(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
apresenta

PRAÇA ONZE, O MUSICAL

De Rogério Blat
Direção Geral Ernesto Piccolo

Realizado pela Oficina de Criação de Espetáculo

(Página 02)

Praça Onze, o Musical

(Páginas 04 e 05)

O Autor

A história da Praça Onze atravessa o século, aqui é o berço do samba e local de encontro de personalidades que deixaram a sua marca em nossa cultura. Foram muitas histórias que fomos descobrindo durante todo o processo de criação e que nos conduziram ao formato do espetáculo que agora apresentamos. Resolvemos não falar dos anônimos que representam o autêntico espírito da Praça Onze, misturando fato de outras épocas, ambientes e ficção para inventar uma alegoria teatral sem nenhum compromisso documental. O sambista ingênuo, a prostituta sem perspectivas de deixar a profissão, o cafetão chinfrim, o político do interior, as beatas, os judeus e tantos outros personagens locais são da nossa burleta, uma extravagância musical sobre os habitantes da Cidade Nova no início do século 40, período em que a praça foi demolida.

Reunindo criadores de todo as áreas, atores profissionais e amadores. A oficina de espetáculo completa 6 anos de existência, com seis montagens consecutivas (Funk-se, Com o Rio na Barriga, O Passado a Limpo, O Futuro era Hoje!, DNA Brasil e O Dinheiro é o Terror), com a intenção de promover uma reflexão sobre a nossa cultura e sociedade através do humor, da música e da linguagem das histórias em quadrinhos.

Praça Onze – O Musical é o nosso sétimo trabalho, uma homenagem das oficinas de criação de espetáculo aos nossos antepassados do bairro e a todos aqueles que vivem alguma emoção inesquecível na Praça Onze durante o carnaval, na gafieira, na igreja, no candomblé, no circo ou aqui no Teatro Gonzaguinha.

(Página 06)

1 – Abertura

Quando o sol se esconde
A mais pura alegria
se mistura com a graça
no coração da gente
que mora na Praça
De onde sai o bonde 36
Por isso chegou nossa vez
De dizer
Quando o sol se esconde
Na Praça Onze eu quero viver!
Na Praça eu sou feliz
A história da minha vida
Acontece aqui!

Ei, pode chegar!
Vem conhecer aquilo que eu sei fazer
Posso lhe dizer que sou aquela,
Que sabe remexer
E rebolar
Posso beijar
E sacudir
Posso mentir
E acreditar.

Posso lhe dizer que sou aquela,
Que satisfaz
A clientela com muito prazer.

O que não têm no mar
Elas podem me dar
Me faz um cafuné
Que eu sou tão triste
Na vida de marinheiro
Não existe amor
De uma só mulher.

(Página 07)

2 – Chegada de Maria
Venho lá de longe
Para trabalhar
Na cidade grande,
Eu quero encontrar
Um amor sincero
De um cavalheiro,
Digno de amar.

Não precisa ser
Um homem especial
Simplesmente alguém
Com sorriso no olhar
Eu serei só dele
Ele, só meu será
Sonha
Uma menina
Digna de amar.

3 – Na Casa da Tia

Refrão
Na casa Tia
O batuque é diferente
Na casa da tia
Nasce o samba da gente

Pode chegar, meu sinhô
Que a Baiana vai melindrar
Se o moço engomado
Não quiser experimentar

Aqui tem a mulata mais linda
Do gingado encantador
Eu já to enfeitiçado
Nega, me da teu amor

Refrão
De todas as maravilhas
Com a benção de Nosso Senhor
Na panela da Tia Fervilha
O Santo feijão com arroz

(Página 08)

4 – Para Enganar a Polícia

Para enganar a polícia
Temos chorinho de salão
Arranhamos Cavaquinho
Dedilhamos violão

5 – Samba do Cheiroso

Sou morador do morro
Fica perto da Central
Carnaval, eu sou doutor
Em samba, profissional

Não uso termo e gravata
Mas tenho meu tamborim
E quando a escola passa
Todos olham para mim

(Página 09)

6 – Que Alegria, Que Alegria!

