(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
O Grupo CenasIncanto
da Cooperativa Paulista de Teatro
apresenta
A ILHA DE OURO
Uma Aventura Musical no Mar
De Simoni Boer
Músicas e Direção de Gustavo Kurlat
Prêmio Estímulo Flávio Rangel
Prêmio Tatiana Belinky
1º lugar no Concurso Nacional de Dramaturgia
da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo
Prêmio Estímulo Flávio Rangel
(Página 01)
Cenas InCanto
O Grupo
O grupo Cenas In Canto da Cooperativa Paulista de Teatro é formado por atores que cantam, tocam instrumentos e têm como objetivo pesquisar e recriar o teatro musical trabalhando com arranjos musicais inusitados, executados ao vivo, e textos bem humorados.
O espetáculo A Ilha de Ouro, que comemora 10 anos de existência do Cenas In Canto, ganhou, antes mesmo de sua estreia dois prêmios da Secretaria Estadual da Cultura: o Prêmio Estímulo Flávio Rangel e o 1º lugar no Concurso Nacional de Dramaturgia. Não bastasse este reconhecimento, tivemos ainda o prazer de um ano de trabalho com colaborações preciosas dos artistas e amigos a quem fazemos um agradecimento especial: Elza Gonçalves, Sílvia Bittencourt, Jorge Julião, Gustavo Trestini, Sergio Ruffino, Paulo Marcos, Fabio Saltini e Bruno Pertilo.
Esperamos que vocês gostem de navegar conosco nessa viagem!
O grupo já produziu 8 espetáculos, dentre eles:
Como Arranjei um Noivo na Hora H
Nesta Rua Tem Ciranda
Voltei Pro Morro (homenagem aos 40 anos sem Carmem Miranda)
Na Roça – Um Musical Caipira (ganhador de vários prêmios)
Nas Ondas do Coração
Trabalhar com um grupo de atores que cante e toque instrumentos vários não é coisa de todos os dias…
Esta particularidade do Cenas In Canto foi o maior estímulo para mergulhar no projeto – neste caso, mergulhar é um verbo especialmente adequado já que se trata de uma viagem pelo mar! – e sair à tona pesquisando sonoridades, garimpando canções e compondo outras para flutuar, navegar ou ancorar na travessia.
A viagem dos marujos virou uma viagem de criação: que as sereias agora dividam com a gente suas melodias…
Gustavo Kurlat
(Página 02)
Capitão MIromar: Alfredo Penteado
Minduim: Ana Luísa Lacombe
Volpina: Ana Souto
Dotô: Beto Matos
Ração: Ivan Oliveira
Maria José: Simoni Boer
Letras e Músicas Originais e Direção Musical: Gustavo Kurlat
Pesquisa de Músicas Latino-americanas: Gustavo Kurlat e o Grupo
Arranjos: Gustavo Kurlat e Paulo Rubens Costa
Criação e Roteiro: Grupo Cenas In Canto
Texto: Simoni Boer
Assistência de Direção: Iraci Tomiatto
Cenário: Silvana Marcondes
Iluminação: Mirella Brandi
Adereços: Júlio Dojcsar, Rodrigo Machado e Silvana Marcondes
Pintura de Arte: Júlio Dojcsar
Figurinos: Ana Luísa Lacombe e Clarita Sampaio
Preparação Corporal: Carmem Orofino
Supervisão de Ilusionismo: Volckane
Supervisão Circence: Guga Aranha
Cenotecnia: João Donda
Contrarregra: Natan
Assistência de Adereços: Claudia Rubinsteinn
Produção e Confecção de Figurinos: Roupa de Cena
Costureiras: Judite de Lima, Dilma Tibiriçá e Josefa Gomes
Tricôs: Lucia de Mattos, Maria Adelaide Sodré e Zilma Zabludowski
Tingimentos: Jô Negrão e Lenora Negrão
Confecção de Instrumentos Informais: Lula Ehrlich
Programação Visual: Edu Contreiras
Assessoria de Imprensa: Andrea Tedesco
Produção Executiva: Ana Souto e Andrea Tedesco
Fotos: João Fávero
Registro em Vídeo: Claudia Garrocini
Direção Geral: Gustavo Kurlat
Produção e Realização: Cenas In Canto
(Páginas 03 e 04)
A Aurora do Porto
Gustavo Kurlat
(O que se espera num porto? O que te espera no mar?)
