Programa, 1991

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA0

(Capa)

Carefree Fashion apresenta

NAMORO – NO ESCURINHO DO TEATRO…

Direção: Roberto Lage

Gabriela Duarte, Geraldine Zuaglia, Vanessa Goulart

Autor: Ilder Miranda Costa
Produção: Divina Comédia
Cenários: Alexandre Töro
Figurinos: Marjorie Gueller
Direção de Produção: Sérgio Ajzenberg

(Verso da Capa e Páginas 1 –  Anúncio Boticário)

(Página 2 – Fotos Elenco)

Não dá p’ra descrever o quanto é legal fazer no palco, coisas que acontecem com você na vida real. São coisas que todo mundo passa na vida e não esquece nunca mais. Trabalhar com essa equipe foi M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O! E Namoro foi, sem dúvida, uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida.
.                                                                                                                                Gabriela Duarte (Simone)

Trabalhar com essa equipe maravilhosa está sendo um grande prazer. São pessoas muito especiais: Lage, Sérgio, Marjorie, Fátima, Töro, Seu João, Arina, enfim toda a equipe. E principalmente minhas maninhas Gabriela e Geraldine. Estou escrevendo no meio da minha aula de inglês e estou vivendo na pele o que a Margarida, a Stela e a Simone sentem, ou melhor, o que eu, a Gabi, a Dine, vocês, todos nós sentimos. Esta fase da minha vida está sendo muito especial porque eu estou podendo falar dos nossos problemas, das nossas alegrias, tristezas, dúvidas, nossa vida, nesta fase que é a adolescência, cheia de conflitos porém maravilhosa, que a gente só vive uma vez. E eu estou tendo a oportunidade de vivê-las duas vezes: na vida e no palco.
                                                                                                                                    Vanessa Goulart (Margarida)

(Página 3 – Foto do Elenco)

Todos nós passamos por várias fases na vida. Neste trabalho, retratamos uma destas fases: a adolescência. É nela que começamos a mudar: nosso corpo começa a se desenvolver, passamos a defender melhor o que realmente queremos, e também a nos interessar mais pelo sexo oposto – começamos a namorar. Às vezes somos tímidas, às vezes não. Temos problemas também, mas eles fazem parte. A Stela é uma adolescente que vive profundamente esta fase. Tá sendo bárbaro trabalhar com estas pessoas e falar sobre este assunto, já que nós jovens não temos muito direito a falar nele neste mundo. Criamos um espaço p’ra vocês: jovens, adolescentes, adultos, velhos… para que compreendam e até se identifiquem com a gente. Minhas amigas irmãs, Vanessa-Margarida e Gabriela-Simone e eu-Stela vamos mostrar p’ra vocês o que sentimos, nossas dúvidas, crises, problemas e alegrias. Obrigado a todos vocês que participaram e que de alguma forma colaboraram com carinho, afeição e sabedoria para a montagem deste espetáculo. É isso aí Stela! Quando a luz se acender no palco, preparem-se porque vamos detonar!
                                                                                                                                      Geraldine Quaglia (Stela)

(Página 4 – Anúncio Teen Modas)

(Página 5 – Fotos de Arina  Ramalho, Roberto Lage e  Ilder Miranda Costa)

Foi ótimo! Adorei trabalhar com Gabriela, Vanessa e Geraldine! Estar ao lado do Lage, na direção, foi bárbaro!!! Ele cria com prazer e sensibilidade , e sabe exatamente o que quer. Impõe à montagem um ritmo altamente profissional e com um jeito brincalhão , faz com que os ensaios sejam divertidos. Montar essa peça foi uma delícia. Prazer que eu chego a comparar ao início de namoro na adolescência.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          Arina Ramalho
Parte superior do formulário

A primeira coisa que o trabalho com adolescentes me ensinou foi avaliar o seu alto grau de desinformação. Eu perguntava:

– Sabem o que está acontecendo com vocês?

– Não; ninguém fala nada!

– Eles não tem tempo p´ra essas coisas!!

– Até parece que a gente incomoda!!!

E eu lembrei que, no meu tempo, tinha sido igual.

