Programa, 1996

Convite do espetáculo que estreou no Teatro do Leblon, Sala Fernanda Montenegro , em 28.09.1996

Barra

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa – Desenho de Aroeira)

COISAS DO GATO DA VELHA

de Beth Araújo

(Página 01 – Foto do Braguinha)

Homenagem à Braguinha (João de Barro)

(Página 02)

Coisas do Gato da Velha fala do cotidiano. São histórias simples, mas recheadas de recordações humor e poesia, retratando personagens que convivem conosco no dia a dia.
André, um jovem ator, e sua mala carregada de desejos. Ana, uma jovem escritora, em busca de emoções para colocar em suas histórias.

Um encontro repleto de revelações surpreendentes. Nos desejos de André e nas histórias de Ana, a busca de um final feliz. De uma fórmula mágica para amenizar a solidão.

Na velhice de Zinha, que docemente divide sua vida com o gato Marcos Antônio, e de Zilá, que compartilha sua solidão com Abrigôncio, o guarda-chuva, a crença de que somente gatos e guarda-chuvas é que gostam de velho.A não ser que apareça um neto em suas vidas… Quem sabe, não lhes fará companhia?… meu Deus, o que fazer para ser avó sem ser?? Fica a pergunta.

Tia Leonor e Tia Leocádia, professoras por vocação e solteironas por convicção, vivendo pacatas e solitárias, terão suas vidas modificadas com a chegada do tocador de tuba, Castro e Couto, e do português Borba Bastos, dono da Lavanderia Bastos e Borba.

Truques, correrias e confusões. Um verdadeiro pastelão chapliniano, marcará o encontro definitivo entre os dois casais. Afinal, minhas caras tias, amar não é tão simples como parece!…

Na última cena do espetáculo, o mergulho de André, na criação de Ana. Mas esperem… e o livro? Não é preciso terminá-la?

Não… histórias não terminam nunca. Pelo menos, enquanto existirem gatos, guarda-chuvas e… malas, guardiões de sonhos!

Malas que são como as nossas memórias. Um dia, abrimos a tampa e as libertamos!

E este espetáculo está repleto de memórias. Reminiscências de uma menina criada entre quintais, praças, circos e ave-maria nos fins-de-tarde.

O Almoço de Domingo, tinha galinha-assada na mesa e doce de goiaba na compoteira de vidro. Ele lambuzava o vestido, mas enchia o peito de alegria!

Parabéns, a Daniel, por ter aberto esta mala, com tanto amor e competência.

Só desejo que ao assistir este espetáculo, saiam todos com o peito repleto de emoções

Rio, Inverno, 96 – Beth Araújo

(Página 03)

Ana e André são simples “contadores de histórias”, despidos de qualquer orgulho. São mensageiros, artistas…

Não nos interessa como estes dois jovens surgiram, de onde ou para onde irão. Eles estão no plano imaginário, do sonho, são condutores da ação.

Aqui não existe princípio, meio ou fim, e sim um movimento contínuo, uma espiral, um “óvulo solto no espaço” como brilhantemente define Beth Araújo.

O foco de atenção pode estar numa mala, um guarda-chuva ou no vento que sopra longo e distante.

A mala serve como metáfora que revela em si um mundo próprio e pulsante. É a mala de André, de Ana e de todos nós. É simplesmente quilo que temos de mais íntimo e que expomos em momento de total fluxo com à vida.

Mala é mala e nada mais…

É mala de Beth, de Chaplin, Fellini…

De Zilá e Zinha, de Leonor e Castro e Couto, Leocádia e Boba Bastos…

Objeto itinerante que nos conduz a revelação de pequenas coisas.

Coisas o teatro…

Do gato…

E da velha…

Daniel Lobo

(Página 04)

Ficha Técnica

Texto Original: Beth Araújo
Cenografia e Figurinos: Ronald Teixeira
Direção Corporal, Coreografias e Assistência de Direção: Dill Costa
Ambientação de Luz: Djalma Amaral
Direção Musical: Caíque Botkay e Mário Ferraro
Ilustrações: Aroeira
Fotografia: Adriana Pittigliani
Divulgação:João Pontes e Stella Stephany
Assistentes de Cenografia e Figurinos: Aldecir Cardoso, Carolina Rimolli, Clarisse Penna Firme, George Bravo, Luciana Gomes, Andrea Renck e Marcelo Neves
Cenotécnicos: Aldecir Cardoso e George Bravo
Costureiras de Cena: Penha Bravo, Márcia Bravo e Tânia Dutra
Pintor de Arte: Sérgio Nogueira
Visagista: Uirandê Holanda
Penteados: Carlota
Administração: Denis Gomes
Operador de Som: Luciano
Camareira: Inês
Contra-regras: Sérgio e Beto
Assessoria: Olhodo Tempo Consultoria e Produções Ltda.

