Convite do espetáculo que estreou no Teatro Glaucio Gill em 13 de agosto de 2004

Programa, 2002

Filipeta do Festival de Canelas, onde o espetáculo se apresentou no dia 23 de junho de 2005

Barra

Filipeta de apresentação do espetáculo no SESC São João do Meriti

Fotos: Simone Rodrigues

Barra

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

FILME NOIR

(Verso da Capa)

Pequod é o nome da embarcação que sai em busca da baleia Moby Dick, no romance de mesmo nome. Herman Melville, seu autor, fez uma homenagem ao nome de uma tribo de índios da América do Norte que foi exterminada com a colonização europeia.

(Página 1)

Algum dia o destino ou alguma força misteriosa pode apontar o dedo para você ou para mim sem nenhum bom motivo para isso… Para qualquer lado que você se mova, o destino estica a perna para lhe dar uma rasteira.

(Página 2)

Noir não é um gênero, mas um estilo cinematográfico, cujo período clássico se estendeu dos anos 40 aos 60.

Em sua maioria, eram filmes criminais americanos com iluminação expressionista e fotografia em preto-e-branco, sombrios sob vários aspectos. Os roteiros traziam um clima de desilusão, corrupção, desconfiança e ansiedade. Moralmente ambíguos, os personagens eram anti-heróis, detetives particulares, policiais, assassinos e mulheres lindas e perigosas.

As narrativas eram complexas e usavam recursos como o flashback e o voice-over. A ação se passava,  sobretudo, em ambientes fechados e escuros. As raras sequencias ao ar livre eram noturnas e mostravam ruas pouco movimentadas de grandes cidades. Segundo A. C. Gomes de Mattos, em  seu livro O Outro Lado da Noite: Filme Noir, foram os críticos franceses que deram nome ao estilo, pouco depois da Segunda Guerra Mundial.

(Página 03)

Prefeitura do Rio Secretaria das Culturas

Governo do Estado do Rio de Janeiro

Secretaria do Estado de Cultura
Teatro Glaucio Gill
apresentam

Filme Noir

um espetáculo da Cia. PeQuod – Teatro de Animação

Um mundo de trevas e violência e, sobretudo sombra, sobre sombra…
                                                       Charles Highan e Joel Greenberg, no livro Hollywood in the Forties, 1968

 (Página 04)

A história fala de um fracassado detetive que se depara com uma cliente que jura estar sendo perseguida. A cliente é uma cantora de um clube de jazz. Durante a investigação ele próprio também chega a conclusão de que está sendo perseguido. Os motivos são muito obscuros.

Eu nunca me preocupei em pensar em que eu sou, para onde vou, de onde venho. não tenho tempo para isso e vivia feliz assim. Só que naquele dia, tudo começou a mudar…
                                                                                                                                                                                       Detetive Race

(Página 05)

O Espetáculo

Desde o início de sua trajetória, há cinco anos, a Cia. Pequod vem procurando testar os limites de uma técnica especifica do Teatro de Animação: a manipulação direta. Neste infindável trabalho de pesquisa, a aproximação com a linguagem cinematográfica sempre foi marcante, o que renovou de forma surpreendente esta modalidade teatral, sempre tão subestimada por preconceitos e rotulações. Foi  assim com os espetáculos Sangue Bom (1999), Noite Feliz – Um Auto de Natal (2001) e O Velho da Horta (2002). E agora o grupo procura se superar em ousadia com Filme Noir.

O novo trabalho da Cia. PeQuod  é sua investida mais descaradamente inspirada no cinema – Filme Noir adapta para o Teatro de Bonecos o gênero genuinamente cinematográfico que lhe dá nome. Estão no palco a mulher fatal, o detetive durão, a atmosfera de desilusão, a voz em off do narrador, os flashbacks e tantos outros elementos que caracterizam o cinema noir. Mas nada disso faria sentido se a montagem não fosse toda em preto-e-branco, desafio que exigiu um longo estudo de figurino, cenografia e iluminação. Foi preciso até eliminar o amarelado natural do filamento das lâmpadas. A direção, por sua vez, teve tarefas complexas como reproduzir no teatro o efeito dos enquadramentos e movimentos de câmera observados no cinema. Não foram medidos esforços para a criação do visual mais adequado a uma trama policial ambientada nos anos 40, cheia de manipuladores e manipulados, cujo tema é, na verdade, a arte de trabalhar com bonecos no teatro.

