Crítica publicada no Jornal O Dia
Por Armindo Blanco – Rio de Janeiro – 29.07.1994

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Uma fantasia em gótico

Com A Bela e a Pele de Asno, o jovem diretor / ator / produtor Luca Rodrigues completa a sua Trilogia do Despertar e do Encontro, que começou com A Bela e Fera (1991) e prosseguiu com A Bela Adormecida (1993), montagens de grande porte só raramente vistas no teatro infanto/juvenil e ambas distinguidas com o Prêmio Coca-Cola de melhor produção.

A Bela e a Pele de Asno  é uma adaptação livre do conto Pele de Asno, do francês Charles Perrault (1628/1703), que inspirou a Jacques Demy uma delícia de filme, com Catherine Deneuve na protagonista (1970). É a história de dois amantes, Azor, príncipe dos francos e Bela, princesa de Bizâncio, que, separados após uma briga de fadas e gênios, se buscam pelo mundo numa saga cujo prêmio é a felicidade para sempre.

Autor da versão, Luca Rodrigues leva mais uma vez a cena o seu gosto pela monumentalidade e o luxo: é uma suntuosa produção com dez atores profissionais, três bailarinas, 60 figurinos (Ney Madeira) e cenografia (Dóris Rollemberg) que reproduz uma igreja gótica e vai se transmudando ao longo da peregrinação de Azor e Bela pelo reino dos francos, Bizâncio, deserto da Palestina, Turquia e África. E ainda em a trilha sonora de Leandro Braga, arranjador dileto de Ivan Lins e Chico  Buarque e já indicado para um Prêmio Sharp.

O elenco, além de Luca Rodrigues, que faz Azor, inclui a graciosa Marcela Altberg na Bela e algumas figuras obrigatórias da trilogia, como Jacqueline Sperandio, Cristina Montenegro e Flávio Bruno.

Serviço:
Teatro Nelson Rodrigues, av. Chile, 230, Centro, el 262-0942, sáb e dom.17h, R$ 5,00