Programa do espetáculo apresentado no Teatro Maison de France, Rio de Janeiro, 1969

Programa para São Paulo, 1969

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA DO RIO DE JANEIRO)

(Capa – Desenho)

(Página 01)

A Companhia Dramática
Reta 3
apresenta

UBU REI (Rio de Janeiro)

Drama de Alfred Jarry

Direção e Tradução de Gianni Ratto

Teatro Maison de France
Diretor: Bernar Coste

(Página 02 – Anúncio Chevrolet)

(Página 03)

Apresentação (ou quase)

Ubu Rei é uma peça jovem. Ela atravessa os tempos guardando o frescor, a mordacidade, a irreverência e o humor satírico de que foi impregnada desde que uma turma de colegiais – num longínquo fim de século – a imaginou.

Nossa companhia é jovem, tanto pela idade de seus componentes como pelo espírito que a anima.

O espetáculo que apresentamos é a consequência, portanto, de um encontro que procura guardar as motivações e reconhecer as coincidências daquele e de nosso tempo.

Mas explicar um espetáculo é inútil: ele vive no palco e se não passa a ribalta, os esclarecimentos pouco valem: se o público não entende, o defeito é nosso. Além do mais me parece, cada espectador tem o direito de interpreta-lo segundo seu próprio ponto de vista.

Portanto, nós, como os antigos comediantes no prólogo de suas peças, só podemos pedir a clemência da “distinta” plateia.

Gianni Ratto

(Página 04 – Anúncio Vinólia)

(Página 05 – Foto)

Dedicamos nosso espetáculo à Cacilda Becker

(Página 06 – Anúncio Prata Wolff)

(Página 07 – Foto)

“Do senhor Ubu, ainda no estágio de esboço, poderá sair uma personagem de um sinistro amplamente cômico. O Senhor Ubu tem certamente muitas coisas para dizer. Coisas sobre as quais ainda não falou e que, certamente, irá dizer.”

Remy de Gourmont

“Quanto à estória que está para começar, ela se passa na Poronha, quer dizer em Lugar Nenhum. ”

Alfred Jarry

(Página 08 – Anúncio Volkswagen)

(Página 09 – Foto)

“Essas desordens da inteligência nas quais os sentimentos não tem direito de cidadania, somente foram possíveis na Renascença, e Jarry, por um milagre, foi o último de seus alucinados sublimes.”

Guillaume Apolllinaire

“Jarry fez coisa melhor do que ter escrito Ubu: ele foi Ubu… Shakespeare ator, desta vez devorou Shakespeare autor. No caminho onde Homais, Prudhomme e Bonhomet reencontram-se, o luar mistura suas sobras numa criação que os supera e que alcança diretamente as marionetes de Deus: Ubu.”

Albert Thibaudet

(Páginas 10 e 11)

Elenco

As personagens, os intérpretes e os responsáveis:

Pae Ubu: Ivan Setta
Mãe Ubu: Maria Francisca
Capitão Borgária: Sérgio Mauro

Reino de Venceslau, Rei da Poronha:

Venceslau: Wagner Ribeiro
Rainha Rosamunda: Dayse Lourenço
Bougrelau, Seu Filho: Sonny Albertson
Ladislau, Seu Filho: Pedro Touron
Boleslau, Seu Filho: Vicente Rocha
Fantasmas dos Ancentrais: Ilo Krugli
Convidados e Conjurados: Pedro Touron
Oficiais Poronheses: Cecília Conde
A Armada Poronhesa: Sonny Albertson
Mensageiro: Vicente Rocha

Reino de Ubu

Povo, Camponeses, Nobres, Conselheiros, Magistrados, Financistas, Fiscais das Finanças, Toda a Armada Poronhesa, etc: Todos
Giron, Guarda do Corpo da M. Ubu: Pedro Touron

Império da Rússia

Czar Aléxis: Wagner Ribeiro
A Batalha: Todos
Oficiais Russos e Toda a Armada Russa: Todos

A Fuga

O Urso: Dayse Lourenço
Pile: Wagner Ribeiro
Cotice: Sérgio Mauro
A Equipagem do Navio: Todos
O Mar: Cecília Conde, Dayse Lourenço

E ainda: Artilharia, Infantaria, Cavalaria Poronhesa e Russa, a Burra Financeira.

