Cartaz, 1999

Programa, 1999

Convite do espetáculo que estreou na cidade de São Paulo, no Teatro Popular do SESI, em 25.09 com temporada até 19.12.1999

Barra

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Teatro Popular do SESI
Apresenta

Teatro Ventoforte
em

O MISTÉRIO DAS NOVE LUAS

De Ilo Krugli, Sonia Piccinin e Paulo César Brito
Música de Ronaldo Motta

Teatro Ventoforte

Teatro Popular do SESI
Sala Osmar Rodrigues Cruz
Av. Paulista, 1313
De 25 de Setembro a 19 de Dezembro de 1999

(Interior) 

Este espetáculo foi criado em outubro de 77 e nunca mais representado: porém, seus conteúdos continuam vivos, através duma linguagem universal que celebra ritos da vida, morte e renascimento. O texto foi criado num trabalho com crianças e jovens, num bairro do Rio de Janeiro (O Méier), e o nome foi dado por uma adolescente. Já se passaram 22 anos, voltamos ao jogo e ao fascínio dele, lamentando não ter feito mais vezes, para elaborar mais a nossa história.

Os primeiros mitos e contos de fada são, sem dúvida, vivenciados no colo das nossas mães, que fazendo parte da grande barriga universal, misturam contos, histórias migrantes de épocas passadas e os acontecimentos do nosso século, guerras, revoluções e as grandes utopias. Os primeiros “folguedos” de que participamos aconteceram nos anos 60, em vales e praças antigas dos Andes: camponeses, mineiros, brancos, negros, caboclos, que nos levaram até as raízes do teatro.

Mais tarde, no Brasil, integramos e “devoramos” a linguagem deste “teatro místico e mítico” que acontecia em ruas, cidades grandes e pequenas, vilas, festas, praças, e até em algum teatro de elite onde os grupos populares eram convidados, tanto como algum outro teatro regional, de país distante e exótico, até a Ópera de Pequim ou o Kabuki dos japoneses.

Desta forma, desenhamos uma caminhada e uma procura das pegadas, ao longo das estradas da vida e da alma – as marcas, ressonâncias de tambores e flautas, que lembravam o pisar forte no chão ou a batida viva do coração – surgia assim a ressonância coletiva em que se vai construindo o teatro: éramos, somos, felizes de continuar criando nesta tradição “verso e reverso dos conflitos e desejos”.

Debaixo da Água tem Terra…
Debaixo da Terra tem Água… 

Dentro de cada criança existe um homem de olhos abertos olhando os mistérios entre o dia e a noite.

Dentro de cada homem existe uma criança recolhida numa sombra de crepúsculo que teima em evocar … “eu era”…

Debaixo do asfalto tem muita terra e água, dentro dos prédios de concreto têm homens e crianças, que mal conjugam aos passados e futuros imperfeitos.

A nossa caminhada com este Folguedo, inspirado nessas estruturas milenares, é um caminho de continuidade por dentro ou por fora de nós adultos e crianças, atores e público.

Desta vez sabemos que seremos generosamente visitados por um público popular e diversificado no Teatro Popular do SESI. A universalidade da história sem dúvida que nos permitirá a comunicação e o sucesso. As linguagens de máscaras, grandes e pequenas figuras, sombras, atores, cantores, danças, músicas, aproximarão e criarão oportunidades para os jovens experimentarem “cultos e culturas” que resgatam e reabrem portas e cortinas sobre uma estética, possível de habitar o nosso cotidiano.

Este espetáculo de 1999 dedicamos às “gentes” e brincantes da nossa existência: minha mãe Rosa Zacharias, Nise da Silveira, Augusto Rodrigues, “Grupo Hombu” do Rio, Cecília Conde – que nos iniciou em cantigas e cirandas, e Margarida Trindade: dos primeiros passos em pé e ritmo dos folguedos e danças.

Ilo Krugli

Os Brincantes: atores e músicos que cantando, tocando e dançando contam a história.

Candelário e Benvinda: grandes figuras que casam e fazem crescer as nove luas.

Palhaço Não Sei e seu Boneco Mane: no estilo dos Mistérios, falam com humor e poesia daquilo que “não se fala”, mas que o público sabe, pensa e sente…

Contramestre e Contramestra: Conduzem o desenvolvimento do espetáculo.

Porteiros do Dia e da Noite: abrem e fecham as portas do Mistério e do coração

A Velha das Ervas e os Habitantes da Floresta: crianças, bichos, soma elementos históricos reais e mágicos, resgata seres onde a natureza ainda se movimenta, em sonhos e fantasias do inconsciente, presente e passado

A Onça: O grande presente de casamento, e a força intuitiva no espetáculo

O Dono do Circo mais Pobre do Mundo: A sobrevivência das culturas, a Condição “mambembe” dos artistas e sobretudo a “expressão e a arte” entre a obediência, o Medo e a fome… O Homem Especial: o conquistador, o dominador, e o dono das terras que parece saído de temas e notícias presentes nestes tempos, em jornais, TVs, no dia-a-dia dos países, ricos e pobres.

