Cartaz, 2005

Convite do espetáculo que estreou na cidade do Rio de Janeiro, no Teatro Maria Clara Machado, em 05.10, com temporada até  27.11.2005

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Fotos: Guga Melgar

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Prefeitura do Rio / Culturas
Grupo Telemar

Apresentam

OS DIFERENTES

Adaptação do Grupo Hombu da Obra de Carlos Drummond de Andrade

(Interior)

Certa palavra dorme na sombra de um livro raro,
como desencanta-la?
É a senha da vida, a senha do mundo
Vou procura-la.

Senhoras e senhores, brasileiros e brasileiras, meninos e meninas que possam estar lendo este programa. O espetáculo que ora verão (ou que acabam e ver), não pretende contar uma história, ou melhor, pretende contar várias histórias. Pois assim são os poemas: cada um conta sua própria história. Preferimos ao invés de contar a história de um poeta chamado Carlos, nascido no interior de Minas, na cidade de Itabira – adaptando-a para crianças – apostar na capacidade de entendimento lúdica de nosso público, vertendo as poesias e alguma prosa para o palco, e deixando que as palavras, originalmente escritas, ganhassem novas formas de expressão poética: a palavra falada, a palavra cênica, e a palavra musicada. A própria crônica que intitula o espetáculo Os Diferentes ganhou sua tradução cênica apenas como um jogo infantil de crias formas debaixo do nosso lençol / circo / teatro, bem como o famoso poema da pedra no meio do caminho, virou apenas um gesto.

Para mim, um modesto poeta de palco, a maior realização não é que as pessoas entendam minhas peças, mas é despertar no espectador, que com os seus próprios recursos, condiga olhar para o mundo com mais sensibilidade, de uma outra maneira, ter uma visão poética sobre as coisas. Quero imaginar que o poeta Carlos sonhou que após ler um de seus poemas o leitor se tornava ele próprio um poeta. Afinal como explicar uma poesia? Poesia tem de ter por quê? Se indagava outro poeta brasileiro. E assim, sem “que” nem “por que” fomos fazendo o nosso poema que agora recitamos.

Na trajetória da construção desse espetáculo tive mais do que a colaboração, mas a parceria do amigo Gugu (Augusto Madeira), a quem agradeço muito; tive o prazer de conhecer o talento do Carlinhos, o luxo de estar lado a lado com os amestres David e Jorginho, a honra de estar sob a “grife” do Hombu, sua equipe de produção Mônica, Thelma e Laura, e sua equipe de criação Beto, Ronaldo e Cristiano (que músicas belíssimas!) e por fim a estimulante companhia desses atores que emprestam seus talentos para que nosso espetáculo acontecesse dessa forma: Ronaldo, Pedro, Leninha, Thais e Carlos Bernardo, obrigado amigos!

PS: Silvia, te perdemos para o Cirque du Soleil. Não tem problema, você fica me devendo um espetáculo na volta! Um beijão.

Dudu Sandroni

Dicionário dos Diferentes

Aderne: sobrenome da Silvia, primeira atriz do Grupo Hombu, que fugiu como Cirque de Soleil.

Brando: Calmo.

Consendo: Costurando.

Cimbídeo: Nome de flor, que está no poema Declaração de Amor, misturada a uma porção de outros nomes de flor.

Decreto: Lei feita por gente importantíssima, como reis e presidentes, que obriga quem não é rei ou amigo do rei, obedecer.

Estrelitizia: Nome esquisito de uma flor que lembra estrela.

Furdunço: Bagunça.

Facúndia: Arte de falar bem, inventar e contas estórias.

General: Apelido de Carlos Drummond recebeu na escola, porque ele era inteligente pra caramba.

Hombu: É o nome do nosso grupo. Quer dizer na língua dos índios Kraô “venham nos ver, olhem pra nós”.

Itabira: Cidade de Minas Gerais onde nasceu Drummond. Em tupi significa: “pedra que brilha”.

José: Nome do poema mais famoso do Drummond.

Linpinguapagempén: Linguagem na língua do p.

Lavourando: Trabalhando.

Manducação: Mastigação.

Nova Friburgo: Cidade onde Drummond estudou num colégio de lá e de onde foi expulso porque brigou com o professor de português.

