(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
Oi Futuro apresenta
HOMBU 30 ANOS
(Verso Capa)
Hombu
Luz acesa há 30 anos num palco chamado criança
Alguns índios do Brasil querem ser vistos e se são da nação Kraó dizem: Hombu!
Muitos meninos de nossa grande nação dizem: Veja-nos antes que nossa infância se acabe!
Há trinta anos tivemos esse lampejo. O vento era forte, as sombras em muitas, o silêncio e o barulho metiam medo. A vontade de ser livre foi maior e os olhos e o coração viram teatro nesses índios, nessas crianças; o palco lá dentro deles e delas onde tudo pode ser representado e transformado.
Essa é uma pequena parte da estória dessa luz que em nós se acendeu e com o sopro e o sonho de muitos apresentamos aqui.
Sempre às 16h
Os Diferentes: 27 e 28 de outubro; 03 e 04 de novembro
Ou Isto ou Aquilo: 10, 11, 17 e 18 de novembro
A Zeropéia: 24 e 25 de novembro; 01 e 02 de dezembro
Fala Palhaço: 05, 09, 15 e 16 de dezembro
Leituras Guimarães Rosa em 2008
Oi Futuro
R. Dois de Dezembro, 63/nível 7 Flamengo – Rio de Janeiro
Informações: (21) 3131.3060
(Página 1)
Os Diferentes
Era uma vez Carlos Drummond de Andrade, numa rua que começa em Itabira e vai dar em qualquer ponto da terra, que vai dar no coração da gente.
O Grupo Hombu vai agora apresentar essa viagem e convida a todos para embarcar nesse trem: o maior trem do mundo, que transporta e conta estórias para gente de todas as idades, de qualquer tempo.
Meu Santo Antônio de Itabira ensine-me um verso que fale de crianças, que nos ensine a senha da vida, a senha do mundo.
A palavra mágica de Drummond, sua linguagem na superfície estrelada de letras, nossa linpin-guapá-gempém.
“Certa palavra dorme na sombra de um livro raro, como desencantá-la?”
Adaptação do Grupo Hombu da obra de Carlos Drummond de Andrade
Leninha Pires
Mouhamed Harfouch
Ronaldo Mota
Thais Tedesco
Músico: Carlos Bernardo
Diretor convidado: Dudu Sandroni
Ass. Direção: o Augusto Madeira
Músicas Originais: Ronaldo Mota, Beto Coimbra e Cristiano Mota
Direção Musical e Arranjos: David Tygel
Cenário e Figurinos: Carlos Alberto Nunes
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Pedro Forjaz
(Página 2)
Ou Isto ou Aquilo
Imagine abrir um livro e nele encontrar, em cada folha, um mágico, belo e inesperado jogo de palavras. Escutar nessas palavras músicas e sons que não param de criar mudanças surpreendentes.
Ver as cores dessas palavras, o cheiro das imagens sentido lá no fundo do coração.
Esse é o cenário de emoções e ensinamentos nas muitas artes de Cecília Meireles que brincamos de fazer o teatro de Ou Isto ou Aquilo.
“Ontem eu era pequenina, diz Mariana
Ontem nós éramos criança, diz Mariana…”
Leninha Pires
Beto Coimbra
Ronaldo Mota
Thelma Nascimento
Isadora Medella
Poesias: Cecília Meireles
Adaptação: Grupo Hombu
Músicas: Beto Coimbra é Caique Botkay
Direção Musical: Ian Guest
Cenários, Adereços e Figurinos: Carlos Veiga e Grupo Hombu
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Pedro Forjaz
(Página 3)
A Zeropéia
Você sabe quantos pés tem uma centopeia? Sim ou não?
Um boi forte, ágil, valente, com suas quatro patas, é admirado por todos? Há pessoas que viram uma cobra falando com uma barata. Existe macaco que tem quatro patas e outros que têm duas patas e duas mãos.
Com humor e delicadeza Betinho reúne esses bichos numa fábula sobre o respeito às diferenças e a verdade de cada um.
M,,u,,i,,t,,o,,s,,,,p,,é,,s,,,,p,,a,,r,,a,,,,m,,u,,i,,t,,o,,s,,,,c,,a,,m,,i,,n,,h,,o,,s
“Eu sou uma centopeia
Minha mãe foi também
Minha avó foi, minha bisa foi
Minha filha… minha filha?
Não nunca se sabe, hoje em dia
Foi, não foi
Mas a minha história é linda
eu já vou contar depois…”
Walkyria Alves: Retirante, centopeias
Thelma Nascimento: Retirante, Cobra
Isabel Penoni: Retirante, Boi.
Isadora Medella: Retirante, Barata
Mouhamed Harfouch: Retirante, Narrador Formiga.
Roberto Wagner: Retirante, Macaco
Daniel Fernandes: Retirante.
