Cartaz, 1998

Convite, 1998

Programa, 1998

Barra

Dinho Valladares, Dedina Bernardelli e Soraya Ravenle. Fotos: Raimundo Bandeira de Mello

Barra

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

(Interior)

Número Faz Favor?

A História começa em 1888 quando as telefonistas eram muito importantes. Sem elas não se fazia uma ligação. Por causa delas, Stroweger, agente funerário de Kansas City, perdeu um enterro para o concorrente, mas ganhou um grande negócio: inventou o disco telefônico para nunca mais precisar de uma telefonista.

A nossa história começa em 1906. É no Rio de Janeiro de Pereira Passos, Avenida Rio Branco inaugurada. Teatro Municipal em obras, Avenida Beira Mar quase pronta, que nossa personagem Bigoudi, moça do interior, chega de Barra Mansa à procura do seu grande amor Waldemar que, desde que veio pra cá, nunca mais lhe deu notícias, sequer um telefonema.

Aqui, encontra uma vedete do Teatro Carlos Gomes, que era ao lado da Companhia Telephonica (Estação Central). Aconselhada por ela, Bigoudi faz o teste para ser telefonista e passa junto com Solica, moça muito esperta daqui da cidade, que também fizera o teste.

As duas se tornam amigas e juntas vão protagonizar fatos engraçados e pitorescos do dia-a-dia das telefonistas e participar de momentos importantes da história da telefonia.

Augusto Malta, fotógrafo oficial da Prefeitura de Pereira Passos e da Companhia Telephonica, nos guia por esta história dentro da História.

Se Bigoudi encontra o Waldemar? Este final a gente não conta. Só você poderá fazê-lo acontecer…
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Passo a passo, foi assim que conheci Cacá Mourthé: eu trabalhava no Paço Imperial e ela estava dirigindo a peça Passo a Passo no Paço Imperial., de Maria Clara Machado. Quando dirigi o Museu do Telephone, chamei Cacá para que me ajudasse a realizar um projeto: Contar a história do telefone para os visitantes do Museu. Daí nasceu Tudo por um Fio, escrita por Maria Clara Machado e dirigida por Cacá, que inaugurou o Teatro Estação Beira-Mar e permanece em cartaz, com sucesso até hoje, quatro anos depois.

E agora, seguindo o fio desta história, estamos juntas mais uma vez, agora como autoras: juntas escrevemos esta peça Número, Faz Favor?, que começa onde Tudo por um Fio acaba, em 1906, com as obras do Prefeito Pereira Passos que transformaram e dão cara nova ao Rio de Janeiro, e vai até 1930, quando chega o telefone automático substituindo a voz doce e melodiosa da telefonista a dizer “Número, Faz Favor? pelo ruído monótono da ligação mecânica. Um período importante de grandes transformações na vida da nossa cidade e na história da telefonia. Hoje o Museu tem à sua frente Arlete, uma grande amiga, que me substituiu com a maior competência, na direção do Museu. Sem o seu apoio e entusiasmo, esta peça não seria possível. É um prazer trabalhar com Arlete e com Cacá. Prazer também estar junto com Fernando, Dinho, Soraya, Dê, Tita, Edney, Ricardo, Loura, Chumbão e Alexandre – sem eles aí mesmo que esta peça, que na realidade é de todos nós, não sairia.

É outono, os dias de maio, como sempre, estão lindos e luminosos e me reencontro emocionada com esta minha paixão, o Museu do Telephone, que faz parte da minha história, contando junto com Cacá a outra história, a que esse Museu guarda, que espero que vocês gostem e se divirtam tanto como nós escrevendo e fazendo.
                                                                                                                                                                           Eliana Caruso

Essa história, de levar até as crianças

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Essa estória, de levar até as crianças estórias da história, já está fazendo parte da minha história – primeiro foram as Estórias do Jardim Botânico, depois o Passo a passo no Paço Imperial, seguido de Tudo por um Fio e agora Número, Faz Favor?

Acompanhar a história do telefone desde Graham Bell até o disco, recriando passagens, dando vida a personagens, relembrando aos mais velhos e contando para os mais novos é, sem dúvida, um enorme prazer!!! Agradeço a Dinho Valladares, Maria Arlete, Eliana Caruso, à Embratel, à Telerj e ao Museu do Telephone por terem proporcionado esta “peça de museu”, que de velha não tem nada!
                                                                                                                                                                              Cacá Mourthé
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O Mapa do Tempo

A peça percorre quase 50 anos da história. Acompanhe, passo a passo, as transformações e acontecimentos que são o pano de fundo das peripécias românticas das telefonistas.

1888
Almon B. Strowger inventa o disco telefônico e decreta a “ independência da comunicação”, para o desespero das telefonistas.