Namoro começou assim: dando respostas, prestando esclarecimentos, desmontando mitos, quebrando tabus, propondo análise e crítica ao olhar tudo: os pais, os professores, a  sociedade; o sexo, o amor, o casamento; as drogas, o comportamento, a moda, o consumo; a novela, o rádio, a TV…

O resultado acho que pode ser sentido como ponto de partida para um debate mais amplo sobre a questão da adolescência.

Namoro fala de uma fase da vida que fica, quase sempre, sem espaço para entender a si mesma e se expressar.
                                                                                                                                                 Ilder Miranda Costa

(Páginas 6 e 7 – Anúncio MTV)

(Página 8 – Anúncio Veja São Paulo)

(Página 9)

Namoro é um olhar indiscreto pelo buraco da fechadura. O dia a dia, o cotidiano, os detalhes do desdobramento da menina-mulher. As vivências estão envoltas em fantasia, sonhos e contatos com temas difíceis: drogas, sexualidade, maternidade, etc… As questões são pinceladas num  painel em movimento; sem respostas fechadas nem vale tudo.

É necessário observar estas questões com respeito e seriedade. Embora superficialmente possa parecer tudo muito leve, é justamente aí que se enredam as experiências que resultam em identidades sólidas ou não. As vivências são superdimensionadas com emoções fortes e contraditórias, estando em jogo dinamismo de auto estima, identificação, reformulação de valores, etc… A necessidade de ser desligar da infância para haver o crescimento pessoal, faz com que os pais sejam apresentados como os vilões ou chatos. As meninas os colocam nesta posição para a partir daí fazer as separações, o confronto, e então buscar no grupo mais um elemento para sua identidade. É no fluxo do ir e vir, entre a fantasia da menina e as excitantes descobertas da mulher, que se enreda uma estória singular frente ao desconhecido da vida.
                                            Raquel Plut Ajzenberg – Psicóloga. Pertence à Sociedade Brasileira de Psicanálise

Namoro é uma peça feita para adolescentes por adolescentes.  Tem todo encanto deste período complicadíssimo da vida apontando as dificuldades, muitos segredos e desconhecimentos de três meninas ansiosas por viver, e que oscilam entre a ingenuidade da infância e a iniciativa de crescer. A peça mostra diferentes facetas da adolescência feminina como a perda do corpo infantil, dos pais da infância, da vida infantil e da endogamia com um  sentido bem humorado. Os meninos que assistem a peça sentem-se em parte identificados com as dificuldades do crescimento, mas também tem a possibilidade de entender um pouco este este bicho raro que é a mulher com todas as suas dúvidas, tabus, mitos e curiosidades.

Aborda algumas situações em forma didática permitindo à platéia entender algo de temas difíceis de atingir na interação com adultos. Em resumo, é uma peça que difere de outras que atingem a adolescência problemática, pois tem uma linguagem simples, compreensível e que agrada ao público em geral e principalmente ao adolescente.
                                                Dr. Pablo Miguel Roig – Psiquiatra-Psicanalista. Diretor da Clínica Grennwood

(Páginas 10 e 11 – Anúncio Carefree Fashion)

Nem pense que eu vou passar um único dia em branco. Carefree FashIon.

(Página 12)

Foi uma agradável experiência assistir Namoro. Foi um passeio pela adolescência. A começar pelos movimentos, que se desenrolam seguindo o mesmo intenso e apaixonado ritmo desta fase da vida: tudo é agitação. A forma natural e brincalhona com que temas relevantes são abordados, não inibem uma empatia e identificação com a problemática levantada.

As situações vividas pelos adolescentes são todas familiares, permitindo que sejam compartilhadas dúvidas e aflições, sem o peso do dogmatismo e do moralismo.

As experiências não se concluem, mantém a mesma excitante e volúvel sucessão de vivências, às vezes atropeladas por episódios corriqueiros que ganham a importância e magnitude do aparecimento de uma espinha. Não se desfazem os sonhos, não se aprisionam as fantasias e os projetos são possíveis. E como sugeriu o final: ficamos todos depositários desta bagagem emocional sem entretanto experimentarmos qualquer peso, responsabilidade culposa ou desagrado. Parabéns!
                                                                                                           Luiz Antonio Gonçalves – Psiquiatra

Namoro

No Brasil, a coisa é sempre assim – só criança e adulto tem história. Quem fica no meio, o burger do sanduíche, acaba chupando o dedo, sem livro, sem teatro, sem TV.

