Lizette Negreiro

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Minhas Origens

Primeiro, gostaria de dizer que me considero privilegiada pela intuição. Mas para falar do meu interesse por teatro, tenho que voltar às minhas origens, lá no Morro de São Bento, na cidade de Santos. Embora eu fosse uma pessoa de classe média baixa, meu pai ferroviário, minha mãe dona de casa, a família já tinha a veia artística.

Meu pai tocava violão, minha tia era rádio atriz e cantora, minha mãe, meus irmãos e primos, todos gostavam de cantar.
Eu tive uma educação simples, mas independente dos problemas estruturais de uma família de poucos recursos, dentro de casa houve um aprendizado que norteou meus passos até hoje.
Naquela época eu não tinha a mínima condição de poder avaliar quem eu seria ou como seria minha vida. Só intuição.

Cresci ouvindo meu pai tocar as músicas de compositores como Noel Rosa, Pixinguinha, Ari Barroso, Geraldo Pereira, Sinhô e tantos outros. Bom era ouvir cantar Aracy de Almeida, Silvio Caldas, Ciro Monteiro, Aracy Cortez, Orlando Silva, Carmem Miranda e uma infinidade de artistas que deixaram saudades. Só agora me dou conta que eu vivia intensamente e adorava aquelas rodas de samba que eles faziam. Acho que no fundo, queria ser cantora.

Ao terminar o quinto ano primário, eu pedi para o meu pai estudar no Colégio Canadá, que era uma escola de classe média alta e um dos melhores da cidade. Eu sabia que estudando teria uma condição de vida melhor. Talvez pela minha intuição, eu sentia que tinha que continuar e minha professora incentivou para isso, dizendo que eu era inteligente e devia ir para frente. Mas era tudo muito complicado. Meu pai infelizmente não poderia dar o estudo que eu queria e isso me marcou muito.

Eu não escondo esse lado difícil da minha vida, porque existem pessoas como eu, com a mesma história, vindas de famílias pobres, mas que se apegam a isso como desculpa e não lutam, não vão em frente. O que eu fiz então. Comecei a ler tudo quanto era revista, jornal, os romances da minha mãe. Li toda a coleção de M. Delly, era o máximo. Eu sabia todos os assuntos, tudo o que acontecia. Em casa sempre se falou o português corretamente e isso ajudou bastante. Comecei a ter o conhecimento próprio através dos livros e de ouvir atentamente as pessoas falando, principalmente através do rádio.

A Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi um marco. Como eu sonhava! Era ouvinte assídua dos programas de auditório do Manoel Barcelos, Cesar de Alencar, Paulo Gracindo. Não perdia Francisco Alves no Encontro ao Meio-Dia todos os domingos, Dircinha e Linda Batista, Marlene, Angela Maria, Elizete Cardoso, eu era fã da Emilinha Borba. Pra você ver como eu sou das antigas – a Rádio Nacional era tudo, pois fazia minha imaginação ir para muito longe. Aqui em São Paulo era a Rádio São Paulo, com as novelas de Manoel Durães. Bons tempos. Assim, eu vivia de sonhos não realizáveis, querendo uma liberdade difícil de ser conquistada, querendo ir embora junto com os navios que viravam na barra de Santos para outro mundo.

Na minha adolescência entrei para o Coral Vicentino, já morando em São Vicente e me atrevi a ir cantar na rádio PRG5-Rádio Atlântica de Santos, no Programa da Dindinha Sinhá. Era um programa infanto-juvenil de calouros. Lembro-me que se comemorava o Dia das Mães e muito nervosa, com uma “paúra” daquelas, com medo de fazer feio porque a família e os vizinhos estavam na escuta, fui cantar “Doce Mãezinha”. Conclusão: acabei sendo gongada. Um horror! Para continuar, eu ficava entre a cruz e a caldeirinha. Tinha que enfrentar o sonho, mas havia pela frente um problema de base que era a falta de condições e sem nenhuma vergonha posso falar que essa condição estava em vestir, calçar, comer, etc. A perspectiva das pessoas pobres é pequena e os desejos imensos, o horizonte fica limitado; alcançar aquilo que você pretende, esbarra nas limitações sociais. Gera o medo e a insegurança – entraves que as pessoas devem eliminar. Mas essa briga que eu tinha dentro de mim, dentro da minha própria família, as intransigências com pai e mãe que traz para o adolescente momentos insuportáveis por não poder romper as barreiras, não me deixaram parar de pensar naquilo que eu queria. Eu não sabia como, mas minha intuição me dizia que ia encontrar o caminho.