Ficha Técnica

Figurinos e Desenhos: Pedro Touron
Fantoches e Bonecos: Ilo e Pedro
Música: Cecília Conde
Direção Geral: Gianni Ratto
Direção e Produção Executiva: Tatiana Memória
Promoção: Eugênio Fernandes
Confecção dos Trajes: Leia e Odaléia
Contrarregra: Aureny Santos

A C.E.T. de São Paulo possibilitou a realização de Ubu Rei, a Soc. Reta 3 sua Companhia Dramática, expressa sua gratidão.

(Anúncio – Ethel)

(Página 12 – Anúncios Chateau Restorant e Tecidos Oswaldo)

(Página 13)

Cronologia (Parcial) do Pae Ubu

1873 – Nascimento de Alfred Jarry na cidade de Laval.

1878/79 – Jarry é aluno do Petit Lycée de Laval.

1879/88 – Aluno do Liceu Sait Brieuc. Escreve várias comédias em prosa e em versos. Nesse mesmo período, no Liceu de Rennes, um professor de física, M. Hébert, alcunhado o P.H. ou Père Heb, Eb, Ebou, Ebance, Ebouille, encarna para os alunos “todo o grotesco do mundo”. Herói de pantagruélicas caçoadas escolares será elevado a Rei da Polônia no texto L Polonais, redigido por Charles Morin.

1888/91 – Jarry toma conhecimento do texto de Morin e o adapta para teatro. Representa por marionetes, é esta a mais antiga versão de Ubu Rei.

1891/93 – Em Paris, no decorrer dos estudos de Jarry, o P.H. assume definitivamente o nome de Pae Ubu. O Echo de Paria Literaire Illustré publica trechos de L’Autoclète e de Ubu Cocu sob o título de Guinhol.

1894 – Ubu Rei é lido pelo próprio Jarry, nas salas do “Mercure de France” no meio da hilaridade geral. A esta revista, à Alfred Vallette e sua esposa Rachilde, Jarry ficará ligado para sempre.

1895 – Publicação de César Anthechrist (cenas de Ubu Rei) no Mercure.

(Página 14 – anúncio Casa de Móveis Kogut e Calçados Italmocassin)

(Página 15)

1896 – Ubu Rei é publicado no Livre D’Art. Jarry trabalha ao lado de Lunhé-Poe, Diretor do Théâtre de l’Oevre. A programação por eles estabelecida, inclui Peer Gynt de Ibsen e Ubu Rei. A peça é publicada integralmente no Mercure. Um artigo: Da inutilidade do teatro no teatro, prepara a apresentação do espetáculo. Dia dez de dezembro: estreia de Ubu Rei, com direção de Lugné-Poe, cenários de Bonnard, Toulouse Loutrec, Vuillard, Ranson e Jarry. Intérprete de Ubu: Firmin Gemier. Escândalo e admiração: o mito Ubu nasceu.

1898 – Ubu Rei é apresentado no “Théâtre de Pantin” pelas marionetas de Pierre Bonnard.

1899 – O terceiro ciclo de Ubu inclui Ubu Acorrentado. O Almanaque Ilustrado do Pae Ubu inicia o quarto ciclo de Ubu, tocando todos os temas da atualidade.

1900 – A Revue Blanche publica Ubu Acorrentado.

1901 – Ubu sur la Utte é apresentado em Montmartre no Théâtre Guinhol des Gueles de Bois. Este Ubu pertence ao quinto ciclo.

