(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
E AGORA DRUMMOND?
Oficina Emepê Produções Artísticas
(Interior)
Aplauso a um poema de sete faces
Carlos Drummond de Andrade declarou que em cinco ou dez anos após sua morte, seu nome desapareceria com o aparecimento de novos poetas, teimosia de quem se considerava um poeta de ocasião.
No entanto, as comemorações em torno de seu centenário neste ano de 2002, comprovam que ele continua mais presente do que nunca.
Drummond nasceu em Itabira, cidade que tem noventa por cento de ferro nas calçadas e oitenta por cento de ferro nas almas. Mas não é ferro a sua mais conhecida simbologia poética, mas sim a pedra – “No meio do caminho tinha uma pedra.”
A pedra como imagem de qualquer obstáculo entre o sonho e a realidade.
Era um homem tímido, se escondia atrás dos óculos e do bigode e quando criança foi apelidado de Carlitos.
Além do vigor na escrita e na qualidade da narrativa, demonstrava ser um grande observador da vida, mesmo quando afirmava ser apenas um “observador de escritório”.
No amor, quer seja natural ou erótico, momentos de grande lirismo.
O material dramatúrgico deste roteiro se constrói de fragmentos poéticos escolhidos em toda a sua obra, prosa e poesia. Ele nos reporta aos alicerces do seu universo ficcional onde levantamos algumas entre as muitas “sete faces do poeta”: a infância, o amor natural e erótico, o novo homem, Deus, Brasil, Rio de Janeiro, à Paz.
Explorando a multiplicidade de caminhos para uma encenação, procuramos tornar presente o cuidado de um autor diante de sua palavra e do mundo.
Não existe qualquer intenção literária que sustente cada cena, apenas a música pontua a sua poética.
” É sempre no meu peito aquela garra.”
Maria Lucya de Lima
Maria Pompeu
Amaury de Lima
Laura Arantes
Gui Tavares
Texto e Caricaturas: Carlos Drummond de Andrade
Músicas: Milton Nascimento, Gui Tavares
Roteiro: Maria Lucya de Lima, Maria Pompeu
Produção: Oficina Emepê Produções Artísticas Ltda. (Grupo Repertório)
Direção Geral: Maria Lucya de Lima
Direção Musical: Gui Tavares
Cenários: Neiva Motta
Figurinos: Coca Serpa
Iluminação: Aurélio de Simoni
Programação Visual: Eneida Leão
Fotógrafos: Paulo Marcos, Flávia Lima (DePlá)
Gerente do Projeto Educativo: Elite dos Santos
Amar e esquecer,
Amar e malamar,
Amar, desamar amar?
Se você tocasse a valsa viense?
É amor se esvaindo,
Ou nos tornamos fonte?
Meus irmãos,
Não quereis ser pornográficos?
De um grupo muito antigo
Sou o único, entendem?
Como será o novo homem?
Deus perdoa,
Deus castiga?
Estarei mesmo sozinho?
E agora?
Enlou-cresça
Enlou-cresça
Enlou-cresça
Roteiro
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei
desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei
Que no meio do caminho
Tinha uma pedra
E agora, José?
E agora, Jose?
A festa acabou, a luz apagou,
O povo sumiu, a noite esfriou,
E agora, José?
E agora?
E agira, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Que faz versos, que ama, protesta?
E agora, José?
E agora, Drummond?
É pedra, é ferro, é rima ou solução?
Poemas
Amar
Apelo e meus dessemelhantes em favor da paz
As sem-razões do amor
Balada de amor através das idades
Campo de Flores
Canção amiga
Canto brasileiro
Cidade prevista
Cidadezinha qualquer
Confidência de Itabirano
Congresso Internacional do Medo
Dados biográficos
Deus
Em face dos últimos acontecimentos
Epopeia Explicação
Infância
José
Lira romantiquinha
Manhã
Não se mate
No meio do caminho
Nosso Tempo
O enterrado vivo
O medo
O novo homem
Os ombros suportam o mundo
O sobrevivente
Poema das Sete Faces
Quadrilha
Sob o chuveiro amar
Também já fui brasileiro
Crônicas e Contos
A incapacidade de ser verdadeiro
Diálogo de todo dia
Diálogo de todo dia
Diálogo final
Namorando
O entendimento dos contos
O assalto
(Última Capa)
Funcionária da Rádio MEC, tive a felicidade de ser contemporânea de Carlos Drummond de Andrade. No final dos anos 60, eu apresentava uma série de concertos no auditório do Palácio Capanema. O texto era escrito pelo crítico Eurico Nogueira França e “embelezado” por C.D.A. Naquele momento, tive um contato maior com ele, indo buscar o roteiro semanalmente em sua casa de Copacabana. Drummond sempre me recebia com pedidos de desculpas pelo meu trabalho de ir até lá, com aquela simplicidade que eu associo aos verdadeiros gênios.
Em 1973, produzi “Reencontro Drummond Todo Dia” com o qual já levava meu trabalho a escolas, além do teatro convencional. Nesse ano, numa noite de autógrafos de “As impurezas do branco”, ele escreveu: “Maria Pompeu, esta página ficou bonita com seu nome escrito nela.”
Em 1980, ele se desculpou por não ir à minha festa de vinte e cinco anos de carreira, alegando estar com herpes zoster e concluiu em carta que está enquadrada e pendurada na parede de meu quarto: “De coração, Maria, creia que estive ao seu lado naquela festa como estou sempre para aplaudi-la e querer-lhe bem. Um beijo de ternura do Carlos Drummond.”
Em 2002, “E agora, Drummond?” nas escolas, nas bibliotecas e no teatro (três projetos, na verdade) é uma forma de dizer: – Obrigada, amigo e parabéns por este centenário.
