Programa do espetáculo que estreou no Teatro Gláucio Gill, em 01.11.2014

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Filipeta, 2014

Barra

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro,
Secretaria Municipal de Cultura,
Governo do Rio de Janeiro,
Secretaria de Estado de Cultura,
Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro,
Teatro Gláucio Gill,
Cia. de Teatro Medieval
apresentam

Texto de Marcia Frederico
Direção de Fabianna de Mello e Souza

O MOÇO QUE CASOU COM A MEGERA

(Verso da Capa)

A Companhia

É com muita alegria que a Companhia de Teatro Medieval realiza mais um novo espetáculo para fazer parte do seu repertório.

É com muita alegria que, por coincidência, estreamos esta peça justamente no ano em que são comemorados 450 anos da morte de William Shakespeare. Ano também que antecede as comemorações dos também 450 anos da nossa cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro!

E é com imensa alegria que desde já começamos a comemorar os quase 25 anos da Companhia!

Há mais de 25 anos atrás tive o prazer de encenar a farsa medieval O Moço que Casou com Mulher Braba, ainda estudante da CAL sob a batuta do digníssimo crítico e professor de teatro Yan Michalski. Dizia ele que as farsas medievais serviram de inspiração para muitos autores como Shakespeare, Moliére e tantos outros, e bebendo nesta fonte tracei minha trajetória.

De lá pra cá percorremos muitos caminhos e nos últimos anos nos dedicamos a levar o nosso teatro a todos os cantos deste enorme Brasil. Agora, finalmente podemos fazer uma pausa nesta itinerância, aportando na nossa Cidade Sede, para nos “reabastecer” e seguir nossa caminhada.

A Companhia de Teatro Medieval, desde o início, não pensa um teatro que se convencionou pra crianças. Pensa em um teatro que possa trazer toda a família para uma experiência com a arte, com a cultura, com outras épocas e histórias.

Alargar os horizontes, ampliar o repertório e expandir o vocabulário, eis o nosso prazer.

Bom espetáculo!

(Página 01)

Sobre o Espetáculo

Trata-se de uma adaptação baseada em duas peças: O Moço que Casou com Mulher Braba, de Don Juan Manuel, e A Megera Domada, de William Shakespeare.

A adaptação mistura as duas histórias e cria um terceiro espetáculo que tem como tema central a transformação do comportamento humano.

É interessante refletir sobre a ideia de transformação do humano e a ótica que cada época atribui a esta capacidade. Por exemplo, no primeiro texto, por ser tipicamente Medieval, o modelo é mais simplista e o uso da “violência” é uma importante “arma” educativa. Neste caso, o moço faz um “teatro”, uma farsa, e se finge de louco falando com os animais e os matando quando não o obedecem.

No segundo texto, o de Shakespeare, os tempos eram outros, o Renascimento trazia o Homem para o centro do Universo, e o grande gênio da dramaturgia construía personagens com mais densidade psicológica. Neste caso, fica a dúvida no texto final de Catarina, a megera domada, se ela de fato mudou, ou se também ela resolveu entrar no jogo da farsa criado por Petrucchio, o moço, e, assim, ele pensa que está mandando e ela finge que obedece. Questiona-se a eficácia dos métodos “educativos” e se é possível a real transformação da essência da personalidade. Nos dois casos o instinto animal de sobrevivência rege os requintes do comportamento humano.

Com olhares mais românticos, alguns atribuem à força do amor a possibilidade de mudança do ser humano; ou seja, haveria ocorrido entre o casal uma espécie de “amor à primeira vista”?

Essas reflexões que trago aqui serviram para nortear a direção e a atuação, para que mantenham viva a dúvida e as possibilidades diversas de caminhos a seguir, sem fechar em um único, o que empobreceria não só a arte, mas a visão de mundo.

Para a criançada fica a divertida brincadeira da farsa, que é o teatro dentro do teatro, em que ela percebe o jogo que um personagem faz, achando que está ludibriando o outro, e ela como espectador é “cúmplice” desta deliciosa brincadeira que é o teatro.

Marcia Frederico, Criação e Produção

(Páginas 02 e 03 – Fotos do Elenco)

(Página 04)

Cenário

Shakespeare usava a caixa do teatro como cenário, introduzindo elementos cenográficos conforme a necessidade – um banco, um poço…

Vamos usar a caixa, preta, do Gláucio Gill. A mesa será o elemento cenográfico que marcará as passagens de tempo: os utensílios e a colher de pau na Idade Média da Mulher Braba e os garfos na Renascença na casa de Petrucchio dão a tônica da transformação dos hábitos.

O brasão medieval da casa da Megera é a clava e a espada. O renascentista da casa de Petrucchio é o falcão, já que ele é adepto da falcoaria – a arte de domar o falcão, deixando-o sem comer e dormir, em vigília, até despertar o respeito e o amor mútuos.

