(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
AUTO DO GUERREIRO
Arena Clube de Arte
(Verso da Capa – Anúncio Wolff)
(Página 01 – Anúncio: Germaine Monteil Maquilage)
Arena Clube de Arte
Lisette Fernandez
Eduardo Calixto
Hugo Mayer
João Damasceno
Martu Chelli
Phydias Barbosa
Wilson Werneck
Flávio Rocha.
Boi: gentilmente cedido pelos srs. Casemiro Avelar e Gilson Ferreira.
(Página 02 – Anúncio: Banco Lar Brasileiro)
(Página 03 – Foto: Lisette Fernandez, Menina e Anúncio: Galeria Silvestre)
(Página 04 – Anúncio: Coty)
(Página 05)
Agradecimentos
Reiteramos os nossos agradecimentos a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realidade do Arena Clube de Arte
E registramos o nosso muito obrigado a
Administração Regional de Copacabana, Associação do Comércio e Indústria da Zona Sul (Acisul), Comissão de Melhoramentos de Copacabana, Semanário de Copacabana, Oca Arquitetura, Indústria e Comércio S.A., Whisky Maclean’s, Aliados do Folclore, Banco Mercantil do Brasil S.A., Copex Móveis Ltda., Artes Gráficas Fritz Fuchs, que muito facilitaram a montagem do Auto do Guerreiro.
Atividades do Clube de Arte
Exposição de Arte; Aulas de Ginástica e Dança Moderna, método Verchinina; Aulas de Mímica; Aulas de Expressão Corporal; Aulas de Dicção.
(Página 06 – Anúncio: Rochedo-Matic)
(Página 07)
Repertório
Estreia
Agosto 1963 – Fantasias
Espetáculo em duas partes, constando a primeira de Pantominas com Cláudio Ferreira, e a segunda As Máscaras de Menotti del Picchia, com Clorys Daly, Cláudio Ferreira e Carlos Moraes. Direção de Jorge Kossowski.
Novembro 1964 – Bonito Bonito é o Colibri
Comédia de Lobo Júnior, com Dirce Migliaccio, Carmen Saveiros, Hugo Mayer, Eduardo Calixto e Luciano Carvalho. Direção de Cláudio Ferreira.
Fevereiro 1965 – Evolução
Uma estória contada e cantada, apresentada pelo conjunto TOP 4 e os cantores Di Fersene Carlinho.
Infantil
Março 1965 – Miau-Miau, o Corajoso, de Sylvan Paezzo.
Apresentado pelo Teatro de Equipe da Guanabara.
(Páginas 08 e 09 – Fotos Clorys Daly e Cláudio Ferreira)
Clorys Day e Cláudio Ferreira
apresentam
Auto do Guerreiro
De autoria de Cláudio Ferreira
Baseado no Bumba Meu Boi
Direção de Cláudio Ferreira
Assistente de Direção: Clorys Daly
Capa do Programa: Marius
Bel Fil veste os atores
Fotos: Edson
Cenários e Figurinos do Conjunto
Guilherme Mello, A Música no Brasil, Dicionário Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil – 1631, filia o Bumba Meu Boi ao Monólogo do Vaqueiro, declamado por Gil Vicente na noite de 8 de junho de 1502, dois dias depois de nascer o futuro Dom João III. Já nessa época brincava-se em Portugal com os bois fingindo, as tourinhas, nouvillos de canastra, as touras que figuravam nas festas reais e que seriam registradas por um amigo de Gil, o cronista Garcia de Rezende na MIscelania. Nota retirada do Folklore Brasileiro,Tomo I, de Silvio Romero.
Com feição puramente brasileira o Bumba Meu Boi (nordeste) ou Boi Bumba (norte) é o folguedo popular de maior força teatral. Nascido de uma fusão de Portugueses e Africanos tem nas melodias a nostalgia Portuguesa e no ritmo a marca inconfundível dos chocalhos africanos.
Melodia e Ritmo por si só poderia constituir o folguedo, mas o Bumba Meu Boi vai mais além, tem algo mais importante, que é o seu teatro, puro, simples, sincero.
Um verdadeiro Bumba Meu Boi não sai à rua na época da quadra-junina apenas para seus participantes dançarem e cantarem. Eles levam consigo um texto. E esse texto tem dentro de sua ingenuidade um traço forte de sentimentalismo brasileiro, talvez a nossa maior mágoa que foi legada pela escravidão.
Em todo recanto, brejo, mata, sertão, etc., onde esse folguedo é apresentado, obrigatoriamente, as figuras do Amo, fazendeiro abastado, e Mateus, negro, criado do Amo, têm suas presenças asseguradas: em torno de um boi de estimação uma trama entre esses personagens é desenvolvida, colocando sempre os dois em situações antagônicas, mas terminando sempre com a vitória do Amo.
No norte (Amazônia) o personagem Mateus passa a ser chamado de Pai Francisco e deixa de ser interpretado por um negro para ser por um mestiço. O Amo é sempre um branco, enquanto que Mateus e Pai Francisco são sempre, respectivamente, negro e mestiço. Agora observem a coincidência: a raça branca subjugando as outras duas, o que justamente se dava na época da escravatura.
