Crítica publicada no Jornal do Brasil
Por Roni Filgueiras – Rio de Janeiro – 1990

Bel Kutner, Felipe Martins e Guida Vianna brincam de criança em Babalu, no Cândido Mendes

Delírios da babá

Quem não lembra da poderosa voz de Ângela Maria cantando “Babalu aiê/ Babalu, aiê/’tampezando ló velório/ que lê havemos a Babalu”? ou do burrico Babalu, subordinado do xerife Pepe legal, no desenho de Hanna Barbera? Ou ainda da goma de mascar? Babalu em questão não tem nada a ver com os homônimos. Esta é a explicação, que volta e meia, a equipe da peça Babalu esforça-se em dar. Babalu (Guida Vianna) é a babá de Maria (Bel kutner) e Miguel (Felipe Martins), na peça das premiadas Denise Crispun e Catarina Cooper (O Segredo de Cocachim, O Flautista de Hamelim, Pedro e o Lobo) que estreia hoje, às 17 horas, no teatro Cândido Mendes.

Guida Vianna quem dá o perfil de Babalu, “uma babá livremente inspirada em Mary Poppins, que vai para a casa de duas crianças para ensinar e a fantasia do cotidiano, através de histórias e brincadeiras”. No delírio criado pela babá, Maria e Miguel são personagens ainda de outras três historinhas. Hora são um estranho casal, que se enrosca na rede de uma pescaria; ora, personagens afônicos que saltam de um disco usado; e ainda, uma Madame e seu cachorro. O espetáculo, segundo a intérprete de Lamartine Babo no musical Lamartine para inglês ver, “é uma caixinha de música”. ou seja, pequeno no tempo (45 minutos), mínimo nos cenários (usam-se slides simulando Campos verdejantes e quartos de crianças) e abundante em encantamento e talento.