Programa de reestreia do espetáculo no Paço Imperial em 1992

Gilberto Miranda, Marcia Frederico, Ricardo Venâncio, Evandro Melo e Rogério Freitas

Barra

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA) 

(Capa)

Prêmio Molière – Atriz
Prêmio Coca-Cola de Teatro Infantil – Texto, Direção e Figurino

Companhia de Teatro Medieval

O SEGREDO BEM GUARDADO

(Interior)

Este conto de origem camponesa vem sendo contado há mais de cinco séculos, tornando-se tradicional entre “os povos da terra”.

Adaptar este conto oral para a linguagem do Teatro e manter o clima de antigamente”, não perdendo a poesia e o tom miraculoso que a Fábula contém, é um trabalho sem dúvida de responsabilidade, que vem sendo mantido pelo cada vez mais dedicado empenho em pesquisar uma época tão antiga quanto a Medieval.

Nesta montagem reuniram-se alguns elementos:

– O camponês que vive da caça, pesca e colheita e faz da terra a sua fonte vital e inspiradora.

– A estética, onde estão simbolizados o oriental, o colono brasileiro, o primitivismo indígena, o feudal europeu, toda a cultura agrícola. O gesto, a maquilagem, o figurino e a música traduzem o simbólico de forma extremamente artística.

– O cenário, todo feito do jogo dramático de lençóis brancos, contrastando com o visual colorido dos personagens como uma tela branca onde as tintas vão se misturando. O lençol como símbolo da roupa lavada pela lavadeira, seu universo. Nele as formas surgem e desaparecem como numa brincadeira de crianças, onde o lúdico prevalece.

– O uso de material rústico como sisal, bucha e lágrima de Nossa Senhora, encontrado nas nossas matas e plantações.

– Uma volta ao elementar, resgatar e expor nossas raízes através das emoções básicas do ser humano: todo o jogo teatral onde a relação ator/plateia é o foco principal de nosso exercício. Aguçar o imaginário.

Elenco

(Por ordem de entrada)

Gênio: Evandro Melo
Juanelo: Ricardo Venancio
Bruno: Rogério Freitas/ Gilberto Miranda
Leonela: Márcia Frederico
Assunta: Evandro Melo
Liseta: Rogério Freitas/Gilberto Miranda

Prêmio Coca-Cola de Teatro Infantil

Os jurados Eliana Yunes, Lúcia Coelho, Miriam Brum e Domingos Assmar Neto indicaram os profissionais que mais se destacaram no Teatro Infantil no ano de 1991 em cada categoria.

Texto: Márcia Frederico
Direção: Ricardo Venâncio
Figurino: Ricardo Venâncio
Cenário: Ricardo Venâncio

Prêmio Molière

Ator: Rogério Freiras
Atriz: Marcia Frederico

Um camponês acha um tesouro no meio da floresta e passa a viver um dilema: como fazer com que sua mulher guarde segredo de tal “milagre”? O que fazer para que todos da aldeia não saibam que enriquecera subitamente? Ficar com o tesouro ou devolve-lo à floresta?

In boca chiusa non entró mai mosca. (Em boca fechada não entra mosca)

Conto de tradição oral camponesa de origem, presumidamente, italiana.

(Última Capa)

O Segredo Bem Guardado

Ficha Técnica

Tradução e Adaptação: Márcia Frederico
Direção: Ricardo Venâncio
Cenário e Figurinos: Ricardo Venancio
Sapatos: Heloisa Frederico
Perucas: Hilda Braga
Adereços: Ricardo Venancio, Heloisa Frederico, Ivan Freire
Iluminação: Dimitri Martinovich
Costura: Maria Regina

Programação Visual: Heloisa Frederico, Alexandra Jordão
Fotos de Divulgação: Gabriela Toledo
Pesquisa: Heloisa Frederico
Produção: Marcos Edom
Produção e Realização: Companhia de Teatro Medieval

