Programa para o CCSP, 1996

Convite para a estreia do espetáculo no Teatro Gláucio Gill, RJ, em 18 de setembro de 1999

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Projeto Coca Cola de Teatro Jovem
apresenta

Prefeitura da Cidade de São Paulo
Secretaria Municipal de Cultura
Centro Cultural São Paulo
Convidam

CADÊ O MEU HERÓI?

(Página 01)

A Manipulação

Há doze anos que a gente faz Teatro de Bonecos e nunca tinha trabalhado com fantoches. Os fantoches são os bonecos de luva, de mão, que todo mundo conhece. Pois não é que a gente não sabia manipular fantoches? Ai, a gente resolveu chamar um professor para ensinar a gente. Chamamos logo um dos melhores, um chinês, o Yang Feng. Fazia muito tempo que o Yang Feng já era nosso amigo e, como ele adora o Brasil, topou vir na hora. O fantoche chinês é um pouco diferente do que a gente conhece e deu um bocado de trabalho até a gente poder mexê-los mais ou menos. Passamos um mês dando um duro danado aprendendo os primeiros passos com o Yang Feng. E mais um tempão praticando. Tudo isto para descobrir que cada vez tem mais coisa para aprender e treinar.

A Peça

Com os bonecos queríamos contar uma história inventada por um outro amigo, Horácio  Tignanelli. Ele já tinha escrito a história, mas teve que vir ao Brasil para poder escrever tudo de novo, do lado da gente. Isto porque os bonecos são assim: tem coisas que eles insistem em fazer e tem coisas que eles teimam em não fazer.

(Página 02)

Os Bonecos

A gente já estava fazendo os bonecos em fibra de vidro, uma espécie de plástico, quando encontrou o Mestre Saúba, um pernambucano que está morando aqui do lado. Por que o Senhor não faz os bonecos pra gente? Os bonecos que a gente queria tinham nascido para ser de madeira e, corta daqui, corta dali, o Mestre Saúba já estava com eles prontos. Melhor impossível. Ficamos espantados quando vimos as ferramentas, as tintas, as madeiras que o Mestre Saúba usava. Eram quase iguais as do Yang Feng! Pensamos: como é que duas pessoas tão diferentes, de lados diferentes do mundo, podem ter tanta coisa em comum?

Mais um Monte de Coisas

Aí, vieram os temperos, para reforçar e mudar, na medida certa, o gosto das coisas. Veio a música, a luz, o cenário, o figurino, a programação visual e um bocado de mãos, de um bocado de gente, porque Teatro não se faz sozinho e duas cabeças sempre pensam melhor do que uma. Enfiamos nossa colher naquela mistura de coisas e nasceu este prato, esta peça, que a gente vai querer mudar e melhorar sempre, para que fique a cada dia mais gostoso.

(Página 03)

Yang Feng

Com seis anos, o Yang Feng já fazia Teatro de Bonecos. O pai dele também. O avô dele também. O bisavô dele também. E o tataravô dele também. Hoje o Yang Feng tem 48 anos e, como treinou desde pequenininho, faz uns movimentos com as mãos que ninguém consegue fazer. Ele veio lá da China, do outro lado do mundo, só para ensinar a gente um Teatro de Fantoches diferente. Passou um mês ensinando uma porção de coisas que a gente faz na peça. Mas ainda tem um monte de coisas que a gente ficou de aprender. A gente descobriu que o segredo do Yang Feng é não ter segredo. E que não tem um caminho mais curto: experiência só se ganha com o tempo.

Horacio Tignanelli

O Horacio é argentino. E é cientista, professor de Astronomia, bonequeiro e escritor. Escreve sobre Astronomia e sobre Educação e ganhou muitos prêmios escrevendo peças de Teatro de Bonecos. O escritor de Teatro de Bonecos é diferente dos outros escritores. Ele tem de escrever e reescrever um monte de vezes. Isto porque o Teatro não é livro: ele muda muito. E acaba e recomeça. E é feito, desfeito e refeito. O Teatro de Bonecos está mais para flor do que para pedra.

