Programa, 2004

Cacá Mourthé com o elenco

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Carmen Frenzel. Fotos: Guga Melgar

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

HSBC
apresenta

PASSO A PASSO NO PAÇO
Uma Estória do Brasil Imperial

(Verso da Capa)

O Grupo HSBC está presente em 76 países. Em cada um deles, o respeito e o incentivo à arte, à cultura e ao meio ambiente estão entre as principais contribuições para o bem-estar das comunidades onde atua.

O Grupo HSBC conhece e participa da realidade local de cada país, região e cidade em que tem o privilégio de erguer sua bandeira.

No Brasil e aqui no Rio de Janeiro não é diferente. O HSBC investe na cidade e na produção cultural. E com muito orgulho, estamos aqui, apresentando Passo a Passo no Paço – Uma Estória do Brasil Imperial.

Mais do que uma peça de teatro, Passo a Passo no Paço é um presente à cidade e uma inestimável contribuição ao resgate da História do Brasil.

O HSBC sabe que na construção da cidadania, nada é mais importante do que mostrar às novas gerações de brasileiros os caminhos trilhados pelo Brasil. E a ideia de reviver um dos períodos mais férteis da história no palco onde alguns de seus principais fatos ocorreram é fascinante.

Some-se a isto o texto brilhante de Maria Clara Machado, a direção precisa de Cacá Mourthé e a atuação irrepreensível do elenco. Um espetáculo imperdível para brasileiros de todas as idades.

Ao participar de trabalhos como este, o HSBC contribui com a cultura deste país, enriquecendo a memória e a História deste mundo chamado Brasil.

No Rio, no Brasil e na cultura, HSBC.

(Página 01)

Escrever uma história para contar às crianças a vida do Paço Imperial foi um grande prazer para mim.

Descobri que a História do Brasil que eu aprendi na escola não correspondia à verdade. Descobri também com Cacá, Dora e Ricardo que os fatos verdadeiros nem sempre muito bem comportados dos nossos antepassados, mostram um Brasil bem diferente de tudo que aprendemos.

E aí estão a Rainha Louca dando seus ataques; o bom velho Dom João VI, comilão e engraçado; Dona Carlota que só pensava em voltar à Portugal, enfim, um Brasil verdadeiro: com escravos, exploradores e a velha corrupção.

E cá estamos nós procurando mostrar uma nova velha história e, quem sabe, redimir um passado sempre edificante. 

Maria Clara Machado

– Escrito em 1993, por ocasião da primeira montagem de Passo a Passo no Paço

Se é verdade que de cada fato há diversas versões, é também verdade que para cada história há inúmeras maneiras de se contá-la. O que é sério pode ser alegre. Esta é uma peça itinerante que nos traz com humor e graça passagens da nossa história e faz do espectador, um coparticipante do que acontecia cá por estas terras na época do Brasil colonial e na época do império.

Este espetáculo rende homenagem a nós, brasileiros e brasileirinhos que vivemos neste eterno caos político e econômico, e que apesar de tudo, continuamos vivos, cantando e dançando, porque “quem canta os males espanta…”

E o tempo passou, o tempo passou e o tempo passou… e mais uma vez voltamos ao paço através do convite de Lauro Cavalcanti, desde o início o grande incentivador desta estória. Agradeço ao Banco HSBC por proporcionar a possiblidade de nosso bis.

Muito obrigada a todos e bom espetáculo!

Cacá Mourthé

(Páginas 02 e 03)

O que aconteceu mesmo?

1º Quadro
O espetáculo começa no Pátio interno com uma grandefeira – existente na Praça XV naqueles tempos – onde teremos em nossa peça, o mercado de escravos, vendedores, homens de família (que ali iam na esperança de fechar um bom negócio), o homem do sal e outros.

2º Quadro
A Fundição. Temos ainda hoje no pátio interno do Paço, resquícios de uma fundição, lembrando-nos que o Paço Imperial, antes de virar residência de nossos ilustres personagens, foi a 2ª Casa da Moeda do Brasil. Neste quadro mostraremos os escravos trabalhando com o ouro, vindo das Minas Gerais.

3º Quadro
Os Palhaços fazem uma pantomina, ajudados, por grandes bonecos contando a invasão de Napoleão à Portugal e consequentemente a fuga da família real para o Brasil

1713 – São instalados no local do futuro Paço Imperial, os Armazéns Reais e a Casa da Moeda, que fundia ouro vindo de Minas Gerais.

1743 – As obras de reforma concluídas neste ano transformam o prédio em Casa dos Governadores. A Casa da Moeda continua a funcionar no local.

1808 – De Casa dos Governadores a Palácio dos Vice-Reis. O Paço sofre novas reformas para receber a reformas para receber a família real, que se transfere de Lisboa para o Rio.

(Páginas 04 e 05)

4º Quadro
Das janelas aparecem homens e mulheres que ¨cantam¨ os preparativos para a chegada da família real, anunciando-a para o povo e para o público.

5º Quadro
Chegada da familia real no Paço. Chegam em uma carruagem: D. Maria I, a Louca, Dom João VI e Dona Carlota Joaquina.

