(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

RETRATOS & RETALHOS

(Interior)

Mulher

Você nasceu coisinha do sexo feminino e disseram que você era uma mulher. Mas só mais tarde, diante do olhar de um homem escorrendo por seu corpo, e do toque de sua mão incendiando lhe a pele e o desejo, é que você se descobriu mulher.

Foi quando, por obra do amor, você se desdobrou em duas, vendo crescer em seu interior o fruto sempre bendito de nosso ventre: um filho… depois outros, depois outro, como as ondas de um mar se sucedendo. E a cada onda miúda crescendo dentro de você em marulhar suave, presente e presença de uma vida, você ia encontrando sua vocação de mar e sua ânsia de mergulhar no mistério maior pra própria Vida.

Quando em nosso século a maré dos conflitos e guerras subiu e suas ondas começaram a inundar até os portos antes tidos por seguros, você sentiu que era chegado o momento de lançar seu barco ao mar. E se aventurou mar afora, paixão em movimento, atenta ao apelo dos horizontes, sempre além. Ousando mares nunca dantes navegados, sem mapas já traçados que lhe servissem de guia, tendo por bússola apenas seu impulso de liberdade, você ia inventando novos rumos e ações. E assim, gestadora também de si mesma, ao se reinventar a cada dia, inventava, sem sentir, um novo espaço e caminho e dava a seu retrato de mulher, novos traços – os traços dessa mudança, tão certa, tão simples, nada fácil, que você só percebeu ao se ver no espelho em que foi buscar sua nova face. E ao descobrir, em outros rostos, de traços comuns, porque a fala feminina é hoje um plural: nós mulheres…

Nós, mulheres latino americanas, que hoje, retornando nosso gesto milenar de cuidadoras, estamos mais uma vez tecendo juntas, com retalhos trazidos desses caminhos percorridos, a coberta com que buscamos agasalhar o frio atual desta América, terra-mãe grávida de um futuro que sonhamos melhor.
                                                                                                                                                             Maria Helena Kühner

Roteiro

Infância e Adolescência

Nascimento: Carmem da Silva Desenho: Cecília Meireles Fluxos de Sangue e Desejo: Helen Parente Cunha

Juventude

Romanesco: Lena Texeira
Romantismo: Cecília Meireles
Idealização: Marina Colasanti
Espera: Helena Parente Cunha
Mulher ao Espelho: Cecília Meireles
O Homem Certo: Marina Colasanti

Mulher e Mãe

Receita Médica: Talita Franco
A Festa do Corpo: Graça Cretton
Embalo Azul: Celina Ferreira
Desejo: Denise Verano

Desencontros e Decepções

Roda Cor de Roda: Leilah Assunção
Eu Sei Mas Não Devia: Mariana Colasanti
Aniversário de Casamento: Maria Lúcia Dahl

A Nova Mulher

Mulher Objeto?: Heloneida Studart / Maria Helena Küner
Hino: Bruna Lombardi
Acorda, Manuel: Normalice Santos Souza
Água Viva: Clarice Lispector

Roteiro Musical

1. Valsa nº1: Sérgio Saraceni
2. Mulher: Custódio Mesquita / Sadi Cabral
3. Salgueiro na Avenida: Martinho da Vila
4. Terceto: Sérgio Saraceni
5. Valsa Nº2: Sérgio Saraceni
6. Nada Além: Custódio Mesquita / Mario Lado
7. Nós os Carecas: Arlindo Marques Jr. / Roberto Roberti
8. Tango da Suite: Astor Piazzola
9. Berceuse: Manoel de Falla
10. Meu Guri: Chico Barque
11. Como uma Onda: Lulu Santos / Nelson Nelson Mota
12. Brasa: Lupiscínio Rodrigues / Felisberto Martins
13. Gota d’Água: Chico Buarque
14. Verão de 42: Michel Legrand
15. Lua Adversa: Sérgio Sacareni / Cecília Meireles
16. O Que é, o Que é? Gonzaguinha
17. Maria Maria: Milton Nascimento / Fernando Brandt

Bibliografia

Bruna Lombardi: Perigo do Dragão, Record
Carmem da Silva: História Híbridas de uma Senhora de Respeito, Brasiliense
1958 – Cecília Meireles: Obras Completas, Aguilar
1967 – Celina Ferreira: Hoje Poemas, Estado de Minas Gerais
1978 – Clarice Lispector, Agua Viva, Francisco Alves
1986 – Denise Verano e Graça Cretton, Prêmio Cora Carolina – 1988 – Univ. Federal de Goiás
1988 – Helena Parente Cunha, As Doze Cores do Vermelho, UFRJ / 1985 – Cem Mentiras de Verdade – José Olympio
1969 – Heloneida Studart, Mulher, Objeto de Cama e Mesa, Vozes
1977 – Leilah Assunção, Da Fala ao Grito, Símbolo
1985 – Lena Teixeira, Ritmo do Acaso (Copyright da autora)
1991 – Maria Helena Küner, Artigo na revista “Cult”, Funarj
Maria Lúcia Dahl, escrito especialmente para teatro e não publicado
1973 – Marina Colasanti, Nada na Manga, José Olympio / 1980 – A Nova Mulher – Nórdica
1977 – Normalice dos Santos Souza – Teatro Universitário – Instituto Nacional de Teatro
1992 – Talita Franco, Os Cabelos a Medusa – Studio HMF

(Verso)

Maria Pompeu
Nildo Parente
Voz e violão: Márcia Taborda

Texto elaborado por Trinta e suas Mãos Femininas
Roteiro e Adaptação: Maria Pompeu
Direção: Aracy Cardoso
Direção Musical: Sérgio Guilherme Saraceni
Movimento: Regina Rodrigues
Figurino: Ermel Ribeiro
Produção Executiva: Bia Lima, Rogério Sandro e Maria Antunes
Assessoria de Imprensa: José Fernando Bastos
Programação Visual: Eduardo Vale e Rodrigo Valente
Estética: Lincoln Ralph
Fotografia: Gilson Ribeiro 

Patrocínio

(Logo) Coca-Cola.

Apoio Cultural

(Logos) O Globo, Ella, Rainer, Native.

Agradecimentos

Sônia Barretto, Arthur de Almeida, Carlos Albano, Maria Fernanda, Metrô Carioca, Maria Helena Kühner, Janette Leiroz, Cristina Gonçalves Maia, Olga Ferreira Guarilha, Hélio Balbi