Programa, 1998


Através do som delicado semelhante a um beijinho, a Baratinha acredita ter encontrado seu parceiro ideal: um rato

Seus pretendentes parecem possuir características pouco agradáveis à sua sensibilidade: um muge, outro berra e outro zurra

Fotos do Programa:

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Centro Cultural Light apresenta

A HISTÓRIA DA BARATINHA

De Braguinha
Por Karen Acioly

(Verso da Capa)

Baratinha Ferreira Braga & João Ratão Braguinha

Convidam para a cerimônia de casamento a se realizar no Teatro Lamartine Babo, Centro Cultural da Light

“A sua amável presença será muito apreciada, pode trazer os amigos e também a criançada porque depois do casório vai haver festa animada sendo servida aos convivas uma lauta feijoada”.

(Páginas 01 e 02 – Fotos de Cena)

A Origem

Desde os tempos mais remotos, o som, que é invisível, inspira e emociona o coração dos homens. Cabe a ele construir no imaginário das crianças uma ponte para o mundo visível.

Braguinha sempre soube disso. E compôs para as crianças inúmeras adaptações musicadas para histórias clássicas da tradição oral que andaram por terras distantes como a África, Europa e Ásia e particularmente na Índia, de onde, dizem, surgiu a história da Baratinha.

Na cultura Indu, as castas eram simbolizadas por animais. Assim, as meninas aprendiam através de contos exemplares que nunca deveriam se casar com os párias, último degrau na escala social indiana, representado pelo desprezível rato. Ao mesmo tempo que a barata era um inseto nobre, chegando a ser considerada uma iguaria, ao contrário do que significa para nós, do ocidente.

O registro mais antigo de que se tem notícia é, no entanto, um manuscrito de 1782, intitulado Histórias da Caroxinha, que se encontra arquivado na Torre do Tombo, em Lisboa.

Braguinha sentiu a importância da música como veículo contador e cantador de histórias, e através dela, nos anos cinquenta, recontou na coleção Disquinho, aquela dos disquinhos coloridos, do seu jeito brasileiro e amoroso, inúmeras delas.

Há pelo menos quatro gerações essas histórias são cantaroladas de mãe para filho e, até vamos quase acreditando que foram compostas por todos nós.
Mas, as lindas composições pertencem a Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, que nos presenteou com A História da Baratinha, Festa no Céu, O Macaco e a Velha, Chapeuzinho Vermelho e tantas outras.

Vale à pena lembrar que Braguinha compôs centenas de músicas que são da maior importância para a nossa cultura: Touradas em Madri, As Pastorinhas, Chiquita Bacana, Carinhoso, Copacabana, Capelinha de Melão, Yes, Nós Temos Bananas, Pirata da Perna de Pau, Tem Gato na Tuba, que são parte significativa de nossa história musical.

(Página 03 – Foto de cena)

A Adaptação e Encenação

A primeira pergunta que me surgiu ao sentir a imensa vontade de transpor para o palco A História da Baratinha, foi:

– Como contar além da história, um pouco de Braguinha, de como o Braguinha sente a vida e de como ele ama o Brasil?

Pensei então em uma de suas máximas: “A vida só gosta de quem gosta dela”.
E assim surgiu a primeira ideia de como deveria ser a adaptação para o tempo teatral: seguindo a métrica e a alegria de suas composições.

Suas músicas são como as primeiras chuvas de Março: refrescam a natureza e todas as tensões se dissolvem. Um alívio e uma felicidade imensa surgem dela. Essa mesma música tem ainda o poder de dissolver as prisões do coração e a violência das emoções sombrias.

Logo, todas as tristezas da história, que são dores profundas, e humanas, dão espaço ao entusiasmo do coração que em nosso espetáculo se manifesta no som do canto, na dança e em todas as nossas “viagens aéreas” corporais dando a ideia da superação, uma graça maior, para que toda a tristeza se transforme em riso.

Daí mergulhamos fundo na ideia risível por si só, da vida amorosa conturbada de uma baratinha.

(Página 04)

A Interpretação

A espécie humana é a única espécie que se parece com as outras. Logo, compusemos através desta espécie, os nossos bichos. Sem sentir necessidade de sublinhá-los, mas sim de torna-los mais que humanos, através de uma interpretação quase clownesca dos atores.

Esse espetáculo é, antes de tudo, e depois de tudo uma homenagem ao imaginário deste grande compositor Braguinha, em seu voo aos noventa e um anos de idade.

Muito obrigada, Braguinha! Por tudo! Por sua benção à essa história!

Esta é uma homenagem a você e às crianças.

E… plenos voos a essa nossa Baratinha!

Karen Acioly

(Verso da Última Capa e Última Capa)

Avelar Love, o boi
Fernando Sant’Anna, o burro
Marcelo Escorel, o rato
Nicolau, o cabrito
Sofia Torres, a baratinha

Baratinhas Francesas: Ana Lia Rodrigues, Chiara Santoro, Júlia Deccache, Thaís Galindo
Macaquinhos: Alice, Ciro, Felipe, Gabriel, Juliana, Lucas, Luiza, Vítor
Stand-ins: Beatriz, Jan, Tainã

Músicos
Maria Teresa Madeira, piano; Oscar Bolão, percussão; David Ganc, sax, flauta e flautim; Luciano Vaz, violoncelo

Stand-ins: Ana Lúcia Santoro, piano; Marcio Janelli, percussão; Ricardo Rente, sax, flauta e flautim; Fábio Almeida, violoncelo

Adaptação e Direção: Karen Acioly
Assistente de Direção: Tina Salles
Direção Musical e Arranjos: Maria Teresa Madeira
Preparação Vocal: Agnes Moço
Preparação Corporal e Coreografias: Sueli Guerra
Animação: Fernando Sant’Anna
Iluminação: Paulo César Medeiros
Montagem de Luz: Kátia Barreto, Chicão Rocha e Carlos C.
Figurinos: Ney Madeira
Assistência de Figurino: Lenita Ribeiro
Adereços de Figurino: Karlla de Luca
Cenografia: Lídia Kosovski
Cenógrafo Assistente: Susana Lacevitz
Auxiliar de Cenografia: Ricardo Cotrim
Cenotécnico: Pedro Girão
Adereços de Cenário, Pintura de Arte e Esculturas: José Maçaira, Luiz Amadi, Manon de Souza
Perucas: Maria Aparecida
Costureira: Mara Lotes
Alfaiate: Macedo Leal
Operação de Luz: Kátia Barreto
Operação de Som: João Bandeira
Camareira: Rosangela
Contrarregra: Helder Araújo
Direção de Produção: Lucas Mansor
Produção Executiva: Maria Carolina Rego
Assessoria de Imprensa: Sérgio Lutz
Projeto Gráfico: Isabella Perrotta
Ilustrações: Eduardo Sidney

Agradecimentos

Astréa Braga, Maria Cecilia Braga, Carlos Pousa, João Carlos Ventura, Luciane Mandarino, Julia Azevedo, Edgar Duvivier, Felipe Rocha e Margarete Pacheco.

Patrocínio

(Logos) Light, Lei de Incentivo à Cultur