6º Quadro
Os espectadores serão conduzidos ao segundo andar à procura de D. João VI, encontrando-o na Sala dos Archeiros. As cenas que se seguem mostrarão: as truncadas relações familiares da realeza, a Abertura dos Portos, a mudança de Dona Maria para o Convento do Carmo e sua morte, a aclamação de Dom João VI e sua volta à Portugal.

7º Quadro
Os espectadores passam para a Academia dos Seletos, onde será mostrado: Dom Pedro I em suas festas, a Marquesa dos Santos; o Dia do Fico e a Independência. Após seus grandes feitos, Dom Pedro I ¨bota os pés pelas mãos¨ e é pressionado a voltar para Portugal, deixando aqui no Brasil seu filho Pedro.

8º Quadro
O período da Regência, à maioridade de Dom Pedro II, o beija-mão e a chegada ao Rio de Janeiro da iluminação, do trem, da máquina fotográfica e do telefone, invenções da época. Dom Pedro II mais velho e doente sente a necessidade de se tratar em Portugal, deixando em seu lugar sua filha a Princesa Isabel.

9º Quadro
Os espectadores são levados para os Pórticos onde a Princesa Isabel assina a Lei Áurea, Dom Pedro II é obrigado a deixar o Brasil e é constituida a República. A peça termina, como não pode deixar de ser aqui no Brasil, ¨em samba¨. Porque quem canta seus males espanta!

1822 – D. Pedro, filho de D. João VI, torna-se o primeiro Imperador do Brasil ao declarar a Independência em 7 de setembro de 1822.

1841 – Coroação de D. Pedro II. No ano de 1842 tem-se notícia do primeiro daguerreótipo feito no Brasil focalizando o Paço Imperial.

1888 – Assinatura da Lei Áurea a 13 de maio. A Princesa Isabel e o Conde d’Eu aparecem no balcão, após a cerimonia, para receber os aplausos do povo.

(Páginas 06 e 07)

Maria Clara Machado, em 1993, escreveu uma peça sobre três séculos da história brasileira, a partir do relato de acontecimentos ocorridos no Paço Imperial. Concebida inicialmente para o público infantil, Passo a Passo no Paço conquistou os adultos, tendo uma carreira coberta de êxito. É esse espetáculo que trazemos de volta.

Com perspicácia e humor, a peça envolve o espectador na própria História do Brasil, ao percorrer os diversos espaços que foram palco de importantes acontecimentos, como o Dia do Fico, prenúncio da Independência (1822) e a assinatura da Lei Áurea (1888).

O mais importante exemplo da arquitetura luso-brasileira em nosso solo, o prédio, em diferentes momentos foi: Casa da Moeda (1699), onde se fundia o ouro vindo das Minas Gerais; Casa dos Governadores (1743 a 1763), sede da Capitania do Rio de Janeiro; Palácio dos Vice-Reis (1763 a 1808), com a transferência da sede do governo Geral da Bahia para o Rio de Janeiro, ainda colônia de Portugal; Paço Imperial (1808 a 1822), quando passou a abrigar a Família Imperial, em seguida à declaração da Independência (1822).

Com a deposição de Pedro II, após a Proclamação da República (1889), o prédio foi relegado a um segundo plano. Enquanto a Praça que o cerca recebeu o nome em comemoração ao XV de Novembro, o Paço, de sede do Império, tornou-se sede dos Correios e Telégrafos, talvez por representar, então, uma história que se queria esquecer.

Em 1938 foi o primeiro monumento civil a ser tombado pelo Patrimônio Histórico e em 1985, após uma cuidadosa restauração, é inaugurado como centro Cultural vinculado ao Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e ao Ministério da Cultura.

Maria Clara Machado e o trabalho desenvolvido pelo Teatro Tablado orgulham a classe artística, a nossa cidade e país. É com enorme alegria que o Paço Imperial, graças ao patrocínio do HSBC, oferece ao público a experiência de reviver a História do Brasil encenada num espaço de contagiante autenticidade.

Lauro Cavalcanti – Diretor do Paço Imperial

Ministro da Cultura
Gilberto Gil Moreira

Presidente do IPHAN
Antonio Augusto Arantes Neto

Departamento de Museus e Centros Culturais
José do Nascimento Júnior

Paço Imperial

Diretor
Lauro Cavalcanti

Diretora Adjunta
Lucia de Meira Lima

Coordenadora de Exposições
Sandra Regina Mazzolli
Regina Coeli Ribeiro Ozório
Amaury dos Santos

Coordenador Administrativo
Eliezer Gomes do Nascimento

Setor de Segurança e Serviços Gerais
José Carlos de Carvalho

Arquiteta
Virgínia Cavedagne Fienga

(Páginas 08 e 09 – Foto da Equipe)

(Páginas 10 e 11)

Quem fez o que

Elenco

Palhaços

Carmen Frenzel: Palhaço Assistente
Sérgio Machado: Palhaço Mestre
Diana Herzog: Palhaça Bailarina

