Jornal/Programa, 2011

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Ministério da Cultura e BR Petrobras
apresentam

A PRAÇA DOS BONECOS

De 25 de setembro a 11 de dezembro – Grátis

O Teatro de Bonecos volta às Praças da Cidade
Teatro de Bonecos, todo domingo, por 12 semanas, no Jardim Sapopemba
Um projeto do Grupo Sobrevento da Cooperativa Paulista de Teatro

(Verso da Capa)

Difundir o Teatro de Bonecos; congregar artistas; criar momentos e espaços de Lazer e comunhão; promover a reunião e o congraçamento de famílias e vizinhos; divertir; enternecer; descentralizar a Arte e a Cultura na cidade e garantir o acesso da população a elas são os objetivos principais do Projeto A Praça Dos Bonecos.

Pensar, sentir, sonhar e se divertir são direitos de todos e elementos constituintes da cidadania.

Pão, para o estômago; Arte, para a cabeça e o coração.

Teatro para Quem Precisa de Teatro

Na cidade de São Paulo, há muito tempo, vários artistas têm-se juntado em grupos de Teatro que vêm apresentando espetáculos constantemente. Estes espetáculos são o resultado de um trabalho conjunto de artistas que entendem o Teatro não como um caminho para um sucesso individual, mas sim como um espaço em que se podem colocar a serviço de uma proposta artística resultante da busca de um coletivo. Para desenvolver um projeto artístico é necessário que estes artistas estejam dispostos a dedicar muito tempo ao estudo e à pesquisa. Isto resulta em uma linguagem particular a cada grupo e o espectador pode reconhecer, facilmente, as peculiaridades de cada proposta, quando assiste aos seus espetáculos.

No Projeto A Praça dos Bonecos, muitas das melhores companhias do Teatro de Animação reúnem-se em um encontro anual para cumprir o papel que acreditam ser uma responsabilidade social das grandes companhias de Teatro do país, o de promover a descentralização da Arte em uma megacidade cuja periferia conta com uma baixíssima oferta de Cultura e uma imensa dificuldade de acesso ao Centro, onde se concentram as atividade de Lazer e Arte. Muitas vezes, os artistas se perguntam por que o público não vai ao Teatro. Raramente, porém, o cidadão se sente no direito de perguntar por que o Teatro não vai a ele, se a passagem é cara demais e se ele está tão cansado que não se anima a cruzar a cidade depois de uma semana de trabalho. O Teatro e a Cultura costumam estar longe demais.

A mostra A Praça dos Bonecos propõe-se ir aonde o Teatro não tem ido. E propõe-se informar às pessoas que há Teatro ali pertinho. A Praça dos Bonecos tem um caráter formativo, divulgador e multiplicador. Sem ensinar nada, sem obrigar a nada, mas oferecendo a oportunidade de desfrutar do melhor do Teatro de Bonecos de São Paulo e de alguns outros lugares. Quer, assim, mostrar ao cidadão, pela possibilidade, a necessidade do Lazer Cultural, promovendo uma melhoria na qualidade de vida por meio da experiência e do contato mais profundo com o Teatro. Acreditamos que a Arte lembra ao sujeito o seu caráter único, individual, e lembra ao indivíduo o seu direito a um lugar na coletividade. Porque Arte, cidadania e dignidade combinam muito.

A Praça dos Bonecos

O projeto A Praça dos Bonecos busca, por meio da delicadeza, singeleza e graça do Teatro de Bonecos, relembrar alguns valores e sentimentos que, por defesa, por desconfiança, por descuido, por costume, deixamos adormecer em algum lugar de nós.

Vivendo em condições difíceis, em ambientes hostis ao convívio social, boa parte, a maior parte, da população da periferia perde um sentido de identidade coletiva, isola-se em sua casa, endurece o seu espírito.

O Teatro de Bonecos traz uma lembrança boa de alguma coisa que muitas vezes nem mesmo vivemos, mas que temos a impressão de ter vivido. O Teatro de Bonecos nos recorda que, debaixo dos espinhos e da folhagem espessa que cultivamos, ainda vinga uma planta delicada e frágil que mal conhecemos, que teima em resistir e que nos lembra que não somos aquilo que nos tornamos.

(Página 01)

Mas que Negócio é este de A Praça dos Bonecos?

