(INFORMAÇÕES DO CATÁLOGO)
(Capa)
O TEATRO DO SOBREVENTO – Catálogo
(Verso da Capa e Páginas 01)
So.bre.ven.to
s.m (Náut.) – Ímpeto repentino do vento, o qual transtorna a marcha da embarcação.
(Fig.) – Surpresa, acontecimento inesperado que transtorna a boa ordem das coisas.
(Do lat.: superventus = vinda inesperada.)
(Página 02 – Montagem de Fotos)
Grupo Sobrevento
Brasil
(Página 03)
História
Formado em novembro de 1986, o Grupo Sobrevento é um grupo profissional de Teatro que mantém um repertório de espetáculos e que se dedica à pesquisa, teórica e prática, da animação de bonecos, formas e objetos. Desde a sua fundação, o Grupo mantém um trabalho estável e ininterrupto e tem-se apresentado em mais de uma centena de cidades de treze estados brasileiros. O Sobrevento esteve, também, no Peru (1988); no Chile (1996 e 2002); na Espanha (1997,1999, 2000, 2001 e 2004); na Colômbia (1998 e 2002); na Escócia (2000); na Irlanda (2000) e na Argentina (2001), representando o Brasil em alguns dos mais importantes festivais internacionais de Artes, de Teatro e de Teatro de Bonecos.
Os espetáculos do Grupo são muito diferentes entre si, quer seja na temática, quer seja na forma, na técnica de animação empregada, no espaço a que se destina ou no público a que se dirige. O grupo tem recebido prêmios ou indicações para prêmios da importância do Mambembe (Funarte/Ministério da Cultura), do Coca-Cola, do Shell, do APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e do Maria Mazzetti (RioArte), sendo sempre posicionado pela crítica especializada ente os melhores de suas temporadas. Por duas vezes consecutivas, em 1994 e 1995, o Sobrevento recebeu do Ministério da Cultura o Prêmio Estímulo, pelo conjunto dos seus trabalhos e pela sua contribuição ao panorama das Artes e da Cultura do país.
Além das apresentações de seus espetáculos, o Sobrevento desenvolve diversas atividades no campo do Teatro de Bonecos de Animação, como a realização de cursos, oficinas, palestras e mesas-redondas, tanto no Brasil como no exterior. Realizou, também, duas mostras internacionais de Teatro de Animação no Rio de Janeiro – Rio Bonecos 92 e Mostra Maria Mazzetti 95, foi diretor artístico do 1º Festival Internacional de Teatro do Rio de Janeiro – Rio Cena Contemporânea, em 1996, e organizador da Mostra RioArte de Teatro de Animação – A Música e O Teatro de Bonecos, em 2001, e da Mostra RioArte de Bonecos – Grandes Mestres do Teatro de Bonecos Mundial no Rio. Além dos festivais que organizou, foi responsável pela vinda e pela circulação pelo país de diversas companhias estrangeiras de Teatro de Bonecos.
Ao longo da sua carreira, o Sobrevento criou onze espetáculos, sete dos quais permanecem em repertório. Dirigido, ainda hoje, por Luiz André Cherubini, Sandra Vargas e Miguel Vellinho, seus três fundadores, e tendo incorporado a seu núcleo artístico Anderson Gangla e Maurício Santana, O Grupo Sobrevento é reconhecido, nacional e internacionalmente, como um dos maiores especialistas brasileiros em Teatro de Animação e uma das principais Companhias estáveis de Teatro do Brasil.
(Página 04)
Há muitos anos, remexemos tudo aquilo que os bonecos têm feito por todas as épocas e em todos os cantos do mundo. Da longa tradição do Teatro de Bonecos, porém, não queremos mais do que o que fale do hoje à gente de hoje. E dos bonecos, só aquilo que é Teatro.
Há muitos anos, fazemos, mostramos, trazemos, estudamos, ensinamos, discutimos, vemos e falamos de um Teatro que é, mais do que de Bonecos, mais do que de Animação, um Teatro livre. Livre de quaisquer amarras. Que pode ser Dança, Artes Plásticas, Música. Que pode ser simplesmente um encontro. Que pode tudo o que quiser. Como toda Arte.
Em nossas montagens, fazemos questão de fugir da fórmula, do que nos é cômodo e conhecido. Tentamos fazer das dificuldades o nosso pão. E impomo-nos todos os riscos que nos ocorrem, explorando novos espaços mirando novos públicos, desenvolvendo novas técnicas, trabalhando novas temáticas experimentando novos materiais, fazendo com que cada espetáculo seja completamente diferente do anterior. E, nos eventos que organizamos, sempre apostamos no novo. Nos Festivais, trazemos ao Brasil espetáculos diferentes. Que o público, às vezes, mal pode reconhecer como Teatro de Bonecos, talvez com razão. Nos seminários, reunimos gente que se arrisca, que cria, que se movimenta.
Não precisamos de muito: fazemos o que gostamos de fazer e damo-nos tempo para preparar novos trabalhos. Não precisamos de peças novas a cada momento: nossos espetáculos se mantêm vivos por um longo tempo. E mudam. Como tudo o que vive. Confiamos no tempo e esperamos que ele seja bom para conosco. Se assim for, vamo-nos livrar de nossos vícios, de nossas falhas, vamo-nos estruturar cada vez mais, vamos aprender a ficar mais fortes, mais unidos, mais capazes. Se assim não for, vai ter valido o estudo, o treino, o ensaio, o processo, o caminho.
Estamos certos de que nossa teimosia tem ajudado, dentro de nossos limites, a devolver um pouco de dignidade ao Teatro de Bonecos. O nosso sonho é que, junto à obstinação e ao esforço daqueles que comungam da mesma paixão, possamos provar que o Teatro e o Teatro de Animação são muito maiores, mais ricos e mais diversos do que nós mesmos somos capazes de imaginar.
(Página 05 – Montagem de Fotos)
Ato Sem Palavras – 1987
Sagruchiam Badrek –1987
Um Conto de Hoffmann – 1988
Mozart Moments – 1991
Beckett, 1992
O Theatro de Brinquedo – 1993
Ubu! – 1996
O Anjo e a Princesa – 1998
Cadê o Meu Herói? – 1998
Brasil pra Brasileiro Ver – 1999
Submundo – 2002/2003
(Página 06)
Nosso Teatro de Bonecos pode ter Cenário, Figurino, Iluminação. Ou não.
Pode ter Técnicos e Direção. Ou não.
