Lupe Gigliotti, Anita Duvivier e Renato Yablonosk. Fotos: Carlos

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 (INFORMAÇÕES DO PROGRAMA) 

(Capa) 

O TABLADO

O DIAMANTE DO GRÃO MOGOL

(Página 01) 

O Diamante do Grão Mogol

8 cenas de Maria Clara Machado
Música de Reginaldo Carvalho

TABLADO – 1967
Rio de Janeiro

(Pagina 02)

Texto de Maria Clara Machado
Música de Reginaldo Carvalho

Apresentação


Isabela

A história que eu vou contar
Conta a história de Isabela
Isabela branca e bela
Isabela uma donzela
Isabela um diamante
Brilhante como o sol
Das longes terras distantes
Do Grão Mogol

Vivia em Grão Mogol
dos diamantes
Nas Minas Gerais dos Bandeirantes
Inocêncio, rico fazendeiro
Viúvo, bom, pacífico e ordeiro
Pai de Isabela, Isabela, Isabela
Bela donzela
Que Ricardo amava

Mas, Isabela era também o nome do diamante
O mais belo que os homens cobiçavam
Que os homens cobiçavam
Por ele bandidos lutavam
Por ele bandidos matavam

Isabela um diamante
Brilhante como o sol
Das longes terras distantes
Do Grão Mogol

Dos bandidos o mais bandido
Jacó Montanha e seus capangas
Chico Ferroada, Mané Caolho e Raul Quequeca
Terríveis na maldade
Inimigos da amizade

Também êles cobiçavam a pedra
A pedra mais bela
Que levava o nome de Isabela

Diamante menina, diamante pedra
Ricardo amava a menina
E por ela lutava e por ela lutava
Jacó Montanha queria a pedra
E por ela lutava e por ela lutava
Só a pedra ele queria
Só a pedra ele cobiçava
Só queria a pedra bela
Que levava o nome de Isabela

Em casa de Inocêncio
Vivia Fenelon Tramóia
Que também a pedra amava
Que também a pedra amava
Amava a pedra mais que tudo
Mas amava também, mas amava também
Ser homem de bem, ser homem de bem

(Pagina 03)

Homem de bem queria parecer
Servir a inocêncio
E dele a pedra conquistar
Sem a amizade perder.
Uma vela a Deus outra ao diabo acender
Vejam se se pode assim viver !
Se Fenelon Tramóia não tramava
Só o pobre Inocêncio acreditava !

E por falar em inocente
Aquele que ali vai também era…
Augusto Bom-Bom passa a vida à espera
Ele queria, ele queria
A priminha Isabela…
Mais um inocente
Para o altar dos crentes

Pois a bela só amava
Seu cavalheiro Montalvês
Que ali vem no altivês
No seu cavalo montanhês

Galopa Ricardo de Montalvês
E com ele seus irmãos
Badé Relâmpago, Dodô Trovoada
E Jojô Deixa-Disso
Três Mosqueteiros a serviço
Do amor e da aventura.

E vamos logo à história
Que ainda tem mais gente nela
Dona Anésia Pimentel e Ritinha
A primeira, tia austera
A segunda, a criadinha

E para não esquecer
A justiça, a lei e a ordem
Lá vai o brilhante delegado
Especialista remunerado
Em ladrão de gado.

Daqui eu vou ajudando
A história de Isabela
Isabela branca e bela
Isabela uma donzela
Isabela um diamante
Brilhante como o sol
Das longes terras distantes
Do Grão Mogol

Que o público tenha imaginação
E veja neste chão
Casa, rio ou assombração
Toda essa história depende
Desta combinação.

Fica assim pois combinado
Que a primeira cena é no sobrado
Da casa de Inocêncio
Num dia de sol
Numa fazenda em Grão Mogol
Numa fazenda em Grão Mogol.

(Paginas 4 e 5)

O Diamante de Grão Mogol
8 cenas de Maria Clara Machado

Elenco

(Por ordem de entrada em cena)

Cantador: José Mauro Soares
Fenelon Tramóia: José Ricardo Quinan
Augusto Bom-Bom: Ricardo M. Filgueiras
Inocêncio Pacífico: Geyr Soares
Isabela: Aminta Duvivier
Anézia Pimentel: Lupe Gigliotti
Ritinha: Dulceaydeé
Jacó Montanha: Jean Marc
Ricardo Montalvês: Renato Yablonosky
Chico Ferroada: Flavio de São-Thiago
Mané Caolho: Sérgio Maron
Raul Quequeca: Pedro Proença
Jojô Deixa Disso: Sonny Albertson
Badê Relâmpago: Marcus Aníbal
Dodô Trovoada: Márcio Piauí
Capitão-Mor: Marcelo Nogueira