Quando o dia irradia o primeiro dos raios de um sol
Que na pia do oceano seu rosto lavou
E a preguiça lambuza os lençóis, a remela, a goela
E a tela dos sonhos de quem acordou no porto
Tem tudo pela frente
Tem tudo pela frente
Tem tudo pela frente
E ainda mais…
Quando o escuro do muro no brilho do trilho do cais se desfaz
Como a água da nuvem que cai
E os olhares (milhares!) já piscam nas iscas, nas redes, na sede
De ondas do barco que sai na viagem
Tem tudo pela frente
Tem tudo pela frente
Tem tudo pela frente
E ainda mais no cais
(O que se espera num porto? O que te espera no mar?)
Marinheiro de Primeira Viagem
Gustavo Kurlat
O que será que muda companheiro
No dia da primeira viagem?
O que é que a gente leva, o que é que em terra fica
O que era de verdade e o que, miragem?
Será que alguém vai me pedir licença?
Será que vou lembrar dos meus brinquedos?
Será que vou me achar forte o bastante?
Será que vão passar todos meus medos?
O que será que muda companheiro
No dia da primeira viagem?
O que é que a gente leva, o que é que em terra fica
O que era maluquice e o que, coragem?
Minha casa jamais teve paredes
Estrelas sempre foram o meu teto
As portas e janelas já eram maresia:
Só o chão é que no mar não vai ficar nunca quieto!
O que será que muda companheiro
No dia da primeira viagem?
O que é que a gente leva, o que é que em terra fica
O que era para sempre e o que, passagem?
O que será que muda, companheiro?
A Vida do Marinheiro
Tradicional – Brasil
A vida do marinheiro, ô Ipá
É uma vida de labor
Quando pensa que é descanso, ô Ipá
É quando chega o vapor.
Ô Ipá, Ô Ipá
Olha as ondas do mar vão quebrar
Em risco de uma tormenta, ô Ipá
E a minha nau naufragar
As feras do oceano
Vão o meu corpo estragar
Ô Ipá, Ô Ipá
Olha as ondas do mar vão quebrar
Vou terminar o meu canto
A maré está a preamar
Ouço o choro da toninha
Ouço a baleia roncar
Ô Ipá, Ô Ipá
Olha as ondas do mar vão quebrar
Ô Ipá, Ô Ipá
Olha as ondas do mar vão quebrar
La Sirena (A Sereia)
Tradicional – Venezuela
Versão em Português: Gustavo Kurlat e Cenas In Canto
Sou a sereia que canta
Com meu canto dou prazer
Tenho rabo de baleia!
Cabeleira de mulher
Oi cantar la sirena
Navegando en alta mar
Y era tan bello su canto
Que me hizo naufragar
Sereinha encantadora
Pudesse eu te pescar
Te salvava dos perigos
Das profundezas do mar
Soy sirena que em el mar
Canto muy serenamente
Y quien la oye cantar
Seguro tendrá la muerte
Sereinha encantadora
Pudesse eu te pescar
Te salvava dos perigos
Das profundezas do mar
Canção do Trabalho
Tradicional – Portugal
Toca, toca a trabalhar
Trabalhai meus marinheiros
O homem que não trabalha
Não pode ganhar dinheiro
A maruja desta nau
Trabalha noite e dia
Aquele que não trabalha
Tá na proa de vigia
Toca, toca o conserto das velas
Que o mar está em bonança
A maruja desta nau
No trabalho não descansa
Tango Maquiavélico
Gustavo Kurlat
Quando eu quero alguma coisa de verdade
Não tem jeito de ficar pela metade
Nem vulcão em erupção, nem tempestade
São mais fortes que minha força de vontade
Sou irmão de Maquiavel, no cabelo passo gel
Pro meu cérebro brilhar pelos dois lados
Quando eu quero, quero mesmo
Que caviar não é torresmo
Quem tentar me enganar, já está enganado!
Cai, cai, bolão, aqui na minha mão!