Como o Teatro de Atores.
Ao contrário do Teatro de Atores, porém, pode não ter Atores.
E, ao contrário do Teatro de Bonecos, pode não ter Bonecos. Ou não.
(Página 07)
Cidades e Países por onde passou
Alcalá de Henares, Espanha; Alcalá la Real, Espanha; Alicante, Espanha; Almagro, Espanha; Andes, Colômbia, Angra dos Reis, RJ; Aquiraz, CE; Aranjuez, Espanha; Araraquara, SP; Arcoverde, PE; Arjonilla, Espanha; Armação dos Búzios, RJ; Atibaia, SP; Barañain, Espanha; Bauru, SP; Belo Horizonte, MG; Bertioga, SP; Bilbao, Espanha; Bogotá, Colômbia; Bonito, MS; Buenos Aires, Argentina; Burgos, Espanha; Cádiz, Espanha; Caieiras, SP; Cajuru, SP; Caldas, Colômbia; Cáli, Colômbia; Campinas, SP; Campo Grande, MS; Canela, RS; Caraguatatuba, SP; Caruaru, PE; Catanduva, SP; Cazorla, Espanha; Córdoba, Argentina; Curitiba, PR; Diadema, SP; Dublin, Irlanda; Duque de Caxias, RJ; Eibar, Espanha; Elgoibar, Espanha; Fortaleza, CE; Garanhuns, PE; Gavà, Espanha; Gijón, Espanha; Glasgow, Escócia; Guarne, Colômbia; Guarujá, SP; Guarulhos, SP; Irún, Espanha; Jaraguá do Sul, SC; Juazeiro do Norte, CE; La Plata, Argentina; León, Espanha; Lleida, Espanha; Maceió, AL; Madrid, Espanha; Málaga, Espanha; Mar del Plata, Argentina; Mariana, SP; Medellín, Colômbia; Miranda de Ebro, Espanha; Noalejo, Espanha; Nova Friburgo, RJ; Nova Iguaçu, RJ; Olinda, PE; Ouro Preto, MG; Valencia, Espanha; Palmas, TO; Pamplona, Espanha; Paty do Alferes, RJ; Petrolina, PE; Petrópolis, RJ; Piracicaba, SP; Porto Alegre, RS; Pozuelo de Alarcón, Espanha; Presidente Prudente, SP; Recife, PE; Ribeirão Preto, SP; Rio Branco, AC; Salvador, BA; Santa Isabel, SP; Santiago, Chile; Santo André, SP; Santos, SP; São Bernardo do Campo, SP; São Caetano do Sul, SP; São Carlos, SP; São João del Rei, MG; São José do Rio Preto, SP; São José dos Campos, SP; São Paulo, SP; São Sebastião, SP; Segovia, Espanha; Sevilla, Espanha; Sobral, CE; Suzano, SP; Taubaté, SP; Tolosa, Espanha; Valladolid, Espanha; Venecia, Colômbia; Zamora, Espanha.
102 cidades – 7 países
(Página 08)
Festivais
1987
14ºFestival da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos e 10ºFestival Rio de Teatro de Animação: Bonecos Brasil 87, Nova Friburgo, RJ
1989
15º Festival Internacional da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos: Bonecos Brasil 89, Nova Friburgo, RJ
1990
1º Festival Internacional de Teatro de Campinas, Campinas, SP
1º Encontro Nacional de Teatro de Animação Vinculado à Universidade, Santos, SP
3º Festival Internacional de Teatro de Bonecos, Canela, RS
1991
1º Encontro Brasileiro de Teatro de Grupo, Ribeirão Preto, SP
1992
1º Encontro Latino Americano de Educação Através da Arte, Rio de Janeiro, RJ
16º Festival Internacional da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos e 5º
Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Canela, Bonecos Brasil 92, Canela, RS
Rio Bonecos 92, Mostra Internacional de Teatro de Animação, Rio de Janeiro, RJ
1ª Mostra Maria Mazzetti de Teatro de Bonecos, RioArte, Rio de Janeiro, RJ
1993
2º Encontro Brasileiro de Teatro de Grupo, Ribeirão Preto, SP
Festival Karen Blixen, Rio de Janeiro, RJ
6º Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Canela, Canela, RS
1994
Mostra Internacional de Teatro de Animação do SESC Pompéia, São Paulo, SP
3º Festival de Teatro de Curitiba, Curitiba, PR
1º Porto Alegre em Cena, Porto Alegre, RS
Nós&Os Bonecos, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ
1996
3º Festival Teatro a Mil, Santiago, Chile
28ºFestival de Inverno da UFMG, Ouro Preto, MG
1997
10º Inverno Cultural de São João Del Rei, São João Del Rei, MG
14º Festival de Títeres de Cádiz, Cádiz, Espanha
16ºFestival Internacional de Títeres de Bilbao , Bilbao, Espanha
Gijón em el País de Los Titeres, Gijón, Espanha
1998
7º Festival Internacional de Títeres La Fanfarria, Medelin, Colômbia
7º Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, Curitiba, PR
8º Festival Nacional de Teatro São José do Rio Preto, São José do Rio Preto SP
Mostra Samarco de Teatro, Mariana, MG
1ª Mostra SESC de Teatro de Animação, São Carlos, SP
1ª Mostra Brasileira de Teatro de Grupo, São Paulo, SP
1999
17º Festival Internacional de Marionetes, Tolosa, Espanha
2º Festival Internacional de Marionete, Pamplona, Espanha
12º Festival Internacional de Títeres de Alicante, Espanha
1º Encontro Internacional de Teatro de Bonecos, Olinda/Recife, Pernambuco
8º Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, Curitiba, PR
2000
1º Festival Internacional Telemig Celular de Teatro de Bonecos, Belo Horizonte, MG
9º Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, Curitiba, PR
Dublin Fringe Festival, Dublin, Irlanda
Beckett Time Festival, Glasgow, Escócia
11º Mostra Latino Americana da la Universidad de Léon, Léon, Espanha
Festival de Otoño de Madrid, Madrid, Espanha
4º Festival Internacional de Teatro, Cazorla, Espanha
Festival Internacional de Teatro Contemporâneo de Valladolid, Valladolid, Espanha
(Página 09)
2001
17º Fira de Teatre de Titelles de Lleida, Lleida, Espanha
Titereal 2001, Alcalá La Real y Noalejo, Espanha
11º Festival Internacional de Titelles de Gavá, Gavá, Espanha
7º Festival de Títeres Y Marionetas de Barañain, Barañain, Espanha
