Programa, 1994

Convite do espetáculo que estreou na cidade do Rio de Janeiro, no CCBB – Teatro II, em 23.11.1994

Barra

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Frente)

(Logo) Centro Cultural Banco do Brasil

Programa

Teatro em Dia

A COR DEL’ART

Teatro II
Agosto a Dezembro
1994

(Logo) Centro Cultural Banco do Brasil
Rua 1º de Março, 66 – Rio de Janeiro RJ

(Verso da Capa)

O Espetáculo continua…

Os Amantes do Metrô
31 de Agosto a 16 de Setembro

Alcassino e Nicoleta
28 de Setembro a 14 de Outubro

Aldeia
26 de Outubro a 11 Novembro

A Cor Del’Art
23 de Novembro a 9 de Dezembro

(Página 01)

Qualquer hora é hora de teatro. Prova disso é o sucesso do Projeto Teatro em Dia, que há dois anos vem oferecendo ao público do Centro Cultural Banco do Brasil uma pausa refrescante no horário das12:30. Sucesso que se traduz em continuidade na atual temporada. Teatro em dia é cena diurna, mas é também teatro atualizado. Em dia com as tendências da encenação.

O segundo semestre de 1994 traz o coquetel de absurdo e lirismo de Os Amantes do Metrô, com a marca inconfundível de Jean Tardieu; a carnavalização da cena medieval na impagável comédia Alcassino e Nicoleta; a desafiante proposta de levar ao palco um pouco do universo poético e subjetivo de Clarice Lispector em Aldéia; e a exuberância verbal da literatura de cordel em A Cor Del’Art, um duelo de gabarito entre o popular e o erudito.

Espetáculos curtos mas densos, digestivos mas inteligentes, para nos deuixar em dia com o teatro. Em pleno dia.

(Página 02)

Os Amantes do Metrô

Informações elenco, ficha técnica

(Páginas 04 e 05)

Alcassino e Nicoleta

Informações elenco, ficha técnica

(Páginas 06 e 07)

Aldeia

Informações elenco, ficha técnica

(Páginas 08 e 09)

A Cor Del’Art

Elenco

Claudio Mendes
Christine Braga

Ficha Técnica

Texto: Thomas Bakk
Direção: Marcia Duvalle
Cenário: José Dias
Figurinos: Ney Madeira
Músicas: Thomas Bakk e Lenine
Composição e Direção Musical: Lenine
Músicos: Carlos Malta, sopro
Beto Cazes, percurssão
Sartori, teclados
Ilustrações: Ciro Fernandes
Produção: Márcia Duvalle e Isa Vianna
Pinntura de Arte: Helcio Pugliese

Agradecimentos

A. C. Bernardes, Paulo de Tarso, Marcos Ácher e Vic (Filha do Thomas)

Eu estava pensado me sentir mais brasileira. Voltar a amar o Brasil! Acreditar que essa terra é boa mesmo e que aqui também se colhe satisfação. Foi então que a luz divina me abençoou a inspiração e eu resolvi “reconhecer” a pátria amada e deixar o teatro me levar numa viagem pelo que de mais autêntico e essencial nossos antepassados fundaram: a cultura popular. Pois acreditem que no folclore, nas festas e danças, na literatura de cordel, na música e nas mais de mil e uma histórias que renovam a cada manifestação popular, alimentando a realidade de que não cansa de te esperança, é que avistei tão seco e tão rico e Nordeste.

Ai, que alegria! Meu sol queimava minha razão burguesa-moderna e eu me ardendo toda como pinga descendo guela abaixo, me vi como o baiano Glauber Rocha: com umas ideias na cabeça e o texto na mão. E que texto!!! (pensava eu com meus botões). Foi aí, que no meio desse mafuá de o que que eu faço com o Brasil que cabe todinho dentro de mim num pequeno tablado armado numa praça qualquer, eu tive prazer  inenarrável de conhecer o brasileiríssimo Thomas Bakk, autor de A Cor del’Art, e a ele confiar uma imagem que me veio em sonho, meio visão meio assombração: dois cantadores – artistas do povo.

E acreditem prezado público, não é nenhum Roque Santeiro não, mas assistir a peça vai dar o mesmo sintoma popular que cada um de nós tem escondido lá no fundo da alma, quando se toca com ritmo no nosso lado a meridium ou creolo, que permanece quase sempre adormecido culturalmente.

Pois é esse meu palavrório inicial! Afinal a história ou melhor as histórias que os senhores (e as senhoras também) terão o privilégio ver e ouvir trata-se de uma brincadeira onde a curiosidade é aguçada do início ao fim do espetáculo: onde está o diacho de cultura popular e o que fazer quando encontrar essa danada?

É no meio desse caminho cheio de personagens, músicas e rimas que eu me delicio toda antes de fazer suas excelências se eliciarem.

Então agora é pagar pra ver. Assistam com atenção nosso trabalho, porque com certeza alguma coisinha os senhores vão apreciar, até mesmo o popular.

Marcia Duvalle

(Última Capa)

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Fotolito: Quimicolor
Impressão: Gráfica Frente e Verso