Convite do espetáculo que estreou na Casa de Cultura Laura Alvim, em 19 de março de 1995

Programa, 1995

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Fotos: Flávio Frederico

César Augusto e Eduardo Andrade

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

(Logo) Projeto Coca-Cola de Teatro Infantil

MESTRE POR UM TRIZ

(Logo) Marcia Frederico Projetos Teatrais

(Interior)

O Teatro Popular Medieval 

No início da Idade Média o Teatro era feito pelos Padres, dentro das Igrejas, e contava as vidas dos Santos, seus Milagres e Mistérios. Esse Teatro tinha a função de catequizar.

O número de pessoas aumentou tanto dentro das igrejas que o Teatro foi levado para a rua. Os Padres foram proibidos de participar, restando aos comerciantes e artesãos o papel de atores.

Os temas começam a se humanizar e a se popularizar. Temos então:

Moralidades:

Não pretendendo ser fiéis à bíblia, usam símbolos e alegorias com motivos religiosos. (Em “Mestre por um Triz”, Adão e Eva discutem o grande conflito humano entre o bem e o mal).

Farsas:

Peças curtas, com temas cotidianos, falam das relações humanas através do humor. A figura é tipificada )ex. o tolo, o esperto) e as emoções são as universais (ex. amor/ódio).

Farsas Carnavalescas:

Invenção alemã, aconteciam durante o carnaval e eram muito rápidas e alegres.

(Estão presentes na Encenação e principalmente nos Figurinos, com seu aspecto mais Alegórico. As cores vibrantes e o excesso de pano resgatam a moda Alemã que predominou na primeira metade do século XVI).

O conjunto dessas características não só nos aproxima de nossas Raízes européias, como nos faz entender a Universalidade das Arte e a origem do Teatro contemporâneo.

A nossa História dessa História

Inspirada em Os Mestres Cantores de Nuremberg

Há cinco anos, descobrimos em nossas pesquisas o autor alemão Hans Sachs, nascido em Nuremberg há mais ou menos 500 anos, época em que o Brasil, estava sendo descoberto. Sua farsa mais popular e importante foi “O Estudante que veio do Paraíso” (1550); mas, até então, só tínhamos uma versão em alemão gótico. como fazer? Tentativas foram feitas sem resultado.

Montamos outras peças, mas essa não saia da nossa cabeça. Finalmente, em viagem pela Índia e Nova Iorque, Ricardo encontrou uma versão em inglês antigo e Heloisa Frederico traduziu. Márcia Frederico pôde então desenvolver o texto, criando a peça original que inclui a adaptação de dois textos, inéditos no Brasil, de Hans Sachs: a farsa “O Estudante que veio do Paraíso” e a moralidade “Os filhos de Eva”. Os cenários e Figurinos foram criados por Ricardo Venâncio, que assina a direção do Espetáculo. Entre a realidade e a fantasia aparece a Produção e com ela Marcos Edom.

Em poucas palavras: o Teatro é uma arte que se faz com trabalho de equipe. A soma de tudo isso, e de muito mais, nos possibilitou, finalmente, assim como Wagner, colocar no palco a nossa homenagem a Hans Sachs.

Sinopse

Um torneio de teatro onde o aprendiz Walther, estimulado por seu Mestre Hans Sachs participa da disputa, onde se julga o melhor autor/ator, e enfrenta o Mestre Beckmesser.

O prêmio do torneio é Eva, filha do ourives, e o melhor se casará com ela.

Por acreditar que Hans Sachs protege Walther e, portanto, escreveu a peça com que esse irá competir, Beckmesser rouba o texto, obrigando Walther a improvisar, enquanto que Beckmesser apresenta a peça do rival.

Conseguirá Walther inventar na hora uma peça? Como provar ser ele o autor da outra? Eva, o Prêmio, com quem, ficará?

A Ética, o improviso e a inovação contra o clichê e a Tradição: o novo e o velho teatro, Farsa e Moralidade. Os teatros dentro do teatro, são alguns dos Conceitos presentes na peça.

A Encenação e a Ginástica Rítmica

O Jogo do Teatro, o Jogo da Cena

Em inglês: play
Em francês: jouer
Em português: atuar, representar.

Quando se pensa em competição, pensa-se em esporte.
Quando se pensa em Teatro, pensa-se em Arte.
Competição e Arte = ginástica artística (ginástica rítmica) que tem origem no circo chinês.

Além de todo esse jogo de palavras, desde o início da Companhia, em 1988, trabalhamos inspirados pelo quadro Jogos Infantis de Bruegel, que mostra claramente os jogos das crianças daquela época, e ali se veem o arco, a bola, a fita, a corda, as maças.