 (Página 06)

Filme Noir é o primeiro espetáculo da Cia. PeQuod a ter sido construído aos olhos do público. Aprovado pelo fundo de Apoio ao Teatro (FATE) em novembro de 2003, o projeto participou do evento Porto dos Palcos em janeiro de 2004, quando todo o seu levantamento teórico e o esboço de algumas cenas foram apresentados à plateia carioca. Logo em seguida, um estudo cênico posterior da peça viajou pelo Brasil, enquanto a companhia participava do Palco Giratório, realizado pelo Sesc, com o espetáculo  O Velho da Horta. Fechando o ciclo de ensaios, o estudo foi finalizado em outro projeto do Sesc, as Quartas Cênicas. no Rio de janeiro. Em todas estas oportunidades, o contato com os espectadores foi fundamental para o desenvolvimento do trabalho, o que reafirma a importância de iniciativas e incentivos como estes. Por tudo isso, Filme Noir já estreia com um histórico de sucesso. E o que é melhor: a peça debuta um lugar que se tornou referência de qualidade, o Espaço Sesc. Nada mais honroso e adequado para uma companhia que se apoia no reconhecimento e no respeito do público para arriscar sempre.

Embora a inspiração de Filme Noir venha do cinema, do jazz, dos quadrinhos de Will Eisner e das fotos de Weegee, a Cia. Pequod faz Teatro acima de tudo. Esta lição foi aprendida já em Sangue Bom, o primeiro espetáculo do grupo. Filme Noir é dedicado a todos que trabalharam naquela montagem.

Bom espetáculo!

(Páginas 07  e 08 – Fotos de Cena)

(Página 09)

Veronika de Vitta

Quando ela entrou eu poderia enfim crer na existência de Deus, Buda ou quem mais fosse. Somente um ser superior assim poderia ser capaz de criar alguém com tanta perfeição. Ela era simplesmente linda, charmosa, encantadora, uma boneca e tanto. Alguém pra fazer você largar essa vida, casar e ter filhos. Ela era tudo que um homem sempre quis.
                                                                                                                                                                                              O Barman

(Página 10)

A companhia

A Cia. PeQuod surgiu numa oficina realizada em 1999 pelo Grupo Sobrevento. Dirigido por Miguel Vellinho, os participantes se uniram em torno do interesse comum de renovar o panorama do Teatro de Bonecos no Rio de Janeiro, aproximando esta arte clássica à cultura pop contemporânea e até mesmo a outras manifestações artísticas, como a literatura, a música, o cinema, a dança, a fotografia e os quadrinhos. Tudo isso sem jamais perder o caráter artesanal da confecção dos bonecos, figurinos e cenários. Estas foram, desde o princípio, as bases do trabalho da companhia, que completa cinco anos com um repertório sólido e reconhecido em todo o país.

 (Página 11)

Todos os espetáculos em repertório
Sangue Bom, o espetáculo de estreia em 1999, era inspirado, sobretudo, nos contos vampirescos dos escritores góticos e nos filmes de terror mais sofisticados. Com estes ingredientes, a peça foi destaque nos mais importantes festivais do país, especializados ou não em Teatro de Animação: Belo Horizonte, Curitiba, Canela, Porto Alegre e São José do Rio Preto.

O passo seguinte foi Noite Feliz – Um Auto de Natal, espetáculo musical com músicos ao vivo e cantores na manipulação dos bonecos. A montagem foi a grande surpresa da programação de fim de ano carioca de 2001.

Em 2002, foi a vez de O Velho da Horta, farsa de Gil Vicente resgatada para homenagear os 500 anos da dramaturgia em língua portuguesa, inaugurada pelo autor. O espetáculo conquistou o Prêmio Maria Clara Machado 2003, na categoria Especial, tendo sido indicado também a Melhor Cenografia e Melhor Iluminação. Com um trabalho minucioso de adaptação do texto, original de 1512, a montagem teve temporadas elogiadas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Selecionado pelo projeto Palco Giratório, do SESC, O Velho da Horta foi apresentado também em várias cidades do Brasil.

(Página 12 – Foto)

(Página 13)

E atenção: o processo criminal que investiga a morte de Amadeo Pino foi arquivado hoje por falta de provas.

