cbtij-acervo-ilo-krugli-historia-de-lencos-e-ventos-conv-01.07.1991

Convite do Espetáculo que estreou no Teatro Cacilda Becker, Rio de Janeiro, em 01.07.1991

Cartaz / Programa, 1991

Barra

(INFORMAÇÕES DO CARTAZ / PROGRAMA)

(Frente)

Ventoforte e Hombu

apresentam

HISTÓRIAS DE LENÇOS E VENTOS

de Ilo Krugli
Música: Beto Coimbra e Caique Botkay

(Logos) Rio Prefeitura da Cidade – Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes, Rioarte, Hotel Novo Mundo, DeMillus, Dona Isabe, Klabin Fabricadora de Papel e Celulose, IBAC – Difusão Cultural, Secretaria de Cultura da Presidência da República, Manch Café Galeria, Coca-Cola

(Verso)

História de Lenços e Ventos

História de Lenços e Ventos representa um verdadeiro divisor de águas no teatro infantil brasileiro. Com sua estética inovadora, o espetáculo transborda criatividade, utilizando de forma inusitada os mais diversos materiais. Verdadeiro caleidoscópio visual, intensamente musical, História de Lenços e Ventos cativa a todos, crianças e adultos que se encantam com o clima mágico do espetáculo.

Manuseando bonecos, lenços, latas, instrumentos musicais e objetos inesperados, os atores dão vida a simpaticíssimos personagens, para contar de forma alegre e bem humorada as aventuras do Lenço Azulzinha e seu amigo Papel. Fábula sobre a liberdade, ambientada nos quintais mágicos da infância, fala da vontade de voar e de crescer, de conhecer novos horizontes; e da força do afeto do personagem Papel, que ultrapassa grandes obstáculos para resgatar Azulzinha do poder opressivo do Rei Metal Mau. A criatividade e a inteligência são forças tão poderosas quanto o vento.

“Dezessete anos depois, o elenco original reúne-se novamente, de forma emocionada, para recontar História de Lenços e Ventos a uma nova geração carioca”

Alice Reis

A remontagem de História de Lenços e Ventos, 17 anos após sua estreia na Sala Corpo/Som do MAM, no Rio de Janeiro, significa não apenas a volta ao cartaz de um dos mais marcantes e premiados espetáculos do teatro infantil brasileiro – mas, principalmente, o reencontro de dois dos mais importantes grupos de teatro do país: o Ventoforte e o Hombu.

O Ventoforte, dirigido por Ilo Krugli, nasceu em 1974 a partir da preocupação de seus integrantes – na sua maioria, também educadores – em desenvolver um trabalho coletivo, baseado em novas utilizações do espaço cênico e da linguagem teatral para crianças

Primeiro, trabalho do Ventoforte, História de Lenços e Ventos teve uma carreira consagradora: permaneceu um ano em cartaz e arrebatou os mais importantes prêmios no ano de 1974. Montada por diversos grupos em todo país, Lenços e Ventos foi reencenada pelo próprio Ilo Krugli ainda três vezes, sendo premiadíssima novamente em 1980, em São Paulo.

Após Histórias de Lenços e Ventos, o Ventoforte estreou, sempre com sucesso, Da Metade do Caminho ao País do Último Círculo (em 1975) – em duas versões, para crianças e adultos – e Pequenas Histórias de Lorca (em 1976) para adultos.

Em 1977, Silvia Aderne, Beto Coimbra, Tarcísio Ortiz, Sérgio Fidalgo e Regina Linhares, participantes em diversos momentos do Ventoforte, decidiram criar o próprio grupo. Dessa decisão nasceu então o Hombu.

O Grupo Hombu, consagrado desde sua primeira montagem, A Gaiola de Avatsiú, em 1977 (diversas vezes premiada, inclusive com o primeiro Molière concedido ao Teatro Infantil), firmou-se como um grupo reconhecido pela seriedade de suas propostas e pela qualidade de suas montagens, tais como Fala Palhaço, Ou Isto ou Aquilo e A Comédia do Coração.