Terminal Inteligente de Multimídia: I.D.S. Ltda.
Editoração Eletrônica: Leonardo Passos

Realização, Produção, Concepção e Direção: Daniel Lobo

(Página 05)

Elenco

Adolfo Prado
Almir Martins
Bebel Lobo
Carolina Virgüez
Louis André
Fáthima Rodrigues

(Página 06 – Anúncio: Werner)

Promoção

(Logos) Boy Service, Veja Rio, Urbier Orbi Viajem, Golden Ticket, Satélite Painéis

(Páginas 07 e 08)

Apoio Cultural

Janina’s Buffet, Impressora Velha Lapa, Degraus, Fernandes, Telerj, Fink, Mobitel, Malibu Palace Hotel, T-Bone, Pailo Italiano, Moldutec Madeiras, Hortelã, Jaime Aroxa, New Rio Car, Casa Pinto, Shwaf Corte Eletrônico, Firenze Calçados, Livraria Gomes, Lunetterie, Boot’s Stop, A Camélia Flores, Decorações 77, Papel Magia, Leila Editoração Eletrônica, Coca-Cola

(Página 09 – Anúncio: Gelli)

(Página 10)

Agradecimento

Produzir é a arte de levar nãos, e a arte de transformar nãos em sims…

Nos últimos dois anos, pratiquei, como um monge em busca de sua essência, esta dura arte. A arte da transformação da água em vinho, do não em sim, em fim, a rte da vida.

Surpresas? Muitas… Decepções? Algumas… Fé? Constante…

O resultado final, caros amigos, não sei.

Após longa jornada quixotesca – ou “a jornada do gato”, como queiram – confesso que abrir o pano com dignidade, se tornou o objeto principal. Mas a arte de fechar o pano com dignidade, se tornou o objeto principal. Mas a arte de fechar o pano, esta eu deixo para o Maquinista, que tudo maquina e que nos surpreende a cada sol nascente.

Lições… muitas lições… acho que aprendi, ou melhor, captei algumas. A maior de todas é a de que não se faz absolutamente nada sozinho, e que os heróis só existem na ficção – Marcos Antônio, nosso gato, é um herói.

Mas é preciso “furar os olhos”,como Édipo, para que se revele  o íntimo de nosso ser.

Agradeço à Deus, e aos Deuses do Teatro, por terem colocado em meu caminho um céu  de estrelas. Uma constelação de estrelas com brilho e talento sem igual.

A Beth Araújo, minha estrela autora, meu profundo respeito e admiração por ter “cortado” uma fatia de sua origem, o circo, e tê-la depositado nas minhas mãos.

A minha trindade máxima, Ronald Teixeira – um amigo que ganhei e um profissional exemplar, – Djalma Amaral – senhor da luz, trevas e blackouts – Caíque Botkay – mestre dos sons – e Dill Costa – que é a própria luz – , Aroeira – mineiro de traço, único, João Pontes, enfim, a toda equipe, o meu muitííííssimo obrigado.

Ao Teatro Leblon, por ter acreditado neste projeto, as empresas apoiadoras e aos colaboradores de plantão (Renato Gelli, Sérgio Tavares, Alexandre Barros, Sidnei Douglas, Antônio Passos, Dona Janina, Carlos Eduardo, …) eternamente obrigado. Assim como aos que ficaram no meio do caminho, em especial à Flávia, que foi a primeira pessoa a incentivar minha estreia com diretor.

Ator que sou, agradeço especialmente pelo elenco harmonioso dedicado e paciente. Carolina, Almir, Bebel e Adolfp, estrelas de luz própria, e aos músicos maravilhosos, Fátima e Louis.

Bravo, Bravo, Bravo!!!

Até a próxima…

Este espetáculo é dedicado à todos os artistas deste imenso circo chamado Brasil.

Aos palhaços de lona furada, mágicos sem cartola. Imagens vivas de um povo que deseja… e sonha.

Daniel Lobo

(Última Capa – Desenho Aroeira 96)

(Logo) Impressora Velha Lapa