Indumentária, procuramos fazer dentro do mais simples possível, para reproduzir a simplicidade deste folguedo, cuja base da indumentária não está dentro de um figurino previamente desenhado e sim no colorido que é obtido com fitas e lantejoulas e quanto mais colorido se der mais autêntico ele se tornará.
Bumba Meu Boi, as called in the northeast, or Boi Bumba as called in the north, is the Brazilian folklore of greater theatrical strenght. Born from a mixture of Portuguese and African, it has in its melody the Portuguese nostalgia and in its rhytm the unmistakable African rattle.
Melody and rhythm alone could make up this frolic, however, Bumba Meu Boi goes further, – it has something more importante to transmit – its theater: simple, pure, sincere.
A genuine Bumba Meu Boi does not go to the streets only to have its participants sing and dance. They carry with them a text, and this text, within its naiveness, transmits one of Brazil’s strongest traits: sentimentally – perhaps our greatest inheritance from slavery.
Wherever the Bumba Meu Boi is presented in the streets, woods, swamps, forest, jungle, etc., there are two compulsory characters: the Amo, rich farmer, and Mateus, negro servant. The plot it developed around these two characters, who are on an antagonistic position plus a pet ox The rich farmer always wins.
In the northern part of Brazil the servant takes the name Pai Francisco and is no longer a negro but a mestizo. The farmer is always white. This calls our attention to the fact that the Bumba Meu Boi always has the white race dominating either the negro or the mestizo, exactly as ocurred during the period os slavery.
Costumes: We tried to reproduce the simplicity encountered in the authentic Bumba Meu Boi, which normally nas no previously designed clothes and all its beauty rests on colors: ribbons, beads, embroidery, etc. The more colorful it is, the more authentic.
Resumé : It is the season for Bumba Meu Boi. The rich farmer is rather concerned because his daughter refuses to talk or even smile. After having consulted the doctor in town, without sucess, he accepts Mateus, cow-boy, advice to call Mãe Catirina, witch-doctor. Still unsuccessful, the Amo decides to give his daughter in marriage as well as half of his richness to the first person that succeeds in making her smile. Mateus asks permission to have the ox dance. The Amo agrees and amidst all that merriness the girl starts to dance, sing and smile. Mateus claims his reward, the Amo refuses. Mateus plots with the others to fake the death of the ox. When the girls returns to her sadness, the farmer request that the ox dance again, but the ox cannot dance since it is apparently dead. The farmer pleads for the ox to be revived, offering rewards in advance. The ox is reviverd. They all dance and sing, the girl is cured. The Bumba Meu Boi is finished since Guerreiro, the ox, has to dance somewhere else.
(Página 10 – Anúncios: Kilt Club, Le Mazot Restaurantes)
Auto do Guerreiro
Está baseado em duas fontes do folklore. A forma é a do Bumba Meu Boi e o enredo é baseado num dos contos que envolve o lendário Pedro Malazarte e que conta a história de uma princesa que não queria sorrir.
O rei, muito desgostoso, colocou a mão de sua filha ao primeiro que conseguisse dela um sorriso. Vieram príncipes de toda parte mas nenhum deles conseguiu êxito. Pedro Malazarte, sempre malandro e vivo, ambulante por natureza, resolveu acampar em frente ao Palácio Real com os seus maiores amigos, um papagaio e um macaco. Aparentando indiferença ao que se estava passando, Malazarte saía para buscar água enquanto o papagaio tomava conta da casa e o macaco fazia a limpeza e a comida. A princesa ao deparar com esta cena desatou a rir. Foi um corre-corre infernal. Quem foi, quem não foi?
Depois de muito custo, a princesa revelou que fora Pedro Malazarte. Houve um casamento riquíssimo, com muita comida, muita bebida, e até hoje tem gente bebendo e comendo….
(Página 11 – Anúncio: Meridional)
Auto do Guerreiro
The play Auto do Guerreiro is based on two sources of folklore. It has the Bumba Meu Boi’s format and its text is based on a tale of the legendary Pedro Malazarte, involving a princess who refused to smile.
The king, very sad, offered her hand to the first person who would make her smile. The suitors came from all over, however, none was able to make her smile. The mischiveous Pedro Malazarte, itinerant by nature, decided to camp in front of the royal palace with his two best friends: a parrot and a monkey. Unaware of what was going on, Pedro Malazarte would go out to fetch water while the parrot and the monkey kept house. The princess started to laugh when she saw the two at work, There was general confusion: Who did it? After much investigating, the princess revealed it had been Pedro Malazarte. The was a very pompous wedding and they lived happily ever after…
(Página 12 e 13 – Fotos: Hugo Mayer (Catirina), Eduardo Calixto (Mateus), Martu Chelli ( Amo), João Damasceno (Fidelis)
(Página 14 – Anúncios: Italmocassin, Fracalanza, Toca)
(Página 15 – Fotos: Phydias Barbosa (Bastião), Wilson Werneck (Tuchana)
(Página 16 – Anúncios: Groenlândia, Bel Fil)
(Verso da Última Capa – Anúncios: Depois do espetáculo Nelson Camargo recomenda: San Sebastian Bar, A Baianinha, Mariu’s Inn, Jirau, Sunset 281)
(Última Capa – Anúncio: Lufthansa)