Catálogo Grupo Hombu – 30 anos, 2007

Os fundadores, 1977

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Fala Palhaço

Ou Isto ou Aquilo

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Os Diferentes

Equipe de Produção, 2007

 

 

 

 

 

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Oi Futuro apresenta

HOMBU 30 ANOS

(Verso Capa)

Hombu

Luz acesa há 30 anos num palco chamado criança

Alguns índios do Brasil querem ser vistos e se são da nação Kraó dizem: Hombu!

Muitos meninos de nossa grande nação dizem: Veja-nos antes que nossa infância se acabe!

Há trinta anos tivemos esse lampejo. O vento era forte, as sombras em muitas, o silêncio e o barulho metiam medo. A vontade de ser livre foi maior e os olhos e o coração viram teatro nesses índios, nessas crianças; o palco lá dentro deles e delas onde tudo pode ser representado e transformado.

Essa é uma pequena parte da estória dessa luz que em nós se acendeu e com o sopro e o sonho de muitos apresentamos aqui.

Sempre às 16h

Os Diferentes: 27 e 28 de outubro; 03 e 04 de novembro
Ou Isto ou Aquilo: 10, 11, 17 e 18 de novembro
A Zeropéia: 24 e 25 de novembro; 01 e 02 de dezembro
Fala Palhaço: 05, 09, 15 e 16 de dezembro

Leituras Guimarães Rosa em 2008

Oi Futuro
R. Dois de Dezembro, 63/nível 7 Flamengo – Rio de Janeiro
Informações: (21) 3131.3060

(Página 1)

Os Diferentes

Era uma vez Carlos Drummond de Andrade, numa rua que começa em Itabira e vai dar em qualquer ponto da terra, que vai dar no coração da gente.
O Grupo Hombu vai agora apresentar essa viagem e convida a todos para embarcar nesse trem: o maior trem do mundo, que transporta e conta estórias para gente de todas as idades, de qualquer tempo.
Meu Santo Antônio de Itabira ensine-me um verso que fale de crianças, que nos ensine a senha da vida, a senha do mundo.

A palavra mágica de Drummond, sua linguagem na superfície estrelada de letras, nossa linpin-guapá-gempém.

“Certa palavra dorme na sombra de um livro raro, como desencantá-la?”

Adaptação do Grupo Hombu da obra de Carlos Drummond de Andrade

Elenco

Leninha Pires
Mouhamed Harfouch
Ronaldo Mota
Thais Tedesco
Músico: Carlos Bernardo

Ficha Técnica

Diretor convidado: Dudu Sandroni
Ass. Direção: o Augusto Madeira
Músicas Originais: Ronaldo Mota, Beto Coimbra e Cristiano Mota
Direção Musical e Arranjos: David Tygel
Cenário e Figurinos: Carlos Alberto Nunes
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Pedro Forjaz

(Página 2)

Ou Isto ou Aquilo

Imagine abrir um livro e nele encontrar, em cada folha, um mágico, belo e inesperado jogo de palavras. Escutar nessas palavras músicas e sons que não param de criar mudanças surpreendentes.
Ver as cores dessas palavras, o cheiro das imagens sentido lá no fundo do coração.
Esse é o cenário de emoções e ensinamentos nas muitas artes de Cecília Meireles que brincamos de fazer o teatro de Ou Isto ou Aquilo.

“Ontem eu era pequenina, diz Mariana
Ontem nós éramos criança, diz Mariana…”

Elenco

Leninha Pires
Beto Coimbra
Ronaldo Mota
Thelma Nascimento
Isadora Medella

Ficha Técnica

Poesias: Cecília Meireles
Adaptação: Grupo Hombu
Músicas: Beto Coimbra é Caique Botkay
Direção Musical: Ian Guest
Cenários, Adereços e Figurinos: Carlos Veiga e Grupo Hombu
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Pedro Forjaz

(Página 3)

A Zeropéia

Você sabe quantos pés tem uma centopeia? Sim ou não?

Um boi forte, ágil, valente, com suas quatro patas, é admirado por todos? Há pessoas que viram uma cobra falando com uma barata. Existe macaco que tem quatro patas e outros que têm duas patas e duas mãos.
Com humor e delicadeza Betinho reúne esses bichos numa fábula sobre o respeito às diferenças e a verdade de cada um.
M,,u,,i,,t,,o,,s,,,,p,,é,,s,,,,p,,a,,r,,a,,,,m,,u,,i,,t,,o,,s,,,,c,,a,,m,,i,,n,,h,,o,,s

“Eu sou uma centopeia
Minha mãe foi também
Minha avó foi, minha bisa foi
Minha filha… minha filha?
Não nunca se sabe, hoje em dia
Foi, não foi
Mas a minha história é linda
eu já vou contar depois…”

Elenco

Walkyria Alves: Retirante, centopeias
Thelma Nascimento: Retirante, Cobra
Isabel Penoni: Retirante, Boi.
Isadora Medella: Retirante, Barata
Mouhamed Harfouch: Retirante, Narrador Formiga.
Roberto Wagner: Retirante, Macaco
Daniel Fernandes: Retirante.
Ronaldo Mota: Retirante, Cantador