1906 – As Edições de Sansot publicam o quinto cinclo de Ubu. Jarry está doente, a beira da morte e recebe os últimos sacramentos. Consegue todavia sobreviver, assistido por seus amigos e sua irmã.

1907 – o 1º de novembro, às 16 horas e 15 minutos, no Hospital da Caridade, em Paris, Jarry morre.

(Páginas 16 a 20 e Última Capa – Anúncios: Parfum Femme, Restaurante Ariston, Gelli, Fracalanza, Yashica, A Camélia Flores, Nosso Bons Restaurates, Banco Lar Brasileiro, Cigarros Hilton)

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA DE SÃO PAULO)

(Capa – Desenho)

A COMPANHIA Dramática Reta 3 apresenta
Drama em cinco atos de Alfred Jarry
Direção e Tradução: Gianni Rato

(Interior)

“Do senhor Ubu, ainda no estágio de esboço, poderá sair uma personagem de um sinistro amplamente cômico. O Senhor Ubu tem certamente muitas coisas para dizer. Coisas sobre as quais ainda não falou e que, certamente, irá dizer.”

Remy de Gourmont

“Quanto à estória que está para começar, ela se passa na Poronha, quer dizer em Lugar Nenhum. ”

Alfred Jarry

“Essas desordens da inteligência nas quais os sentimentos não tem direito de cidadania, somente foram possíveis na Renascença, e Jarry, por um milagre, foi o último de seus alucinados sublimes.”

Guillaume Apolllinaire

“Jarry fez coisa melhor do que ter escrito Ubu: ele foi Ubu… Shakespeare ator, desta vez devorou Shakespeare autor. No caminho onde Homais, Prudhomme e Bonhomet reencontram-se, o luar mistura suas sobras numa criação que os supera e que alcança diretamente as marionetes de Deus: Ubu.”

Albert Thibaudet

Apresentação (ou quase)

Ubu Rei é uma peça jovem. Ela atravessa os tempos guardando o frescor, a mordacidade, a irreverência e o humor satírico de que foi impregnada desde que uma turma de colegiais – num longínquo fim de século – a imaginou.
Nossa companhia é jovem, tanto pela idade de seus componentes como pelo espírito que a anima.

O espetáculo que apresentamos é a consequência, portanto, de um encontro que procura guardar as motivações e reconhecer as coincidências daquele e de nosso tempo.

Mas explicar um espetáculo é inútil: ele vive no palco e se não passa a ribalta, os esclarecimentos pouco valem: se o público não entende, o defeito é nosso. Além do mais me parece, cada espectador tem o direito de interpreta-lo segundo seu próprio ponto de vista.

Portanto, nós, como os antigos comediantes no prólogo de suas peças, só podemos pedir a clemência da “distinta” plateia.

Gianni Ratto

Elenco

As personagens, os intérpretes e os responsáveis:

Pae Ubu: Ivan Setta
Mãe Ubu: Maria Francisca
Capitão Borgária: Sérgio Mauro

Reino de Venceslau, Rei da Poronha:

Venceslau: Wagner Ribeiro
Rainha Rosamunda: Dayse Lourenço
Bougrelau, Seu Filho: Sonny Albertson
Ladislau, Seu Filho: Pedro Touron
Boleslau, Seu Filho: Vicente Rocha
Fantasmas dos Ancentrais: Ilo Krugli
Convidados e Conjurados: Pedro Touron
Oficiais Poronheses: Cecília Conde
A Armada Poronhesa: Sonny Albertson
Mensageiro: Vicente Rocha

Reino de Ubu

Povo, Camponeses, Nobres, Conselheiros, Magistrados, Financistas, Fiscais das Finanças, Toda a Armada Poronhesa, etc: Todos

Giron, Guarda do Corpo da M. Ubu: Pedro Touron

Império da Rússia

Czar Aléxis: Wagner Ribeiro
A Batalha: Todos
Oficiais Russos e Toda a Armada Russa: Todos

A Fuga

O Urso: Dayse Lourenço
Pile: Wagner Ribeiro
Cotice: Sérgio Mauro
A Equipagem do Navio: Todos
O Mar: Cecília Conde, Dayse Lourenço

E ainda: Artilharia, Infantaria, Cavalaria Poronhesa e Russa, a Burra Financeira.