Titirimundi 2001, Segóvia, Espanha
Festival Internacional de Títeres y Marionetas de Zamora, Zamora, Espanha
21º Feria Internacional del Títere de Sevilla, Sevilla, Espanha
2º Festival de Inverno de Bonito, Bonito, MS
7º Festival Internacional de Títeres y Animación Escénica, Mar del Plata, Argentina
5º Festival de Inverno Olmos 2001 de Títeres y Teatro de Figura, Córdoba, Argentina
5º Festival Internacional de Títeres y Teatro de Figura, La Plata, Argentina
1º Festival de Formas Animadas, Jaraguá do Sul, SC
4º Programa Iberoamericano de Teatro, Teatro Cervantes, Buenos Aires, Argentina
10º Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, Curitiba, PR
1ª Mostra de Teatro Infantil, São Bernardo do Campo, SP
Mostra de Teatro Infantil de Santo André, Santo André, SP
2002
9º Festival de Teatro a Mil, Santiago, Chile
Festival de Inverno de Garanhuns, Garanhuns, PE
Encuentro Internacional de Títeres de Bogotá, Bogotá, Colômbia
11º Festival Internacional La Fanfarria, Medellin, Colômbia
Encuentro Internacional de Títeres da la Universidad Nacional de Colômbia, Bogotá, Colômbia
2ª Muestra Internacional de Títeres, Cáli, Colômbia
3º Festival Rio Cena Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ
2003
1º Encontro: Pensando o Centro de Referência do Teatro para a Infância e a Juventude, São Paulo, SP
Mostra Bonecos Aqui!, São Paulo, SP
3º Festival de Teatro de Fortaleza, Fortaleza. CE
Latinidades, Mostra SESC de Artes, São Paulo, SP
Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, SP
2004
Teatralia 2004: 8º Festival de Artes Escênicas para Niños y Adolescentes, Madrid, Alcalá de Henares, Pozuelo de Alarcón, Aranjuez, Espanha
3º Encontrarte, Encontro de Artes Cênicas da Baixada Fluminense, Nova Iguaçu, RJ
Registram-se, aqui, somente os Eventos de que o Sobrevento participou com a apresentação de espetáculos, e não como conferencista, debatedor, jurado, curador, diretor artístico, consultor ou observador.
(Página 10)
Temporadas
1989
Um Conto de Hoffmann, Teatro da Aliança Francesa de Botafogo, Rio de Janeiro, RJ
1990
Um Conto de Hoffmann, Sala Paulo Emílio Salles Gomes do Centro Cultural São Paulo, São Paulo, SP
1991
Mozart Moments, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ
Mozart Moments, Jardins do Museu da República, Rio de Janeiro, RJ
1992
Beckett, Teatro da Aliança Francesa de Botafogo, Rio de Janeiro, RJ
1993
Beckett, Sala Paulo Emílio Salles Gomes do Centro Cultural São Paulo, São Paulo, SP
Mozart Moments, Foyer do Centro Cultural São Paulo, São Paulo, SP
O Theatro de Brinquedo, Sala Miriam Muniz do Teatro Ruth Escobar, São Paulo, SP
1994
Mozart Moments, Jardins do Museu da Casa Brasileira, São Paulo, SP.
Beckett, Teatro Glauce Rocha, Rio de Janeiro, RJ
1995
Mozart Moments, Sala dos Archeiros do Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ
Mozart Moments, Casa da Gávea, Rio de Janeiro, RJ
O Theatro de Brinquedo, Sala das Archeiros do Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ
1996
O Theatro de Brinquedo, Museu do Telephone, Rio de Janeiro, RJ
Ubu!, Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro, RJ
1997
Ubu!, Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro, RJ
Ubu!, Teatro Anchieta do SESC Consolação, São Paulo, SP
1998
Cadê o Meu Herói?, Sala Paulo Emílio Salles Gomes do Centro Cultural São Paulo, SP
1999
Cadê o Meu Herói?, Sala Paulo Emílio Salles Gomes do Centro Cultural São Paulo, SP
O Anjo e a Princesa, SESC Ipiranga, São Paulo, SP
Cadê o Meu Herói?, Teatro do Sesc Ipiranga, São Paulo, SP
Cadê o Meu Herói? E O Anjo e a Princesa, Teatro Cacilda Becker, Rio de Janeiro, RJ
Cadê o Meu Herói?, Teatro Gláucio Gill, Rio de Janeiro, RJ
Brasil pra Brasileiro Ver, SESC Belenzinho, São Paulo, SP
2000
O Anjo e a Princesa, Teatro UniverCidade, Rio de Janeiro, RJ
2003
Submundo, Teatro do Jockey, Rio de Janeiro, RJ
Submundo, Sala Jardel Filho do Centro Cultural São Paulo, São Paulo, SP
2004
Cadê o Meu Herói?,CEU Perus, São Paulo, SP
Cadê o Meu Herói?, CEU Meninos, São Paulo, SP
Cadê o Meu Herói?, CEU Inácio Monteiro, São Paulo, SP
Submundo, Teatro Arthur Azevedo, São Paulo, SP
Registram-se, aqui, somente as temporadas regulares, com duração maior que um mês.
(Página 11)
Formação e Difusão do Teatro de Animação
Buscando difundir uma imagem mais digna do Teatro de Animação, o Sobrevento promove palestras, mesas-redondas e oficinas de curta e longa duração destinadas a professores, crianças, jovens ou profissionais de Teatro. Nas oficinas, o Sobrevento parte da ideia que a utilização do boneco como recurso expressivo desenvolve-se a partir de alguns princípios básicos que, considerados, podem dar origem a resultados novos e inusitados. Estes, por sua vez, podem, no mínimo, fazer ver que o Teatro de Animação é algo bem diferente da ideia preconceituosa de não passar de um Teatro mal feito para crianças.
O Sobrevento tem realizado oficinas em muitas cidades brasileiras e estrangeiras. Em São Paulo, em 1994, na Oficina Cultural Amácio Mazzaropi, promoveu uma oficina de três meses de duração, que, com aulas de Manipulação e Interpretação, de Confecção e História e de Direção e Dramaturgia, terminou por formar muitos profissionais hoje atuantes no Teatro de Bonecos.
