(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
Arena Clube de Arte
UM MAIS UM É IGUAL A DOIS
(Verso da Capa – Anúncio British United Airways)
(Página 01)
Clorys Daly e Cláudio Ferreira
apresentam
Um Mais Um é Igual a Dois
Um espetáculo em duas partes
O Crime do Homem dos Passarinhos (The Dock Brief)
De John Mortimer
Tradução de Ewa Procter
Com Grande Othelo e Manoel Pêra
Grande Othelo de Corpo Inteiro
De Marcos César, Milton Amaral e Chianca de Garcia
Com Grande Othelo
Direção: John Procter
Apresentação: Arena Clube de Arte
Rua Barata Ribeiro, 810, Copacabana, Rio de Janeiro
Data da estreia: 3 de agosto de 1967
(Página 02)
O Autor
John Mortimer nasceu em Londres em 1923 e fez seus estudos em Harrow e em Brasenose College, em Oxford. Casado com a escritora Penelope Mortimer, trocou a profissão de advogado pela de autor, depois de escrever The Dock Brief para o rádio em 1957. Com o seu “background” não é de se estranhar que sua primeira peça tivesse um advogado como personagem. E a lei aparece de novo em I Spy, que foi sua terceira peça. A segunda, What Shall We Tell Caroline?,1958, foi escrita para complementar o espetáculo teatral com The Dock Brief. Depois dessas peças curtas, Mortimer tentou as de três atos, com The Wrong Side Of The Park, 1960, e Two Stars For Comfort, 1962, mas continuou interessado em peças de um ato, o que demonstrou escrevendo Lunch Hour. Esta última peça fez parte de um programa de três peças apresentado no Teatro Criterion em Londres, em 1960, com Emlyn Williams no papel principal. Autor de seis romances e de um livro de viagens, Mortimer cita como seus divertimentos viajar, cozinhar e ir ao teatro. Embora seja este o lançamento de John Mortimer no Brasil, The Dock Brief e What Shall We Tell Caroline? foram apresentadas em teatro na Itália, França, Iugoslávia, Alemanha e Polônia, bem como televisionadas nos Estados Unidos; The Dock Brief recebeu o Prêmio Rádio Itália em 1957; e I Spy também foi apresentada nos Estados Unidos.
(Página 03 – Foto de John Procter)
O Diretor
John Procter faz a sua estreia profissional no teatro brasileiro, embora em seus oito anos aqui nunca tivesse realmente perdido contato com o teatro. Além de dirigir e atuar em grande número de peças com dois grupos amadores de língua inglesa no Rio, The Rio Theatre Guild e The Players, ele vem exercendo desde janeiro de 1964 a função de crítico teatral do Brazil Herald.
Na Inglaterra, onde nasceu, John Procter esteve ligado ao teatro amador e profissional desde a idade de quinze anos. Durante dois anos dirigiu um Teatro Experimental, e neste período, uma das produções do grupo foi dirigida pelo então, desconhecido, Lionel Bart, hoje mundialmente famoso, como autor dos musicais Oliver! e Blitz!, John Procter trabalhou em todos os ramos de teatro, atuou em peças de Shakespeare, dramas, comédias, musicais, revistas e espetáculos de variedades. Suas peças favoritas incluem: Marching Song de John Whiting, The Lady’s Not For Burning de Christopher Fry e The Importance Of Being Earnest de Oscar Wilde. É também admirador dos autores brasileiros, especialmente Nelson Rodrigues e Jorge Andrade. Sua tradução de O Encontro Marcado de Fernando Sabino foi publicada em fevereiro deste ano na Inglaterra, enquanto suas traduções das peças As Provas de Amor de João Bethencourt e O Fardão de Bráulio Pedroso, estão sendo estudadas por um produtor britânico. John Procter acredita que é chegada a hora de colocar o teatro e a literatura brasileiros mais firmemente no panorama internacional, e grande parte de seus esforças vem sendo dedicada a este fim.