Figurino

O figurino, propositalmente, mantém uma aparência histórica de requinte. Na época de Shakespeare, o teatro fazia tanto sucesso que a Rainha Elizabeth I permitiu que seus figurinos fossem de última moda e muito luxuosos, para que o povo pudesse ver de perto o que só os nobres podiam usar.

Heloisa Frederico, Direção de Arte, Cenário, Figurino, Adereços

(Verso da Última Capa)

O Moço que Casou com a Megera

Assim era… Como estamos?

Os caminhos e lutas que as mulheres traçaram em sua trajetória.

Os caminhos que homens e mulheres traçaram ao logo de sua existência. A liberdade de escolher para poder amar.

O espetáculo O Moço que Casou com a Megera traz a oportunidade de levar aos palcos esse tema e trazer esta reflexão de como somos e onde estamos em nossa caminhada através de dois grandes autores. De épocas tão diferentes, Idade Média e Renascimento, eles escolheram o teatro como seu

Campo de batalha, de transformação. Essas questões vêm de longe e ainda anunciam um grande caminho pela frente.

Abordar este tema no palco, através de uma história e para crianças!!!

Que desafio!

Escolhemos então a alegria, a farsa e a imaginação para nos inspirar.

E juntos da Companhia de Teatro Medieval, que delícia!

Trabalhar juntos pela primeira vez foi uma escolha e que se tornou um verdadeiro encontro daqueles que só este ofício nos proporciona.

Quero agradecer à Marcia Frederico pelo convite e pela total liberdade que tive de escolher os caminhos desta encenação que sempre foram através do diálogo e colaboração. Nosso processo foi assim delicado, impregnado de confiança e muita dedicação.

Minha gratidão aos parceiros que encontrei nesta aventura teatral: atores entusiasmados e uma equipe engajada, todos agraciados com tanto talento. Parceiros e agora meus amigos.

Aí está para vocês, crianças, mães, pais, homens e mulheres.

O Moço que Casou com a Megera que acredita que, quando temos liberdade, escolhemos sempre o amor.

Fabianna de Mello e Souza – Direção e Preparação Corporal

(Última Capa)

Elenco

Marcia Frederico: Catarina a Megera e Mãe de Catarina
Diego Braga: Coringa
Marnei Kaufmann: Petrucchio, o Moço
Rogerio Freitas: Pai de Catarina

Ficha Técnica

Texto: Marcia Frederico
Direção do Espetáculo e Preparação Corporal: Fabianna de Mello e Souza
Direção de Arte, Cenário, Figurino, Adereços: Heloísa Frederico
Trilha Sonora Original: Roberto Alemão Marques
Iluminação: Fábio Schuenke
Assistente de Figurinos, Cenários e Adereços: Lili Teixeira
Fotos de Divulgação: Carmo Dalla Vecchia
Visagismo: Luiz Bellini
Assessoria de Imprensa: Mary Deb’s
Programação e Produção Visual: Paso D’Arte Design
Bijuteria: Anna Nodari
Contrarregra: Nilson Barbosa
Costureira: Maria de Lourdes Bezerra
Produção: Marcia Frederico
Núcleo de Criação da Companhia: Marcia Frederico, Heloisa Frederico e Marcos Edom
Idealização e Realização: Companhia de Teatro Medieval

www.ciateatromedieval.com.br
marcia.fr@globo.com

Agradecimentos

Ricardo Venâncio, Sonia Drummond, Janice Botelho, Eve Doe Bruce (Théatre du Soleil), Jorge Leão, Flávia Lopes, Mauro Vianna, Renata Barros, André Junqueira, Ana Carolina Flexa, Maurício Maia, Pedro Flexa, Seu Vicente, Alunos do Colégio Andrews, Ronaldo Cerrone, Luzinete da Conceição Moura, Tomaz e Miguel Nogueira da Gama, Catarina, Carol Consani, Marcos Ariel, Sérgio Miguel Braga (in memoriam), Gustavo Paso, Luciana Favero, Bel Garcia, Gustavo Gasparani, Alice Viveiros de Castro, Claudia Ribeiro, Rodrigo Miranda, Dominoni Jr., Carmo Dalla Vecchia, Ana Suzart e Raquel Dias (Webdesign), Paula Frederico, Maria de Fátima Duarte, José e Nilza e a Família Frederico, João, Manuela e Eduarda, Miguel Frederico Edom.

Patrocínio

(Logo) Prefeitura do Rio

Apoio Institucional

(Logos) Secretaria de Cultura, FUNARJ, TGG Paso d`Arte

Apoio

(Logos) Colégio Andrews, Lopes

Realização

(Logo) Companhia de Teatro Medieval