Em janeiro de 1995, promoveu na Universidade Católica Blas Cañas, em Santiago do Chile, duas Oficinas de Teatro de Animação, com um mês de duração, destinadas a professores e a artistas, oficinas estas que tiveram o reconhecimento oficial do Ministério de Educação do Chile. Membros do Sobrevento foram professores dos cursos de Graduação da UNIRIO, Universidade do Rio de Janeiro; UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro e USP, Universidade e São Paulo, nas cadeiras Teatro de Animação, Adereçaria, História do Teatro e História do Teatro Brasileiro.
No campo da formação e da difusão, Fantoches nas Praças foi um dos projetos mais ambiciosos desenvolvidos pelo Sobrevento. Realizado entre 2003 e 2004, com o apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, o projeto do Sobrevento formou seis novos grupos de Teatro de Bonecos, com jovens da Zona Leste de São Paulo, em uma oficina de cinco meses de duração, com mais de 300 horas-aula, que abordava especificamente o Teatro de Fantoches. Da oficina, resultaram seis espetáculos que originaram um mini festival itinerante, apresentado simultaneamente em seis praças e parques da Zona Leste, durante seis semanas, que visava recuperar o Teatro de Bonecos de rua, ao mesmo tempo em que levava Lazer e Cultura a alguns dos bairros mais desatendidos da capital paulista.
(Página 12)
Técnicas de Animação Empregadas pelo Sobrevento
Manipulação Direta
De Luva Ocidental
De Luva Chinesa
De Vestir em Máscaras
De Vestir em Supermarionetes
De Vara em Bonecos Gigantes
Mecânica em Bonecos
Mecânica em Teatros de Brinquedo
Mecânica em Figuras
Animação não Convencional
(Página 13 – Montagem de Fotos)
Espetáculos
(Página 14 – Fotos de Cena)
(Página 15)
Os Primeiros Espetáculos – 1987
Ato Sem Palavras
Luiz André Cherubini, Sandra Vargas e Miguel Vellinho cursavam Artes Cênicas na Universidade do Rio de Janeiro, UNIRIO, e eram atores de um mesmo espetáculo. Decidiram montar um grupo, tendo como primeiro trabalho uma encenação de Ato Sem Palavras I, peça do dramaturgo irlandês Samuel Beckett, com um boneco no lugar do ator. Nasce daí o primeiro espetáculo do Sobrevento: Ato Sem Palavras.
A técnica de animação escolhida, a manipulação direta – onde um boneco é movido simultaneamente por três manipuladores, sem fios nem varas -, custou muito trabalho ao Grupo, tanto na pesquisa do Teatro de Bonecos japonês Bunraku quanto no grande número de ensaios realizados. Convidado pela Associação Brasileira de Teatro de Bonecos a participar de um Festival Internacional de Teatro de animação que se realizaria na cidade de Nova Friburgo, o Sobrevento, nome escolhido ao acaso em um dicionário, surpreendeu-se com a riqueza e com a diversidade do Teatro de Bonecos, bem como com o êxito das apresentações que fez. Convencido de que o Teatro de Bonecos não era uma limitação, mas uma ampliação de possibilidades de encenação, o Sobrevento pôs-se a aperfeiçoar sua montagem, particularmente tornando a movimentação e os ritmos mais precisos e detalhados, e a estudar o Teatro de Bonecos. Ato Sem Palavras, dirigida ao público adulto, buscava provocar um efeito curioso no espectador: o riso e o posterior arrependimento, quando a ação passava a ser percebida além de sua superficialidade.
(Página 16 – Fotos de Cena)
(Página 17)
Os Primeiros Espetáculos – 1987
Sagruchiam Badrek
O uso de máscaras, a movimentação de um boneco-gigante por quatro pessoas e a construção de figuras a partir de um Tangram gigante, um quebra-cabeças japonês, eram as formas de animação empregadas no espetáculo de rua Sagruchiam Badrek, um nome inventado. Os atores, mascarados ou maquiados, valiam-se de línguas inventadas e compunham uma narrativa a partir de suas ações e mudanças de ritmo. Com elementos circenses, sobretudo acrobáticos, dança e música ao vivo, o espetáculo destinava-se a todo o público e tinha lugar em praças, inspirado tanto nos recursos quanto nos processos de encenação dos espetáculos de rua que grupos teatrais italianos traziam, então, ao Brasil, conduzidos pelo diretor italiano Eugenio Barba. Uma oficina de seis semanas com o diretor francês Philippe Genty, na cidade de Trujillo, no Peru, para a qual três integrantes do Sobrevento foram selecionados, entre cerca de 25 jovens sul americanos, também influenciou fortemente a montagem. O espetáculo marcou a profissionalização do Grupo, ao ter apresentações contratadas pela Prefeitura do Rio.
(Página 18 – Fotos de Cena)
(Página 19)
Os Primeiros Espetáculos – 1988
Um Conto de Hoffmann
Para encenar este espetáculo, o Sobrevento debruça-se sobre o estudo dos Teatros de Brinquedo, ou Teatros de Papel, um divertimento caseiro, popular na Europa do século XIX, que consistia na encenação de peças curtas em uma maquete de Teatro, tendo figuras bidimensionais de papel como personagens. Ampliando o Teatro de Brinquedo para a escala humana, combinou-se a mecânica do teatrinho com o trabalho dos quatro únicos atores de carne e osso da montagem, originando um espetáculo com muitos personagens, inclusive um coro, em um cenário todo de papel, mesmo material do qual eram feito todos os objetos de cena e os figurinos dos atores.
No espetáculo Um Conto de Hoffmann, o Sobrevento procurou estabelecer uma relação entre o ator e o objeto animado, a partir da encenação do primeiro ato do libreto da ópera Os Contos de Hoffmann, de Offenbach, que conta história de um poeta, na peça, também um apresentador de Teatro de Brinquedo, que sofre uma grande desilusão amorosa ao perceber que se apaixonara perdidamente por uma boneca mecânica. Foi com este espetáculo, destinado ao público infanto-juvenil, que o Grupo teve sua primeira temporada profissional em um Teatro e que recebeu seu primeiro reconhecimento público, através de boas críticas e quatro indicações para os dois Prêmios mais importantes destinados ao Teatro infantil carioca de então: o Mambembe, do Ministério da Cultura, e o Coca-Cola.
Um Conto de Hoffman também levou o Grupo à sua primeira viagem, sendo o primeiro espetáculo teatral a apresenta-se no Teatro Aracy Balabanian, em Campo Grande, MS, em 1990. No mesmo ano, deu a primeira oportunidade ao Sobrevento de fazer uma temporada fora do Rio de Janeiro, na cidade de São Paulo.