(Página 04 – Foto de Grande Othelo)
Grande Othelo
Grande Othelo – Fowle – nasceu em 1915, e estreou profissionalmente em teatro em 1927, na Companhia Negra de Revistas, com script de Oduvaldo Vianna Pai. Trabalhou até 1928, quando estreou em recesso. Cursou o ginásio como aluno salesiano em São Paulo. No elenco teatral do colégio, foi dirigido por Rodolfo Mayer. Em 1935, voltou ao teatro pelas mãos de Jardel Jercolis. Em 1938 criou a comédia D. Genaro Dorme de Botina de Jean Coquelin, em São Paulo. No mesmo ano, estreou no Cassino da Urca onde trabalhou com Josephine Baker, Carmem MIranda, Pedro Vargas, Jean Sablon, Ray Ventura, Bing Crosby, e outros cartazes nacionais e internacionais. Teve grande destaque nos shows de Carlos Machado, e ultimamente foi primeira figura do show Frenesi no Copacabana Palace. Em teatro de comédia, trabalhou na produção de Vitor Berbara Conheça o Seu Homem, de Henrique Pongetti.
No cinema, tomou parte em mais de cinquenta filmes nacionais, e fez quatro internacionais, sendo que os dois últimos foram Uma Rosa Para Todos, argumento extraído de uma peça de Gláucio Gill, com Cláudia Cardinale, e Arrastão, de Vinicius de Moraes, com Duda Cavalcante e Pierre Barouh.
No Arena Clube de Arte, tomou parte em O Auto do Guerreiro. Ultimamente, é contratado da Televisão Globo no Rio de Janeiro. Muitas vezes foi altamente elogiado pelos críticos, bem como por diretores nacionais e internacionais.
(Página 05 – Foto de Manoel Pêra)
Manoel Pêra
Manoel Pêra – Morgenhall – nasceu em Portugal, mas é naturalizado brasileiro. Começou em teatro em 1912, portanto há cinquenta e cinco anos!, Estreou numa peça francesa, Surpresas do Divórcio. Nunca mais abandonou o teatro. Seus últimos papéis foram em O Noviço e Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come. Declara que foi um dos maiores mambembeiros do Brasil, fazendo diversas peças dramáticas, em sistema de repertório. Apareceu na companhia de Procópio Ferreira, 1924, em São Paulo, como primeiro ator, trabalhando em peças francesas, americanas, espanholas e alemãs, estas duas últimas com mais frequência, no tempo em que se fazia uma peça por semana e não havia dia de descanso. Esteve nas companhias de Eva Todor, Artistas Unidos (com Henriette Morineau), Dulcina, André Villon e outras. Apareceu ainda em várias companhias de revista. Já fez todos os gêneros de teatro, menos ópera, por falta de voz. Teve companhia própria, com Iracema de Alencar, que durou nove meses e que acabou com a guerra. Diz que só não teve uma vantagem: mesmo como empresário, nunca fez os papéis que desejava, como é hábito das primeiras figuras das companhias. Casado com Dinorah Marzullo, genro de Antonia Marzullo, é pai de Marília Pêra, uma das glórias da nova geração teatral brasileira, e de Sandra Cristina, que se inicia em teatro.
(Páginas 06 e 07)
O Espetáculo
Um Mais Um É Igual a Dois
Primeira Parte
O Crime do Homem dos Passarinhos
De John Mortimer
Tradução de Ewa Procter
Fowle: Grande Othelo
Morgenhall: Manoel Pêra
Direção: John Procter
Segunda Parte
Grande Othelo de Corpo Inteiro
I.História de Samba de Marcos César
II. Tempo de Criança de Milton Amaral
III. Obrigado, Rio de Chianca de Garcia
Produção: Arena Clube de Arte
Cenário: Léo Leoni
Contrarregra: Henrique Amoedo
Execução da beca: Delza Melo
Capa do Programa: Barbara Dietrich
Música: diversos autores, arranjo do Maestro Jean D’Arco
Efeitos Sonoros: gentileza da Rádio Nacional
Consultor Jurídico: Dr. Eurico Fernandes
Fotografias: Castelinho
Carpintaria: Caetano Xavier
Haverá dois intervalos.
(Página 08 – Foto Ewa Procter)
A Tradutora
Ao contrário de seu marido, Ewa Procter já fez sua estreia no teatro profissional brasileiro. Foi no papel da Narradora, na peça infantil A Menina e o Mágico, durante a temporada no Teatro do Parque do Flamengo e durante a excursão da peça. É a primeira vez, porém, que ela aparece como tradutora, embora uma outra de suas traduções esteja para ser montada em breve.
