(INFORMAÇÕES DO RELEASE – NÃO FOI FEITO PROGRAMA)
Apresentação
A Sociedade dos Amigos e das Adjacências da Rua da Alfândega, mais conhecida como SAARA, no Centro do Rio de Janeiro, é merecidamente alcunhada como símbolo da convivência pacífica entre “cariocas” vindos do Oriente. É ali que Sherazade, ou Zazá (carioca, muçulmana, casada com um médico judeu), compra seus produtos para revender.
Nossa aventura começa no quarto de seu filho Nassim – repleto de produtos do SAARA! -, onde todas as noites a família compartilha histórias. Nassim faz a ponte com o público infantil, com perguntas típicas de um menino de oito anos, tais como “O que é iguaria?”.
Esta noite Zazá nos apresenta sua xará, a jovem persa, que durante mil e uma noites contou histórias para o sultão, que, traído pela sultana, decretara a morte das futuras esposas após a noite de núpcias. A jovem persa nos leva ao Egito, onde vivem os gêmeos separados ao nascer Amir (judeu) e Omar (muçulmano). Num clima de magia, a serpente cruza o caminho de Omar e um camelo o leva pelo deserto do Saara, até a aldeia de Sefer (em hebraico, livro), onde vivem sua mãe biológica, e seu irmão. Às margens do rio Nilo, Omar conhece Amir, selando a reunião de uma família misturada “como tudo o que vem lá do Oriente”. O Sultão desiste da vingança, porque aprendeu “a amar a mais maravilhosa de todas as mulheres” e nossa rainha do SAARA continua a viver histórias, junto com sua família, noite após noite, entre canções de paz, badulaques e salamaleques!
Destinada ao público infanto-juvenil, com autoria de Suzana Abranches, atriz, autora e professora de Teatro, a peça fez duas temporadas em palcos cariocas (Teatro Municipal Maria Clara Machado e Teatro Glauce Rocha) e recebeu quatro indicações ao Prêmio Zilka Sallaberry – CEPETIN de Teatro Infantil: texto e atriz (Suzana Abranches), música (Charles Kahn) e ator (Gustavo Ottoni). O projeto foi selecionado, através do edital do Fundo de Apoio ao Teatro – FATE 2012 -, para receber o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.
A direção é de Isaac Bernat, ator, diretor e professor de Teatro, que desenvolveu sua tese de Doutorado sobre o Griot (contador de histórias) africano Sotigui Kouyaté, transformada em livro, pela Editora Pallas. Com duração de sessenta minutos e tradução de LIBRAS em todas as sessões, a peça segue a linha narrativa da heroína persa, na qual uma trama desemboca em outra.
Objetos do quarto, ou tirados das sacolas provenientes do SAARA, como lençóis, almofadas, castiçais e uma bicicleta, ajudam-nos a viajar para a antiga Pérsia, para o Egito, ou para a aldeia (imaginária) de Sefer. E nosso passaporte é carimbado com cenário de Doris Rollemberg, figurino de Marcelo Marques, direção musical de Charles Kahn, direção de movimento de Marcelle Sampaio, programação visual de Raquel Alvarenga e desenho de luz de Aurélio de Simoni.
A realização é da Mazal Produções, empresa de Suzana Abranches.
No elenco, Suzana Abranches, Gustavo Ottoni, e Caio Brito (recém formado pela CAL). Os três vivem vários personagens e interagem com o público, como num jogo dramático infantil, no qual crianças não pedem licença para entrar ou sair de uma fábula.
A produção de “Sherazade, rainha do Saara” gostaria de prestar homenagem à maior contadora de histórias de todos os tempos, e ao SAARA, onde “primos” acabam por selar uma irmandade, influenciada pelo respeito às diferenças e pelo afeto que nossa cidade emana, desde os tempos em que se chamava Guanabara!
Justificativa
“Vindos dali, ou de acolá, lendo o Alcorão ou a Torah, do frio da Europa, ou das areias quentes, um vendia roupas, outro, correntes. Com nome de deserto, foi dando tudo certo. E, logo, ali surgia, pro bem da freguesia, em plena Guanabara, as lojinhas do SAARA.” Assim começa nossa peça, sobre Sherazade, ou Zazá, revendedora de produtos comprados no maior mercado a céu aberto do Rio de Janeiro, templo da convivência pacífica entre povos do oriente, motivo de orgulho para o povo carioca.
Nesta contemporaneidade de adultos assoberbados de trabalho e afazeres, que muitas vezes são levados a “terceirizar” a criação de seus filhos, temos em cena uma família (mãe muçulmana e pai judeu) reunida em torno de histórias, magias e canções.
A transformação dos objetos do quarto de Nassim em adereços que ajudam a desenvolver a dramaturgia estimula à exploração lúdica do que há de mais simples, em contraponto ao consumismo desenfreado, tão comum em nossos tempos.
Vale ressaltar que contar a história de uma moça que sobreviveu a uma condenação injusta, graças à sua criatividade, seus conhecimentos e sua imaginação, é como dizer a meninas e meninos “Leiam, estudem e transformem suas vidas!”.
Com muita honra nos juntamos ao Projeto Ocupação Grandes Minorias, para levar ao Teatro Glauce Rocha, tal e qual uma garrafa vinda do mar, nossa mensagem de tolerância, superação, alegria e paz!
Shalom e Salam!
Suzana Abranches
Gustavo Ottoni
Caio Brito
Texto: Suzana Abranches
Direção: Isaac Bernat
Cenários: Dóris Rollemberg
Iluminação: Aurélio de Simoni
Figurinos: Marcelo Marques
Direção Musical – Charles Kahn
Direção de Movimentos: Marcelle Sampaio
Programação Visual: Raquel Alvarenga
Realização: Mazal Produções
Serviço
Sherazade, Rainha do Saara
Classificação etária: Livre
Duração: 60’
Teatro Glauce Rocha
05 de setembro a 26 de setembro de 2015
Sábados, às 16h
Ingressos: Gratuitos
Ocupação Grandes Minorias