Desde 2003, o Sobrevento realiza eventos na Zona Leste da cidade, região onde mantém a sua sede, o Espaço Sobrevento, única sala da cidade dedicada ao Teatro de Animação. Com a subvenção do Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, o Grupo realizou o Projeto Bonecos Aqui!, de difusão e formação na área do Teatro de Bonecos e Fantoches nas Praças , que, em sua quinta edição já havia atingido 180 apresentações gratuitas em parques e praças públicas da cidade.

A Praça dos Bonecos é uma expansão da ação Fantoches nas Praças, mantendo os seus objetivos, mas dando-lhe outro formato. Em uma única praça da Zona Leste, com pouco acesso a atividades Culturais e de Lazer, o Grupo Sobrevento realiza 12 apresentações públicas gratuitas de 12 espetáculos diferentes, em 12 semanas consecutivas. A programação consiste na apresentação de espetáculos de alguns dos Grupos mais importantes de São Paulo e algum convidado especial.

Desta forma, o Sobrevento pretende difundir a diversidade e a riqueza do Teatro de Animação com apresentações de espetáculos que explorem diferentes técnicas de animação, com diferentes formatos, e oferecendo, sempre, uma boa infraestrutura técnica e comodidade para o público. Ao mesmo tempo, esta é uma oportunidade valiosa de congregar artistas e grupos de Teatro de Animação, sobretudo da cidade de São Paulo, irmanando-os e levando-os aos lugares mais carentes de atividades de cultura e lazer.

Nos últimos anos, o Grupo realizou quase 250 apresentações em parques e praças da Zona Leste – 180 apresentações nos Fantoches nas Praças, 30 apresentações no Projeto Bonecos Aqui!, 36 na Praça dos Bonecos, sem contar as muitas temporadas e apresentações de seus espetáculos em escolas, CEUS, bibliotecas, casas de cultura, teatro, entre outros espaços públicos.

Mas quem é este tal de Sobrevento?

Neste mês de novembro, o Sobrevento comemora 25 anos. Fundado em novembro de 1996, o Sobrevento é um Grupo de teatro profissional que busca apresentar, experimentar, desenvolver, inovar, aperfeiçoar, difundir, multiplicar, valorizar, fortalecer, ensinar, aprender e estudar o Teatro de Animação. É reconhecido nacional e internacionalmente, como um dos maiores especialistas brasileiros da área. O Grupo tem, hoje, treze espetáculos em repertório, para diferentes públicos e espaços, com os quais ganhou alguns dos Prêmios mais importantes do país. É uma das companhias brasileiras que mais representa o Brasil no exterior, tendo-se apresentado em países tão próximos como a Argentina e tão distantes quanto a Estônia e Angola. Também tem ido a todos os cantos da cidade, do estado e do país, apresentando-se em 24 dos 27 estados brasileiros. Ao longo de sua carreira, fez cerca de 2500 apresentações, ou seja, uma média de cerca de 100 apresentações por ano, por 25 anos. Muito ativo, o Sobrevento tem realizado muitos Festivais, trazendo ao país muitos dos mais importantes artistas especializados do mundo todo ao Brasil. Suas pesquisas e trabalho, hoje, envolvem concentram-se, especificamente no Teatro de Animação moderno, no Teatro de Objetos, no Teatro para Bebês, no Teatro para a Infância e a Juventude, no Teatro em regiões de pouco acesso à Cultura e, para isto, promove intercâmbios, pesquisa avançada, encontros e festivais.

Há muitos anos remexemos tudo aquilo que os bonecos têm feito por todas as épocas e em todos os cantos do mundo. Da longa tradição do Teatro de Bonecos, porém, não queremos mais do que o que fale de hoje à gente de hoje. E, dos Bonecos, só aquilo que é Teatro.

Grupo Sobrevento

2011 – A Cortina da Babá
2010 – Meu Jardim
2010 – Bailarina
2008 – Orlando Furioso
2007 – O Copo de Leite
2006 – O Cabaré dos Quase-Vivos
2005 – Bonecos Aqui!
2002 – Submundo
1999 – Brasil Pra Brasileiro Ver
1999 – O Anjo e a Princesa
1998 – Cadê o Meu Herói?
1996 – Ubu!
1993 – O Theatro de Brinquedo
1992 – Beckett
1991 – Mozart Moments
1989 – Um Conto de Hoffmann
1988 – Sagruchiam Badrek
1987 – Ato sem Beckett
1987 – Ato sem Palavras

O Sobrevento tem o patrocínio da Petrobras e do Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

(Página 02 e 03)

O que Você Vai Ver aí Perto – A Praça dos Bonecos

O Melhor do Teatro de Bonecos pertinho de você!