Ficha Técnica

Adaptação Ilo Krugli
Inspirado e Adaptado de A Zeropéia, de Herbert de Souza (Betinho).
Direção e Cenografia: Ilo Krugli
Supervisão de Remontagem: Cláudio Mendes
Musicas Originais: Ronaldo Mota, Beto Coimbra e Cristiano Mota
Direção Musical: Ronaldo Mota
Arranjos Vocais e Instrumentais: lan Guest
Figurinos: Biza Vianna
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Pedro Forjaz

(Página 4)

Fala Palhaço

“Venham, senhores, venham rir com o palhaço mais engraçado da face da Terra: Cada um e seu jabuti falante. Não percam, não percam a vaca malhada, que toma um susto e cai sentada.
E agora com vocês, a grande atração: Lambe-Fogo, mais que uma fogueira, mais que um incêndio, pior do que um vulcão, um verdadeiro fogaréu humano!”
E o que vocês não sabem é que vida de palhaço às vezes é fogo mesmo! “O circo está na lona!”. Aí temos que criar uma nova cambalhota e roubar a cena da tristeza.

Elenco

Silvia Aderne
Beto Coimbra
Regina Linhares
Sérgio Fidalgo
Arnaldo Marques

Ficha Técnica

Texto, Direção e Figurino: Grupo Hombu
Músicas Originais: Beto Coimbra, Caique Botkay,
Adereços: Luiz Saragiotto, Grupo Hombu
Execução de Cenários e Figurinos: Grupo Hombu, Tânia Dias, Isa Aderne, Ângela Freiberg
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Pedro Forjaz

(Página 5)

O Sertão é o Mundo
(leituras dramatizadas da obra de João Guimarães Rosa)                                                                                             

Visita ao universo poético de Rosa em 04 tempos:
As Crianças na obra de Rosa – olhar sobre o mundo da infância sertaneja em quatro movimentos: Miguilim – a descoberta de um novo olhar; A Menina de Lá – o olhar milagroso de Ninhinha; Guirigó – o olhar sobre a infância abandonada e As Margens da Alegria no olhar do Menino.
Veredas Femininas – livre voo poético sobre as musas de Grande sertão: veredas nas recordações do jagunço Riobaldo – Diadorim, o amor impossível; Nhorinhá, o amor sensual e Otacília, o amor esponsal.
O Julgamento de Zé Bebelo – o tribunal caboclo sertanejo; Deus no meio da travessia e o Diabo na ponta da faca; barbárie e civilização nos descaminhos do sertão.
O sertão é o mundo – síntese de alguns dos mais belos e importantes textos de Rosa extraídos de Sagarana, Corpo de Baile, Tutaméia e Grande sertão: veredas.

“Perto de muita água tudo é feliz!”

Elenco

As Crianças: Claudio Mendes, Cristiano Mota, Ronaldo Mota e Thelma Nascimento

Veredas Femininas: Daniele Ramalho, Isadora Medella, Leticia Medella, Mariana Mac Niven, Thelma Nascimento e Walkyria Alves

O Sertão é o Mundo: Cláudio Mendes, Cristiano Mota, Daniel Fernandes, Pedro Rocha e Ronaldo Mota.

O Julgamento de Zé Bebelo: Augusto Madeira, Beto Coimbra, Carlos Bernardo, Claudio Mendes, Cristiano Mota, Edmilson Santini, Marianna Mac Niven e Ronaldo Mota

Ficha Técnica

Coordenação: Cristiano Mota
Direção: Cláudio Mendes
Músicas: Ronaldo Mota e Cristiano Mota

(Página 6)

Ficha Técnica

do Evento

Equipe de Coordenação do Projeto: Beto Coimbra, Mônica Behague, Ronaldo Mota e Thelma Nascimento
Coordenação Musical: Ronaldo Mota, Beto Coimbra e Cristiano Mota
Textos do Folder: Ronaldo Mota e Cristiano Mota
Assistente de Iluminação: Poliana Pinheiro
Montagem de Luz: Daniel Galvan
Auxiliar: Daniel Alves
Apoio Técnico de Som: Isadora Medella
Cenotécnico e Contrarregra: Álvaro de Souza
Direção de Produção: Mônica Behague
Coordenação de Cenário e Figurino: Thelma Nascimento
Apoio Cenário e Figurino: Isa Aderne, Daisy Aderne e Léa Aderne (Irmãs Sisters)
Produção Executiva: Daniele Ramalho e Thelma Nascimento
Assistente de Produção: Andreia Behague
Design: Ato Gráfico
Assessoria de Imprensa: Debs Produções

Agradecimentos

O Hombu, nesses trinta anos, agradece a muitos que de muitas maneiras ajudaram a criar espetáculos, projetos e apresentações, com seu trabalho, carinho, dedicação e amizade. Por isso a extensa lista não caberia aqui, mas ficará sempre em nossos corações.

