Na noite de 23 de Abril, no Teatro Carlos Gomes, foram entregues os troféus aos vencedores da segunda edição do Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças, aos melhores de 2015.
Boa noite!
Todo ano, no dia 20 de março, a ASSITEJ lança a campanha “Leve uma criança ao teatro para que ela possa ver, ouvir, sentir, pensar e imaginar”.
A campanha pretende despertar em todos – professores, escolas, universidades, artistas, grupos, companhias, centros nacionais, governos – a consciência da necessidade do acesso pleno de crianças e jovens ao teatro, tornando esta ideia uma causa comum a todos.
No Brasil, o CBTIJ divulga e estimula a campanha, através das redes sociais e do seu site, tendo como uma de suas ferramentas a hashtag que vocês estão vendo. Neste ano, a artista convidada pela ASSITEJ para preparar a mensagem em comemoração desse dia, foi Jenny Sealey, que é Diretora Artística da Companhia de Teatro Graeae e foi Co-diretora dos Jogos Paralímpicos Londres 2012. Eis a mensagem, na tradução de nosso companheiro Cleiton Echeveste:
Eu simplesmente não posso imaginar um mundo sem o teatro e sem as artes. Como uma jovem deficiente auditiva, as aulas de balé tornaram-se um lugar seguro para mim. Era um mundo visual, do qual eu participava através do olhar e o alívio de não ter que fazer leitura labial era libertador. Eu me perdia em meio aos exercícios e adorava criar e dançar histórias através do balé. O balé foi minha primeira experiência de contar histórias e, conforme eu fui ficando mais velha, eu me envolvi com teatro e, mais importante, com Teatro para Crianças e Jovens. Que terreno extraordinário para o treinamento de qualquer ator e que oportunidade para compartilhar o espaço criativo com crianças e jovens! Fazemos isso escutando as histórias de suas vidas e transformando-as em peças de teatro, para dar às suas experiências, vivências e tribulações na vida, uma plataforma na qual elas serão escutadas.
Eu fico profundamente frustrada com o fato de que a importância de se criar trabalhos para, com e por crianças e jovens ainda não é totalmente reconhecido e financiado. Parte o meu coração saber que inúmeras crianças deficientes não são consideradas merecedoras de educação em muitos países. Mas minhas viagens pelo mundo são um lembrete de que a paixão daqueles que, como vocês, realizam este trabalho significa que nós não teremos um mundo sem teatro e que o teatro é uma educação para a vida.
Boa noite!
São três as homenagens que vamos fazer nessa noite.
Primeiramente, queremos lembrar que neste ano de 2016 celebramos o centenário de Nilson Penna. Nilson, nascido na Ilha de Marajó em 12 de fevereiro de 1916, foi ator, cenógrafo e figurinista do primeiro espetáculo dedicado especialmente às crianças, feito por profissionais: O Casaco Encantado, de Lucia Benedetti. Foi em 1948, no Teatro Ginástico, e o elenco contava ainda com Henriette Morineau e Fregolente, entre outros. Nilson, falecido em 2011 aos 95 anos, lembrava com muito carinho dessa montagem, entre tantas de que participou, pelo elenco formado por formidáveis artistas da época e pelo sucesso que fez. Permaneceram quatro meses em cartaz – com mais de uma sessão por dia.
Nossa homenagem a Nilson Penna.
Queremos registrar que em 2015, ano desta segunda edição de nosso Prêmio CBTIJ, comemorou-se os 60 anos da estreia do mais famoso, charmoso e inesquecível espetáculo para crianças: Pluft, o Fantasminha. A família CBTIJ, e certamente todos aqui presentes, gostariam de dar os parabéns à família Tablado, hoje aqui representada por nossa querida Cacá Mourthé. Parabéns, Maria Clara Machado, parabéns Cacá.
Em 2015, perdemos um dos mais importantes artistas ligado ao teatro para crianças e jovens. O autor e diretor paulista Vladimir Capella. Com extensa obra escrita e encenada, entre elas clássicos como Panos e Lendas, Como a Lua e Maria Borralheira.
Aqui está uma mensagem postada por Capella em seu Facebook em 2012:
“Fazer teatro é igual a ser mágico. Não daqueles mágicos de circo que tiram coelhos da cartola, mas muito mais legal porque fazendo teatro a gente é mágico que tira gente de dentro da gente.
Um dia tira um rei, outro dia um príncipe, depois um menino abandonado, um bandido ou um mocinho.
Quer brincadeira mais gostosa do que essa de poder ser de mentirinha uma outra pessoa? (Enganar uma plateia inteira que a gente não é a gente, mas aquela outra pessoa?)
Mais legal ainda, é que quando somos outras pessoas acabamos compreendendo melhor porque é que somos diferentes um do outro e que no fim das contas dá no mesmo porque ninguém é melhor do que ninguém. Nem pior. Depende do dia. Ou da pessoa que estamos fingindo ser naquele dia. Compreendemos que somos todos iguais, mas diferentes.
Quer brincadeira mais gostosa que essa?”
Nossa homenagem e eterna saudade, Vladimir Capella.
Veja também as fotos do coquetel de confraternização