Ronaldo Mota: Retirante, Cantador
Adaptação Ilo Krugli
Inspirado e Adaptado de A Zeropéia, de Herbert de Souza (Betinho).
Direção e Cenografia: Ilo Krugli
Supervisão de Remontagem: Cláudio Mendes
Musicas Originais: Ronaldo Mota, Beto Coimbra e Cristiano Mota
Direção Musical: Ronaldo Mota
Arranjos Vocais e Instrumentais: lan Guest
Figurinos: Biza Vianna
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Pedro Forjaz
(Página 4)
Fala Palhaço
“Venham, senhores, venham rir com o palhaço mais engraçado da face da Terra: Cada um e seu jabuti falante. Não percam, não percam a vaca malhada, que toma um susto e cai sentada.
E agora com vocês, a grande atração: Lambe-Fogo, mais que uma fogueira, mais que um incêndio, pior do que um vulcão, um verdadeiro fogaréu humano!”
E o que vocês não sabem é que vida de palhaço às vezes é fogo mesmo! “O circo está na lona!”. Aí temos que criar uma nova cambalhota e roubar a cena da tristeza.
Silvia Aderne
Beto Coimbra
Regina Linhares
Sérgio Fidalgo
Arnaldo Marques
Texto, Direção e Figurino: Grupo Hombu
Músicas Originais: Beto Coimbra, Caique Botkay,
Adereços: Luiz Saragiotto, Grupo Hombu
Execução de Cenários e Figurinos: Grupo Hombu, Tânia Dias, Isa Aderne, Ângela Freiberg
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho e Pedro Forjaz
(Página 5)
O Sertão é o Mundo
(leituras dramatizadas da obra de João Guimarães Rosa)
Visita ao universo poético de Rosa em 04 tempos:
As Crianças na obra de Rosa – olhar sobre o mundo da infância sertaneja em quatro movimentos: Miguilim – a descoberta de um novo olhar; A Menina de Lá – o olhar milagroso de Ninhinha; Guirigó – o olhar sobre a infância abandonada e As Margens da Alegria no olhar do Menino.
Veredas Femininas – livre voo poético sobre as musas de Grande sertão: veredas nas recordações do jagunço Riobaldo – Diadorim, o amor impossível; Nhorinhá, o amor sensual e Otacília, o amor esponsal.
O Julgamento de Zé Bebelo – o tribunal caboclo sertanejo; Deus no meio da travessia e o Diabo na ponta da faca; barbárie e civilização nos descaminhos do sertão.
O sertão é o mundo – síntese de alguns dos mais belos e importantes textos de Rosa extraídos de Sagarana, Corpo de Baile, Tutaméia e Grande sertão: veredas.
“Perto de muita água tudo é feliz!”
As Crianças: Claudio Mendes, Cristiano Mota, Ronaldo Mota e Thelma Nascimento
Veredas Femininas: Daniele Ramalho, Isadora Medella, Leticia Medella, Mariana Mac Niven, Thelma Nascimento e Walkyria Alves
O Sertão é o Mundo: Cláudio Mendes, Cristiano Mota, Daniel Fernandes, Pedro Rocha e Ronaldo Mota.
O Julgamento de Zé Bebelo: Augusto Madeira, Beto Coimbra, Carlos Bernardo, Claudio Mendes, Cristiano Mota, Edmilson Santini, Marianna Mac Niven e Ronaldo Mota
Coordenação: Cristiano Mota
Direção: Cláudio Mendes
Músicas: Ronaldo Mota e Cristiano Mota
(Página 6)
do Evento
Equipe de Coordenação do Projeto: Beto Coimbra, Mônica Behague, Ronaldo Mota e Thelma Nascimento
Coordenação Musical: Ronaldo Mota, Beto Coimbra e Cristiano Mota
Textos do Folder: Ronaldo Mota e Cristiano Mota
Assistente de Iluminação: Poliana Pinheiro
Montagem de Luz: Daniel Galvan
Auxiliar: Daniel Alves
Apoio Técnico de Som: Isadora Medella
Cenotécnico e Contrarregra: Álvaro de Souza
Direção de Produção: Mônica Behague
Coordenação de Cenário e Figurino: Thelma Nascimento
Apoio Cenário e Figurino: Isa Aderne, Daisy Aderne e Léa Aderne (Irmãs Sisters)
Produção Executiva: Daniele Ramalho e Thelma Nascimento
Assistente de Produção: Andreia Behague
Design: Ato Gráfico
Assessoria de Imprensa: Debs Produções
Agradecimentos
O Hombu, nesses trinta anos, agradece a muitos que de muitas maneiras ajudaram a criar espetáculos, projetos e apresentações, com seu trabalho, carinho, dedicação e amizade. Por isso a extensa lista não caberia aqui, mas ficará sempre em nossos corações.