Ou Isto ou Aquilo: Poema de outra grande poetisa, Cecília Meirelles, que o grupo Hombu transformou em peça de teatro.

Pantomima: Contar estórias através de gestos.

Quadrilha: Outro poema famoso de Drummond que fala de João, Teresa, Joaquim e Lili.

Rala-Bucho: Dança, brincadeira, onde as pessoas batem barriga com barriga. Conhecida também por umbigada.

Senha: Chave para se descobrir alguma coisa escondida, misteriosa.

Trem: Meio de transporte, mas que em Minas pode significar qualquer coisa. Exemplo: “Me dá esse trem aí”; “Eta trem bão!”, etc.

Umbu: Nome de uma fruta do Norte e Nordeste. Não confundir com Hombu.

Verso/Vida: A coisa que Carlos Drummond mais gostava de fazer na vida era verso.

X: ??????????????????

Zeropéia: Perca teatral inspirada em Hebert de Souza, o Betinho, que o grupo Hombu já fez e vai remontar, mas isso é outra estória…

(Última Capa)

Os Diferentes

Era uma vez Carlos Drummond de Andrade, numa rua que começa em Itabira e vai dar em qualquer ponto da terra, que vai dar no coração da gente.

O Grupo Hombu vai agora apresentar essa viagem e convida a todos para embarcar nesse trem: o maior trem do mundo, que transporta e conta estórias para gente de todas as idades, de qualquer tempo. Meu Santo Antônio de Itabira ensine-me um verso que fale de crianças, que nos ensine a senha da vida, a senha do mundo.

A palavra mágica de Drummond, sua linguagem na superfície estrelada de letras, tua, de Drummond, nossa linpin-guapá-gempém.

Cristiano Mota / Ronaldo Mota

Grupo Hombu
Leninha Pires
Pedro Rocha
Ronaldo Mota
Thais Tedesco

Músico
Carlos Bernardo

Ficha Técnica

Idealização de Projeto: Silvia Aderne e Beto Coimbra
Adaptação: Grupo Hombu
Roteiro Inicial: Ronaldo Mota
Texto de Abertura: Cristiano Mota
Pesquisa: Dudu Sandroni, Augusto Madeira, Cristiano Mota e Ronaldo Mota
Diretor Convidado: Dudu Sandroni
Assistência de Direção: Augusto Madeira
Criação Musical: Ronaldo Mota, Beto Coimbra e Cristiano Mota
Direção Musical e Arranjos: David Tygel
Ass. de Direção Musical: Flavia Ventura
Cenário e Figurino: Carlos Alberto Nunes
Ass. de Cenografia: Álvaro Souza
Cenotécnico: Humberto Silva
Ass. de Figurinos: Suely Gerhardt
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho
Ass. de Iluminação: Valmir Ferreira
Operação de Luz: Black Peroba
Montagem de Luz: Pedro de Christo, Black Peroba e Júnior
Programação Visual: Ilana Braia
Ilustrações: Bruno Maron
Fotos: Guga Melgar
Assessoria de Imprensa: Marilena Cury
Ass. de Produção: Laura Aderne
Produção Executiva: Thelma Nascimento
Direção de Produção: Mônica Behague
Realização: Instituto Cultural Hombu

Agradecimentos

Cláudio Mendes, Lucia Riff, Sheila Kaplan, Laura Sandroni, Luís Raul Machado, Simone Carvalho, Carlos Mendes, Maria Rego Barros, William Ramos.

Patrocínio

(Logo) Grupo Telemar

Apoio

(Logo) Instituto Telemar

Apoio Cultural

(Logos) Werner, Lunetterie, Health’s Restaurante Beterraba, Chocolate Café, Raajmahal, Studio Alfa, Casa Pinto, Humaitá Dry & Water Clean, O Árabe da Gávea, Abissínia, Sucos Mais, Kaakao Penedo.

(Logo) Associado ao CBTIJ – Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude.

Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretária de Estado de Cultura
Lei de Incentivo a Cultura

(Logo) Prefeitura / Rio Culturas

Realização

Instituto Cultural Hombu
Apresentações, Projeto-Escola, Oficinas e Cursos
Tel.: 21 2527.3503 e 21 2224.5734
Telefax: 21 284.7673
Cel.: 21 9214.7368.
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