Você não vai precisar cruzar a cidade para assistir a espetáculos diferentes, premiados, que mostram um Teatro de Bonecos para todas as idades e como você nunca viu!

Grupos Convidados

A Praça dos Bonecos reúne, este ano, 12 dos espetáculos mais apresentados e elogiados pelo público e pela crítica especializada, de nada menos que 10 das mais importantes e renomadas companhias de teatro de animação do país, O Grupo Mão na Luva, Furunfunfum, Cia. Mevitevendo, Mamulengo da Folia, Pigmalião Escultura que Mexe, Circo de Bonecos, Cia. Ópera na Mala, Teatro por um Triz e Pia Fraus, além do Grupo Sobrevento. Conheça os espetáculos e companhias, um por um:

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Pigmalião Escultura que Mexe
Seu Geraldo: Voz e Violão

Seu Geraldo é um simpático cantor e violeiro de 73 anos de idade. Em seu repertório ele remexe memórias e revisita outras épocas. O show traz ainda participações especiais de Dona Catarina, 81, sua namorada, e Ana, 62, sua irmã. São personagens complexos, com verdadeira história de vida. Eduardo Felix, o intérprete do Seu Geraldo, usou referências familiares de sua infância em Crucilândia, MG, para dar vida e voz às marionetes. Formado em escultura pela Escola de Belas artes da UFMG ele atua como bonequeiro há 10 anos, além de realizar trabalhos como cenógrafo e figurinista. É o diretor do Grupo Pigmalião Escultura que Mexe. Seu Geraldo: Voz e Violão já se apresentou em Brasília, São Paulo, Curitiba, Salvador e em diversas cidades de Minas Gerais, além de Charleville-Mézières, na França.

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Eduardo Félix e Igor Godinho

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Cia. Mevitevendo
O Diário Mal-Assombrado

Numa noite de lua cheia, dois curiosos encontram uma mala… E dentro dela um diário. Mas esse não é um diário qualquer, nele estão escritas memórias de assombrações. Ao lerem suas histórias, eles libertam a Mulher-Caveira, a Velha do Saco, o Homenzinho Terrível, a Grande Malvada e outros personagens de arrepiar! Entre sustos e risadas, esses estranhos visitantes mostrarão que podem não serem tão feios assim… Nem tão malvados. Fundada em 1998, a Cia. Mevitevendo, especializada em máscaras e bonecos, tem circulado por todo o país, do Acre ao Rio Grande do Sul, e também pela Europa.

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Marcia Fernandes e Cleber Laguna

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Grupo Mão na Luva
A Benzedura da Caipora

Este espetáculo recria histórias tipicamente brasileiras como as peripécias de Benedito e a Cobra que ao procurar um presente para sua noiva Rosinha descobre que tem uma cobra engolindo todos os personagens. Para salvar sua noiva Benedito pede ajuda para a polícia, para o padre e até para o público que ao final do espetáculo participa de um divertido cortejo dentro do boneco do Boi-Tatá.

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Giuliana Pellegrini e J.E.Tico

Músicos
Daiane Dauscuk e Silvio Ribeiro

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Pia Fraus
Bichos do Brasil

Bichos do Brasil é um espetáculo que busca mostrar a riqueza da fauna brasileira através de recursos plásticos. Pautado nos bonecos, na música e na coreografia, procura criar o ambiente da mata sem exigir um comportamento humano de seus personagens. As fábulas, onde os bichos simbolizam as virtudes e vícios humanos, são deixadas de lado, buscando-se atenção às influências que as mesmas exerceram na cultura popular. Ao beber na mesma fonte inspiradora dos mitos populares, esta produção acaba por fazer uma reverência aos bichos brasileiros, onde sua humanização não faz com que o público pressuponha um final moral. Bonecos feitos a partir de materiais naturais, cujas formas são estabelecidas por cabaças, ganham novo tratamento e cores variadas, buscando dar uma abordagem contemporânea a elementos rústicos. É a retomada da Pia Fraus às suas origens, fundamentada em temas, formas e pensamentos que formaram a companhia.