Contatos
Tel.: 21. 2568.0085
Fax: 21.2284.7673
grupohombu@terra.com.br
http://grupohombu.blog.terra.com.br/
Patrocínio
(Logos) Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura, Lei de Incentivo à Cultura
Apoios Culturais
(Logos) Restaurante Beterraba, Pizzaria Carioca da Gema, Raajmahal, Caçarola de Barro, Pão do Bento, O Árabe da Gávea, Ótica Lunettrie e Studio Alfa
Realização
Instituto Cultural Hombu
Oi Futuro
(Páginas 7 e 8)
Dicionário dos Diferentes
Aderne: sobrenome da Silvia, primeira atriz do Grupo Hombu, que fugiu com o Cirque du Soleil.
Brando: calmo
Cosendo: costurando
Cimbídeo: nome de flor, que está no poema Declaração de Amor, misturada a uma porção de outros nomes de flor.
Decreto -lei feita por gente importantíssima, como reis e presidentes, que obriga quem não é rei ou amigo do rei, obedecer.
Estrelitzia: nome esquisito de uma flor que lembra uma estrela.
Furdunço – bagunça, confusão.
Facúndia – arte de falar bem, inventar e contar estórias.
General: apelido que Carlos Drummond recebeu na escola, porque ele era inteligente pra caramba.
Hombu: é o nome do nosso grupo. Quer dizer na língua dos índios Kraô “Venham nos ver, olhem pra nós”.
Itabira: cidade de Minas Gerais onde nasceu Drummond. Em tupi significa “pedra que brilha”.
José: nome do poema mais famoso do Drummond.
Linpinguapagempén: linguagem na língua do p.
Lavourando: trabalhando.
Manducação: mastigação.
Nova Friburgo: cidade onde Drummond estudou num colégio de lá e de onde foi expulso porque brigou com o professor de português.
Ou Isto ou Aquilo: poema de outro grande poeta, Cecília Meirelles, que o grupo Hombu transformou em peça de teatro.
Pantomima: contar estórias através de gestos.
Quadrilha: outro poema famoso de Drummond que fala de João, Teresa, Joaquim e Lili.
Rala-bucho – dança, brincadeira, onde as pessoas batem barriga com barriga. Conhecida também por umbigada.
Senha: chave para se descobrir alguma coisa escondida, misteriosa.
Trem – meio de transporte, mas que em Minas pode significar qualquer coisa. Exemplo: “me dá esse trem aí”; “eta trem bão!”, etc.
Umbu: nome de uma fruta do Norte e Nordeste. Não confundir com Hombu.
Verso/Vida: a coisa que Carlos Drummond mais gostava de fazer na vida era verso.
X: ???????????????????
Zeropéia : peça teatral inspirada em Herbert de Souza, o Betinho, que o Grupo Hombu já fez e vai remontar, mas isso é outra estória…..
(Página 9 – Foto da Equipe)
(Página 10)
“O ano é de 1977 e os militares estão no auge de sua ditadura. O país sangra de tortura e a nação sonha a liberdade.
A arte! A arte para nos fortalecer.
Para comunicar o anseio de mudanças.
O teatro é nossa fonte.
Cinco atores que se encontraram na companhia de Ilo Krugli – o teatro Ventoforte – sentem vontade de criar seu próprio grupo.
Daí nasceu Hombu, que no dialeto Kraó quer dizer: Venha nos ver. Hombu! Olhe para nós! Veja-nos.
O primeiro trabalho – A Gaiola de Avatsiú – começou modestamente na Aliança Francesa da Tijuca e em pouco tempo se transformou na peça infantil mais premiada do ano: Prêmio Molière, Prêmio Serviço Nacional de Teatro, Prêmio Mec – Troféu Mambembe. Um canto de liberdade que criou corpo em centenas de apresentações em favelas, presídios, praças públicas, ruas, teatros de norte a sul do Brasil até a consagração no World Festival of Theatre na Feira Mundial em New Orleans, no Rencontre Internationale Theatre Enfance Jeunesse em Lyon e na Festa Internazionale de teatro per Ragassi em Turin.
Quais as razões para tudo isso?
Inicialmente o desejo de fazer um teatro para crianças que procura enriquecê-las, não através do confronto entre posições perante a vida. Para nós do Hombu as crianças não são a nação do futuro, elas são cidadãs de hoje. Elas precisam de arte tanto quando seus pais. Como a criança vê o mundo de uma maneira especial, mudando e crescendo ao seu lado, ano após ano, ela também tem necessidades especiais.
Um artista que trabalha para crianças precisa compreender o que elas compreendem, ouvir o que elas ouvem, ver o que elas podem ver. Uma companhia profissional trabalhando para crianças tem que ser tão criativa, tão flexível e tão divertida como trabalhando para adultos”.
(Texto escrito por Tarcísio Ortiz em 1977, encontrado nos arquivos da casa da madrinha Silvia, e que, menino-hombu do lado de lá, recebe nosso amor e homenagem)