(Página 20 – Fotos de Cena)
(Página 21)
Espetáculo em Repertório – 1991
Mozart Moments
Concebido como quadros independentes a serem apresentados ao longo de todo o dia, diariamente, no foyer do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, Mozart Moments integrou, em sua estreia, uma grande exposição comemorativa dos 200 anos da morte de Mozart. O espetáculo retoma a pesquisa da técnica da manipulação direta, desenvolvida pelo Sobrevento. Aqui, uma carroça serve de balcão ambulante e sobre ela são manipulados, a quatro mãos, pequenos bonecos que contam passagens da vida do compositor austríaco.
Confeccionados com grande apuro, em fibra de vidro, espuma e madeira, os bonecos mostram delicadeza e graça. Em Mozart Moments, tem lugar também a primeira experiência do Grupo com fantoches, os bonecos mais familiares ao público brasileiro. A inovação da montagem ficou por conta dos manipuladores que, vestidos com roupas de época brancas, contracenavam com os seus próprios bonecos, transformando-se em personagens secundários das histórias. O espetáculo também chamou a atenção por tratar da vida e, mais ainda, da morte de um compositor erudito, destinando-se a crianças. Acreditando que o espetáculo teria uma carreira curta, por nascer em função da comemoração de uma data histórica e por ter sido criado para um espaço não tradicional, o Sobrevento surpreendeu-se ao ser convidado a apresentar o espetáculo em escolas e ao ter um grande êxito com uma temporada nos jardins do Museu da República, no Rio de Janeiro, quando reuniu todos os quadros em um espetáculo único.
Mesmo encerrado o ano comemorativo, o Sobrevento continuou, como continua até hoje, a apresentar Mozart Moments, dando ao espetáculo uma posição quase sem par entre os espetáculos teatrais brasileiros, pelo número de apresentações, pelo tempo de carreira e pela quantidade de espaços e cidades em que se apresentou.
(Página 22 – Fotos de Cena)
Espetáculo em Repertório – 1992
(Página 23)
Beckett
Já bem conhecido no Rio de Janeiro como um grupo de Teatro de Bonecos, o Sobrevento ainda era associado exclusivamente ao Teatro Infantil. A ideia de remontar Ato Sem Palavras I , ao lado de duas outras peças de Samuel Beckett, Ato Sem Palavras II e Improviso de Ohio, tendo bonecos no lugar de atores foi vista com muita desconfiança, tanto entre o público quanto entre a crítica, antes que a seriedade da proposta e a qualidade da encenação terminassem por afirmar-se e levassem o espetáculo aos palcos de alguns dos Festivais de Teatro mais importantes de seis países. Beckett leva a técnica da manipulação direta a um alto grau de apuro, intensificando a força das ações descritas pelo autor em seu texto. Vestindo roupas de frio, casacos e chapéus, seguindo indicações do próprio autor, os manipuladores nem se ocultam, nem se destacam, em um cenário que representa um velho quarto. Na única janela, são representadas as peças, que, por se passarem em um mesmo cenário, terminam por ganhar unidade, transformando Beckett em uma espécie de peça em três atos. Esta foi a primeira das muitas vezes em que o Sobrevento se valeu de música ao vivo, criada especialmente para o espetáculo. Em Beckett, um violinista executa todas as músicas, ruídos e efeitos sonoros que a montagem requer. A peça Improviso de Ohio teve, em Beckett, a sua estreia nacional.
(Página 24 – Fotos de Cena)
Espetáculo em Repertório – 1993
(Página 25)
O Theatro de Brinquedo
Retomando a pesquisa dos Teatros de Brinquedo, a montagem resgata a técnica na qual teatros em miniatura, com decorações, cenário e personagens recortados e pintados em papel, serviam de palco para peças curtas. A técnica substitui a mobilidade dos bonecos pela troca de figuras: assim, uma cena em que um rapaz deveria beijar uma moça é simplesmente ilustrada pela troca rápida das duas figuras por uma única figura do casal beijando-se. Para conferir agilidade às trocas de bonecos, o Grupo criou um mecanismo original que permite uma troca de figuras rápida e discreta.
Tentado, no princípio, a explorar os recursos mecânicos do teatrinho, o Sobrevento terminou optando por recriar a ingenuidade e a graça dos antigos saraus, onde crianças e adultos divertiam-se, lado a lado, com representações caseiras de Teatro de Brinquedo. Na montagem, o Grupo é capaz de envolver espectador em um encontro delicado, informal, divertido, que arranca o público da postura distante que ele costuma assumir em um Teatro. O Theatro de Brinquedo apresenta um texto livremente inspirado na peça A Verdade Vingada, da dinamarquesa Karen Blixen. A história se passa no Brasil do século XIX, em uma fazenda do interior, situada a meio caminho de Ouro Preto ao Rio de Janeiro, cujo dono tem o péssimo hábito de matar os viajantes que lhe pedem pousada, para ficar com as suas posses. A peça conta com o acompanhamento, ao vivo, de flauta e violão, com músicas brasileiras da época – modinhas, lundus e composições de Carlos Gomes.
Apesar de ter apenas cinquenta minutos, a montagem conta com um prólogo, dois atos e um entreato, e apresenta mudanças de cenário, de figurinos, além de diversas músicas e efeitos sonoros: tudo o que um grande espetáculo tem que ter e sempre teve nos Teatrinhos de Brinquedo. O Theatro de Brinquedo foi o primeiro espetáculo do Sobrevento a estrear na cidade de São Paulo.
(Página 25 – Fotos de Cena)
1996
(Página 26)
Ubu!
Esta encenação do Sobrevento nasce do apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, interessada em comemorar os cem anos da estreia de Ubu Rei, de Alfred Jarry, uma peça teatral marcante na história do Teatro e escrita, originalmente, para bonecos. Em Ubu!, O Grupo explora o conceito de super marionete, formulado por Edward Gordon-Craig. Na montagem do Sobrevento, que tem cenário de Hélio Eichbauer, os atores vestem figurinos que deformam os seus corpos, transformando-se em uma espécie de marionetes gigantes. Estas roupas, um conjunto de grandes bolsas, terminam por desumanizar os atores, tornando-os alegorias, em lugar de indivíduos. Acompanhadas ao vivo por uma banda de heavy-metal, estas super marionetes – também por seu tamanho – dão à montagem um ar bruto e grotesco. UBU! resultou em um espetáculo divertido, ousado, irônico, vigoroso e, sobretudo, jovem.
