização de espetáculos para crianças.

O Conselho de Administração do CBTIJ resolveu este ano homenagear os profissionais que muito contribuíram na história do teatro para crianças e jovens. Como seria impossível homenagear todos os profissionais, escolhemos alguns artistas de diversas categorias representativos destas seis décadas. Apenas duas categorias não foram chamadas para a homenagem deste ano: diretores musicais/músicos, que já havíamos homenageado em 2003, e autores teatrais, que serão o tema da comemoração de 2009.

O cartaz deste ano foi criado pela artista plástica, cenógrafa e figurinista Rosa Magalhães, filha de Lúcia Benedetti.

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Mensagens para o Dia Mundial do Teatro para a Infância e Juventude

Tradicionalmente a ASSITEJ convida um artista para escrever uma mensagem comemorativa, que transcrevemos abaixo juntamente com a mensagem da presidente dessa entidade internacional

Mensagem de Kim Woo Ok (*)

Pela globalização do Teatro para a Infância e Juventude

O dicionário webster de inglês inclui, entre as definições de globalização, “maior intercâmbio mundial de cultura”. O que pretendo enfatizar, ao citar o termo globalização, é que devemos ter um intercâmbio mais ativo do teatro para a infância e juventude entre as nações e regiões do mundo de modo a soerguer o movimento teatral acima do seu estado atual.

O intercâmbio baseia-se no pressuposto de que os parceiros envolvidos tenham algo de maior ou igual valor a oferecer. Infelizmente, o desenvolvimento do teatro para a infância e juventude é deploravelmente desigual de país a país, região a região. As atividades teatrais são, geralmente, concentradas em uma ou duas áreas, excluindo qualquer tentativa plausível de lançamento de um programa de intercâmbio global sério.

A situação não mostra um futuro nada promissor para o teatro para a infância e juventude. Precisamos encontrar um meio de remediar esse desequilíbrio, pois só então poderemos lançar um programa de intercâmbio realmente global de teatro para a infância e juventude.

Espero que os países menos ativos atualmente assumam a liderança desse esforço, já que têm um campo rico ainda pouco explorado. Poderiam criar sua própria idiossincrasia teatral que enriqueceria a diversidade do teatro mundial.

Os países hoje mais ativos também se beneficiariam com a chegada de um teatro tão rico e diversificado. Deveriam apoiar o esforço de maneira mais consistente e sistemática.

Quando alcançarmos as metas do teatro global, os maiores beneficiados serão as crianças e os jovens do mundo. Estarão mais preparados para lidar com a complexidade do mundo do século XXI, graças à sua exposição à diversidade cultural do mundo. Esta é a globalização no seu sentido mais autêntico para o teatro para a infância e juventude.

Imagine o dia em que trupes de todos os cantos do mundo viajem pelo mundo, deleitando e maravilhando crianças e jovens por onde passem com suas criações ricas e diversas. Um sonho distante, talvez, mas com certeza mais que um sonho.

ASSITEJ comemora seu 43º aniversário hoje. Eu estendo meus parabéns à sua longa lista de contribuições e à sua lista mais longa ainda de futuras conquistas.

(*) Kim Woo Ok
Diretor teatral. Foi presidente de ASSITEJ Coréia e diretor artístico fundador do Festival de Artes Cênicas de Seul para público jovem. Foi Reitor da Faculdade de Teatro da Universidade Nacional de Artes Coreana. Pertenceu ao Comitê Executivo da ASSITEJ Internacional por 14 anos (de 1991 a 2005) e foi jurado também do Prêmio Internacional ASSITEJ de Presidentes Honorários.

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Mensagem de Wolfgang Schneider (*)

Façam bem, mas façam diferente!

Parece interessante. Me pergunto se no que se refere ao Teatro para a Infância e Juventude seria possível agir de uma forma diferente.

E agora me pergunto o que poderia ser diferente? O teatro para o público jovem é por si só diferente. É autodefinido por seu público-alvo, um público que exige ser levado em consideração no processo artístico, na produção, distribuição e recepção.

Os temas abordados não precisam ser diferentes daqueles normalmente vistos no teatro adulto. Também nãoé preciso criar novas formas dramáticas. E nem pensar em ser pueril ou infantil: nem tentar fazer justiça ao que suponha agradar as crianças. Em boas palavras, você não deve considerar o desafio diferente só porque estará se apresentando para um público especial. Portanto, a abordagem diferente deve ter outro sentido. Talvez o sentido do dicionário que adoro consultar sempre que quero ser preciso, quando cada palavra deve ter um significado, quando preciso interpretar o que os outros querem dizer ou não. A primeira definição que li foi: “abandonando uma característica individual anterior e tornando-se fundamentalmente diferente”. Mas isto não deve ser o que se queria dizer com mudar as coisas, não é? Fazer algo de maneira diferente do que fôra planejado ou apresentado anteriormente, molda-lo de outra forma, especialmente no nosso caso em que o planejamento desempenha um papel muito importante e é até postulado como programático.