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Pia Fraus

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Teatro por um Triz
Pinóquio Etc e Tal

A aventura do boneco de madeira que queria ser gente é contada, de forma original, nesta adaptação do Teatro por um Triz. O espetáculo acontece dentro do ambiente de uma marcenaria onde, após receberem uma encomenda inusitada, quatro marceneiros lembram de Pinóquio e, através de materiais existentes na marcenaria – pedaços de madeira e ferramentas – resolvem contar passagens do clássico de Carlo Collodi. Os serrotes viram o monstro marinho que engole Gepeto, o martelo vira personagem do teatro de Papa-Fogo, etc. A montagem de Pinóquio Etc e Tal conta com a presença de quatro atores que, além de narrar a história, assumem personagens e manipulam bonecos, mesclando técnicas tais como uma adaptação do Bunraku, centenário teatro de bonecos japonês, teatro de objetos e máscaras.

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Márcia Nunes, Péricles Raggio, Andreza Domingues e Wagner Dutra

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Furunfunfum
O Macaco Simão, Outras Histórias e Outras Canções

O Macaco Simão é de um espetáculo dramático-musical dividido em duas partes. A primeira é uma apresentação de músicas infantis e histórias musicais. As músicas são apresentadas ao vivo, com o acompanhamento de flauta transversal, flauta doce, pandeiro e violão, com a participação da plateia. A segunda parte é uma adaptação para teatro de bonecos da história O Macaco e a Velha. Os bonecos são construídos combinando-se a técnica de luva e de vara. Na trilha sonora, são utilizadas músicas de João de Barro, o Braguinha, da versão do Teatro Disquinho. Em 1999, O Macaco Simão e Outras Histórias e Outras Canções foi escolhido pelo júri infantil como um dos três melhores espetáculos do Festival Internacional de Títeres de Tolosa, Espanha.

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Marcelo e Paula Zurawski

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Cia. Circo de Bonecos
Circus: A Nova Tournée

Circus: A Nova Tournée é um espetáculo que recria o mundo maravilhoso do circo em quadros curtos e engraçados. Na montagem, a palavra falada é substituída pelo gesto do clown e pela trilha musical circense. O trabalho de manipulação seguro e preciso de Cláudio Saltini e Teka Queiroz faz com que os bonecos pareçam ganhar vida própria. Ganhador do Prêmio APCA, em 2000, como melhor espetáculo de animação, Circus é uma singela homenagem ao universo circense e pode não ser o maior espetáculo da Terra, mas é, certamente, um dos mais engraçados. Dirigida por Cláudio Saltini, a Cia. Circo de Bonecos nasce da Cia. A Cidade Muda, que desempenhou um papel importante no desenvolvimento e na difusão do Teatro de Bonecos na cidade de São Paulo, nos anos 80 e 90.

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Cláudio Saltini e Teka Queiroz

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Cia. Ópera na Mala
Baú de Histórias

O espetáculo é uma coletânea de algumas histórias contadas no programa de TV Baú de Histórias, criado e interpretado por Sergio Serrano e Cris Miguel, exibido nas Tvs Cultura e Ratimbum, no Brasil. A peça conta a história de um Rei que quer ouvir histórias e oferece um prêmio para aquele que contar a história mais longa. O Contador de Histórias, A Princesa e o Lelo do Castelo, o Senhor Andino e o Professor Nicolau Nicolaievski, entre outros, apresentam suas histórias, trazendo aos espectadores um pouco da cultura de várias partes do mundo. Assim o Rei com Orelhas de Burro (conto tradicional do Brasil), Baba Yaga (da Rússia),O Tatu Quer Cantar (da Bolívia), A Gaita Milagrosa (de Portugal), A História Mais Longa do Mundo (do Brasil), Pedro Malasartes, Pintor de Grande Talento (também do Brasil), desfilam diante de sua majestade, o publico. Utilizando bonecos de várias técnicas, teatro de sombras, e muita música executada com instrumentos típicos, a dupla de contadores reinventa clássicos e contos de tradição oral de forma dinâmica e bem humorada. A peça recebeu prêmio FEMSA 2008 de melhor trilha sonora.