Acho que, mais que ser artista eu queria ser alguém justamente para ultrapassar essa barreira social, ser negra e de enfrentar uma sociedade santista fechada. Não foi fácil.

Teatro Amador

Cantando no Coral Vicentino, ainda nos primórdios da bossa-nova, eu criei Os Hífens, um grupo musical que foi bem, mas teve vida curta. Depois fui fazer teatro, primeiro no Real Centro Português, onde boa parte dos espetáculos dirigidos pelo Antonio Faraco. Eram de temática portuguesa. Depois fui para o Grupo Teatral Perspectiva, de Santos, dirigido pelo Persan. Com eles fiz Pedro Mico de Antônio Callado, que foi uma experiência muito interessante. A estreia foi no dia 1 de julho de 1967, no It Club de Santos e a direção foi de Florence G. Buschsbaum. Tanto Florence como o esposo Otto Buschsbaum, tinha a ideia de fazer um teatro que fosse ao encontro do povo. Por isso, Pedro Mico foi levado nos morros santistas. Causava estranheza e desconfiança aos moradores quando chegávamos cantando e dançando como se estivéssemos no morro da Catacumba.

Mesmo assim, eles cediam o material do cenário e primeiro de longe, depois aos poucos, iam chegando perto e ficavam apreciando o desenrolar do espetáculo com atenção e a peça ia ganhando o agrado de todos e no final era sucesso. Pedro Mico além dos morros foi apresentado para os caiçaras no litoral e agradava em todos os lugares. Teatro era uma coisa que nunca haviam tomado contato e com isso o nosso trabalho tinha uma função social importante pois íamos de encontro ao povo como queria o casal. Havia uma certa crítica sobre isso porque diziam que era perigoso estar levando a vida de um malandro de morro para o próprio morro. Era a época dos militares e essa questão de perigo não passava pela nossa cabeça porque o que queríamos era fazer teatro. E assim fizemos e ninguém implicou conosco.

Depois comecei fazer cursos, com vários profissionais que vinham de São Paulo como Ademar Guerra, Ziembinski, Milene Pacheco, Sérgio Rovito. Este último foi uma pessoa muito importante na minha vida, pois ensinou-me a compreender a beleza da música medieval, a tomar contato com poesias, enfim, o lado erudito da arte. Nessa época, Santos era uma cidade com uma efervescência teatral incrível.

Sempre trabalhei paralelamente para manter-me. Da experiência do Persan e dos cursos, fui para o TEVC – Teatro Escola Vicente de Carvalho. Era um grupo com uma atividade teatral muito boa. Fui fazer A Invasão de Dias Gomes, com direção de Afonso Gentil, que era um diretor iniciando uma carreira promissora em São Paulo. Gentil trouxe com ele Murilo Alvarenga para fazer a música e José de Anchieta para fazer o cenário. Eram dois jovens artistas que começavam suas carreiras.

Nessa época, em 1968, o crítico Hilton Viana, tinha uma coluna de teatro no jornal A Gazeta, dos Diários Associados, e eu li uma nota dizendo que o diretor Silnei Siqueira estava fazendo testes no Teatro de Arena – hoje Teatro Eugênio Kusnet – para Morte e Vida Severina , com músicas de Chico Buarque. Fez um alvoroço aquela nota. Nos organizamos e viemos para a capital eu e minha amiga e também no elenco de A Invasão, Cleide Queiroz. Fizemos o teste de canto, tudo bem; mas quem eram essas ilustres desconhecidas, será que sabiam atuar? Explicamos para o Silney Siqueira, que estávamos ensaiando no TEVC, em Santos, sob a direção de Afonso Gentil. Ele foi ver um ensaio, e pediu que aguardássemos uma resposta que durou uma eternidade e muita apreensão de nossa parte. Felizmente fomos aprovadas e foi aí que começou minha carreira. Vale lembrar que A Invasão foi proibida pela censura e o TEVC não pode montar a peça.

