(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
Centro Cultural Banco do Brasil convida para a peça
LUDI NA TV
(Interior)
Ludi no Teatro
Depois de viajar até a China com Marco Polo, resolvemos ficar aqui pela terrinha mesmo para contarmos uma história da nossa cidade. Ludi é uma personagem assim, da cidade, urbanoide, convivendo com problemas atuais de uma família de classe média. Nossa heroína, como a maioria das crianças atuais, adora ficar em casa vendo televisão, e de tanto ficar com o olho grudado na telinha ela já sabe de cor e salteado os comerciais, as novelas (que no fundo são sempre iguais), as perguntas dos programas de entrevistas e, dependendo dos entrevistados, as respostas também. Para desespero da aldeia global de comunicação, Ludi vai parar dentro da própria televisão e começa a se intrometer em toda programação. E, como não poderia deixar de ser, a maior confusão…
Ludi é a prima irmã da Emília e, como tal, não nega as origens. Agitada, esperta, espevitada, com ela temos chance de trazer aos palcos uma criança transgressora e inteligente, com sede de ser livre, como todos nós gostaríamos de ser.
O livro da Luciana tem tantos méritos, que resolvemos levá-lo à cena quase que integralmente, acreditando que mesmo os momentos narrativos dariam mais clareza e dinâmica à encenação, bem como as personagens. Esse tipo de atuação já estava presente em A Inacreditável História de Marco Polo e sua Exuberante Viagem ao Oriente, e assim vai se tornando uma das características da linguagem do grupo, bem como o despojamento no aparato técnico (Cenário / Figurino / Iluminação), a presença dos atores constantemente em cena, a diversidade de personagens e a narrativa ágil. E, principalmente, como apontou certa vez uma crítica, o maior prazer em representar.
Núcleo de Teatro para a Infância, julho 96
Porto Alegre, 20 de Fevereiro de 1995.
Querida Luciana,
desde sua carta de novembro você ronda minha cabeça.
Volta e meia paro e penso em Deus, preciso dar notícias à Luciana. Hoje vai…
… Luciana, você é a mais nobre e legítima herdeira lobatina do Brasil! Até usei ponto-de-exclamação, pelo qual nutro (odeio esta palavra) certa antipatia.
Mas é verdade. Sou duro na queda para rir e/ou chorar com livros. Com filmes não, sou uma vaca… Mas rir, rir mesmo, só com John Fante, Lobato e você…
·… Outra coisa que me gusta mucho nos teus livros é que as crianças não são mi(s)tificadas. Criança é muito, muito mazinha. Eu era medonho, desde jogar sal em lesma até gravar agulha em bumbum de tanajura. A tua Ludi é uma boa peste, muito Emiliana. E outra coisa que gosto é que gosto. Entende?
Não tem solavanco. O livro vai como se lendo por si, a gente só vira a página. Eu só queria maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais…
Não pare. Literatura é principalmente não parar. Das dezenas de escritores da minha idade, que começaram mais ou menos ao mesmo tempo, restou acho que só o João Gilberto Noll. Se você der uma olhada naquela revista FICÇÃO que seus pais editavam, vai ver que sobrou pouca gente. Você tem um talento fora do comum e é gostosíssima de ler. Produza, produza.
Mais Ludis, outras coisa. Quero mais.
Caio Fernando Abreu
Carmel Frenzel: Ludi
Isa Vianna: Marga, Socorro de Andrada, Mulata, Jogador do Fluminense, Helô “Popa”, Mãe de Vanesinha
Marcos Ácher: Rafa, Seu Geraldo, Dulcide Leite, Zito, Pai de Vanessinha
Maurício Grecco: Seu Marcos, Heitor Carlos, Adalton Mendes, Juarez, Apresentadores do Telejornal
Vanessa Ballalai: Dona Sandra, Maria Filomena, Mulata, Jogador do Flamengo, Keka, Vanessinha
Direção: Dudu Sandroni
Adaptação: Luciana Sandroni & Núcleo de Teatro Para a Infância
Cenário: Lidia Kosovsky
Figurino: Ney Madeira
Iluminação e Ambientação de Luz: Djalma Amaral
Assistente de Iluminação: Alberto Timbó
Programação Visual: Silvana Mattievich
Ilustrações: Raul Fernandes
Fotografia: Silvio Pozatto
Trilha Sonora: Dudu Sandroni
Divulgação: Isa Vianna & Marcos Ácher
Preparação Corporal: Maurício Grecco
Assistente de Figurino: Lenita Ribeiro
Costureira: Mara Lopes & Equipe
Produção: Marcia Eltz
Assistente de Produção: Ricardo Machado & Wellington Barros
Cenotécnico: Humberto & Equipe
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Apoio
(Logos) Werner Tecidos, Delírio Tropical Iblon, Body Tech Club, 3M, Nasha-Elke-Acqua, Telerj, Colortel, Perucas Lady, Klabin, Sherwin-Williams do Brasil.
Agradecimentos
Editora Salamandra, Teatro Carlos Gomes, Gilray Coutinho, Cristina Arraes, Elenice Souza da Silva
(Última Capa)
Patrocinar e montar espetáculos teatrais é para o Centro Cultural Banco do Brasil investir num papel principal: ser plataforma de lançamento para peças inéditas.
Viabilizá-las para que, em seguida, tenham vida própria no mercado.
Quebrando o círculo vicioso preços altos/pouco público, e vice-versa, o CCBB oferece eventos de qualidade e valores acessíveis, o que significa empenho na formação de plateias.
Sua Linha de atuação privilegia, ainda, os espetáculos experimentais, com forma e conteúdo inovadores mas sem espaços para realização.
Se o CCBB promove o trabalho de autores, diretores, atores, cenógrafos e demais técnicos em encenação, é porque acredita na alta contribuição do teatro para o encontro para a comunidade com as questões individuais e coletivas.
O Circuito palco-público é a menor distância entre o gesto e a consciência.
Centro Cultural Banco do Brasil