Quando um famoso empresário paulista leu uma de suas traduções, disse que esta confirmava a impressão que uma nova geração de tradutores estava aparecendo no teatro brasileiro. Um dos princípios básicos de Ewa Procter é de traçar um limite bem definido entre “tradução” e “adaptação”. Em traduções, ela procura manter-se o mais fiel possível ao original, mantendo mesmo uma certa dureza no diálogo, se esta dureza for característica do idioma original; nas adaptações, ela procura uma linguagem característica da classe social envolvida na peça, comparada àquela do país de origem. Em qualquer dos casos, atores e diretores a encontram sempre pronta para cooperar na solução de quaisquer dificuldades de tradução que possam surgir, uma vez principiados os ensaios.
Fazendo teatro amador há sete anos, como atriz e assistente de direção, é uma coincidência que sua estreia na tradução seja com uma peça de John Mortimer: foi em outra peça de Mortimer, What Shall We Tell Caroline? Que ela apareceu no palco pela primeira vez.
Indo ao teatro com regularidade, ela conta entre as suas outras ocupações a de auxiliar de seu marido nas diversas atividades que ele tem, e tomar conta da sua gata siamesa Mitzi.
(Página 09 – Fotos Clorys Dale e Cláudio Ferreira)
Os Produtores
Clorys Daly nasceu em Santa Catarina, mas foi criada no Rio de Janeiro. Depois do seu casamento com o americano Gene Daly, que na época servia como “marine” na Embaixada Americana no Rio de Janeiro, Clorys foi para os Estados Unidos, onde morou cinco anos. Voltando ao Brasil, cursou o Conservatório Nacional de Teatro, e apareceu no Teatro Universitário Cultural do Brasil, dirigido por Orlando Macedo.
Participou do Primeiro Congresso Nacional de Teatro de Estudante, promovido por Paschoal Carlos Magno no Recife, em Deus Lhe Pague. Teve papéis também nas peças Messias, de Aristóteles Soares, e Beata Maria do Egito de Raquel de Queiroz, em Belo Horizonte. Foi com o espetáculo Fantasias realizado no Clube dos Decoradores, que ela entrou em contato com seu atual sócio Cláudio Ferreira.
Cláudio Ferreira nasceu no Pará. Cursou a Escola Dramática Martins Pena, onde foi Presidente Eleito do Centro Acadêmico Renato Vianna, durante dois anos consecutivos. Fundou o Teatro Livre e participou do Segundo Festival de Estudantes em Santos. Estudou direção com o Professor Jorge Kossowski e mímica com Luiz de Lima. Além de diretor, Cláudio é também ator e autor.
O resto da história de Clorys Daly e Cláudio Ferreira é a do Arena Clube de Arte.
(Página 10)
O Autor escreve sobre The Dock Brief
O Crime do Homem dos Passarinhos
Quando comecei a escrever The Dock Brief, descobri que estava escrevendo com um entusiasmo enorme: na verdade, com tanto prazer que, no ônibus ou no metrô, tinha dificuldades de resistir à tentação de tirar do bolso um caderninho de notas e escrever outra página de diálogo. Suspeitava, pouco à vontade, que por fim estava escrevendo e dizendo o que sempre tinha desejado escrever e dizer. Quando me perguntavam a respeito do meu trabalho, eu dizia que se tratava de uma peça que tinha como personagens dois homens idosos, numa cela de prisão. Isto era sempre recebido com um olhar de piedade, principalmente pelas pessoas que conheciam teatro.
Gravamos The Dock Brief pela primeira vez numa tarde de domingo, num pequenino estúdio de gravação. No vazio lá fora, os hinos ressoavam através dos alto-falantes da igreja em Portland Place. Sentei-me na cabine de som, e fiquei observando através do vidro, dois excelentes atores interpretando o diálogo. O prazer deles era óbvio e muito satisfatório. Eu os ouvia com um renovado senso de alegria.
O autor de ficção escreve diálogo para a mente e para os olhos; ele usa papel em branco, da mesma forma que o autor de teatro usa o silêncio. Escrever para a mente e os ouvidos parece-me hoje muito mais interessante, e não posso me imaginar escrevendo, a não ser palavras que devam ser faladas.