Mestre Saúba

Muito das melhores coisas do mundo são feitas na casa da gente. O Mestre Saúba é pernambucano e vive em São Paulo. Ele é um mamulengueiro, um artista que não faz Teatro de Bonecos, mas que brinca Teatro de Bonecos. Ele faz a gente chorar de tanto rir. E emociona porque faz a gente entender como é bom ser brasileiro. E cada gargalhada que a gente dá faz a gente ver como todo brasileiro é pernambucano e que todo estrangeiro está perdendo um pouco por não ser brasileiro. O Mestre Saúba esculpiu em madeira todos os bonecos da peça. A madeira se chama cedro rosa e o mestre Saúba trabalha com umas facas afiadíssimas, que ele mesmo faz. Ele está sempre lembrando a mania que a gente tem de complicar as coisas simples.

(Página 04)

Sobrevento

A gente trabalha junto há 12 anos e tem feito espetáculos de Teatro de Bonecos sempre muito diferentes. Com bonecos grandes, pequenos, assim, assado, e até com umas coisas estranhas que nem parecem bonecos e que talvez nem sejam bonecos mesmo. A gente fez Teatro em teatro, em parque, em praça, em escola, em biblioteca, em hospital. Pra gente grande, média e pequena. A gente já foi a um monte de cidades, mas um monte mesmo, até de outros países. A gente gosta muito de Teatro, de Teatro de Bonecos e de desafio. A gente se arrisca e muda de caminho sempre que ele parece mais ou menos conhecido. A gente gosta de misturar coisas e pessoas, mas só quando elas parecem combinar. E a gente gosta muito de aprender. E, para descobrir o que a gente não sabe, a gente lê e pergunta a quem sabe. Ah, e a gente gosta muito de gente, a gente usa muito esta palavra. E é por isto que a gente faz Teatro.

Agradecimentos

Andrea C. Domingos, Angelica Hiltel, Anita e Haroldo Vargas, Carla Brito, Cia. Trucks, Clelia & Cherubini, Edgar Nakai ( Aeromodelli), Egla Monteiro, Elisa Martins, Elisangela Pinto, Eloisa Martins, Lizette Negreiros, Maria Aparecida S. de Camargo Penteado (Tatinha), Marta de Betania Juliano, Miguel Vellinho, Prefeitura Municipal de Diadema, Regina Ponce, Ricardo Fernandes, Sandro Roberto dos Santos, Suren (Gara’s Aeromodelismo), Sylvana Moura, Victor Seixas, Walmor Nini Beltrame e a todos os funcionários do CCSP.

(Verso da Última Capa)

Elenco

(Manipulação)

Sandra Vargas
Luiz André Cherubini
Anderson Gangla

Ficha Técnica

Concepção Geral: Grupo Sobrevento
Texto: Horácio Tignanelli
Direção Geral: Luiz André Cherubini
Tradução: Luiz André Cherubini e Sandra Vargas
Dramaturgia: Horácio Tignanelli
Direção de Manipulação: Yang Feng
Escultura dos Bonecos: Mestre Saúba
Escultura do Dragão: Renata Mendes
Confecção dos Bonecos e Adereços: Renata Mendes e Grupo Sobrevento
Cenário: Telumi Helen e Vânia Monteiro
Consultoria Visual: Espaço Cenográfico J.C.Serroni
Cenotécnico: Oswaldo Lisboa e equipe
Texturização e Pintura de Arte: Denerval Ramos de Araujo e equipe
Costureira: Cida de Paula, Clarice Rodrigues
Alfaiate: Gilberto Manardo
Figurinos de Bonecos e Manipuladores: Sandra Vargas
Iluminação: Renato Machado
Direção Musical e Músicas Originais: Marcelo e Sergio Zurawski
Direção de Produção: Grupo Sobrevento
Produção Executiva: Lucia Erceg
Assistência de Produção e Confecção: Anderson Gangla
Divulgação: Lucia Erceg
Programação Visual: Daniel Morena A Mão Livre Design

Cadê o Meu Herói?

É fruto de um intercâmbio Brasil – China – Argentina criado e desenvolvido pelo Grupo Sobrevento. O projeto envolveu quatro bonequeiros de diferentes origens e estilos e foi realizado na cidade de São Paulo, graças ao apoio do Projeto Coca Cola de Teatro Infantil, da Prefeitura Municipal de São Paulo, da Prefeitura Municipal de Diadema, do Centro Cultural Banco do Brasil, do SESC Ipiranga e do Festival Internacional de Teatro – Palco e Rua – de Belo Horizonte.

O Grupo Sobrevento é um núcleo da Cooperativa Paulista de Teatro.

(Última Página)

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(Logos) Secretaria Municipal de Cultura, Centro Cultural São Paulo