Programa, 1988

 

 

 

 

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Projeto Missões 300 Anos
apresenta

A LENDA DA COBRA GRANDE – UMA LENDA MISSIONÁRIA

Direção Geral: Julio Saraiva
Promoção: Comissão Executiva Missões 300 Anos – 14a Delegacia de Educação

(Interior)

Ficha Técnica

Título: Lenda da Cobra Grande
Autor: Carlos Carvalho
Direção Geral: Julio Saraiva
Figurinos e Adereços: Fernando Zimpeck
Música: Ricardo Bordini, Zé Caradípia
Criação de Iluminação: Ludoval Campos e Julio Saraiva
Fotos: Silvana
Produção: Ludoval Campos
Ass. de Produção: Ine Baumann
Administração: Irani Zucatto

Elenco

Ludoval Campos
Ine Baumann
Julio Cesar Saraiva

Montada pela primeira vez em 1980, a peça de teatro A Lenda da Cobra Grande voltou ao Rio Grande do Sul numa curta temporada no Teatro São Pedro. A remontagem do texto de Carlos Carvalho, adaptado de uma lenda missionária pela Abrecampo – Produções e Programações Artísticas integra os eventos do projeto Missões 300 Anos.

Conta a lenda que, liderados por Sepé Tiarajú, os Guaranis guerrearam contra os invasores lutando bravamente mas acabaram sendo vencidos. Os fortes eram escravizados ou dizimados. Na Missão de São Miguel ficaram apenas velhos, mulheres e crianças. Logo que tivessem uma serventia eram levados por estrangeiros como escravos. Assim, os poucos sobreviventes abandonados ficaram à mercê da natureza, antes amiga… agora sua inimiga: o mato foi crescendo e avançando, invadindo todo o espaço da Missão. Sem outro refúgio, os últimos representantes Guaranis buscaram abrigo na Igreja. Então veio a Cobra Grande, que subiu as escadas da Igreja e se alojou na torre. Quando sentia fome, enroscada nas cordas que pendiam do alto, atirava-se a badalar… badalar… e os gritos dos sinos entravam pelo ouvido dos viventes, para bater lá dentro, lá no fundo, chicoteando os nervos como se uma tropilha inteira pisoteasse o pensamento, machucando o coração. Até que, uma noite, uma das índias atentou para o mistério: era de certo a Cobra Grande com fome. E esta índia, que de tanto sofrer enlouquecera, pegou seu filho nos braços e lá subiu para a torre de onde o sino chamava. E então tudo se calou… por dois dias, para depois recomeçar. Primeiro calmo, num choro… depois chorando mais forte e por fim gritando de novo. E outra china seu filho para alimentar a maldita. Assim, neste ritual de sinos, choros e silêncio, alimentada, a cobra foi inchando e acabou por explodir, levando consigo o resto da tribo. Diz a lenda, que as manchas escuras que se percebem na frente das ruínas de São Miguel até hoje, são a gordura da cobra que escorreu pelas paredes do templo.

(Última Capa)

Apoio Cultural

Agropecuária
Guilherme Joaquim Rotta