O Grupo Hombu vem ocupando, desde fevereiro de 1991, o Teatro Experimental Cacilda Becker, remontando os mais importantes espetáculos de seu repertório: Fala Palhaço, A Gaiola de Avatsiú… Surgiu, então, o convite a Ilo Krugli para reencenar História de Lenços e Ventos, que encerrará, de maneira muito especial, este projeto, reunindo o elenco completo da montagem original de 1974.

“Ao final, assistiremos ao começo: Ventoforte e Hombu em Histórias de Lenços e Ventos – no ano XVII”

Ângela Reis

Elenco

Alice Reis
Arnaldo Marques
Beto Coimbra
Caíque Botkay
Gulu Monteiro
Ilo Krugli
Silvia Aderne
Sylvia Heller
Walkyria Alves

Alguns espetáculos dessa temporada não contarão com a presença de Ilo Krugli, que será substituído por Arnaldo Marques no personagem papel

Ficha Técnica

História de Lenços e Ventos: de Ilo Krugli
Músicas: Beto Coimbra e Caíque Botkay
Cenários e Figurinos: Ilo Krugli
Execução de Figurinos: Sylvia Heller, Sílvia Aderne e Tânia Dias
Objetos de Cena: Ilo Krugli
Apoio Técnico: Leninha Pires, Emmanuel Santos
Iluminação: Roberto Mello
Operador de Luz: Edmur
Direção Musical: Caíque Botkay e Beto Coimbra (Assistência)
Músico Convidado: Queca Vieira
Preparação Corporal: Sylvia Heller
Divulgação: Maria Cristina Miguez
Administração: Luis Battistella, Tânia Dias
Cartaz: Ilo Krugli
Diagramação e Finalização do Programa: Mari Monteiro
Finalização Cartaz: Luiza Novaes
Fotografia: Beto Coimbra
Direção de Produção: Arnaldo Marques
Assistência de Produção: Ângela Reis e Heloisa Stockler
Produção Executiva: Sandra Kroef
Produção: Hombu Produções Artísticas Ltda.
Assistência de Direção: Alice Reis
Direção Geral: Ilo Krugli

Histórias de Lenços e Ventos, de Ilo Krugli, chega a São Paulo depois de muitos anos de consagração nacional, de vez que foi vista por críticos e educadores de todo o país, merecendo elogios que raramente se fizeram à cena infantil. Hoje, quase um muito de nossos palcos, causa espanto aos que a veem pela primeira vez: porque uma coisa tão simples atingiu a unanimidade das opiniões como o verdadeiro marco divisor de águas em nosso teatro? Esquecem-se tais pessoas de que o difícil em arte é ser simples. E que a simplicidade é justamente o que faltava ao gênero. Mas a peça, antropológica, tem bem mais do que isso

(,,,) longe, assim, de ser um espetáculo a mais no gênero, História de Lenços e Ventos fica no repertório de nosso teatro como um exemplo de realização e bom gosto a ser seguido em sua postura (…)”

Carlos Ernesto de Godoy – Revista Visão, 7 de julho de 1980

“(…) Acredito que o melhor espetáculo atualmente em cartaz no rio – o melhor, no sentido de ser o mais criativo e poético, e de realizar com a maior coerência e inspiração a proposta teórica da sua concepção – talvez seja um espetáculo oficialmente enquadrado na categoria de teatro infantil: História de Lenços e Ventos, de Ilo Krugli(…) E toda essa pequena joia(…) foi feita com meios de produção extremamente modestos. Aqueles que costumam justificar a ruindade de determinados espetáculos com a falta de adequadas condições econômicas, deveriam ser condenados a assistir dez sessões seguidas de História de lenços e Ventos. Eles perceberiam então que com inteligência e sensibilidade e muito pouco dinheiro pode-se fazer teatro de melhor qualidade”

Yan Michalski – JB, 07.06.74

“O MAM está apresentando um espetáculo da mais alta categoria que toda criança merece ver. História de Lenços e Ventos é uma montagem de grande beleza plástica, com muito senso de ritmo teatral. Um texto sensível, apoiado em música de qualidade, é desenvolvido por um trabalho maduro de atores que cantam, dançam, representam, são plateia, animam objetos e bonecos, sem se poupar, numa entrega total à vitalidade do espetáculo. Mas é também muito mais que isso. É um ato de fé no teatro e na criança (…)”

Ana Maria Machado – JB, 25.05.74