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Sérgio Serrano e Cris Miguel

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Mamulengo da Folia
Folia no Terreiro de Seu Mané Pacaru

Seu Mané Pacaru celebra o casamento de sua filha Marieta com o vaqueiro Benedito. Para o acontecimento, uma grande festa será realizada. E eis que o conflito se estabelece: o coisa ruim, o futi, como é chamado o diabo, invade a festa impedindo o casamento e obrigando a Marieta casar com ele. A brincadeira segue um roteiro estabelecido, porém o desfecho é sempre compartilhado com o público que opina e participa da brincadeira, dando mais sabor e colorido ao espetáculo. O espetáculo é acompanhado por um autêntico trio de forró.

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Danilo Cavalcante

Músicos
Erasmo José, José Benício, Sabino do Pandeiro

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Grupo Sobrevento

O Grupo Sobrevento traz de volta à cidade três dos seus espetáculos mais bem sucedidos e premiados. Com diferentes tipos de bonecos e diferentes formas de animação de bonecos, o Grupo aproveita para testar as diferentes relações que cada espetáculo é capaz de estabelecer com o público nesta situação, pouco comum, de apresentação em um palco montado em praça pública.

Bonecos Aqui!

Através de pequenas cenas, O Sobrevento mostra como, ao longo de 23 anos de trabalho, vem buscando no Teatro de Bonecos, apenas aquilo que é Teatro e, na longa tradição do Teatro de Bonecos, apenas aquilo que fala do hoje ao público de hoje. No espetáculo Bonecos Aqui!, o Grupo revela como o Teatro de Bonecos pode ser feito até mesmo sem bonecos, a partir de uma simples folha de jornal, e como pode transformar um exercício de manipulação em um espetáculo teatral. Traz à cena também o tipo de boneco mais conhecido do público brasileiro, o fantoche, representado na tradição nordestina do Mamulengo.

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Luiz André Cherubini, Sandra Vargas, Anderson Gangla e Maurício Santana

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Mozart Moments

Bonecos e manipuladores contracenam para contar diferentes passagens da vida do compositor Mozart neste espetáculo destinado a crianças de todas as idades. Mozart Moments mistura humor e poesia, atores vestidos com roupas do século XVIII e pequenos bonecos que parecem, até mesmo, respirar. Tendo estreado no Rio de Janeiro, em 1991, dentro das comemorações dos 200 anos da morte do compositor austríaco, Mozart Moments tem construído, desde então, uma das carreiras mais longas e exitosas jamais mantidas por um espetáculo infantil brasileiro. Vencedor do Prêmio Coca Cola de Teatro Infantil e do Prêmio Maria Mazzetti, participou de dezenas de festivais, encontros e eventos internacionais em quase cem cidades do Brasil, Chile, Colômbia, Argentina, Espanha, Angola e México e já ultrapassou as 700 apresentações.

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Luiz André Cherubini, Sandra Vargas e Maurício Santana

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Cadê o Meu Herói?

Encenação do texto do argentino Horácio Tignanelli, Cadê o Meu Herói? explora a técnica da luva chinesa, aprendida com um trabalho intensivo com o chinês Yang Feng, o representante mais conhecido dessa técnica, recentemente falecido. É um espetáculo de aventuras, com lutas, tiros, explosões e laser, dirigido àqueles meninos que já se acham grandes demais para ver Teatro de Bonecos. Nele, uma donzela, presa na torre de um castelo por um barão malvado que cismou de querer casar com ela, chama heróis para salvá-la em busca de uma solução simples e rápida. Descobre, porém, que a melhor solução para uma discussão ainda é um bom diálogo. Ganhador do Prêmio Mambembe de Teatro apresentou-se em quase todos os estados brasileiros e também na Espanha.

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Luiz André Cherubini, Sandra Vargas e Anderson Gangla

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(Página 04)

O Teatro de Bonecos não é Mais Aquele

O Teatro de Bonecos é uma arte que se espalha por todos os lugares do mundo e ao longo de toda a história da humanidade. Nasceu junto com o Teatro, se não nasceu antes. Mesmo no tempo em que não se comemoravam festas de aniversário, o Teatro de Bonecos já existia. Política, filosófica, religiosa, recreativa, educativa, terapêutica, esta arte pode tocar pessoas de todas as idades, de todas as origens, de todas as Culturas, de diferentes maneiras.