Aqui na praça
Tem uma guria
Que alegria! Que alegria!
Cheia de graça
Atende a freguesia
Que alegria! Que alegria!

Ela vem oferecer
O seu botão em flor
Mas não quer me ceder
O seu divino amor

A vida ensina, não se tem
Tudo aquilo que se quer
Muito menos,
O amor
O amor dessa menina!

7 – Achiezer (Ajuda ao Irmão)

Compra, compra
Baratinho do Aron
Compra, compra
Que o Isac vai vender
Tudo que alguém precisar
Samuel pode oferecer

Achiezer (Ajuda ao Irmão)
Achiezer, por favor (Ajuda ao Irmão, Por favor)

A família é grande
Dinheiro é para ganhar
Judeu imigrante,
Só pensa em trabalhar.

Eu já comprei
Tecidos e corpetas
Panelas e comidas
Em menos de um mês
Aumentou a minha dívida.

Se o cliente não sabe
Como pagar o judeu
Emprestar o dinheiro
Com um parente de Jacob!

(Página 10) 

8 – Tango do Destino

São poucas as mulheres
Que fazem porque querem
São muitas as meninas
Que nascem com essa sina
Desejo animal.

Refrão
Talvez mau o destino
Faça o seu serviço
E nesse cortiço
A menina
Pensa em ser feliz

Vai para os braços do teu amor
Carícias da paixão
Disponha o teu corpo e coração.
Desejo Animal.

9 – Bolero da Orgia

Refrão
A noite foi feita
Para o prazer
Ninguém, dorme suspeita
O que dá para fazer

Enquanto alguns
Sonham com os anjos
Eu mexo o bum bum
Nessa marcha rancho
Só eu vou esmorecer
Quando o dia vai amanhecer!

Eu não sofro de insônia

Mas não posso dormir
Pensando nas orgias
Que acontecem por aí
Só vou sossegar
Depois que o sol raiar.

(Página 11) 

10 – Bonde 36

Domingo é dia
De subir no bonde
A nossa alegria
Sai da Praça Onze
Até onde o trilho vai chegar
Vai, pra beira mar

Praia de Botafogo

Mais chique não há
Fazer um piquenique
Na ilha de Paquetá.
Nas areias da Urca
Tem gente em Realengo
Eu mergulhei na Glória
Fui parar no Flamengo.
Na volta para a casa
No bonde lotado
Fui te roubar um beijo,
Mas eu fui,
Mas eu fui,
quem teve o beijo roubado.

11 – Samba Ruim

No céu azul de anil
Independência varonil
Vou levantar os estandartes
Das maravilhas mil
Princesa Isabel
Conheceu o Conde D’Eu
E nas águas largas
Ela prometeu
Que Getúlio Vargas
Vestiria a farda
Pra salvar nosso Brasil.

(Página 12) 

12 – Fado Triste

Fato triste
É não ser amado
Por uma mulher
Não ter um carinho
Nem lábios beijados
O quanto quiser
Se existe pecado
Eu nunca mais quero amar
Quem não me quer.

13 – O Samba Mais Lindo

Eu sou um rapaz
Doce e sonhador
Um homem de paz
Honesto e trabalhador
Mas saiba que sou capaz,
De entrar na guerra
Para ter o seu amor
Fiz uma trincheira
No teu coração
As bombas são do desejo
Explodem de paixão.

Me dá um beijo
Que eu me rendo correndo.
Nesse amor infindo
Canto no seu ouvido
O samba mais lindo.

(Página 13)

14 – Sou da Praça Onze

A história é o povo quem faz
Leva essa samba no pé
Vira na frente e vai por traz
Vida de quem leva fé

Onde tem a baiana?

Onde é o candomblé?
Quem conhece o samba
Sabe onde é que é!
Onde mulher dama?
Faz parangalé?
Quem conhece a manha
Sabe de onde é!

