Cartaz do espetáculo que estreou no Teatro O Tablado, em 1984

(INFORMAÇÕES DO CARTAZ / PROGRAMA)

(Frente)

O Tablado apresenta

NOSSA CIDADE

de Thornton Wilder

Av. Lineu de Paula Machado, 795, J. Botânico

(Verso)

Nossa Cidade

Nossa Cidade – Prêmio Pulitzer 1938

Teatro Tablado

Atores / Personagens

Felipe Martins: Contrarregra
Mauricio Mattar: George Gibbs
Drica Moraes: Emily Webb
Lucia Aratanha: Sra. Gibbs
Marcus Anibal: Dr. Gibbs
Heliane Fonseca: Sra. Webb
Cico Caseira: Sr. Webb
Toninho Lopes: Simon Stimson
Joana de Moraes: Rebeca Gibbs
Caco Moraes: Wally Webb
Lourdes Braga: Sra. Soames
Ronaldo Tasso: Wowie Newsome
Duda: Joe Crowell Jr.
Marcelo Novaes: Guarda Warren
Antonio Vinicius: Joe Stoddart
Nenna Camargo: Sam Craig
André Mattos: Prof. Willard
Patricia Nunes, Regina Barcellos, Ricardo Siqueira, Alice Ferry: Mortos

Texto: Thornton Wilder
Tradução: Elsie Lessa
Cenário, Trilha Sonora e Direção Geral: Carlos Wilson
Figurinos: Biza Vianna
Mímica: Maria Clara Machado
Iluminação: Cláudio Neves
Direção de Coro: Toninho Lopes
Direção de Produção: Eddy Rezende Nunes
Assistência de Direção: Rubens Camelo
Assistência de Iluminação: Marcelo Lyra
Assistência de Figurinos: Ana Luiza Menezes
Operadora de Som: Claudia Figueiredo
Execução de Figurinos: Lurdinha, Iracy, Valdéa e Valdíria
Eletricistas: Enor Cardoso e Orlando Brun
Divulgação: Andréa Barreto
Administração e Produção: O Tablado

Thornton Wilder

Autor teatral conhecidíssimo, já escreveu peças dos mais variados gêneros –  é, talvez, o dramaturgo de maior versatilidade do teatro dos Estados Unidos. Sua obra inclui, entre outras, uma brilhante comédia: The Skin of Our Teeth; The Emporium, sua peça mais recente; romances como A Ponte de S. Luiz Rei, The Ides of March, etc. Our Town é talvez a peça mais famosa de Wilder. Foi levada à cena inúmeras vezes, por companhias de profissionais e amadores no mundo inteiro. Apresenta aos nossos olhos um aspecto super-realista do quotidiano que, em geral, se supõe monótono e sem significado; a visão do autor revela a existência íntima de cada personagem – neles vemos, a cada passo, a reflexão de nós mesmos, daí a nossa emoção – e a universalidade da peça. Esta é intensificada pela originalidade na concepção do cenário.

Henry Keite

Nossa Cidade

Quando Maria Clara Machado me pediu que escrevesse umas palavras, à guiza de introdução a essa maravilhosa Nossa Cidade de Thornton Wilder, que a gente vai ver, fui buscar na estante aquele velho volume de onde traduzi a peça, há seis anos, com infinito encanto.

Afinal das contas, queria saber mais coisas a respeito desse mágico Thornton Wilder que por duas horas vai se encarregar de nos maravilhar. Acontece que não havia nada, biografia, data de nascimento, livros publicados. E aqui ficam consignadas as minhas queixas aos editores. Nada tendo, nada lhes posso dar.

Mas folheio de novo as velhas folhas, com o antigo deslumbramento. Há poucas coisas mais bonitas, para serem postas num palco, do que essa Nossa Cidade que este grupo de O Tablado vai representar.

Já vi, muitos de nós já viram, esta Nossa Cidade no cinema, num velho filme. Mesmo com um happy ending era uma beleza. Já foi representada no Brasil, pelos Comediantes em Pernambuco, na minha tradução, mas não tive a sorte de assistir o espetáculo com o devido deslumbramento. Deslumbramento que vou guardar inteiro para essa brava gente d’O Tablado que vai viver George, Emily, o casal Gibbs, os Webb, o bêbado Simon Stimson.

Foi com a maior alegria que aos poucos fui conhecendo os personagens que iriam viver no palco a peça da minha ternura e tomo a liberdade de agradecer em nome de Mr. Thornton Wilder, que gostaria de vê-los, tenho certeza.

O resto é com eles. A ternura, o calor humano, a emoção, a calada tragédia de certos momentos, o fluir do tempo, crianças que viram moços, moços que morrem, a doce cidadezinha que continua, tudo isso que vamos ver daqui a pouco no palco e que ficará o resto da nossa vida na nossa emoção.

Elsie Lessa

 Transcrito do programa da peça levada em 1954.

 

 

Nossa Cidade

 

Nossa Cidade foi apresentada pela primeira vez no Tablado há 30 anos. Recém chegado dos Estados Unidos, João Bethencourt estreava como diretor.

Claudio Corrêa e Castro, Napoleão Moniz Freire, Ivan Albuquerque, Beatriz Veiga, Emílio de Mattos, Roberto de Cleto, Carmem Sylvia Murgel, Paulo Padilha, Kalma Murtinho, germano Filho e muitos outros que depois fizeram nome no palco e na televisão, começavam suas carreiras no Teatro.

Desempenhando o papel de Emily Webb tive uma das maiores emoções da minha vida, vivendo alegrias e desventuras daquele povo tão querido de Grover’s Corner.

Fazer de novo Nossa Cidade no Tablado é um desafio, mas tenho certeza que a geração atual saberá captar toda a poesia e beleza da peça de Thornton Wilder que emocionará o público de hoje como aconteceu em 1954 e como acontece há tantos anos no mundo inteiro.

Maria Clara Machado

Há 14 anos atrás, quando comecei no Tablado, li as peças que haviam sido montadas pelo grupo, e um dos textos que mais me impressionou foi Nossa Cidade. Apesar de ser extremamente americana, sua história tanto poderia se passar no interior dos Estados Unidos quanto em qualquer cidadezinha do interior do brasil.

Em 80, fiz uma montagem com meus alunos como apresentação de final de ano, e me chamou a atenção a força do espetáculo nas suas duas apresentações.

Hoje, para mim, além de ser uma honra, é uma grande responsabilidade remontar Nossa Cidade, em se tratando de um dos maiores sucessos do Tablado. A montagem está sendo feita no estilo realista, com um visual muito simples, apesar de termos jogado uma certa dose de glamour nos figurinos.

É uma peça para todas as idades (embora o elenco seja basicamente de jovens, a minha Emily tem 15 anos), não está restrita a um determinado tipo de público. Acho, que no momento, todo mundo está precisando de um pouco de romantismo, e tanto o adolescente quanto seus avós poderão se mobilizar com o espetáculo, refletir sobre ele.

Carlos Wilson