Programa do espetáculo que estreou na cidade de São Paulo, em 1985

Anúncio com as premiações para a temporada em São Paulo, no Teatro Eugênio Kusnet, nos meses de junho e julho de 1985

Filipeta para a temporada no Centro Cultural São Paulo, de 04.05 a 02.06.1985

(atrás) Nelson Baskerville, Cristina Bosco, Jorge Julião (na frente)  Ana Maria Surani,  Ana Maria de Souza (Mariana Suzá), Cibele Troyano, Geraldo Petean, Gustavo Kurlat, Eber Mingardi

Ana Maria de Souza (Mariana Suzá), Nelson Baskerville, Cristina Bosco, Geraldo Petean, Ana Surani (sentada)

Nelson Baskerville, Cibele Troyano, Cristina Bosco e Corina Brito (violino)

Nelson Baskerville, Cibele Troyano, Ana Maria Surani, Corina Brito (violino), Gustavo Kurlat

 

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

AVOAR

(Página 01)
Avoar… Foi o jeito que encontrei de trazer de volta as velhas noites de luar, as cadeiras nas calçadas e a rua onde a gente brincava ao som de cantigas de roda.

Um jeito de recuperá-las, coligi-las, documenta-las.

E será, espero, um modo de cantá-las e espalhá-las por toda a cidade até descobrir onde a lua se esconde e fazê-la voltar, se não for por cima dos prédios, pra dentro deles.

Mantê-la presente nos olhos, entre as pessoas, no coração.

Vladimir Capela

(Página 02)

Ana Maria de Souza
Ana Surani
Cibele Troyano
Cristina Bosco
Eber Mingardi
Geraldo Petean
Jorge Julião
Nelson Baskerville
Gustavo Kurlat (Violão)
Corina Brito (Violino)

Cenografia e Figurinos: Valnice Vieira
Programação visual: Carlos Pazetto
Direção Musical: Marcos Arthur
Direção: Vladimir Capella

(Página 03)

Músicas

Eu tenho mamãe eu tenho
Saudades que não tem fim
Do tempo que eu era pobre
E não me vestia assim…

Mamãe eu vou
Mamãe eu vou buscar
A canoinha nova
pra sair no mar…

Ao passar o barco
Me disse o barqueiro
Menina bonita
Não paga dinheiro!
Eu sou não sou bonita
E nem quero ser
Eu tenho dinheiro

E pago a você!
Dinheiro eu não quero
Nem hei de querer
Eu tenho esse barco
Dinheiro pra quê?
“Ora pra comprar outro barco!”

Outro barco eu não quero
Nem hei de querer
Eu tenho este barco
Outro barco pra quê?
“Ora, pra carregar mais gente,
Pra ganhar mais dinheiro!”

Eu não sou bonita
E nem quero ser
Eu trago essas flores
E dou pra você!

(Página 04)

Zum zum zum
Já no meio do mar
É o vento que nos atrasa
É o mar que nos atrapalha
Para no porto chegar!
Zum, Zum, Zum
Lá no meio do mar

Meu barco é veleiro
Nas ondas do mar
Este barco é o primeiro
Que eu achei pra navegar
Oh! Yá yá!
Meu barco é veleiro

Nas ondas do mar
O meu barco tem cheiro
de jasmim de manacá
Oh! Yá yá!

Abre a roda tindolelê

Abre a roda tindolelê
Abre a roda tindolelê
Oi tindolelê
Oi tindolelê

Tango tango tango morena
è de carrapicho
Vamos jogar a …
Na lata do lixo!

Meu papagaio das asas douradas
Quem tem namorado brinca
Meu papagaio
Quem não tem fica sem nada
Meu papagaio
Quem me dera dera dera
Meu papagaio
Quem me dera pra mim só
Meu papagaio
Me deitar na sua rede
Meu papagaio
Me cobrir com seu lençol
Meu papagaio…

(Página 05)

Lá vem a lua
Por detrás de uma palmeira
Ela vem toda de branco
Pra espiar a brincadeira
Ela vem toda de branco
Pra espiar a brincadeira
Ai ai ó lua / Ai ai palmeira!
A vida é tão formosa
É uma grande brincadeira!
Lá vem a lua saindo
Com três estrelas do lado
A do meio vem dizendo
Que a ……. tem namorado
Ai ai ……. ai ai meu bem
A vida é tão formosa
Para quem amores tem!
Lá vem a lua saindo
Cor de prata, cor de ouro
Dentro dela há um segredo
Quem contar leva um tesouro
De prata e de ouro
Da cor do mar
A vida é tão formosa
Para quem souber brincar!

Que é de Valentim?
Valentim trás trás
Que é de Valentim?
Valentim sou eu!
Deixa a moreninha
Que esse par é meu!

Chora chora chora piranha
Deixa de chorar piranha
Põe a mão na cabeça piranha
Tira põe na cintura piranha
Dá um requebrado piranha
Pisa um sapateado piranha
Dá a mão pro seu namorado piranha

Oi, como tem passado?
Olha a pombinha – Dominê
Caiu no laço – Dominê
Embaraçou – Dominê
o nosso amor …

(Página 06)

… Entrou na roda
Pra dançar o miudinho
Tirou …
Vai dançar com ele sozinha
… Entrou na roda
Pra dançar o miudinho
Tirou uma viola vai cantar:
Dolilim Dolalá
Dolilim Dolalá
Tocando a viola para se dançar

Quando a “luma” sai
Qui qui lariá
Vô pegá treis tatu
Treis tamanduá!