Maria Pompeu
Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Cultura Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro Teatro Gláucio Gill/FUNART
(Logos) Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura, Fundação Anta Mantuano de Artes do Rio de Janeiro, Teatro Gláucio Gill/FUNARJ
(Logos) Governo do Estado do Rio de Janeiro, FUNARJ
Agradecimentos
Secretarias Municipais de Educação e das Culturas
Escola Alencastro Guimarães
CAM – Centro de Atualização de Mulher
Apoios
DeMillus, Deplá, Dakota, Visuana, Forma Final, Parparelle, La Fiorentina, Expressiva, Clean Wash, Instituto de Yoga Miryam Both, Werner Tecidos Petrópolis
(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
Prefeitura do Rio
Secretaria Municipal das Culturas
E AGORA DRUMMOND?
(Interior)
Carlos Drummond de Andrade, mineiro de Itabira, pequena cidade do Estado de Minas Gerais, nascido no dia 31 de outubro de 1902, e falecido no Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1987, deixou um legado cultural da maior importância para o país.
Extraordinário poeta e grande pensador Drummond representa um dos pontos mais altos da literatura brasileira de todos os tempos. Dono de um estilo singular este itabirano edita seus livros em diversas línguas e ganha notoriedade em vários países e muitos prêmios pela vida afora.
Desde o primeiro colégio, Grupo Escolar Coronel José Batista, no interior mineiro, os textos do então pequeno garoto recebiam elogios dos professores. Drummond começava a descobrir o verdadeiro encanto pela palavra.
Ainda muito jovem, vai trabalhar como caixeiro numa importante casa comercial de sua cidade e o patrão lhe oferece de presente um corte de casimira. É com essa roupa que Drummond passa a frequentar as reuniões do Grêmio Dramático e Literário Arthur Azevedo. Neste local, com apenas 13 anos de idade, o poeta recebe convites para ministrar palestras sobre literatura.
Aos 14 anos vai para um internato em Belo Horizonte, mas acaba tendo de abandonar os estudos por motivo de doença, voltando para Itabira e passando a estudar em casa, com uma professora particular. No ano seguinte, 1978, já melhor de saúde, Drummond é matriculado num colégio interno, o Anchieta da Companhia de Jesus, em Nova Friburgo.
1928 foi um ano marcante na vida do poeta. Já casado com Dolores Dutra de Moraes, nasce sua filha Maria Julieta e ele vai trabalhar na Secretaria de Educação de Minas Gerais. Desta data em diante Drummond ocupa vários cargos ligados às áreas de educação e cultura dos governos mineiro e federal, à época do presidente Getúlio Vargas. Trabalha nos principais jornais do Rio e de Minas e vai publicado suas poesias. A fama chega e Carlos Drummond de Andrade se torna um dos mais conhecidos autores brasileiros. Seus textos são traduzidos e lidos em diferentes países.
No dia 5 de agosto de 1987, nasce sua filha Julieta; 12 dias depois, a 17 de agosto, falece o poeta.
E Agora Drummond? – Vida e obra do homem atrás dos óculos, com o grupo Repertório, integrado pelos artistas Amaury de Lima, Marcia Bloch e Maria Pompeu, desfilando crônicas e poesias, foi a forma encontrada pela Secretaria Municipal das Culturas e o Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural para homenagear o poeta.
Apresentações
Junho
Dia 05 – às 15h – Biblioteca Popular de Botafogo, Rua Farani, 53
Dia 12 – às 15h – Biblioteca Popular de Campo Grande, Praça Thelmo Gonçalves Maia, s/nº
Dia 19 – às 15h – Biblioteca Popular do Glória, Rua da Glória, 214, 2º and.
Dia 26 – às 15h – Biblioteca Popular de Irajá, Av. Monsenhor Feliz, 512
Julho
Dia 03 – às 15h – Biblioteca Popular do Grajaú, Rua José Vicente, 55
Dia 10 – às 15h – Biblioteca Popular do Méier, Rua Castro Alves,155
Agosto
Dia 07 – às 15h – Biblioteca Popular da Ilha do Governador, Praça Danaides, s/nº, Cocotá
Dia 14 – às 15h – Biblioteca Popular do Leblon, Av. Bartolomeu Mitre, 1297
Dia 21 – às 15h – Biblioteca Popular da Gamboa, Rua Pedro Ernesto, 80
Dia 28 – às 15h – Biblioteca Popular de Dique, Rua Tales de Carvalho, s/nº, Jardim América
Setembro
Dia 04 – às 15h – Biblioteca Popular do Engenho Novo, Rua 24 de Maio, 1305
Dia 11 – às 15h – Biblioteca Popular de Divinéia, Rua Presidente JK, 05, Paciência
Dia 18 – às 15h – Biblioteca Popular de Jacarepaguá, Rua Dr. Bernadino, 218, Praça Seca
Dia 25 – às 15h – Biblioteca Popular de Olaria, Ramos, Rua Uranos, 1230
Outubro
Dia 02 – às 15h – Biblioteca Popular de Bangu, Rua Silva Cardoso, 349
Dia 09 – às 15h – Biblioteca Popular de Santa Teresa, Rua Monte Alegra, 306
Dia 16 – às 15h – Biblioteca Popular da Tijuca, Rua Guapeni, 61
Dia 23 – às 15h – Biblioteca Popular da Penha, Rua Leopoldina Rego, 734
Dia 30 – às 15h – Biblioteca Popular do Rio Comprido, Travessa Nestor Vitor, 64
Novembro
Dia 06 – às 15h – Biblioteca Popular de Copacabana, Av. N. S. de Copacabana, 817/10º
(Última Capa)
(Logo) Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria das Culturas