Talvez tenha mais a ver com a variedade de significados inerentes ao conceito. Devemos pensar de uma maneira diferente! E não produzir teatro a partir de uma base literária, não tornar o teatro dependente do currículo escolar, não reduzir o teatro a espetáculos-solo!

Ou talvez devêssemos apresentar nossos espetáculos noutra forma de linguagem? Teatro repleto de coreografia espetacular, teatro como um sistema complexo de códigos, ou mesmo teatro inspirado no estrangeiro! Ou deveríamos tornar “ser diferente” a base do nosso trabalho? Teatro baseado no artigo 1 da declaração dos direitos humanos: “todo ser humano nasce livre e igual em dignidade e direitos” – isto é válido para todas as pessoas do primeiro, segundo e terceiro mundos?! Teatro sobre diálogos interculturais, sobre culturas nacionais básicas, sobre o que temos em comum, sobre diferenças e como vencemos esses desafios no dia-a-dia – ou não?! Teatro que se entende como a sociedade dialogando com ela mesma e, portanto, fala de encontrar identidades num tempo de globalização. Quão diferentes devemos ser? Quando nos confrontamos com pessoas que pensam e acreditam em formas diferentes, quando encontramos pessoas com características diferentes, que são o oposto da gente ou têm opiniões completamente diferentes.

A diversidade cultural é o tema em discussão no momento na UNESCO. A convenção sobre “a proteção e promoção da diversidade de expressões culturais” foi promulgada há quase um ano atrás, em 18 de março de 2007: ela precisa ser posta em prática, precisa chegar às pessoas e, por isso, ser refletida no teatro.

As crianças e os jovens sabem exatamente o que significa “atacar as coisas de um modo diferente”. Eles partiram para percorrer seu caminho na vida que certamente não será direto em frente, sem paradas. Serão obrigados a encontrar a saída de becos sem saída, a saltar obstáculos e fazer desvios. Mais de uma vez terão que pensar em alternativas testa-las. Fazer as coisas de outra forma pode se tornar um princípio de vida. O teatro pode mostrar isto, o teatro pode estimular seu público a estar aberto a isto, tudo pode ser feito de outra maneira no teatro. Neste sentido, por ocasião do dia mundial do teatro para a infância 2008, gostaria de deixá-los todos – artistas, crianças e, não menos, políticos culturais – com o seguinte voto: façam bem, mas façam diferente!

(*) Wolfgang Schneider
Professor e Doutor em Teatro, Presidente da ASSITEJ – Associação Internacional de Teatro para a Infância e Juventude

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Homenageados representando os profissionais de 1948/1957

Eddy Resende Nunes

Jacqueline Laurence

Kalma Murtinho

Nilson Penna

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Homenageados representando os profissionais de 1958/1967

Fábio Sabag

Anna Letycia

Maria Pompeu

Marie Louise Nery

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Homenageados representando os profissionais de 1968/1977

Antonio Pedro

Alby Ramos

Bia Bedran

Vicentina Novelli

Lucélia Santos

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Homenageados representando os profissionais de 1978/1987

Aurelio de Simoni

Andreia Dantas

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Deoclides Gouvea recebeu por Elvira Rocha

Felipe Martins

José Roberto Mendes

Lidia Kosovski

Lupe Gigliotti

Tonio Carvalho

Lola Tolentino

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Homenageados representando os profissionais de 1988/1997

Carlos Augusto Nazareth

Cica Modesto

Henry Pagnoncelli

Lúcia Coelho

Marcelo Caridade

Ney Madeira

Ricardo Blat

Sura Berdtchevsky

Zeli de Oliveira recebeu por Djalma Amaral

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Homenageados representando os profissionais de 1998/2008

Bernardo Jablonski

Claudia Abreu

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Fernando Sant’Anna

João Batista

Jorge Maia

Paulo Cesar Medeiros

Eduardo Rieche

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Ronald Texeira

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Veja as fotos da Solenidade: 

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Veja as fotos da Confraternização 

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Obs.
Leia as críticas, matérias e reportagens dos jornais da época sobre O Casaco Encantado em  Fomos Notícia