Depois de um ano inteiro de investigações, a polícia declarou que se esgotaram todas as possibilidades de encontrar o autor ou autores do crime que abalou a cidade. Amadeo Pino era dono do Perdido’s, um tradicional clube de jazz. Ele foi encontrado morto em janeiro do ano passado, com vários tiros à queima- roupa. Deixou um irmão, Guido, que hoje administra o clube. Dezessete horas…

(Página 14)

Elenco

Mariane Gutierrez
Liliane Xavier
Maria Rego Barros
Márcio Nascimento
Márcio Newlands

Ficha Técnica

Direção e Roteiro: Miguel Vellinho
Cenário e Adereços: Carlos Alberto Nunes
Figurinos dos Atores e Bonecos: Kika de Medina
Iluminação: Renato Machado
Trilha Sonora: Maurício Durão
Locução: Renato Peres
Coreografia: Claudia Radusewski
Confecção dos Bonecos: Maria Rego Barros, Márcio Newlands e Miguel Vellinho
Esculturas dos Bonecos: Flávia Vitralli e Bernardo Macedo
Divulgação: Gaia Comunicação
Design: Ato Gráfico| Hannah e Marcos Corrêa
Ilustrações: Marcos Corrêa
Fotografias: Simone Rodrigues
Costureira: Maria das Graças Silva
Alfaiate: Macedo Leal
Cenotécnico: Antonio Domingos e Fernando Schneidewind
Direção de Produção: Valéria Seabra
Realização: Cia. PeQuod Teatro de Animação

(Página 15) 

Agradecimentos

A. C. Gomes de Mattos, Adriana Ferraz, Alberto Filho, Alexandre Santos, Álvaro Assad e Melissa Telles Lôbo, Alzira Andrade, Ana Carolina Paiva, Ana Kfouri, Ananda Machado, Angela Blazo, Angela Vieira, Anita Vargas, Bárbara Facure, Beatriz Kushnir, Bernardo, Quadros, Bia Radunsky, Cely Bianchi, Equipe Espaço Sesc, Equipe Teatro Gláucio Gill, Erick Sanz, Fáthima Rodrigues, Fátima França, Flávio Loureiro, Giulia Caminha, Giuliano Basilico, Gláucia Cristina, Helena Vieira, Hélio Balbi, Igor Malard, João Grilo, Leisa, Lucia Erceg, Luciana Aromatis, Luiz André Cherubini e Sandra Vargas, Marcelo Fonseca, Marcelo José de Carvalho, Márcia Minuscoli, Marcio Malard, Maria do Carmo Braga, Maria do Socorro, Maria Helena Figueiredo, Maria Magdalena Ramos, Maria Tereza Gutierrez, Maribel, Marwan Assad, Maurício Santana, Milene Gutierrez, Neko Pedrosa, Nilson Gutierrez, Paula Barbosa, Paulo Reis, Raquel Rocha, Regina Vieira, Renata Giúdice, Ricardo Soneto, Roberta Rangel e Fernando Newlands, Rodrigo Paglieri, Rogério Fróes, Sidnei Cruz, Sr. Bartolomeu, Susanita Freire, Sylvia Ramos, Tarik Puggina, Tatiana, Trícia, Fiúza, Vicente Barcellos, Vidocq Cases.

(Página 16)

Realização

(Logo) Cia. PeQuod – Teatro de Animação, Desenho Cultural

Apoio

(Logos) Santa Edwiges, Rei do Mate, Stambul, Casa da Empada, O  Plebeu, Lidador, Fênix, Tajmahal, Pizzaria Caravelle, Cavídeo, Casa Pinto, Quality Cleaners, Mr. Cat, Osklen, Governo do Estado, Secretaria de estado de Cultura, FUNARJ

Patrocínio

Rio Prefeitura Culturas

(Verso da Última Capa)

10 premissas para um filme noir

– o anti-herói

– preto e branco absoluto

– a quarta parede
– linguagem cinematográfica
– a mulher fatal

– narração em off

– em primeira pessoa

– influência da literatura policial

– cinismo e desilusão

– reprodução da voz humana

Para ver: 10 Noir + 1

1.  Relíquia Macabra (The Maltese Falcon), 1941, de John Huston

2.  Laura (Laura), 1994, de Otto Preminger

3.  Até a Vista Querida (Murder, MySweet), 1944, de Edward Dmytryk

4.  Pacto de Sangue (Double Indemnity), 1944, de Billy Wilder

5.  Um Retrato de Mulher (Woman in the Window), 1945, de Fritz Lang

6.  Curva do Destino (Detour), 1945, de Edgar G. Ulmer

7.  Confissão (Dead Reckoning), 1947, de John Cromwel

8.  A Dama de Shangai (The Lady from Shangai), 1948, de Orson Welles

9.  À Beira do Abismo (The Big Sleep), 1946, de Howard Hawks

10. A Morte num Beijo (Kiss me Deadly), 1955, de Robert Aldrich

+
1 – A Marca da Maldade (Touch of Evil), 1958, de Orson Welles

(Última Capa)

Cia. PeQuod – Teatro de Animação
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