Minha mãe acorde
De tanto dormir
Venha ver um cego vida minha
Cantar e pedir
Se ele canta e pede
Dê-lhe pão e vinho
Mande o pobre cego vida minha
Seguir seu caminho
Não quero teu pão
Nem quero teu vinho
Quero só que Aninha vida minha
Me ensine o caminho
Ande mais Aninha
Mais um bocadinho
Eu sou um pobre cego vida minha
Não vejo o caminho…

(Página 07)

Menina tu vais casares
Eu vou te dares os parabéns
Vou te dares uma prenda
Saia de renda e dois vinténs

Menina tu vais ao baile
Levas o chale que vai chover
E depois de madrugada
Toda molhada tu vais morrer…

Ó Sinhá minha Sinhá
Redondo Sinhá
Ó Sinhá minha Sinhá
Redondo Sinhá
Uma história eu vou conta
Redondo Sinhá
De uma véia de assustá
Redondo Sinhá
Ela vem de muito longe
E não tarda pra chega
Redondo Sinhá
Óia a véia vem chegando
Redondo Sinhá
Parecendo Orangotango
Redondo Sinhá
Óia a véia quando anda
Redondo Sinhá
Vai trotando pela estrada
Redondo Sinhá
Vai varrendo os caminho
C’uma saia esfarrapada
Redondo Sinhá
Pois a véia quando canta
Redondo Sinhá
Óia que trapaiada
Redondo Sinhá
Vai rinchando vai ringindo
Redondo Sinhá
A véia quando namora
Redondo Sinhá
C’uns oio de jacaré
Redondo Sinhá
Pois os veios pra corrê
E os mocinho dão no pé
Redondo Sinhá
Essa véia é muxibenta
Redondo Sinhá
com cara de jenipapo
Redondo Sinhá

(Página 08)

Bole tanto c’a cabeça
Que até balanga os papo
Redondo Sinhá
Essa véia é danada
Redondo Sinhá
Pois com ela ninguém pode
Redondo Sinhá
Com seu bigode de homem
Tem barbicha que nem pode
Redondo Sinhá
E donde veio essa véia?
Redondo Sinhá
Pois agora eu vou conta
Redondo Sinhá
Ela vem de muito longe
Na garupa de um gambá
Redondo Sinhá
A véia ta ino embora
Redondo Sinhá
Tá ino pra casa dela
Redondo Sinhá
Chocoalhando todas banha
Vai pensando que inda é bela
Redondo Sinhá

(Página 09)

Meus senhores eu sou a bota
Que passa a vidinha fazendo
Batota!
Meus senhores eu sou a corda!
Que amarra a bota
Que passa a vidinha fazendo
Batota!
Meus senhores eu sou o sebo
Que enseba a bota
Que amarra a bota
Que passa a vidinha fazendo
Batota!
Meus senhores eu sou o rato
Que roe o sebo
Que enseba a bota
Que amarra a bota
Que passa a vidinha fazendo
Batota!
Meus senhores eu sou o rato
Que agarra o rato
Que roe o sebo
Que enseba a bota
Que amarra a bota
Que passa a vidinha fazendo
Batota!
Meus senhores eu sou o cão
Que pega o gato
Que agarra o rato
Que roe o sebo
Que enseba a bota
Que amarra a bota
Que passa a vidinha fazendo
Batota!
Meus senhores eu sou o pau
Que dá no cão
Que pega o gato
Que agarra o rato
Que roe o sebo
Que enseba a bota
Que amarra a bota
Que passa a vidinha fazendo
Batota!
Meus senhores eu sou o homem
Que pega o pau
Que dá no cão
Que pega o gato
Que agarra o rato
Que roe o sebo
Que enseba a bota
Que amarra a bota
Que passa a vidinha fazendo
Batota!
Meu senhores eu sou a morte
Que leva o homem
Que pega o pau
Que dá no cão
Que pega o gato
Que agarra o rato
Que roe o sebo
Que enseba a bota
Que amarra a bota
Que passa a vidinha fazendo
Batota!

(Página 10)

Adeus palmeira encantadora
Tem pena do meu sofrê
Tem pena de que te ama
Adeus palmeira de saudades
Vou morrer!

Estou presa meu bem
Estou presa
Estou presa por um cordão
Me solte meu bem
Me solte
Me solte meu coração

Lá vem a lua saindo
Cor de prata cor de ouro
Dentro dela há um segredo
Quem contar leva um tesouro
De prat e ouro da cor do mar
A vida é tão formosa
Quando a lua vem brincar…

(Página 11)

Bibliografia

Canta Brasil – Vicente Aricó Jr.
Os Jogos Infantis e as Cantigas de Roda – Saul Alves Martins
Cantos Populares do Brasil – Silvio Romero
Música Popular Brasileira – Oneyda Alvarenga
Brincando de Roda – Iris Costa Novaes
Santa Catarina canta – Aldo Kieger
Vinte Canções Famosas do Brasil – Milton Calazans
Curso de Folclore Musical – Jose Teixeira D’Assumpção
100 Melodias Folclóricas – Alceu Maynard Araújo e Aricó Jr.
Achegas ao Folclórico Musical do Brasil – Nicanor Miranda
Roteiro de Macunaíma – M. Cavalcanti Proença
Cantos Infantis – Yolanda de Quadros Arruda
Canções Populares do Brasil – Jacinto R. dos Santos
Cantos e Contos – Belmiro de Barros Braga

(Página 12)

Agradecimentos

Renato Lemos
Jorge Ferreira Silva
Flávia, Cacá, Martin e Tomás
Ricardo Fernandes
Luciana Francesco
Celso Saiki
José Geraldo rocha
Luis Jorge Surani
Walmir Tolstoi Bosco
Jú Rodrigues
Nena das Dobraduras
Pessoal da Artes Cênicas – Centro Cultural São Paulo
Marcio Colaferro
Kobi J. P. Meirelles Filho
(Última Capa)

Por mim não borboleta

Você pode Avoar…