Agradecimentos

Maria Lucia Barreira, Jorge Luiz Rodrigues da Silva, Samuel Abrantes, Jorge Luís, Eleni Garcia, Gilda Freitas, Maria Helena Bumacher, Sheila Ponce Leon, Bené., Virginia van der Linden, Lenora Pinto Mendes, Luís Claudio, Mônica Ribeiro, Eliane Teixeira, Sergio Brito, Teatro Villa Lobos, Beatriz de Vick Carvalho, Museu Histórico da Cidade, Bianca de Filippo, Prabhuta, Mauricio e Lucila Tragtenberg, Claudia Correa, Ato de Criar, Laís e angelo Beltrão, Marilena Venâncio, Daisy Venancio Pinheiro, Alzira e Jose Ribeiro, Dulce Maria Venâncio dos Reis, Marilza Florêncio Ribeiro, Fernanda Venâncio Rodrigues, Lucia Ribeiro Novaes, Helena Monteiro, Nilza e José Beltrão, Paula Frederico, Claudia de Senna, Lucia e Nodari, Ana, Pedro e Júlia, Solange Pamplona, Priscilla de Faria, Cristiane Ajuz, Funcionários do Paço Imperial, Alexandra Jordão, Márcio Paes Selles, Maria do Céu, Rosane Flávia, Rita de Cássia, Gil Terra, Luiz Sorel (in memoriam)

(Logos) O Boticário, Filme Papel Produções Gráficas, Espaço Total, Casa Camelo Tecidos, Block Shoop Moda Infantil, Coca-Cola

Barra-de-divisao - 15 cm

Texto de Abertura do Espetáculo – Folheto Distribuído às Crianças

O Paço Imperial apresenta à CRIANÇA ao mundo mágico do TEATRO

Senhoras e Senhores! Damas e Cavalheiros!
O convite que vos faço desta vez
É o de uma viagem na história que o tempo fez.
De um tempo de Castelos, Igrejas, Bandeiras
De Reis, Rainhas, Soldados e Feiticeiras.
Onde havia muita riqueza, mas também muita pobreza.
Era um tempo de carroças e carruagens.
De capas, espadas, escudos e muitas viagens.
Navegações e descobertas
Mistérios e florestas.
Rei Arthur e Robin Hood estiveram lá
Vamos agora e vamos já.

Veneza e seus amores!
Gondoleiros e barqueiros
Criando estórias e romances.
Época de navegação.
Cabral ainda não tinha chegado aqui, não;
Isso tudo foi na Europa.
Brasil, só tinha índio, não tinha branco não.
Mas cadê o Palco?
Não disseram que era Teatro?
Ah, Há! Mas teatro se faz em qualquer lugar,
Só precisa do artista e do público.
E eles, lá faziam na Praça, na Feira, na Carroça.
Faziam também em Festas, Palácios, Igrejas, Pátios.
Tinham que ser acrobatas.
Saber pular, saber dançar.
Saber saltar e rebolar.
Eram como os do Circo
Que tinham mesmo é que ANIMAR.

E agora, quem será?
Uma mulher Feiticeira? Bruxa?
Curandeira?
Não, uma atriz acabando de se maquiar

A GENTE PINTA FORTE ASSIM PRÁ TODO MUNDO VER E SABER LOGO QUEM É QUEM.

Quer ver?
Se é esperto, o olho espreita.
Se é velho, é só murchar.
Se é rico, faz um biquinho.
E por aí vai.
É só imaginar
Todas as voltas que a cara dá.

Um baú!
Deve se o da felicidade…
Ei, vou fazer uma mágica
E transformar o que não é no que pode ser
É fácil; é só usar a cabeça e as mãos também.

Querem ver como se faz uma saia virar capa.
E uma bolsa virar chapéu? Querem ver?
E, pra acabar, uma calça virar blusa.
E um jornal virar bastão.
E assim também se faz um menino virar mágico.
E como já disse:
É só usar a cabeça e o resto que apareça.

É hora de botar o pé na estrada
E avisar às pessoas que
“Vai começar o ESPETÁCULO”
Vamos subir nesta carroça que
vai nos levar pra PRAÇA Música!
Música maestro!
Era o que faltava
Alegria!