Programa, 1968
(INFIRMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
TEATRO NOVO APRESENTA
(Verso da Capa)
Depois do Teatro Operário de São Cristovão, temos agora o prazer e a honra de apresentar, continuando nossa programação, este Festival no qual, além do extraordinário mamulengueiro Ginú de Pernambuco, comparecem os melhores e de mais alto gabarito, conjunto de fantoches e marionetes nacionais.
É esta uma arte antiga quanto o próprio teatro e, muitas vezes, ligada a motivações místicas ou fetichistas. Mas, sempre, uma arte do espetáculo, fascinante e perturbadora.
Quase todo homem de teatro esconde, no fundo de sua alma, um marionetista frustrado. Arte complexa técnica e artisticamente, exige uma dedicação e um amor que só é compensado pela docilidade (aparente) do material “humano” empregado. Duvido que a “supermarioneta” de Gorgon Craig teria satisfeito seu teorizador.
O boneco, de varas, de fios, de mão, para sobra, de pano, de madeira, de pele de peixe ou qualquer outro material que seja, tem vida própria indiscutível e uma personalidade tão marcante e tão evidenciada e tão indisciplinada que somente um perfeito entendimento entre manipulador e manipulado pode levar a um resultado satisfatório. Os poetas e as crianças já descobriram isto muito antes de nós.
Um boneco nunca desilude, prestativo e sutil como ele é. Dotado de imaginação própria e de provocações constantes, bate seus olhos como coruja benigna, piscando para o garoto encantado que se aproxima, cumplice de suas travessuras, como ele risonho e melancólico, saudoso e provocatório, cheio de manhas e de malícias. Forte por ser independente, não há prepotência que possa esmaga-lo nem censura que o faça calar. Sua própria estruturação física permite-lhe de apanhar sem se queixar, ressurgindo cada vez mais forte, mais rico, mais imaginoso. Muito menos boneco do que tantos títeres, descoberta ou declaradamente manobrados.
G.R.
(Página 01)
Teatro Novo
apresenta
III Festival de Marionetes e Fantoches do Rio de Janeiro
Julho de 1968
Sob os auspícios da Secretaria de Turismo do Estado da Guanabara e do Serviço Nacional de Teatro
Organização de: Clorys Daly e Cláudio Ferreira.
(Página 02 e 03)
III Festival de Marionetes e Fantoches do Rio de Janeiro
Dia 17/07/68 às 17h – Teatro de Fantoches, Grupo dos Sete
Dia 18/07/68 às 17h – Teatro de Fantoches, Furabolos
Dia 19/07/68 às 17h – Teatro Jabuti do Estado do Rio de Janeiro
Dia 20/07/68 às 17h – Teatro de Bonecos, Dada
Dia 21/07/68 às 17h – Teatro de Bonecos Monteiro Lobato
Dia 22/07/68 às 17h – Teatro de Fantoches de Ilo e Pedro
Dia 23/07/68 às 17h – Teatro de Fantoches Big Jones
Dia 24/07/68 às 17h – Equipe Bellan
Dia 25/07/68 às 17h – Teatro Carambola
Dia 26/07/68 às 17h – Virginia Valli e seu Grupo
Dia 27/07/68 às 17h – Teatro Folklorico de Fantoches do Estado do Paraná
Dia 28/07/68 às 17h – Teatro Infantil de Marionetes do Rio Grande do Sul
Dia 28/07/68 – Apresentação “hors concours” do Mamolengueiro GINÙ de Pernambuco, seguida de palestra e debate com o Porf. Hermilo Borba Filho e entrega dos Prêmios
Corpo Técnico do Teatro
Chefe de maquinaria: Delfim F. Pinheiro
Iluminação: Julio Rios e Milton Lousada
Sonoplastia: Enzo Miglieta
Contra-regra: José Amando e Aureny Barroso
(Página 04)
Notícias do Teatro
Maison de France: O Burguês Fidalgo
Uma das mais divertidas comédias de Molière, na qual o autor critica os novos ricos que procuram comprar cultura. Apoiada numa tradução bem moderna de Stanislaw Ponte Preta, o espetáculo comunica-se intensamente com as plateias.
Luz de Gaz
Suspense de Patrick Hamilton. Já completou 100 representações. Está atraindo grande público, que se emociona com a “loucura” de Vanda Lacerda.
Depois do excepcional sucesso do tricolor Chico Buarque teremos o grande Wilson Simonal lotando o Teatro Toneleros.
(Foto) Flagrante do cocktail de inauguração da elegante loja da Reserva S.A de Letras Imobiliárias. Na foto aparecem os Srs. Gomes Calçado, Frank de Sampaio, Luiz Cesar Magalhães, Luiz Francisco Cunha, José Bruzzi, Paulo Peixoto e Mauro Laviola.
(Anúncio: Reserva S.A. Crédito Imobiliário)
Teatro Princesa Isabel
Arthur Miller com O Preço. Os irmãos são interpretados por Jardel Filho e Leo Villar e Paulo Gracindo é o velho Solomon.
Teatro Serrador
O casal ídolo da TV faz vibrar seus fans com o Pecado Imortal de Pedro Bloch. Outro casal com seus problemas domésticos está no Teatro Mesbla, com Norma Benguel e Luis Jasmin, na peça de Antonio Biver Todo Começo é Difícil, Cordélia Brasil, Vamos Tentar Outra Vez.
Teatro Novo
Programação variada, intercalando ballet, com música clássica e popular e teatro de comédia.
(Anúncio: Casa Tavares)
(Verso da Última Capa)
A direção do Teatro Novo agradece a colaboração de Brinquedos Estrela, Balas Belavista, Rio Gráfica Editora, Sears, pelos brindes que a seu pedido quiseram oferecer às crianças durante este III Festival de Marionetes e Fantoches.
Próximas Apresentações do Teatro Novo
De 30 de julho a 3 de agosto: ballet de vanguarda Merce Cunningham Danse Company.
De 6 a 18 de agosto: Música Popular
A partir de 14 de agosto: semanalmente, às quartas-feiras, às 18hs: O Teatro e o Ocidente, série de 12 palestras e leituras dramáticas, sob a responsabilidade de Barbara Heliodora e a participação da Companhia Dramática do Teatro Novo.
A partir da segunda quinzena de agosto: em comemoração ao centenário de nascimento de Maximo Gorki: apresentação do ballet Ralé, na interpretação da Companhia Dramática do Teatro Novo, figurinos de Walter Bacci, direção e cenário de Gianni Ratto.
(Última Capa – Anúncio: Banco Lar Brasileiro)