As atrizes desta peça são penteadas por José de Assis do “Le Baron”
Os atores desta peça são maquiados com os produtos “Pond’s, Angel Face e Cutex”

Ficha Técnica

Música: Reginaldo Carvalho
Cenários: Anna Letycia
Figurinos: Anna Letycia e Betty Coimbra
Direção: Maria Clara Machado

Cavalos: Dirceu e Marie Louise Nery
Assistente de Direção: Lima e Silva
Maquiagem: Fredy Amaral
Xilofone e Bateria: João Jaca
Diretor de Cena: Flavio de São Thiago
Contra Regra: Paulo Iorio
Iluminação: Jorge Carvalho
Sonotécnica: Sergio Cathiard
Execução de Figurinos: Betty Coimbra
Execução de Cenários: Wagner
Cartaz: Anna Letycia

(Pagina 06)

Segunda Cena

Fenelon Tramoia

Fenelon Tramóia trama
Com o vilão Jacó Montanha
Prá roubarem de inocêncio
As pedras com artimanha

Inocêncio não reclama
Nos amigos acredita
Sem saber que são bandidos
Vão causar sua desdita

Neste mundo mal cuidado
Só o audaz Ricardo ama
Aflito espera Isabela
Sem saber nada da trama
Aflito espera Isabela
Sem saber nada da trama

Terceira Cena

Liberdade para as Donzelas

Liberdade para as donzelas
Liberdade ! Liberdade !
Liberdade para Isabela
Já é tarde… já é tarde

O destino de Isabela
Foi selado por Tramóia
O tratante ainda trama
Cobiçando a linda jóia
Os bandidos conseguiram
Amordaçar Montalvês
E embebedar seus irmãos
Com a droga que Jacó fez

Triste sorte de Isabela
Triste sorte de Isabela !
Pobre, pobre da donzela
Pobre, pobre da donzela !

Quarta Cena

Triste Sorte de Isabela

Oh ! Triste sorte de Isabela
É preciso acabar com o mal vencer
É hora de aparecer
Os amigos do bem querer
É hora de prevalecer
O amor sobre o mal fazer
Liberdade para as donzelas
Liberdade ! Liberdade !
Liberdade para Isabela
Será tarde? Será tarde?

(Pagina 07)

Final da Quarta Cena

Augusto Bom-Bom

É mentira ! É mentira !
Isabela ninguém me tira
Sou Bom-Bom o preferido
De titio o mais querido
É mentira ! É mentira !
Idabela ninguém me tira
Pobre Augusto Bom-Bom
E vamos mudar de tom
É mentira ! É mentira !
Isabela ninguém me tira
Sou Bom-Bom o preferido
De titio o mais querido
É mentira ! É mentira !
Isabela ninguém me tira

Quinta Cena

Bandido lá Tem Coração!

Os bandidos são malvados
Não praticam boa ação
Eis que a trama continua
Bandido tem lá coração

Não fosse Augusto Bom-Bom
Assim tão fora de tom
A história não mudava
A donzela não se salvava

Final da Quinta Cena

Galopa Ricardo!

Galopa, galopa, galopa
Galopa Ricardo de Montalvês
Galopa, galopa, galopa
Bem ligeiro, bem depressa
Em seu ginete montanhês

Sexta Cena

Espera Altiva Menina!

A noite no mato é triste
O vento geme de triste
Brilha pálida a lua
A única luz que existe

Espera altiva menina
Que o amor tem sua vez
Vem galopando salvar-te
Ricardo de Montalvês

(Pagina 08)

Clube de Iniciação Artística, às segundas, terças e quintas-feiras, das 17 às 19 horas, para crianças e adolescentes. Direção de Edelvira Fernandes e Aracy Maria Mourthé.

O Tablado publica a revista Cadernos de Teatro, de informação, orientação e técnica teatral.

Curso de Produção Teatral para Professores e Educadores (Rudimentos de mise-en-scène, interpretação técnica de palco, sonoplastia, iluminação e caracterização). Prof.ª Maria Clara Machado. Em janeiro.

Além do curso de Produção O Tablado mantém um curso de Formação de Ator, para amadores e principiantes com aulas semanais de improvisação e interpretação, pela professora Maria Clara Machado.

Cadeira cativa – Quem quiser assistir a todas as pré-estreias n’ O Tablado poderá adquirir sua cadeira cativa pelo preço de NCr$ 50,00. Informações na secretaria, telefone: 26-4555.

(Pagina 09 – Repertório 1951 – 1967)

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Obs.
Este espetáculo realizou 68 apresentações e teve  6.180 espectadores