1905
Inauguração da avenida Central, o ponto “Chic” da Capital Federal, hoje avenida Rio Branco.

1906
Inauguração da avenida Beira Mar, assim chamada por estar, naturalmente, à beira do mar, que foi afastado muito tempo depois, com a construção do Aterro do Flamengo

1908
Inauguração do Teatro Municipal, a versão brasileira do Opera de Paris.

1918
Inauguração da Estação Beira-Mar, hoje, modéstia a parte, o simpático Museu do Telephone, a casa que conta a história das telecomunicações no Brasil.

1922
O Brasil assiste, estupefato, à primeira transmissão de rádio, na Exposição do Centenário da Independência.

1929
O Teatro Carlos Gomes, onde o público delirava com as vedetes mais estonteantes do Brasil, pega fogo. A Estação Central da Companhia Telephonica ficava logo ao lado e Augusto Malta, claro, fotografou tudo.

Automatização da Estação Central. Os jornais cariocas saúdam o progresso, mas defendem em prosa e verso, a permanência das doces solidárias telefonistas.

1931
A iluminação do Corcovado. A cidade se deslumbra com a imagem noturna do Cristo Redentor abençoando sua paisagem.

1939
Getúlio Vargas, Presidente do Brasil, recebe o 200.000º telefone da CTB. Um modelo dourado, que está em exposição no segundo andar do Museu. Dê uma olhada, depois da peça.

1941
Desaparece o sistema telefônico manual no Distrito Federal, com a automatização da última estação manual, a Beira-Mar. Alguém advinha onde ela funcionava?

A Peça que é Peça de Museu

Pioneiras do trabalho feminino, as telephonistas do inicio do século foram cantadas em prosa e verso. Mais que merecido. Representavam a doçura, a solidariedade, o verdadeiro auxílio luxuoso. Um dos episódios mais marcantes, registrados pela história da cidade foi durante a campanha de combate ao transmissor da febre amarela, em 1929, que popularizou a clássica pergunta com que entendiam com o slogan “Guerra ao mosquito! Número, Faz Favor?” A pergunta é resgatada agora, em plena era da informação, em que se discute tanto a substituição do homem – e da mulher – pelas máquinas, no título desta deliciosa crônica teatral-histórica-musical criada para dar continuidade ao que eu chamo de peças que são peças de Museu.

A história da telefonia no Brasil, que o Museu do Telephone mostra com muito orgulho – aliás, tudo começou aqui, no Rio de Janeiro – conta agora com mais uma produção que sublinha e dá vida aos objetos, personagens e documentos que expõe em seu acervo. Depois de Tudo por um Fio, Número, Faz Favor? Comprova a previsão do Senhor Tobias, antigo funcionário da Telefônica, que teve a idéia de criar em 1981 um museu para o telefone: é uma história que apaixona a todos que dela se aproximam. É este o meu caso, mesmo antes de assumir a direção do Museu, é o caso das autoras da peça Eliana Caruso (ex-diretora desta casa), de Cacá Mourthé (que também assina a direção de Tudo por um Fio) e – acredito – de todos que, certamente, vão se deliciar com as peripécias de Solica e Bigoudi, Augusto Malta e Strowger, personagens reais que se misturam a fictícios nesta peça que tem tudo para ficar. Afinal, em Número, Faz Favor?, tudo – ou quase tudo – é verdade.

Maria Arlete Gonçalves – Diretora do Museu do Telephone

Elenco

Dedina Bernardelli
Dinho Valladares
Fernando Caruso
Soraya Ravenle

Letícias Hees, Raquel Libório, Fernando do Val (Stand-ins)

Ficha Técnica

Texto: Cacá Mourthé e Eliana Caruso
Direção: Cacá Mourthé
Produção: Dinho Valladares
Iluminação: Aurélio de Simoni
Figurinos: Patrícia Nunes
Cenário: Alexandre Gomes
Direção Musical: Ricardo Mansur
Coreografias: Ana Lucia Soares
Músicas: Ricardo Mansur e Alessandra Maestrini
Produção Musical: Luís Alves (Cumbão)
Vídeo: Neil Armstrong
Perucas: Alvaro Diniz
Máscara do Getúlio: Cláudio Rosito
Produção Executiva: Edney Paiva
Operador de Luz: Ricardo Vianna
Operador de Som: Cristhian Almeida
Costureira: Adélia
Alfaiate: Macedo
Fotos: Raimundo Bandeira de Mello
Divulgação: Roberto Guimarães

Agradecimentos

Zézinho (Lês Papilottes), Heloisa Madeira, Rany Boechat, Maria Eugênia, Cassimiro Vale da Silva, Isaac Bernart, Millor Fernandes, Priscila Camargo e Hair bu Dudu.

Fontes

Arquivo da Cidade, Biblioteca IPLAN Rio, Centro de Pesquisas do Museu do Telephone e Museu da Imagem e do Som.

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Apoio

(Logos) Telerj, Museu do Telephone, Werner, McDonalds, Sindicato dos Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro, PlorSolution, Lunetterie, Laudromat, Fisk