Ficha Técnica

Figurinos e Desenhos: Pedro Touron
Fantoches e Bonecos: Ilo e Pedro
Música: Cecília Conde
Direção Geral: Gianni Ratto
Direção e Produção Executiva: Tatiana Memória
Promoção: Eugênio Fernandes
Confecção dos Trajes: Leia e Odaléia
Contrarregra: Aureny Santos

A C.E.T. de São Paulo possibilitou a realização de Ubu Rei, a Soc. Reta 3 sua Companhia Dramática, expressa sua gratidão.

Dedicamos nosso espetáculo à Cacilda Becker

(Última Capa)

Cronologia (Parcial) do Pae Ubu

1873 – Nascimento de Alfred Jarry na cidade de Laval.

1878/79 – Jarry é aluno do Petit Lycée de Laval.

1879/88 – Aluno do Liceu Sait Brieuc. Escreve várias comédias em prosa e em versos. Nesse mesmo período, no Liceu de Rennes, um professor de física, M. Hébert, alcunhado o P.H. ou Père Heb, Eb, Ebou, Ebance, Ebouille, encarna para os alunos “todo o grotesco do mundo”. Herói de pantagruélicas caçoadas escolares será elevado a Rei da Polônia no texto L Polonais, redigido por Charles Morin.

1888/91 – Jarry toma conhecimento do texto de Morin e o adapta para teatro. Representa por marionetes, é esta a mais antiga versão de Ubu Rei.

1891/93 – Em Paris, no decorrer dos estudos de Jarry, o P.H. assume definitivamente o nome de Pae Ubu. O Echo de Paria Literaire Illustré publica trechos de L’Autoclète e de Ubu Cocu sob o título de Guinhol.

1894 – Ubu Rei é lido pelo próprio Jarry, nas salas do “Mercure de France” no meio da hilaridade geral. A esta revista, à Alfred Vallette e sua esposa Rachilde, Jarry ficará ligado para sempre.

1895 – Publicação de César Anthechrist (cenas de Ubu Rei) no Mercure.

1896 – Ubu Rei é publicado no Livre D’Art. Jarry trabalha ao lado de Lunhé-Poe, Diretor do Théâtre de l’Oevre. A programação por eles estabelecida, inclui Peer Gynt de Ibsen e Ubu Rei. A peça é publicada integralmente no Mercure. Um artigo: Da inutilidade do teatro no teatro, prepara a apresentação do espetáculo. Dia dez de dezembro: estreia de Ubu Rei, com direção de Lugné-Poe, cenários de Bonnard, Toulouse Loutrec, Vuillard, Ranson e Jarry. Intérprete de Ubu: Firmin Gemier. Escândalo e admiração: o mito Ubu nasceu.

1898 – Ubu Rei é apresentado no “Théâtre de Pantin” pelas marionetas de Pierre Bonnard.

1899 – O terceiro ciclo de Ubu inclui Ubu Acorrentado. O Almanaque Ilustrado do Pae Ubu inicia o quarto ciclo de Ubu, tocando todos os temas da atualidade.

1900 – A Revue Blanche publica Ubu Acorrentado.

1901 – Ubu sur la Utte é apresentado em Montmartre no Théâtre Guinhol des Gueles de Bois. Este Ubu pertence ao quinto ciclo.

1906 – As Edições de Sansot publicam o quinto cinclo de Ubu. Jarry está doente, a beira da morte e recebe os últimos sacramentos. Consegue todavia sobreviver, assistido por seus amigos e sua irmã.

1907 – o 1º de novembro, às 16 horas e 15 minutos, no Hospital da Caridade, em Paris, Jarry morre.