A peça, uma espécie de paródia de Macbeth, de Shakespeare, conta a história de Pai Ubu, que toma o reino da Polônia à traição e passa a governar de forma estúpida e violenta. A montagem mostrou a versatilidade do Sobrevento, que vinha de montagens delicadas e clássicas.
(Página 27 – Fotos de Cena)
Espetáculo em Repertório – 1998
(Página 28)
O Anjo e a Princesa
O Anjo e a Princesa procura estabelecer uma relação entre a narração de histórias e o Teatro, transportando uma atividade que tem lugar em espaços informais para o espaço formal de um palco italiano, o que pressupõe considerar a utilização de cenário, figurino, luz, som, objetos cênicos e, principalmente, a6 distância e a relação frontal com a plateia. Em O Anjo e a Princesa, os bonecos são muito simples, verdadeiros brinquedos, o que termina por aproximar as crianças menores, público-alvo do espetáculo. Nem sempre a precisão, a técnica apurada e o virtuosismo são os melhores meios de comunicar uma certa ideia.
Os bonecos mecânicos e a estética do espetáculo inspiram-se na obra de Alexander Calder, o criador dos móbiles, as esculturas móveis que enfeitam os quartos das crianças. Livremente inspirada no conto Irredenção, do escritor chileno Baldomero Lillo, a peça, escrita por Sandra Vargas, narra a primeira experiência de um anjo da guarda e trata de sua difícil relação com uma princesa, a quem lhe cabe proteger. Sozinha em cena, a atriz vive o papel do anjo da guarda, que se mostra, na peça, como um simples observador, deixando o cargo da própria vida, de seu curso natural, os milagres que deveria fazer. É a mesma atriz quem manipula nove bonecos e três esculturas. O Anjo e a Princesa valeu a Sandra Vargas o Prêmio APCA (da Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Atriz de 1999.
(Página 29 – Fotos de Cena)
Espetáculo em Repertório – 1998
(Página 30)
Cadê o Meu Herói?
Fruto da curiosidade do Sobrevento em relação a uma técnica de fantoches diferente da que se costuma ver, Cadê o Meu Herói? é a primeira montagem brasileira a se valer da técnica chinesa de fantoche. Para conhecê-la a fundo, o Grupo teve que trazer ao Brasil o bonequeiro chinês Yang Feng, o representante mais renomado desta forma teatral, quinta geração de uma família que se dedicou inteiramente ao Teatro de Bonecos. É a estrutura particular dos fantoches chineses – o corpo do boneco não é mais que um saco quadrado de pano – que permite movimentos bem diferentes dos costumeiros: eles são capazes de se mover de forma muito realista e, por terem pernas, são capazes de andar, correr e até mesmo chutar. Com a técnica chinesa conferindo movimentos incomuns e precisos a bonecos esculpidos em madeira, Cadê o Meu Herói? resultou em um raro espetáculo de ação, uma super produção em miniatura, ambientada em uma grande castelo, com direito a tiros, telefone celular, laser, helicópteros e explosões. Bem longe da ingenuidade, da simplicidade e da ternura que costumamos ver nos Teatros de Fantoches, a encenação da peça do dramaturgo argentino Horacio Tignanelli faz uma sátira aos heróis e às soluções fáceis das historinhas infantis, dirigindo-se especialmente a um público de pré-adolescentes que acham que Teatro de Bonecos é coisa de criança.
(Página 31 – Fotos de Cena)
Espetáculo em Repertório – 1999
(Página 32)
Brasil pra Brasileiro Ver
Em Brasil pra Brasileiro Ver, o Sobrevento procura estabelecer relações entre a contação de causos e o Teatro de Bonecos, inspirado em Macunaíma, de Mário de Andrade. Terminou por cruzar o improviso e a irreverência dos mamulengueiros, bonequeiros populares pernambucanos, com a narração ilustrada dos trujamanes, bonequeiros ambulantes da Europa do século XVI, retratada no episódio do Retábulo de Maese Pedro, no Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. O resultado foi uma forma curiosa de Teatro que narra acontecimentos históricos como o Descobrimento do Brasil, a Vida de Jesus e o Dia em que Roberto Carlos Chegou na Lua, da forma mais inesperada. O atrito constante entre narrador e bonequeiro, encarregado de ilustrar os acontecimentos, rompe a expectativa do público, provocando humor e surpresas. Os bonecos de Brasil pra Brasileiro Ver foram confeccionados em madeira de mulungu pelo Mestre Saúba, mamulengueiro de renome, e são manipulados de forma rústica. Como é característico do Mamulengo, muitas vezes a fala, mais do que os movimentos, é que sustenta a ação . O espetáculo é acompanhado, ao vivo, por três multi-instrumentistas que revezam, tocando flauta, cavaquinho, violão, sanfona e diferentes instrumentos de percussão. O espetáculo constrói um clima de festa e de brincadeira, com um humor franco e direto.
(Página 33 – Fotos de Cena)
Espetáculo em Repertório – 2002/2003
(Página 34)
Submundo
O Terceiro Mundo que se encontra nas favelas do Rio de Janeiro e São Paulo, no sertão nordestino, na Galileia do século I ou na Irlanda do século XVIII é o mote de Submundo. Com uma trama não linear, o espetáculo procura despertar na plateia uma reflexão sobre a sua própria condição e a percepção de que a esperança e a resistência que nascem da miséria, da pobreza e da exploração de uns povos sobre outros estão espalhados por todas épocas e lugares. Formado por treze quadros, Submundo propõe que o espectador componha uma espécie de colcha de retalhos, de painel, a partir de diferentes aspectos de um terceiro mundo que se vê cada vez mais isolado e com perspectivas cada vez mais reduzidas. Submundo revela um Teatro de Animação moderno, valendo-se de técnicas inovadoras e utilizando desde uma folha de jornal para criar bonecos até lenços que se transformam em personagens. Com cinco atores em cena e cinco músicos tocando ao vivo, o Sobrevento une Teatro, Dança, Artes Plásticas, Música, Literatura e História em um espetáculo surpreendente. A ação se passa sobre uma estrutura de ferro, gradeada, a oitenta centímetros do chão. Sua preparação, porém, tem lugar ao nível do chão, coberto de areia, marcando a ideia de um mundo subjacente a um outro. O cenário é de André Cortez e Daniela Thomas. O figurino, de Márcio Medina, mostra a crueza e a decrepitude das personagens através de um tratamento especial dado às roupas. Composta especialmente para o espetáculo por Henrique Annes, a música de Submundo mescla o popular e o erudito e reúne violoncelo, bandolim, violão, percussão e viola caipira, dentro da tradição armorial pernambucana, da qual Annes é um dos fundadores.