Sou da Praça Onze

Das Onze

Cê pode ser

Na velha cidade nova
Eu quero te ver

Sou da Praça Onze
Das Onze
Eu quero ser
Na nova cidade velha
Eu quero viver

(Página 14 e 15) 

Alberto Carvalho
Alda Iozzi
Alessandra Queiroz
Ana Luiza Cyrino
Ana Muniz
André Freitas
Bel Graça
Carla Barros
Carla Cardoso
Carol Rodrigues
Carolina Casha
Cláudio Paz
Darlan Cunha
Denis Bispo
Dja Martins
Dominoni Júnior
Eder Martins
Edinardo Araújo
Edna Felisberto
Elaine Rios
Elisangela Haddad
Erica Pineschi
Fadha Mayer
Fernanda Deveck
Flávia Oliveira
Frederico Marinho
Gerônimo Araújo
Glória Moret
Gustavo Flaeschen
Hércules Pinheiro
Heldi Lopes
Jayme Rodrigues
Jheremias Flores
Joana Serrão
João Júnior
Jorge Senna
José Milton Damasceno
Leandro Santanna
Leonardo Braza
Lidiane Martins
Luba Amaral
Luciana Fontenelle
Luciano Fernandes
Marcelle Felix
Marcelo Costa
Márcio Vieira
Marco Bay
Marcos Henry
Maruzzella Guevara
Michel Delgado
Michelle Paz
Mônica Santos
Natálio Maria
Nilza Lira
Nelson Mota
Osmar Rezende
Rômulo Rodrigues
Rosemary Loureiro
Ruy Albernaz
Sandy Athanasiou
Virgínia Santos
Waldeniza Freitas.

Músicos

Alberto Boscarino (Violão / Cavaquinho)
Guilherme Sauerbronn (Piano)
Jorge Cezar (Flauta)
Léo Martins (Percussão)

(Páginas 16 e 17)

Texto e Letras das Músicas: Rogério Blat
Musicas e Direção Musical: Fernando Moura
Coreografias: Sueli Guerra
Músicas Extras: Xangô, de Villa-Lobos, No Jardim de Oeira, de Waldemar Henrique, Abaluaiê, de Waldemar Henrique
Figurinos: Kalma Murtinho (os figurinos foram inspirados nos desenhos de J. Carlos )
Cenografia: Analú Prestes
Adereços: Beto Silva
Iluminação e Fotos: Djalma Amaral
Ensaiador: Xando Graça
Direção Vocal das Músicas: Breno Pessurno
Programação Visual: Manifesto – Adriana e Guto Lins
Assistentes de Programação Visual: Bleque e Bruno Lyra
Assessoria de Imprensa: Angela Falcão e Adriana Piccolo
Assistente de Direção: Mariana Wagner
Assistentes de Figurino: Vivian Miranda e Esmê de Souza
Assistente de Cenografia: Heldi Lopes
Assistentes de coreografia: Cristianne Alves
Assistente de Iluminação: Diego Scliar
Assistentes de Adereço: Alessandra Mattos
Produção Executiva: Ronaldo Cerrone
Direção de Produção: Cristiane Maia
Realização Promoção Cultural: Centro de Artes Calouste Gulbenkian – Cristiana Maia, Nara Stuart, Ronaldo Cerrone e Xando Graça
Direção Geral: Ernesto Piccolo

(Página 18)

Nossos Agradecimentos

Maria Silvia Bastos Marques, Dr. Francisco J. G. Padilha, Jussara Pádua, Vera Rocha, Felipe Santa Cruz, Paula Hiroe, Roberto Noura, Dona Elvesia, Sérgio Lopes, Edson Celulari, Roberta Raposo, Helena Severo, Vania Bonelli, Oduvaldo Braga.

(Página 19)

Realização

(Logos) Prefeitura do Rio, Secretaria Municipal de Cultura

Patrocínio

(Logo) CSN

Apoio Cultural

(Logos) Mills, Mineirarte

Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro
Prefeito Luis Paulo Conde Secretaria Municipal de Cultura

Secretária
Helena Severo

Centro de Artes Calouste Gulbenkian
Diretora Thereza Miranda
Assistente Stela Costa.

(Última Capa)

Centro de Artes Calouste Gulbenkian
Teatro Gonzaguinha
Rua Benedito Hipólito, 125 – Praça Onze
Tel.: 221.7760 ou 232.1087

Estreia: 24/09/99
De Quinta á Domingo às 20 Horas .

Estacionamento Próprio e Gratuito