Contatos

Tel.: 21. 2568.0085
Fax: 21.2284.7673
grupohombu@terra.com.br
http://grupohombu.blog.terra.com.br/

Patrocínio

(Logos) Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura, Lei de Incentivo à Cultura

Apoios Culturais

(Logos) Restaurante Beterraba, Pizzaria Carioca da Gema, Raajmahal, Caçarola de Barro, Pão do Bento, O Árabe da Gávea, Ótica Lunettrie e Studio Alfa

Realização

Instituto Cultural Hombu
Oi Futuro

(Páginas 7 e 8)

Dicionário dos Diferentes

Aderne: sobrenome da Silvia, primeira atriz do Grupo Hombu, que fugiu com o Cirque du Soleil.

Brando: calmo

Cosendo: costurando

Cimbídeo: nome de flor, que está no poema Declaração de Amor, misturada a uma porção de outros nomes de flor.

Decreto -lei feita por gente importantíssima, como reis e presidentes, que obriga quem não é rei ou amigo do rei, obedecer.

Estrelitzia: nome esquisito de uma flor que lembra uma estrela.

Furdunço – bagunça, confusão.

Facúndia – arte de falar bem, inventar e contar estórias.

General: apelido que Carlos Drummond recebeu na escola, porque ele era inteligente pra caramba.

Hombu: é o nome do nosso grupo. Quer dizer na língua dos índios Kraô “Venham nos ver, olhem pra nós”.

Itabira: cidade de Minas Gerais onde nasceu Drummond. Em tupi significa “pedra que brilha”.

José: nome do poema mais famoso do Drummond.

Linpinguapagempén: linguagem na língua do p.

Lavourando: trabalhando.

Manducação: mastigação.

Nova Friburgo: cidade onde Drummond estudou num colégio de lá e de onde foi expulso porque brigou com o professor de português.

Ou Isto ou Aquilo: poema de outro grande poeta, Cecília Meirelles, que o grupo Hombu transformou em peça de teatro.

Pantomima: contar estórias através de gestos.

Quadrilha: outro poema famoso de Drummond que fala de João, Teresa, Joaquim e Lili.

Rala-bucho – dança, brincadeira, onde as pessoas batem barriga com barriga. Conhecida também por umbigada.

Senha: chave para se descobrir alguma coisa escondida, misteriosa.

Trem – meio de transporte, mas que em Minas pode significar qualquer coisa. Exemplo: “me dá esse trem aí”; “eta trem bão!”, etc.

Umbu: nome de uma fruta do Norte e Nordeste. Não confundir com Hombu.

Verso/Vida: a coisa que Carlos Drummond mais gostava de fazer na vida era verso.

X: ???????????????????

Zeropéia : peça teatral inspirada em Herbert de Souza, o Betinho, que o Grupo Hombu já fez e vai remontar, mas isso é outra estória…..

(Página 9 – Foto da Equipe)

(Página 10)

“O ano é de 1977 e os militares estão no auge de sua ditadura. O país sangra de tortura e a nação sonha a liberdade.

A arte! A arte para nos fortalecer.

Para comunicar o anseio de mudanças.

O teatro é nossa fonte.

Cinco atores que se encontraram na companhia de Ilo Krugli – o teatro Ventoforte – sentem vontade de criar seu próprio grupo.

Daí nasceu Hombu, que no dialeto Kraó quer dizer: Venha nos ver. Hombu! Olhe para nós! Veja-nos.

O primeiro trabalho – A Gaiola de Avatsiú – começou modestamente na Aliança Francesa da Tijuca e em pouco tempo se transformou na peça infantil mais premiada do ano: Prêmio Molière, Prêmio Serviço Nacional de Teatro, Prêmio Mec – Troféu Mambembe. Um canto de liberdade que criou corpo em centenas de apresentações em favelas, presídios, praças públicas, ruas, teatros de norte a sul do Brasil até a consagração no World Festival of Theatre na Feira Mundial em New Orleans, no Rencontre Internationale Theatre Enfance Jeunesse em Lyon e na Festa Internazionale de teatro per Ragassi em Turin.

Quais as razões para tudo isso?

Inicialmente o desejo de fazer um teatro para crianças que procura enriquecê-las, não através do confronto entre posições perante a vida. Para nós do Hombu as crianças não são a nação do futuro, elas são cidadãs de hoje. Elas precisam de arte tanto quando seus pais. Como a criança vê o mundo de uma maneira especial, mudando e crescendo ao seu lado, ano após ano, ela também tem necessidades especiais.

Um artista que trabalha para crianças precisa compreender o que elas compreendem, ouvir o que elas ouvem, ver o que elas podem ver. Uma companhia profissional trabalhando para crianças tem que ser tão criativa, tão flexível e tão divertida como trabalhando para adultos”.

(Texto escrito por Tarcísio Ortiz em 1977, encontrado nos arquivos da casa da madrinha Silvia, e que, menino-hombu do lado de lá, recebe nosso amor e homenagem)