Família Real
Lourival Prudêncio: D. João IV, Conselheiro de D. Pedro I, Cons.da Princesa Isabel
Cristina Bethencourt: D. Maria, Princesa Isabel, Dama da Corte, Mulher do Mercado
Dida Camero: D. Carlota Joaquina, Dama da Corte
Ricca Barros: D. Pedro I, Comerciante de Escravos
Gabriel Lara Resende Wilmer: D.Pedro II criança, Menino do Mercado
Victor Bethencourt Nogueira: D.Pedro II criança, Menino do Mercado

Cidade, Corte, Políticos
Conceição Rios: Mulher da Ópera, Dama da Corte, Marquesa de Santos
Eleusa Mancini: Mulher do Mercado, Sra. Petra, Dama da Corte, Parente da Marquesa de Santos
Raquel Libório Rocha: Mulher da Ópera, Dama da Ópera, Parente da Marquesa
Lincoln Vargas: Governador, Conselheiro Português, Marquês de Jacarepágua, Fotógrafo Francês
Alexandre Picarelli: Homem do Sal, Comerciante, Inglês, Nobre, Senador, Parente da Marquesa, Barão de Cotagipe
Laura Araújo: Compradora de Escravos, Dama da Corte
Fernando Melvin: Feitor, Comerciante, Nobre, Senador
Junior Santana: Frade José, Pajém, Mensageiro, Emissário, Parente da Marquesa, Ajudante do Fotográfo
Salo Arcoverde: Comprador de escravos, Comerciante, Nobre, Deputado
Laerte Caetano: Guarda, Bispo
Isabella Camero: Menina do Mercado, Parente da Marquesa
Escravos: Beto Sanves, Carlos Félix, Fábio Homero, Jorge Senna, Jorge Senna, Leandro Santana, Márcio Mattos, Maria Antônia, Susana Barreto

Músicos
Ricardo Gilly, Paula Otero, Dhyan Toffolo, Dhiego R. Lima

Ficha Técnica

Texto: Maria Clara Machado
Colaboração: Cacá Mourthé, Dora Pellegrino e Ricardo Tamm
Direção Geral: Cacá Mourthé
Músicas: Paulo Jobim
Direção de Arte e Figurinos: Ney Madeira
Supervisão de Figurinos: Kika de Medina
Assistente de Supervisão de Figurinos: Gorette Bezerra
Adereços de Figurinos: João de Freitas, Magaly Cavalcanti
Costura de Figurinos: Adélia de Andrade, Tomatinho Gyrão
Alfaiataria: Macedo Leal
Cenógrafo Assistente: Derô Martin
Bonecos e Adereços: João de Freitas, Mário Araújo, Vitor Vieira
Execução de Cenário e Pintura de Arte: Derô Martin
Costura de Cena: Nadir Martins
Arquibancadas e Praticáveis: André Salles
Restauração Carruagem: Natália Lana
Contrarregras: Carlos Felix, Fabio Homero, Jorge Senna
Camareira: Conceição Telles
Direção de Cena: Rodrigo Bueno
Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho
Assistente de Iluminação: Marcio Araújo
Operador de Luz: Will de Souza
Direção Musical: Ricardo Gilly
Direção Vocal: Telma Costa
Projeto Gráfico: Mais Programação Visual
Ilustrações da Capa: Erika Couceiro Marins
Fotografias: Guga Melgar
Coreografia (Minueto e Já Sei): Ana Soares
Assistente de Coreografia (Minueto e Já Sei): Heloisa Soares
Assessoria de Imprensa: Márcia Vilella (Target Assessoria de Comunicação)
Assistente de Assessoria de Imprensa: Marcela Pacheco
Produção: MCM – Maria Clara Machado Produções Artísticas
Assistentes de Produção: Renata Tobelem, Ronald Carneiro
Motorista: Nedi Morais
Secretária: Rejane Goulart
Administração do Projeto: Heloisa Lima
Direção de Produção: Kathryn Valdrighi
Supervisão Geral: Cacá Mourthé

(Página 12)

Agradecimentos

Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Central Técnica de Produções, Polícia Militar do Rio de Janeiro, Teatro Tablado, Diretoria e Funcionários do Paço Imperial
Chico Buarque, Francis Hime, Dora Pellegrino, Elisangela Deija, Fernando do Val, Gisela Kronemberger, Gustavo Araújo, Ludovico Landau-Remy, Malu Azevedo, Márcia Eltz, Neiton Serafim Ferreira, Sol Azulay, Tenente Senna, Tiago Valdrighi, Túlio Mariante, Valéria Faro

Patrocínio

(Logos) HSBC / Lei de Incentivo a Cultura – Ministério da Cultura

Apoio Cultural

(Logos) DeMillus, Elke, Yes Brasil, Werner Tecidos, Cris Mar, O Árabe da Gávea, Boteco 66, Dona Empada, Torta & Cia, Petit Marité

IPHAN – Praça XV de Novembro, 48 – Centro

(Verso Última Capa – Anúncio Werner Tecidos)

(Última Capa)
Escrever uma história para contar às crianças a vida do Paço Imperial foi um grande prazer para mim.

Maria Clara Machado