Como é duro ser adolescente! Ser e não ser, o que é pior… O corpo não bate com a cabeça, a cabeça não combina com o coração e os dois brigam contra pai, mãe, professor…o mundo!

Para a gente se entender e entender os outros é preciso ajuda – tudo em carinho, nada em lição – é preciso conversa amiga, é preciso um espelho para ver, brincar e enfrentar as verdades. Teatro é espelho. Espelho que quase nunca – nunca mesmo, eu diria – apresenta peças com temas sobre e para adolescentes. Namoro é uma tremenda exceção. Fala direto para o jovem, sem passar pelas análises e correções críticas do adulto. E isso é correto.

E isso é muito bom. Para os adolescentes e para o teatro. Teatro é brincadeira. Namoro é uma brincadeira com todos os ingredientes para se tornar um bolo de sucesso: direção, atrizes e um texto leve que fala de coisas terríveis como menstruação, boletim, gravidez, pílulas, espinhas… princesas e bruxas.
             Carlos Queiroz Telles – Poeta e dramaturgo. Autor de Sonhos Grilos e Paixões, livro de poemas para adolescentes.

(Página 13)

O escurinho do teatro favorece esse mergulho para dentro do mágico porão onde se guardam os sonhos e fantasias da adolescência. Junto com essas três meninas/mulheres/ciganas, fazemos a travessia em busca das lágrimas da princesa apaixonada. Três, como tinha de ser: por mim, por elas, por nós. Tudo se move no campo da fantasia, porque, para fora das fronteiras do porão, nada se concretizou ainda. Este é o instante antes do instante, um momento antes do momento: o sexual/pré-sexual, já insinuado, ainda não vivido. Elas ainda não sabem, mas já está acontecendo: no próximo encontro, o gesto dele já será sensual, a respiração dela já será um arfar. Leve, muito leve. Anunciam-se, para breve, a Traição e a Culpa, o medo da fragilidade e o Jogo do Poder. Coisas que ainda não fazem parte da bagagem dessas meninas: só virão depois, quando elas tiverem tomado esse ônibus e chegarem a esse encontro, perto do mar. Não ainda. Por enquanto, tudo o que carregam cabe nessas três mochilas, que elas deixam aí, diante de nossos olhos, sob nossos cuidados. Como se, com esse gesto, elas nos fizessem depositários dos últimos momentos da infância, guardiões dos sonhos, medos e esperanças de que fomos testemunhas. Mas não há nada que possamos fazer. Quando voltarem, sua bagagem será outra. Quando o desejo tiver encontrado o seu destino e mapeado esses corpos com a geografia da sensualidade, tudo será diferente. Daqui a pouco. Por enquanto, nossa travessia ainda se faz no lusco-fusco do vir a ser. Nesse universo misterioso da adolescência onde, como no teatro, tudo é possível.
         Lidia Rosenberg Aratangy – Psicoterapeuta e Escritora. Autora dos livros: O sexo é um Sucesso e Doces Venenos

Agradecimentos

Celso Curi, Claudia Andrade, Dermu’s, Mariana Rocha, Roberto Schweitzer, Casa Moyses, Julia Meireles, Gizelda Bueno Marques, Drastosa, Marcus Vinicius M. de Andrade, Unipark, Yuko Suzuki, Rosana Ferreira Pinto, Renata Schmulevisch, Marjorie Gueller, Cistina Sato, João Penha, Side Walk, Claudia Valéria Amaral, Mário Bastos Teixeira, Shoestock & Cia., Luis Gelpi, Lucy Bernardino, Claudia Metne, Ana Maria Galuzzi, Luiz Victor Lopes, Lufashion, Eliza de Campos Machado, Milene Golzer, Marcelo Strauss, Sylvie Leblanc, Manoel Gouveia, Doris Bicudo, Sergio Laporta, Eliana Farah, Samuel Seibel, Terezinha Borges Peres, Miguel Fadoco Gianini, Lucilia D’Elia Fabricio, Maria Lucia Figueiredo

(Páginas 14 e 15 – Anúncios MTV)

(Página 16 – Anúncio Folha de São Paulo ,Caderno Ilustrada)

(Página 17)

Adolescer vem do latim. Significa: crescer, engrossar, tornar-se maior, atingir maioridade.