Hoje, o Teatro de Bonecos afirma-se como uma Arte maior. E ganha novos espaços, misturando-se à Dança, à Música, às Artes Plásticas, ao Cinema, confundindo as fronteiras entre as Artes. E, para ampliar-se ainda mais, o Teatro de Bonecos é, hoje, mais do que de bonecos. Propondo dar vida a objetos, formas abstratas, a todo tipo de coisa, esta Arte tem sido chamada, modernamente, de Teatro de Animação, um termo que explica melhor o Teatro que anima, que dá vida. E graças a isto, os bonequeiros podem contar histórias, por exemplo, a partir de um bule e uma xícara que, mesmo não sendo bonecos, são, definitivamente, objetos a animar.

Muitos preconceitos ainda pesam sobre o Teatro de Bonecos: barreiras ao desenvolvimento desta Arte que vêm sendo rompidas pouco a pouco, graças ao empenho e a dedicação de um número cada vez maior de artistas. O Teatro de Bonecos já não é mais aquele. E sempre poderá ser muito mais do que somos capazes de imaginar.

Podemos estabelecer que não é nenhum crime:

– misturar bonecos e atores;

– usar bonecos muito grandes ou muito pequenos;

– misturar bonecos com máscaras, dança, ópera, drama, cinema, music hall, música pop, etc;

– usar bonecos em duas ou três dimensões, ou em ambas, ao mesmo tempo;

– misturar técnicas de animação variadas em uma mesma produção;

– reduzir bonecos a atores de menor tamanho, para efeitos de perspectiva;

– gostar de Punch & Judy, de Kasper, Guignol ou qualquer nome que tenha;

– mostrar ou não mostrar o manipulador e sua técnica durante o espetáculo;

– trabalhar meses para atingir a perfeição estética de um objeto ou usar um fósforo como boneco

Michael Meschke, fundador da Companhia Marionetteatem, Suécia

O Sobrevento em 2011

Em 2011, o Sobrevento conquistou o patrocínio da Petrobras para um projeto de dois anos de atividades, que inclui a manutenção de sua sede, criação de um novo espetáculo, apresentação do repertório, um Festival Internacional, um Festival Nacional e circulação pelo país.

No ano em que completa 25 anos, o Grupo estreou um espetáculo novo, A Cortina da Babá, com o apoio do ProAC e do Instituto Alfa de Cultura. O espetáculo recebeu no mês de agosto seis indicações, melhor espetáculo, música, iluminação, texto adaptado, cenário e revelação de melhor ator, para o Prêmio Femsa/Coca Cola, um importante Prêmio para o Teatro para Crianças e Jovens.

O Sobrevento esteve no Chile, ministrando oficinas em uma Universidade e palestras em um Teatro e colaborando com a preparação de dois novos espetáculos de uma das companhias mais prestigiadas daquele país, O Tryo Teatro Banda. Na Espanha, cumpriu temporada no Teatro Fernán Gómez, em Madri, apresentando Meu Jardim na VII edição do Ciclo Rompiendo el Cáscarón, dirigido a bebês. Na Suécia, representou o Brasil na cidade de Malmö, com Quase Nada no Festival da Assitej, Associação Internacional de Teatro para a Infância e Juventude, que reuniu quase 30 países. Na Estônia, participou, também com Quase Nada, do NB Festival, na cidade de Tallinn, capital europeia da cultura 2011.

Ainda este ano, O Grupo circulou por 15 cidades do interior de São Paulo, apresentou-se em três Festivais no Rio, um em Florianópolis e um em Recife, fez temporada no Teatro Alfa, São Paulo, e estrou, na cidade de São Paulo, dois espetáculos de Teatro para Bebês, Meu Jardim e Bailarina, que cumprem suas primeiras temporadas no Brasil.

Realizou em seu Teatro a II Semana Internacional de Teatro de Animação do Sobrevento, com o tema Do Boneco ao Objeto, trazendo a São Paulo importantes companhias da França, Cie. Phillippe Genty e Théâtre Manarf; Bélgica, Cie. Gare Centrale; Espanha, Hermanos Oligor e Santa Catarina, Cia. Mútua.