Como peça de rádio The Dock Brief teve algum sucesso: ganhou o Prêmio Itália e foi irradiado em diversos idiomas. Porém, em todas as suas mudanças de veículo, rádio, televisão e palco, o script de The Dock Brief foi pouquíssimo alterado. Isto me faz crer que não sou autor de rádio, mas simplesmente um autor profundamente grato por ter descoberto um público que dá aos autores teatrais o alcance dos romancistas do século dezenove. Este público oferece ao autor uma atenção que só é rivalizada no século vinte com o que recebem certos toureiros, jogadores de futebol e cantores populares.
A peça foi planejada como comédia, pois para mim, comédia é a única coisa que vale a pena escrever, nesta época de desespero; contanto que seja uma comédia de apoio ao solitário, ao abandonado, ao mal sucedido; contanto que faça o seu papel na eterna luta contra os padrões estabelecidos, e contra a imposição de um arbitrário código de comportamento a seres humanos livres e imprevisíveis.
Pode ser que se escrevam peças importantes e engraçadas, sobre advogados bem sucedidos e criminosos brilhantes. Não sei. Existem muitas peças que mostram que a lei é sempre majestosa. Quanto a mim, não favoreço estas peças, e um autor de comédia deve escolher com muito cuidado que lado favorecer. Ele não pode dar-se ao luxo de visar o indefeso, nem tampouco tratar um personagem com desprezo, como é permitido ao autor mais sério.
Em todo teatro, como em toda literatura, o que importa é o instante de reconhecimento: aquele instante quando o espectador, sentado no teatro, com um choque de excitação e desconforto, nota que está se observando a si próprio.
(Página 11)
O Diretor Escreve Sobre o Espetáculo
Embora figurando entre os autores teatrais que apareceram na Inglaterra depois que John Osborne renovou o teatro inglês com Look Back in Anger, 1956, John Mortimer fica um pouco à parte da escola dos Zangados e Absurdos, de Pinter, Wesker, Simpson, Rudkin, Jellicoe, Delaney, etc. Se procurarmos paralelo, devemos imaginar Mortimer como sucessor de John Whiting, por muitos considerado como o “pai da obra de Osborne”. Isto talvez explique porque, tendo eu sido grande admirador de Whiting na década de 50, tornei-me admirador de Mortimer na década de 60. Ambos se interessam muito pelas emoções e sentimentos das pessoas, e se preocupam com as tensões e exigências feitas por outros seres humanos, e com as dificuldades da vida moderna. Mas enquanto Whiting escrevia sob um ponto de vista mais dramático, Mortimer procura o lado cômico. The Dock Brief, What Shall We Tell Caroline?, I Spy, e Lunch Hour, tratam dos problemas e emoções de pessoas comuns; para usar um velho clichê, são “espelhos da vida”. São também obras primas de concisão.
Mortimer não tem o mesmo sucesso em se tratando de peças de três atos; talvez porque o seu poder de resumir seja tal, que ele pode dizer tudo o que quer na metade do tempo que toma aos outros autores. O choque de reconhecimento que ele produz na plateia não é masoquista, nem desagradável, e sim calculado para fazer pensar, não durante o espetáculo talvez, mas depois, já voltando para casa.
Da mesma forma que Mortimer achou Michael Horden ideal no papel de Morgenhall na versão inglesa, tenho a certeza que, se pudesse estar presente, acharia Manoel Pêra igualmente ideal, na versão brasileira. Quanto a Grande Othelo, ele se apaixonou pelo papel de Fowle há dezoito meses, quando ouviu a história da peça pela primeira vez. O restante foi uma questão de tempo. É nossa esperança que um pouco do nosso entusiasmo atinja o nosso público, aqui presente.
Corpo Pequeno, Talento Grande
Não é sem razão que Grande Othelo tem sido conhecido, há muitos anos, na vida noturna, como Mr. Show. Seu inegável talento o transformou em monstro sagrado, mas ao mesmo tempo, atrasou o seu progresso artístico. Com O Crime do Homem dos Passarinhos ele faz sua primeira grande tentativa de recomeçar em um terreno novo.
Contudo, estas coisas devem ser feitas aos poucos, senão chocam, e é por isso que foi decidido complementar o personagem Fowle da peça com a figura mais conhecida de Mr. Show. Ao mesmo tempo, o material selecionado do vasto repertório de Grande Othelo foi escolhido para demonstrar que as possibilidades histriônicas do artista vão do drama à farsa.
