(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
O SANTO E A PORCA
de Ariano Suassuna
(Interior)
Como surgiu o processo do grupo com as leituras dramatizadas?
Em 2001, foi inaugurado no Rio de Janeiro o Espaço Cultural Ariano Suassuna, na Rua do Lavradio, em cima de um Antiquário chamado Rio Scenarium.
Para as comemorações de inauguração uma serie de eventos foram realizados homenageando o autor, e dentre eles, Márcia Frederico foi convidada a dirigir uma leitura dramatizada da farsa “O Santo e a Porca”. A leitura foi assistida por um grupo enorme de pessoas ligadas ao meio artístico e cultural, incluindo a crítica de teatro do Jornal O Globo, Barbara Heliodora que em seguida palestrou sobre a obra e o autor, e o próprio Ariano Suassuna, que declarou estar surpreso com o interesse, ainda hoje, do público por uma obra tão extensa. Elogiou bastante o desempenho dos atores e a defesa dos personagens que ganharam humanidade, não ficando apenas no estereótipo dos personagens arquetípicos.
No ano seguinte, Marcia Frederico foi convidada a participar do Festival Internacional de São José do Rio Preto, SP, com esta mesma leitura, e durante as duas apresentações lotou o espaço de encenação, comprovando mais uma vez o poder de comunicação que o texto possui.
Agora, gostaríamos de poder ampliar a visibilidade deste trabalho, e poder aprofundar a discussão teórica da importância da obra e do autor, com a apresentação numa Universidade, como a UERJ, que tem espaço aberto para a reflexão da Cultura, da Arte, da História e da Literatura, nas suas atividades culturais, como por exemplo as terças teatrais.
O Santo e a Porca
Comédia dividida em 3 atos, narra a história de Euricao Árabe, um velho avarento, devoto de Santo Antônio, que esconde em casa uma porca cheia de dinheiro e obriga a sua família, filha e irmã, e a criadagem a viver uma vida de miséria. Com o uso de personagens arquetípicos a história é contada, o que caracteriza o teatro não só de Suassuna, mas de toda uma época.
Os tipos aqui encontrados são: Caroba a esperta criada, Pinhão o criado malandro, Margarida a filha de seu Euricao, frágil e romântica, Dodo o enamorado que se disfarça de criado, Benona irmã de Seu Euricao, a solteirona fogosa, Seu Eudoro Vicente o velho viúvo, assanhado por um novo casamento, e o próprio Euricao Árabe o típico avarento, digno das peças de Moliere e da commedia dell’arte.
Ariano Suassuna
Ariano Vilar Suassuna, nasceu em 16 de junho de 1927 na cidade de Nossa Senhora das Neves, então capital da Paraíba. Por consequência da morte do pai, quando tinha 3 anos, foi obrigado a ir morar no sertão da Paraíba, fato que influenciou em sua obra tanto no que diz respeito aos temas como as formas de expressão artística que constituem seu universo ficcional. Em 1946 ingressou na Faculdade de Direito do Recife onde ligou-se a um grupo de jovens escritores e artistas, fundando o Teatro do estudante de Pernambuco. Sua primeira peça, em 1947, foi Uma Mulher Vestida de Sol, já conquistando o primeiro lugar em concurso de âmbito nacional promovido pelo TEP (Prêmio Nicolau Carlos Magno).
Em 1955 inicia uma nova etapa quando escreve O Auto da Compadecida, que desde então vem sendo encenado Nacional e Internacionalmente, tendo sido recentemente transformado em filme cinematográfico. Vieram em seguida, O Casamento Suspeitoso, O Santo e a Porca, e A Farsa da Boa Preguiça, interrompe por um tempo sua trajetória na dramaturgia e passa a se dedicar ao Romance, escrevendo uma outra trilogia iniciada com A Pedra do Reino. Ariano Suassuna, hoje é membro da Academia Brasileira de Letras, sendo reconhecido como um dos maiores dramaturgos, vivo, do Teatro Brasileiro. Sobre O Santo e a Porca, escrita em 1957, temos a mistura do religioso e do profano, onde o Santo Antônio representa a devoção religiosa de Euricao Árabe e a Porca, a avareza e o vinculo com o plano material do dinheiro.
D. Margarida: Anna Wiltgen
Pinhão: César Augusto
D. Benona Árabe: Claudia Ventura
Eudoro Vicente: Eduardo Andrade
Dodo Boca da Noite: Gustavo Gasparini
Euricao Árabe: Isaac Bernat
Caroba: Marcia Frederico
Narrador: Marcos Edom
Autor: Ariano Suassuna
Direção: Márcia Frederico
Produção/ Operação de Som: Marcos Edom
Figurinos e Adereços: Heloísa Frederico (Prêmio Shell 2003)
Coordenação Geral: Alba Ribeiro
Produção: Tina Rocha
Estagiária: Bárbara Nitto
Dia: 15 de Julho de 2003
Hora: 18h 30min
Local: Teatro Noel Rosa
(Última Capa)
(Logos) UERJ, Decult
Marcia Frederico
Tel.: 2259-4972/9174-6451
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