Realizou, ainda, o Primeiro Teatro, primeiro Ciclo Internacional de Teatro para Bebês, durante um mês, simultaneamente nas cidades do Rio de Janeiro e de Brasília, trazendo ao país Cia. La Casa Incierta, Espanha; Laurent Dupont, França e Antonio Catalano, Itália.

Recebeu as Companhias Caixa do Elefante, Porto Alegre, RS; e Contadores de Estórias, Paraty, RJ; Valeria Guglietti, sombrista de mão ítalo-argentina radicada na Espanha; Dadi Pudamdjee, indiano, presidente da União Internacional da Marionete, Unima, e promoveu a circulação pelo país da companhia espanhola Hermanos Oligor e Cia. de Teatro de Bonecos de Shaanxi, da China.

Promoveu a I Oficina de Teatro de Sombras Chinesas, ministrada por Liang Jun, diretor da maior companhia de Teatro de Sombras da China, que trouxe ao Espaço Sobrevento artistas especializados de quase dez estados brasileiros. Promoveu, ainda, oficinas com Agnès Limbos, Cie.Gare Centrale, Bélgica e Eric de Sarria, Cie. Philip Genty, França, especialistas, respectivamente, em Teatro de Objetos e em Teatro de Animação. Fez a curadoria do Festival Internacional de Teatro de Objetos, FITO, realizado nas cidades de Campo Grande, MS, e Recife.

E, para coroar todas estas ações, é que o Sobrevento congrega 10 das mais importantes companhias de Teatro de Animação da cidade neste Festival A Praça dos Bonecos, que comemora os 25 anos dedicados ao Teatro pelo Grupo e o coloca como uma das companhias teatrais mais ativas do país.

Grupo Sobrevento – Brasil – 25 anos

Não perca!!! Programação na última página

(Verso da Última Capa)

Por Que Teatro de Bonecos?

Tendo levado Fantoches a muitos bairros da periferia da Zona Leste, percebemos que a criança que, em um dia, via, surpresa, o Teatro de Bonecos, no outro, levava o pai, a mãe, à praça para assistir, com eles, ao novo espetáculo. Do mesmo modo, mães, de bairros distantes do centro, levavam suas crianças e, às vezes, crianças postiças, para assistir ao Teatro de Bonecos que haviam descoberto. E os espetáculos contavam com a simpatia e o apoio do comércio local e dos vizinhos. E não só com o respeito, mas também com a atenção, dos frequentadores mais esquerdos dos espaços. E a praça voltava a ser aquela praça de antigamente. Isto, quando, na verdade, muitos nem vivemos este antigamente, nunca nem vimos uma praça assim: uma praça que congregue os vizinhos, que reúna as famílias em um ambiente sadio, não excludente, por conta de um evento divertido, provocador, emocionante, aberto, ao ar livre, gratuito. Melhorando definitivamente, por pouco que seja, a qualidade de vida de uma população.

O Teatro de Bonecos tem uma particular capacidade de desarmar espíritos prevenidos, corações duros, cabeças preconceituosas, com uma singeleza, uma delicadeza e, ao mesmo tempo, uma sem-cerimônia, que poucas outras coisas no mundo se permitem. E, por seu caráter artesanal, é comprovadamente capaz de provocar uma sensação de amparo, de atendimento, de direcionamento especial, por ser realizado por um grupo de Teatro que se interessou por aquela comunidade, por aquele bairro, e que tomou uma atitude direta e pessoal, fomentado, apoiado, mas não mandado pela Prefeitura.

Acreditamos que o Lazer comunitário, de um modo geral, promove o encontro entre vizinhos, cria amigos, une a família, une famílias. Crê, também, que o Lazer ao ar livre, em particular, melhora a qualidade de vida, melhora a saúde, melhora a pele, melhora o ânimo, azulados pela luz do televisor. E crê que a Cultura e os bonecos alimentam o espírito: os bonecos estão para o coração como o pão para o estômago, disse Peter Schumann, um outro bonequeiro.

A poesia, o humor e a delicadeza do Teatro de Bonecos, uma Arte tão ingênua e singela, parecem contrastar de maneira quase chocante com o ambiente hostil da periferia. Sua vitalidade, porém, mostra o poder congregador de uma Arte que relembra valores que pareciam perdidos, em tempos de muita vaidade, muito egoísmo, muito ruído, muita velocidade e pouco sentido crítico. Em um tempo em que valores que há pouco eram considerados doentios são considerados virtudes, ser ambicioso, ser vaidoso, por exemplo, não eram defeitos de caráter?, os bonecos nos lembram de alguma coisa que perdemos sem nos dar conta, nos ajudam a colocar as coisas nos seus devidos lugares, como ainda gostaríamos que fossem, porque o cinismo não venceu nada além de uma batalha.

