(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
EL RETABLO DE MAESE PEDRO
Sala Cecília Meireles
Temporada de 1966
(Verso da Capa)
Teatro Nacional de Ópera
do Conselho Nacional de Cultura
do Ministério da Educação e Cultura
(Colaboração da sala Cecília Meireles e do Teatro Municipal)
“… y, por ahora, baste esto, y vámonos à ver el retabolo del buen maese Pedro, que, para mi, tengo que debe de tener alguna novedad. – Cómo alguna! respondió maese Pedro; sesenta mil encerra em sí este mi retablo: digole á vuesa merced, mi señor D. Quijote, que es uma de las cosas, mas de ver que hoy tiene el mundo, y operibus credite, et non tarde, y tenemos mucho qué hacer, y qué decir y qué mostrar.”
(Página 01)
Com a estreia de El Retablo de Maese Pedro, o Conselho Nacional de Cultura dá por inaugurado o seu Teatro Nacional de Ópera, iniciativa por meio da qual pretende levar a efeito apresentações de elevada qualidade artística nos mais diversos pontos do nosso território, colocando em efetivo funcionamento numerosos teatros cujas atividades, por falta de recursos e possibilidades locais, encontram-se há muito paralisadas.
Trata-se, assim, de medida que se destina a contribuir realmente para o desenvolvimento cultural do país, abrindo, inclusive, novas e múltiplas oportunidades de trabalho para os artistas nacionais e dando-lhes, em consequência, condições que permitam o natural e constante aprimoramento de suas qualidades técnicas, através de uma atividade exercida em caráter permanente e não meramente ocasional como tem acontecido aqui.
O Conselho Nacional de Cultura acredita que o Teatro Nacional de Ópera venha a ocupar em breve o lugar que lhe cabe panorama artístico brasileiro, mantendo-se dentro de uma linha de absoluta fidelidade ao seu objetivo educacional e cultural, como se evidencia neste espetáculo de estreia.
(Página 02 e 03)
Festival de Música Espanhola
Programa
Sevilla – Albeniz
El Amor Brujo – De Falla.
Introdução e Cena
(A Noite, O Aparecido, Dança do Terror, O Círculo Mágico, Dança Ritual do Fogo, Cena, Pantomima, Dança do Jôgo do Amor, Final)
Intervalo
El Retablo de Maese Pedro – Manuel de Falla
(Texto adaptado de um episódio do D. Quijote de la Mancha)
Dom Quijote: Fernando Teixeira
Maese Pedro: Álvaro Mendes
Menino: Maria Riva Mar
Animadores
Cecília Conde
Helena Parames
Ilo Krougli
Maria Machado
Pedro Touron
Potiguar Souza
Silvia Aderne
Vicente Rocha
Bonecos: Pedro Touron
Cenários: Ilo Krougli
Diretor: Gianni Ratto
Regente: Isaac Karabtchevsky
Regente Assistente: Nelson Nilo Hack
Orquestra de Câmara do Teatro Municipal
2 de Dezembro, ás 21 horas – 3 de Dezembro, ás 16 horas
(Página 04)
Nota sobre El Retablo de Maese Pedro
(Espetáculo de Marionetes de Mestre Pedro – Manuel de Falla)
Em 1919 ou 1920, a Princesa Polignac pediu a De Falla que criasse uma ópera para o seu teatro de marionetes. A obra só foi realmente estreada a 23 de março de 1923, em Servilha. E a 25 de Junho foi apresentada integralmente pelas marionetes da Princesa Polignac. (A exibição de Servilha constou apenas de versão do concerto).
As aventuras de D. Quixote que constituem o assunto da ópera de De Falla, são tirados da segunda parte do romance de Cervantes.
(Página 05)
D. Quixote e Sancho Pança, seu escudeiro saíram mas uma vez pelas estradas á procura de aventuras, corrigindo erros, socorrendo oprimidos e libertando aflitas donzelas do cativeiro. Estão descansando em uma estalagem, quando um empresário itinerante surge, com um teatro de marionetes, e o estalajadeiro que o conhece bem, logo o convida para uma exibição.
A peça que as marionetes representam é a estória de Don Gayferos e da incomparável Melisandra. Trata-se de uma antiga balada espanhola, que gira em torno de uma princesa cristã, libertada do cativeiro dos mouros, na Espanha, por um cavaleiro da corte de Carlos Magno. O empresário está lá dentro, no seu pequeno teatro, como o homem do espetáculo de Polichinelo e sua namorada. O curso da estória é explicado por um menino, antes de cada cena e dá o roteiro do que vai acontecer, apresentando os personagens que as marionetes encarnam. Sobe a cortina, a orquestra toca e as marionetes se comportam como é explicado pelo menino.
D. Quixote, Sancho, o estalajadeiro e também outros figurantes sentados no retábulo são os assistentes. É oportuno lembrar-se aqui que D. Quixote não é louco. Apenas fica fora de si, quando se trata de andanças de cavaleiro-errante. Em outros assuntos, é perfeitamente sensato e na verdade é um sábio, talvez um pouco irascível, como fidalgo rural, que passa os dias fora e as noites na biblioteca.
O menino anuncia rapidamente o começo da estória, de uma forma que é algo entre o cantochão e o pregão de rua. Joga as palavras como se elas não tivessem nenhum sentido e, frequentemente marca a ênfase no lugar errado. De início ele é inteiramente desapoiado pela orquestra, mas empresta colorido ao que está dizendo; os instrumentos entram furtivamente, um depois do outro, e no fim, o menino está cantando no máximo de sua voz.
D. Quixote, atento ao espetáculo de marionetes, é envolvido pela ação e, no final, puxa a espada e recorre as marionetes, pedindo-lhes que ajudem o nobre Gayferos.
(Última Capa)
Banco Nacional de Minas Gerais
O Banco que está do seu lado