Os pais passam a ter pouco acesso ao mundo social dos filhos que ainda dependem da casa, mas vivem importantes etapas de suas vidas fora dela. Assim, os filhos escapam do controle e buscam seus próprios caminhos…o que nem corresponde às expectativas dos pais.

Púbis vem do latim. Significa penugem, pelo.

Puberdade é o conjunto das transformações psicofisiológicas ligadas à maturação sexual. A puberdade acontece em todo ser humano; não obedece à vontade nem da própria pessoa, nem da família, por exemplo…

Costuma-se pensar que só as amizades é que levam alguém a ter a sua primeira experiência com drogas. Não é bem assim, muitas vezes, o adolescente, para se sentir integrado socialmente às pessoas da sua geração, é obrigado a assumir os valores e as regras da turma. Por outro lado, é a própria sociedade, como um todo e organizada como está, que permite ou necessita que o jovem consuma esta ou aquela moda.

Apoiados no preconceito de que quanto menos se sabe, menos se faz, escola e pais se omitem. Mas um resultado pode ser o contrário do esperado. Os jovens mantém relações sexuais mesmo desinformados. E as consequências podem ser prejudiciais para a sua saúde física e psicológica.

O namoro é muito importante. É um relacionamento sócio-afetivo-sexual que tanto pode evoluir para algo mais duradouro, como para o desvinculo. O namoro é um teste. E, como tal, é preciso experimentar com honestidade em todos os aspectos para ser ter condições reais de definir se o relacionamento vai ou não prosseguir.

Quando um adolescente começa a namorar geralmente modifica seu comportamento em casa pois o namoro passa a ser a principal atividade e, quando muitos intenso, pode ser a única prejudicando as outras. Pessoas há que são doidas para namorar  e outras que não querem nem saber de namoro. Impor namoro a quem não quer é tão prejudicial quanto proibir um namoro que quem tanto o deseja.”

(Páginas 18 e 19 – Fotos Equipe)

Elenco

Gabriela Duarte
Geraldine Zuaglia
Vanessa Goulart

Ficha Técnica

Autor: Ilder Miranda Costa
Cenografia: Alexandre Töro
Figurinos: Marjorie Gueller
Trilha Sonora: Tunica e Aline Meyer
Iluminação: Marcos Ribeiro
Preparação Corporal: Arina Ramalho
Pintura de Arte: Juvenal Irene
Efeitos Especiais: Marco Lima
Assistente de Direção: Arina Ramalho
Assistente de Iluminação: Lucia Chediek
Assistente de Pintura de Arte: Deneval Ramos
Voz Feminina: Rosa Maria Rodrigues Quinto
Voz Masculina: Mauro de Almeida
Estúdio de Som: Spalla
Direção de Produção: Sergio Ajzenberg
Produção Executiva: Fátima Assumpção
Campanha Publicitária: &K Comunicações
Fotos: Tutu Cardoso de Almeida
Divulgação: Gilberto e Marina
Execução de Cenários: Pupy – Pelé e Equipe
Execução de Figurinos: Zíria Oliveira da Rosa, Madalena Albuquerque
Montagem de som: J. D’ Angelo
Operador de Som: Ricardo Freitas
Operadora de Luz: Lucia Chediek
Diretor de Cena: Joel Jardim
Costureira: Madalena Albuquerque
Transporte: Izildo e Marcel
Administração: João Roberto Simões
Marketing: Celio Fernandes
Produção Geral: Divina Comédia Produções Artísticas
Direção Geral: Roberto Lage

(Página 20 – Anúncio Seagram’s) 

(Verso da Última Capa – Anúncio da Transamérica FM 100.1) 

(Última Capa – Anúncio da Capricho, Editora Abril)