(Página 37 e 38)
Comentários da Crítica
A técnica do Grupo é tamanha que as marionetes chegam a respirar. Cada movimento é perfeito, delicado e exato, como poucas vezes se vê em marionetes.
Luciana Sandroni, O Globo
O espetáculo do Sobrevento é de altíssimo nível. Os bonecos, extremamente expressivos, são manipulados com tal perícia que muitas vezes temos a sensação de que foram brindados com uma súbita humanidade.
Lionel Fischer, Tribuna da Imprensa
O Sobrevento demonstra um claro sentido de maestria avançada, o que pressupõe não só bonecos muito especiais, como também um tipo de artista capaz de manipulá-los com total habilidade e, além disso, de atuar dando vida a todos os personagens com alto nível profissional e convincentemente.
Yolanda Montesinos, La Tercera, Chile
Os bonecos salvaram o meu Festival. Acreditem-me, era a última coisa que eu teria esperado….Houve muita variedade este ano, houve grandes nomes, houve maravilhosas casa cheias, mas se não fosse pelo Grupo Sobrevento e pelo Théâtre Granit, teria havido uma sensação de pouco envolvimento emocional, prazer e inspiração que são preciosos.
Susan Conley, WOW!, What’s on Where, Irlanda
Desde a sua estreia aqui em 1996 com o notável Mozart Moments, o grupo brasileiro Sobrevento mostra enormes avanços técnicos e estéticos. Está hoje na maturidade da sua particular linguagem, que funde bonecos e atores num todo expressivo e orgânico.
Pedro Labra Herrera, El Mercurio, Chile
O Grupo Sobrevento se especializou no teatro de bonecos e de manipulação de objetos, conseguindo uma notável sofisticação nesse ramo.
Patrícia Espinosa, Âmbito Financiero, Argentina
Sobrevento brilha em monólogo para Calder: sozinha no palco, Sandra Vargas, também autora do texto , compõe uma atraente sinfonia cênica de delicadeza, própria para agradar a pais e filhos. Além da competência técnica de bonequeira, manipulando móbiles, bonecos e outros objetos com uma presteza de mestre, Sandra desdobra-se em mil e um outros talentos no palco, marcando sua interpretação como uma das melhores já vistas nos últimos tempos no teatro infantil.
Dib Carneiro Neto, O Estado de S.Paulo
Luiz André Cherubini dirige um espetáculo marcado nos mínimos detalhes, como se a história seguisse um compasso musical, com pausa e ação em perfeita sincronia. E como o Sobrevento é teatro de bonecos, não está só em cena o virtuosismo da contadora, mas a presença marcante da manipuladora, muito íntima com seus títeres.
Lúcia Cerrone, Jornal do Brasil
Beckett é um espetáculo feliz pelo acerto da obra, pela qualidade dos atores-manipuladores, pela seriedade despretensiosa com que os originais foram tratados. A montagem envolve a plateia e comunica-se plenamente. Passa ao público as ideias soturnas do dramaturgo e brinca delicadamente com elas. Nesta temporada de muitos risos e poucas ambições, é um modelo de bom teatro, certeiro e eficiente.
Alberto Gúzik, Jornal da Tarde
Pelo rigor e precisão, Beckett é um espetáculo da mais alta qualidade. Pena que não se possa pedir bis, como na ópera.
Armindo Blanco, O Dia
Chama a atenção a excelente manipulação de bonecos e o humor refinado e inteligente, além do cenário e da iluminação, que produzem belos efeitos.
Edilamar Galvão, Folha de S.Paulo
Cadê o Meu Herói? é um desses espetáculos de rara beleza, em que seus criadores não tiveram medo de ousar: no tema, nos recursos visuais que fogem do artesanato pobre e na mistura de profissionais tão diferentes para um espetáculo de pura unidade. Imperdível.
Lúcia Cerrone, Jornal do Brasil
Cadê o Meu Herói? Equilíbrio perfeito entre a destreza técnica e o humor. Ágil e divertida do início ao fim, a peça marca a volta triunfal do grupo ao Rio.
Mânia Millen, Jornal O Globo
A grande sensação do Festival de Curitiba foi, sem dúvida nenhuma o Sobrevento, com Cadê o Meu Herói? e O Anjo e a Princesa.
Lúcia Cerrone, Jornal do Brasil
Mozart Moments é um dos espetáculos de bonecos mais criativos dos últimos tempos.
Dib Carneiro Neto, O Estado de S.Paulo
Complicado? Mozart para crianças? Música clássica e vida trágica combinam com sorrisos infantis? Nada complicado. Quando feito com inteligência, o teatro conta histórias que as crianças entendem e apreciam, mesmo que tenham momentos tristes. E é isso o que o Sobrevento consegue. Em Mozart Moments tudo se encaixa muito bem para a realização de um espetáculo criativo, diferente e de muito bom nível.
Pedro Autran Ribeiro, O Estado de São Paulo
O espetáculo OTheatro de Brinquedo é um delicioso anacronismo. É uma delicada e despretensiosa forma de retomar uma arte tão distante da tecnologia e da pressa com que se depara o espectador contemporâneo.
Macksen Luiz, Jornal do Brasil
É preciso deixar assinalada a excepcional qualidade do trabalho do grupo Sobrevento na montagem dos Atos Sem Palavras, de Samuel Beckett, com um único boneco, sem rosto ou detalhes, atingindo inesperados níveis de expressividade. Um trabalho memorável.
Barbara Heliodora
Feito de delicadeza e poesia, o espetáculo O Theatro de Brinquedo é uma pequena joia que, mais do que destinada ao olhar, encontra abrigo no coração da plateia.
Lionel Fischer, Tribuna da Imprensa
…E os integrantes do Sobrevento saem-se muitíssimo bem da empreitada. Criam um clima de jogo, envolvem o público e tornam o Theatro de Brinquedo uma das preciosidades da temporada. É um espetáculo obrigatório.
