(INFORMAÇÕES DO CARTAZ/PROGRAMA)
(Frente)
Grupo TAPA
apresenta
O HOMEM QUE SABIA JAVANÊS
de Lima Barreto
Adaptação Anamaria Nunes
Direção Eduardo Wotzik
Horários
3ª feiras – 21h
4ª, 5ª, 6ª feiras – 17 h
sábados e domingos – 16h
Festival de Teatro Brasileiro Ano III
Teatro Laura Alvim
Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema
Apoio Cultural
(Logo) Brahma
(Verso)
Grupo TAPA
Elvira Lemos
Fernando Rebello
Flávio Antônio
Marisa Furtado
Paloma Riani
Rogério Corrêa
Susanna Kruger
Vera Regina
Wilson Rabelo
Adaptação: Anamaria Nunes
Direção e Concepção: Eduardo Wotzik
Músicas e Direção Musical: José Lourenço e Paulo Steinberg
Figurinos: Lola Tolentino
Luz: Maneco Quinderé
Direção de Produção: Ronaldo Nogueira e Nilvan Santos
O Autor
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maior de 1881, no Rio de Janeiro.
Sua vida foi marcada, desde a infância, pelo infortúnio: a morte prematura da mãe, professora Amália Augusta, em 1888, marcou profundamente o menino, que ainda não havia completado 7 anos. Era o filho mais velho numa prole de cinco.
As dificuldades econômicas aumentaram quando seu pai, o tipógrafo João Henrique, foi demitido da Imprensa Nacional, com a Proclamação da República. Ele consegue, no entanto, ser nomeado almoxarife da Colônia de Alienados da Ilha do Governador.
Lima Barreto teve os estudos custeados pelo padrinho, o Visconde de Ouro Preto, no Liceu Popular Niteroiense. Era aluno aplicado. Ingressou depois no curso anexo da Escola Politécnica, mas não foi além do segundo ano.
Teve que abandonar os estudos para ingressar – por concurso – no Ministério da Guerra, como funcionário público.
Era Lima Barreto quem arcava com as despesas da família.
Foi muito a contragosto que se dedicou à carreira de funcionário, como amanuense.
Não havia muitas opções na época.
Seu pai havia enlouquecido.
E Lima precisava sustentar o pai doente e os irmãos.
Sofria muito por ser mulato e pobre.
Já sonhava em ser romancista.
Acumulando frustrações, decepções, encontrou alívio na bebida.
Em 1914 foi internado, pela primeira vez, no Hospício Nacional de Alienados, com uma crise de alcoolismo Marginalizado pela cor, Lima Barreto acabou derrotado pelo vício, pela doença, pela miséria.
Faleceu em novembro de 1922, minado pelo alcoolismo e após o terceiro internamento psiquiátrico.
A Obra
Recordações do Escrivão Isaías Caminha
O Triste Fim de Policarpo Quaresma
Numa e a Ninfa
Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá
Clara dos Anjos
Histórias e Sonhos (Contos)
Os Bruzundangas (Sátira)
Coisas do Reino do Jambon (Sátira)
Bagatelas (artigos)
Feiras e Mafuás (Artigos e Crônicas)
Vida Urbana (Artigos e Crônicas)
Marginália (Artigos e Crônicas)
Impressões de Leitura (Crítica)
Diário íntimo (memórias)
O Cemitério dos Vivos (Memórias)
Correspondência
Correspondência
O Homem que Sabia Javanês
Escrito em 1911, o conto conta a estória da ascensão e glória de Castelo.
Carioca mal posto na vida, em momento de muita necessidade, decide dar aulas de Javanês à um velho barão supersticioso.
Castelo lera o anúncio num jornal encontrado por acaso.
Era a sorte lhe sorrindo.
Ofereceu-se para o cargo.
Por desconhecer o idioma, o bom e velho barão de Jacuecanga, já bastante surdo, deixou-se iludir pelo professor Castelo.
Esperto como ninguém, Castelo inventa estórias que encantavam o barão.
Como se não bastasse o bom salário que lhe pagava, o barão decidiu encaminhar Castelo para uma carreira de futuro.
Acreditava no talento do seu professor de javanês e, por conta de uma herança que recebera e por tê-la atribuído à sorte que lhe trouxera o aprendizado do javanês, o barão levou Castelo para a diplomacia.
Com uma carta de recomendação assinada pelo Visconde de Carururu, em pouco tempo Castelo foi feito adido cultural e partiu para a Suíça, onde representou o Brasil num congresso de sábios. Na sua volta, foi aclamado, pelo presidente da República, glória nacional.
Acabou cônsul em Havana, especialista em línguas maleo-polinésias. O segredo de sua sorte e fortuna é jamais ter encontrado quem soubesse javanês para desmascará-lo.
O Homem que Sabia Javanês pode não ser o brasileiro típico, que possivelmente se identifica mais e melhor com Macunaíma, o herói sem nenhum caráter do paulista Mário de Andrade. Mas certamente, Castelo existe, não foi completamente inventado nem é mesmo tão original assim.
“O Problema do Brasil não é a cachaça: É a burrice mesmo.”
Agradecimentos
Ana Barroso, Antonio Mexa, Brian Penido, Casa de Rui Barbosa, Chico, Cibele Navarro, Denise Weinberg, Eduardo Tolentino de Araújo, Fabiana Celestino, Gatinho, Guilherme Sant’Anna, Ivan Gil de Mello e Souza, Maria Clara Carvalho, Norma Dumar, Priscilla Rozenbaum