Nos espetáculos anteriores da companhia, o uso desses elementos já compõe uma linguagem particular que nos caracterizou: manipulados pelos atores compões o Cenário e as cenas num jogo de símbolos e de transformação.

Elenco

Bel Garcia: Eva, Fazendeiro, Eva do Paraíso
César Augusto: Beckmesser, Adão do Paraíso
Eduardo Andrade: Hans Sachs, Camponesa, Mensageiro Divino
José Mauro Brant: Whalter, Estudante
Ricardo Venâncio: Coringa

Ficha Técnica

Núcleo de Criação da Companhia

Ricardo Venancio: Direção, Cenário, Figurino, Coreografia, Trilha Sonora, Maquiagem e Pesquisa
Marcia Frederico: Texto e Adaptação, Produção, Divulgação e Pesquisa
Heloisa Frederico: Tradução (farsa), Adereços (sapatos e máscaras), Cenário das Arcadas, Coordenação de Pesquisa e Programação Visual
Marcos Edom: Produção, Administração, Concepção das Atividades nas Arcadas, Operação de Som

Equipe

Iluminador: Dimitri Martiinovichi
Assessoria Psicopedagógica: Carmen Stella
Fotos: Flávio Frederico
Assistente de Cenário: Eduardo Andrade
Preparação Vocal para Canto : Marilena Venâncio, Lúcia Frederico, Maria L. Barreira
Colaboração Costura José Maurício Brant
Montagem e Operação de Luz: Fred Pinheiro
Maquinista: Rafael Crepe
Eletricistas: Antonio Ele e Alexandre
Bilheteria: Áurea e Wagner
Administração do Teatro : Eliane e Marcos Edom
Recreadores e Atividades Infantis: Cauan Ferreira, Duda, Paula Direito, Patrick Brooks, Allen Brooks

Richard Wagner e Hans Sachs 

Wagner (1813-1883, séc. XIX), escritor e músico alemão, na sua ópera Os Mestres Cantores de Nuremberg (a única com elementos cômicos), homenageou um homem do séc. XVI por quem tinha uma grande admiração: Hans Sachs, sapateiro, escritor e… MESTRE CANTOR

Sachs (1494-1576), escreveu cerca de 7.000 obras, entre as quais 300 Farsas, tragédias, mestre-canções (três estão na peça, cantadas pelos atores), epigramas, fábulas, moralidades e, ainda, várias Farsas Carnavalescas.

Confrarias e seus Torneios

Intelectuais e artesãos conviviam e davam forma à sociedade, o que estimulou o desenvolvimento das Confrarias Grandiosas e organizadas, elas patrocinavam Festivais de Teatro, que duravam até vinte dias, (como hoje, no Brasil se disputa o melhor samba-enredo e depois a melhor Escola de Samba).

Reunindo pessoas de diversos ofícios, surge uma corporação voltada para restaurar, em pleno século XVI, a glória dos grandes menestréis da IDADE MÉDIA – a CONFRARIA DOS MESTRES CANTORES, onde destaca-se o Mestre Cantor e Mestre Sapateiro: Hans Sachs.

(Última Capa)

Agradecimentos

Sonia Barreto, Luiz Fernando Madella, Paulo Crow (Ferreira Guimarães), Simone Touasco (GE), Letícia Bastos (GRD), Carla e Maria Celina (Mc Donalds Ipanema), Quintino (Cobal Leblon) Toninho Monjardim, Vallery Pollex, Júlio e Edda (Rádio Atividade), Família Frederico, Família Venâncio, Jorge Luiz  Rodrigues da Silva, Maria Lucia Barreira, Lúcia Frederico, Marilena Venâncio, Daisy V. Pinheiro, Carmen Stella,  Claudia Frederico, Carla Casari, Sandra Lyra (ICBA), Flavio Ribeiro, Anna, Pedro e Júlia, Beatriz Veiga, Funcionários da Casa de Cultura Laura Alvim

Nosso obrigado a todos aqueles que generosamente colaboraram e colaboraram, e a outros que sempre virão

Patrocínio

(Logo) Coca-Cola

Apoio Cultural

(Logos) GE, Cia. Têxtil Ferreira Guimarães, Radio Atividade, Mc Donald’s Ipanema, GRD, Quintino – Horto Mercado Leblon

Casa de Cultura Laura Alvim
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de cultura
Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro – FUNARJ

Companhia de Teatro Medieval
Telefax: (021) 259.4697