Alberto Gúzik, Jornal da Tarde
Pela destreza com os bonecos, pelo jogo com a plateia, pelo delicioso convite a um estado de sonho, o Theatro de Brinquedo merece ter casa lotada. Por gente que preze a diversão bem cuidada e bela.
Débora Ghivelder, Veja Rio
Ubu!, do Grupo Sobrevento , vem de grande e merecido sucesso no Rio. É agradável de ver, por sua criatividade, pelo excelente visual e pela pesquisa de linguagem.
Maria Lúcia Candeias, Gazeta Mercantil
Assistir a Mozart Moments é uma grata surpresa. Há um rigor e uma precisão na manipulação que conferem impressionante realismo aos bonecos. Nas mãos do Sobrevento, até a morte do protagonista, de forte impacto, adquire tons poéticos e delicados. Mozart Moments é dos raros espetáculos que neutralizam as diferenças etárias entre os espectadores.
Edgar Olímpio de Souza, Diário Pop
(Páginas 39)
Números do Sobrevento
Espetáculos e número de apresentações
Ato Sem Palavras – 9
Sagruchiam Badrek – 9
Um Conto de Hoffmann – 33
Mozart Moments – 524
Beckett – 163
O Theatro de Brinquedo – 118
Ubu! – 53
O Anjo e a Princesa – 276
Cadê o Meu Herói? – 122
Brasil Pra Brasileiro Ver – 82
Submundo – 94
1483 Apresentações
(Páginas 40)
Em 1999, o Sobrevento fez 191 apresentações.
Em média, o Sobrevento fez mais de 80 apresentações por ano, em 18 anos.
Desde 1996, o Sobrevento faz, pelo menos, uma turnê internacional por ano, com exceção de 2003.
O Sobrevento se apresentou em 30 cidades espanholas.
Os dados contidos neste catálogo referem-se ao período entre novembro de 1986 e julho de 2004. A primeira data de apresentação registrada é 7 de maio de 1987. Estes dados são fruto de uma pesquisa difícil nos arquivos do Grupo e algumas informações podem ter sido, involuntariamente, omitidas. Todos os dados aqui registrados, porém, foram comprovados. Assim sendo, pode haver, aqui, informações a menos, porém nunca a mais.
(Página 41)
Créditos
Equipe de pesquisa da publicação
Miguel Vellinho, Sandra Vargas, Luiz André Cherubini, Maurício Santana, Anderson Gangla
Design
Ato Gráfico
Apoios/Patrocínios
(Logos) Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, Lei 13.279/02, Secretaria Municipal da Cultura, Prefeitura de São Paulo, Cooperativa Paulista de Teatro
O Grupo Sobrevento
Núcleo Artístico: Sandra Vargas, Luiz André Cherubini, Miguel Vellinho, Anderson Gangla e Maurício Santana.
Produção Executiva: Lúcia Erceg
Colaboradores
Na elaboração de seus espetáculos, o Sobrevento contou com vários colaboradores. Registramos, ao lado, agradecidos, o nome de todos aqueles que integraram nossas fichas técnicas.
(Verso da Última Capa)
Adalberto Cavalcanti, Adilson Junior, Alessandra Cino, Alexandre Reis, Allexandre von Brandenburg, Alício Amaral, Aline Bittencourt, Alzira Andrade, Ana Sóter, Anita Erceg, André Araújo, André Cortez, André Luiz, Andréa Freire, Antônio Domingos, Bebeto de Souza, Bel Garcia, Beto Rebouças, Bruno Barreto, Cadu de Carvalho, Carlos Alberto Nunes, Carol Badra, Clarice Penna Firme, Cláudia Santos, Cláudia Souto Henriques, Claudia Vargas, Clélia Cherubini, Daniel Marques, Daniela Thomas, Douglas Germano, Elena Campos Rojas, Eliane Costa, Elida Astorga, Fábio Atorino, Fábio Cares, Fábio Fernandes, Fábio Ferreira, Fátima Saadi, Felipe Hirsch, Fernando Albuquerque, Fernando Brettas, Flávia Alfinito, Gabriel Guimard, Gabriel Saliba, Gabrielle Evelyn, Gilson Motta, Gilberto Oliveira, Glória Marques, Guilherme Sarraf, Hannah, Haroldo Vargas, Helena Tinoco, Hélio Eichbauer, Henrique Annes, Horacio Tignanelli, Humberto Effe, Inácio Pessoa, Irlan Néri, J.C.Serroni, Jefferson Miranda, Jenison Figueiredo, João Poletto, João Bresser, Jorge Ferreira Silva, José Roberto Crivano, José Roberto Lobato, Joselito Macedo, Judite Gerônimo de Lima, Juliana Pardo, Kastello, Kátia Guedes, Kleber Vogel, Lilian Guerra, Lilian Marchetti, Lino Rocca, Lucciano Graetta, Luiz Pedrosa, Mabel Crivano, Mara Lopes, Marcelo Amaral, Marcelo Zurawski, Márcia Amaral, Márcia Marques, Márcia Minuscoli, Márcio Macedo, Márcio Medina, Márcio Newlands, Marco Aurê, Marco Aurélio Sílvio, Marcos Corrêa, Marcos Marques, Marcus Penna, Maria Clara Magalhães, Maribel Soares, Marina Estanislau, Mário Cavalheiro, Marisa Johnson, Marisa Motta, Marió Senise, Marlene Salgado, Maurício Capistrano, Maurício Carneiro, Maurício Marques, Maurício Santana, Mona Magalhães, Mônica Riani, Mônica Soffiatti, Monika Papescu, Nil Caniné, Olga Dalsenter, Paquito, Passarinho, Patrícia Arruda, Paulinho da Rosa, Queca Vieira, Reinaldo Jr., Renata Costa, Renata Giudice, Renato Machado, Renato Vidal, Ricardo Muniz Fernandes, Ricardo Maravilhas, Ricardo Soneto, Ricardo Silva, Roberta Rangel, Rodrigo Fotti, Rodrigo Lopes, Ronaldo Dias, Rosita Silveirinha, Sam Oliveira, Saúba, Sérgio Benavides, Sérgio Carnevale, Sérgio Zurawski Jr., Simone Ciraque, Sonali d’Ávila, Telumi Helen, Tiago Santana, Valéria Seabra, Vanessa Rocha, Vânia Monteiro, Vera de Andrade, Victor Seixas, Virgínia Burkowski, Volkcane, Wellington Fontalva, William Guedes, William Figueiredo, Yang Feng.
(Última Capa)
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