(Página 12)
Arena Clube de Arte
O Arena Clube de Arte, como é hoje, começou realmente em agosto de 1963, no Clube dos Decoradores, com o espetáculo Fantasias, composto de duas partes: Pantominas, com Cláudio Ferreira, e As Máscaras, de Menotti Del Picchia, com Clorys Daly, Cláudio Ferreira e Carlos Moraes, sob a direção de Jorge Kossowski. Este espetáculo foi seguido, em novembro de 1964, já na sede atual, por Bonito, Bonito é o Colibri, comédia de Lobo Junior, com Dirce Migliaccio, substituída depois por Clorys Daly; Carmen Saveiros, Hugo Mayer, Eduardo Calixto e Luciano Carvalho, sob a direção de Cláudio Ferreira.
Em fevereiro de 1965, veio Evolução, uma estória contada e cantada, com o conjunto TOP 4 e os cantores Di Fersen e Carlinho. E em março de 1964, a primeira peça infantil, Miau-Miau, o Corajoso, numa apresentação do Teatro de Equipe da Guanabara.
A produção O Auto do Guerreiro, adaptada do Bumba-Meu-Boi por Cláudio Ferreira, que também dirigiu, começou uma longa carreira em abril de 1965, e foi apresentada também no Parque do Flamengo, sob os auspícios da Secretaria de Turismo. No elenco, Lizette Fernandes, Eduardo Calixto, Hugo Mayer, João Damasceno, Martu Chelli, Phydias Barbosa, Wilson Werneck e Flávio Rocha. Clorys Daly, mais tarde, substituiu Lizette Fernandes e Grande Othelo começou a trabalhar com o Arena Clube de Arte, substituindo Eduardo Calixto. Seguiu-se o espetáculo O Que é o Variety? , depois outra peça infantil, A Menina e o Mágico, de Cláudio Ferreira, com direção do autor. O elenco era constituído por Clorys Daly, Mr. Walmann, o Palhaço Malmequer e Olavo Sargentelli, mais tarde substituído por Ewa Procter. Esta peça ficou em cartaz no Arena Clube de Arte, no Parque do Flamengo, e foi também apresentada em vários clubes, teatros e fábricas nos subúrbios e na zona rural, durante mais de um ano.
O Arena Clube de Arte foi também contratado pela Fundação do Parque do Flamengo, na pessoa de Da. Lotta de Macedo Soares , para organizar o Primeiro Festival de Marionetes e Fantoches, julho de 1966, bem como apresentar uma série de espetáculos no Teatro do Parque do Flamengo. Este ano, o Segundo Festival de Marionetes e Fantoches patrocinado pela Secretaria de Turismo, também foi organizado pelo Arena Clube de Arte. Clorys Daly foi também encarregada de fazer, durante uma recente viagem, uma série de contatos nos Estados Unidos, já para o Terceiro Festival de Marionetes e Fantoches, desta vez, internacional, que será realizado em 1968.
(Verso da Última Capa)
The Dock Brief
For those whose knowledge of Portuguese is less than their enthusiasm for the theatre, a short summary of the play is provided which, it is hoped, will increase, rather than detract from, your enjoyment, even though it may remove an element of surprise from the proceedings: Fowle, a peaceful bird-lover, is acused of doing away with his wife, Doris, because he could not stand her interminable high spirits
Being a man of few means, his defense lawyer is appointed by the court. The lawyer’s name is Wilfred Morgenhall, and it soon emerges that Fowle is his first case after almost forty years at the Bar. It does not take long to become evident that the reason why it took him so long to get a case is that he is a bumbling, theoretical, dreamer, but he and Fowle somehow strike a chord of mutual recognition and understanding, and before long they are rehearsing brilliant Courtroom scenes, in which Morgenhall sweeps away the evidenceoffered by the prosecution, and has Fowle released. At the height of their rehearsals, the case is called, and the curtain falls on their exit for the trial. When it rises again, one senses that things did not go excactly as planned, but although Morgenhall is somewhat downhearted. Fowle does not seem able to restrain an enthusiasm quite foreign to his normal behaviour. Finally, under pressure, he reveals that he has been acquited on the grounds that his lawyer put up no defense at all.
Morgenhall is appalled, but Fowle convinces him that this was a brilliant stroke, and the only one that could possibly have succeeded, and when they go off this time, it is with Morgenhall looking forward confidently to defending Fowle on the next occasion he commits some “little misdemeanour”.
(Última Capa – Anúncio British United Airways)