Elenco

Atores e Músicos
Marilda Alface
Eliane Weinfürter
Ilo Krugli
Evandro Palma
Paulo da Rosa
João Baptista Pires
Fabio Atorino
Marcia Fernandes
Renato Vidal

Texto: Paulo Cesar Brito, Ilo Krugli e Sonia Piccinin
Música: Ronaldo Motta
Preparação Corporal: Marilda Alface
Cenários, Figurinos e Bonecos: Ilo Krugli
Iluminação: Roberto Mello
Assistência de Direção: Mariana Marini
Confecção de Figurinos: Ana Maria Carvalho
Carpintaria: Antonio Lima Pereira
Realização Artesanal de Bonecos e Objetos Cênicos: Cláudio Cabrera e Oficina do Teatro Ventoforte
Equipe de Realização: Beth Galaz, Néia Barbosa, Peterson Negreiros, Ademir de Castro, Débora da Silva
Produção Executiva: Ventoforte, Roberto Mello e Ilo Krugli
Programação Visual: Allucci & Associados
Administração: Cooperativa Paulista de Teatro
Apoio de Secretaria: Ivonete Alves, Daniel Lima, Daurilene Almeida e Manuel Bezerra Direção Musical: João Baptista Pires
Arranjos: João Baptista Pires e Fabio Atorino
Direção Geral: Ilo Krugli

Agradecimentos

Cooperativa Paulista de Teatro, Paulo Farah, Lauro Gastañaga, Gil Grossi, Elaine Butato, Raphael Doria, Marconi Holanda, Marta Martins, Denise, Alan, Leo, Bruna, Mônica, Funcionários do SESI.

A aventura estética do Ventoforte é um marco singular na história do teatro brasileiro. A força poética de Ilo Krugli inaugurou há mais de 30 anos uma forma artística de conversar com crianças, e também com adultos, que se tornou exemplo e escola para várias gerações de artistas e educadores.

Lembro-me da História de um Barquinho e das Pequenas Histórias de Lorca como experiências inesquecíveis de aprendizagem que trouxeram uma valiosa contribuição para meu trabalho (e de tantos outros): a importância das imagens visuais, sonoras, das palavras que falam com a vivacidade surpreendente da vida, longe, muito longe da concepção estereotipada do universo “infantil”, tão comum nas inúmeras produções teatrais que imbecilizam as crianças. O trabalho do Ventoforte trata da substância mesma do devir humano, com simplicidade, extrema delicadeza. A o mesmo tempo, traz questões críticas que solicitam das crianças um tipo muito especial de participação, ao se confrontarem com a verdade e a vilania, com as desigualdades, sonhos e angústias que todos encontramos quando desejamos um mundo melhor. Como bom andarilho do caminho que muitos, como Lorca, por exemplo, percorrem, Ilo Krugli é um paciente artesão criador de pequenas joias que condensam a alma das coisas e dos seres do mundo. Nelas, contemplamos nosso rosto transformado, em múltiplas cenas de tocante beleza. Nelas, cada achado poético surpreende nossas acomodadas mesmices (e quem disse que criança também não sofre de acomodadas mesmices?), convidando-nos a todos experimentar, através do sonho feito poesia, uma possibilidade mais digna de existência nesse mundo descabido.

Regina Machado

SESI 
Serviço Nacional da Indústria
Departamento Regional de São Paulo
Entidade mantida e administrada pela indústria.

Presidente do Conselho Regional
Horacio Lafer Piva

Diretor Regional
Claudio Vaz

Conselheiros
José Villela de Andrade Junior, Dante Ludovico Mariutti, Luis Eulálio de Bueno, Vidigal Filho, Wilson Sampaio, Antonio Funari Filho, Marcio Bagueira Leal, Ubiratan Zachetti, Nelson Abbud João, Carlos de Paiva Lopes.

Superintendente de Integração
José Felício Castellano

Ficha Técnica

Supervisor de Produções Artísticas: José Cláudio P. Mendes
Luz: Alexandre Pestana e Claudia Rodrigues
Som: Adriano Siqueira, Carlos Henrique, Jonathas Joba
Maquinistas: Marcio Renato de Jesus, Márcio Zunhiga Dias, Nilson dos Santos, Sérgio Nicanor Teixeira.
Contra-regras: Alessander Rodrigues, Airan Figueiredo, Evangerlan de Souza e Silva, Ronaldo Chimanski
Camareiras: Consuelo de Cássia, Nair Ribeiro, Veny Andrade, Sônia Fávero Administrador: Richards Paradizzi
Agente Cultural: Wagner Farias de Sá
Equipe de Apoio: Dirce C. de Araújo, Sebastião M. Sá Bilheteria: Lígia Maria Viana Divulgação: Cleide Mendes, Theodora Ribeiro, Leni A. V. Caetano, Marisa Abujamra, Maria do Carmo Munir.

(Logo) Centro Cultural FIESP