Pela emoção, os bonecos podem fazer com que alguém se perceba diferente do que costuma perceber-se, podem fazer com que as pessoas descubram-se diferente daquilo que fizeram de si. É fácil, para um bonequeiro, perceber isto: ver um homem discutindo com um boneco, ver uma mãe-de-família chamando uma boneca de assanhada, ver os espectadores aplaudindo o castigo que o malandro sofre da velha a quem havia enganado, debochando do diabo que foi posto para dançar funk, rindo das indefectíveis pauladas que zombam das atitudes politicamente corretas são, para nós, a prova definitiva de que boneco é boneco, de que o Teatro está vivo como sempre e de a gente precisa mesmo dele.

(Última Capa)

Local

Praça Noemia Campos de Sica, Botafogo
Rua João das Neves, s/n e rua Ana Popovici, s/n.
Referência Av. Sapopemba, altura do 11.800 – Jardim Sapopemba

25/09, 15h, Grupo Sobrevento, Mozart Moments

02/10, 15h, Grupo Mão na Luva, A Benzedura da Caipora

09/10, 15h, Furunfunfum, O Macaco Simão, Outras Histórias e Outras Canções

16/10, 15h, Cia. Mevitevendo, O Diário Mal-Assombrado

23/10, 15h, Mamulengo da Folia, A Folia no Terreiro de Seu Mané Pacaru

30/10, 15h, Pigmalião Escultura que Mexe, Seu Geraldo: Voz e Violão

06/11, 15h, Circo de Bonecos, Circus, A Nova Tournée

13/11, 15h, Cia. Ópera na Mala, Baú de Histórias

20/11, 15h, Grupo Sobrevento, Bonecos Aqui!

27/11, 15h, Teatro por um Triz, Pinóquio

04/12, 15h, Pia Fraus, Bichos do Brasil

11/12, 19h, Grupo Sobrevento, Cadê o Meu Herói?

A Praça dos Bonecos 2011 é dedicada à memória de Magda Modesto, titereteira e pesquisadora do Teatro de títeres, cuja generosidade, erudição, dedicação e amor ao Teatro de Animação ensinaram, estimularam e apoiaram um grande número de artistas brasileiros. Madrinha do Sobrevento acompanhou todas as realizações do Grupo por quase 25 anos e orientou a realização de muitos de seus Festivais, desde o primeiro, em 1992.

Sobrevento é um núcleo da Cooperativa Paulista de Teatro.

Coordenação Editorial: Luiz André Cherubini, Sandra Vargas, Maurício Santana, do Grupo Sobrevento

Design: Marcos Corrêa/Ato Gráfico

Fotos: Marco Aurélio Olímpio, Simone Rodrigues, Rodrigo Lopes, José Roberto Lobato, Lia Franco, Grupo Sobrevento, divulgação dos Grupos

Grupo Sobrevento – Brasil

Núcleo Artístico: Sandra Vargas, Luiz André Cherubini, Miguel Vellinho, Anderson Gangla, Maurício Santana, Giuliana Pellegrini, J. E. Tico, Agnaldo Souza
Diretor Técnico: Marcelo Amaral
Produção Executiva: Lucia Erceg

www.sobrevento.com.br
info@sobrevento.com.br
Tel. 11 3399-3589

Espaço Sobrevento
Rua Coronel Albino Bairão, 42
Belenzinho

A Praça dos Bonecos

Idealização e Direção do Projeto: Grupo Sobrevento
Direção de Produção: Lucia Erceg
Produção, Execução e Coordenação: Anita Erceg
Divulgação: Grupo Sobrevento
Diretor de palco e Técnico de Luz: Marcelo Amaral
Técnico de Som: Agnaldo Souza
Agradecimentos: Petrobras e Subprefeitura de Vila Prudente-Sapopemba

Apoio

(Logo) Lei de Incentivo à Cultura, Vidali, Prefeitura de São Paulo

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