O anel que tu me deste
Vai ser pouco pro que eu vou ter amanhã:
As pérolas e as ostras,
Paris e a “cossa mostra”
Os mares e o Himalaia
Vão ser meus, rapaz!
Vou ter tanta riqueza
Que compro até… Veneza!
E mando ladrilhar os seus canais!
Gororobas
Gustavo Kurlat
Rango, gororoba, papa, mingau
Rango, gororoba, papa, mingau
Rango, gororoba, papa, mingau
Rango, gororoba, papa, mingau
O peixe morre pela boca
Saco vazio não pára em pé
Nada no bucho, matilha louca!
Rato com fome, come chulé!
Barriga ronca que nem orquestra
Água na boca só de pensar
Nas maravilhas que a cuca mestra
Do mestre cuca vai inventar:
Cozidas, assadas, ao forno, fritas
Cruas, temperadas, refogadas, defumadas,
No vapor, mal passadas, bem passadas, remexidas
Perfumadas, na panela, bem curtidas, caprichadas!
Rango, gororoba, papa, mingau
Rango, gororoba, papa, mingau
Rango, gororoba, papa, mingau
Rango, gororoba, papa, mingau
Bula
Gustavo Kurlat
Papo de anjo / baba de moça
Dente de alho / olho do furacão
Queda de braço / orelha de livro
Nariz de palhaço/ perna de pau
Pé de meia / pé de pato
Pé de chinelo / pé de café
Pé de moleque / pé rapado
Pé de cachimbo / arrasta-pé
Mão amiga / mão na roda
Mão de vaca / contramão
Mão-lava-a-outra/ mão do baralho
Mãos à obra! / corrimão!
Venham musas, cheguem anjos e gnomos
Deem um pulo duendes e orixás
Muitas fadas convidadas pra madrinhas
Com varinhas de condão e tudo mais
Aplicar! Sal, unguentos, gel, pomadas
Três sanguessugas, um, jabuti
Cataplasma, gelo, água quente
Cuspe de rato, meleca de sagui
Três liquidinhos, uma mistura
Foto da gente, um patuá
Chás quebra-pedra, chá de sementes
Chá de cadeira, colher de chá!
Para Tocar o Horizonte
Gustavo Kurlat
Se o horizonte for um fio lá no fundo
Acho que o mundo garatuja quando puxa o seu tear
Se o horizonte for um risco de grafite
No limite dos meus olhos, é que o céu quer virar mar
(e vir amar…)
Mas se essa linha se apagar na tempestade
Quando a nave capitânia suas façanhas aportar
E então meu barco não voltar da travessia:
Pois, no derradeiro dia, o horizonte vou tocar
O que eu quero é beijar o horizonte
E por isso fui zarpar
Quero tocar o horizonte:
Eis a razão de eu navegar
O que eu quero é beijar o horizonte
E por isso fui zarpar
Quero tocar o horizonte:
Eis a razão de eu navegar
Além…
(Página 05)
Agradecimentos
Ari Colares, Bartolomé Diaz (Venezuela), Claudia Hamra, Debora Dubois, Eliana Ormelezzi (Laramara), El Taller de los Juglares (Venezuela), Escola Livre de Teatro (Santo André), Fabio Magalhães, Fernando Bozzini (Argentina), Gilberto de Mello, Iacov Hillel, Isabel Lacombe, Jorge Gribov, Kurt Stuermer Junior, Lauro Mendes, Leopoldo Pacheco, Lé Zuravski, Liu Koseki, Lucia de Mattos, Lucienne Guedes, Magazine Au Bottler, Maria Adelaide Sodré, Marina Rosenfeld (Argentina), Maurice Plas, Paulo Garfunkel, Renata Allucci, Ricardo Ibri, Ulisses de Castro, Zilma Zabludowsky.
A ilha de Ouro estreou em 29 de setembro de 2001, no Teatro FAAP, na cidade de São Paulo.
Cenas In Canto
Contatos para escolas pelo telefone (011) 3081-4484 ou pelo site www.cenasincanto.com.br
(Última Capa)
(Logos) Ativa/M, Fermata do Brasil, Textil São João, Escola Viva, USP Fm, Bonde Paulista, In Sonoris, OC Oficinas, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Estado de São Paulo