A Profissionalização

No ano seguinte, em março de 1969, já estava em São Paulo para os ensaios. Era a segunda montagem que o Silney fazia desse espetáculo. A primeira foi com os alunos da PUC e ficou na história. Agora seria com atores, que contracenariam com Paulo Autran, fazendo o Mestre Carpina e o meu querido Carlos Miranda, fazendo o Severino. Viajamos o Brasil inteiro e o espetáculo foi um imenso sucesso.

Em seguida fiz Hamlet com o Flávio Rangel. Um elenco maravilhoso, Walmor Chagas, Lilian Lemmertz, Jonas Bloch, Beatriz Segal, Cláudio Correia e Castro, Otávio Augusto, Zanoni Ferreti. Fui substituir Zezé Mota, que foi viajar para os Estados Unidos com Arena conta Zumbi.

Era uma grande responsabilidade. Fazer um clássico! Eu estava feliz em representar Hécuba, na intervenção dos atores negros, na cena dos comediantes. Adorava ver o espetáculo da coxia, observar e aprender com eles. Era uma coisa que me deixava emocionada. Eu não acreditava estar no meio de tanta gente boa. Até hoje, para mim, Walmor Chagas foi o melhor Hamlet que já vi.

Depois desses dois espetáculos, a coisa começou a ficar ruim. E aí, como continuar a carreira? Nós viemos para ficar. Nessa incerteza, encontrei, Paulo Lara, uma pessoa muito controvertida, mas um grande amigo. Eu já o conhecia de Santos, do grupo TIC – Teatro Íntimo de Comédia, que ele dirigia. Numa conversa, ele me dizia como era difícil viver em São Paulo e com um agravante: “Você é uma atriz que tem seu valor, mas é negra. Dificilmente você vai encontrar papeis. Vai ter que batalhar muito. Por que você não faz teatro infantil? Ele não vê barreiras. O teatro para crianças te dá condições de ser o que é. A criança ainda não é tão limitada quanto o adulto”. Ele falava essas coisas e eu dizia que não sabia se queria fazer teatro para crianças. E ele me dizia que era uma questão se sobrevivência, que se aparecesse a possibilidade eu deveria fazer. Eu ainda relutei algumas vezes, mas um dia ele me ligou, dizendo que queria remontar em São Paulo, O Rapto das Cebolinhas , de Maria Clara Machado , que já tinha feito em Santos, e me convidava para fazer o Maneco. Nas modificações, ele queria ousar um pouco mais, ou seja, colocar atores negros fazendo a família da história. Eu gostei da ideia e como não estava trabalhando, aceitei. Assim surgiu O Rapto.

Eu não sei explicar o que aconteceu, mas foi uma paixão muito grande. Paulo Lara era um excelente diretor, a sua maneira de conduzir o espetáculo era contagiante, os ensaios eram prazerosos, embora fosse uma pessoa exigente no resultado; e foi ele quem me deu condições de entender o que é fazer teatro para crianças. Ele dizia que era necessário saber trabalhar as cores, o movimento, a luz, a música. Um espetáculo bem feito, com bons atores, bem dirigido, agrada tanto crianças como adultos.

Estreamos no SESC Anchieta e foi bom ter feito esse trabalho porque a partir desse, surgiram outros. Em 1971, com direção do próprio Paulo Lara, fiz O Gigante de Walter Quaglia, que havia recebido no ano anterior, o prêmio de melhor peça infantil, pela Comissão Estadual de Teatro. O meu personagem era um menino pobre, que tinha um boi de estimação, chamado Tutuca, que ele foi vender para o Sultão, porque precisava comprar remédio para a mãe. O Paulo apelidou-me de “Nicácia Trapeira”. Era fantasioso e sensível esse espetáculo.

Comecei então a me dedicar ao teatro para crianças como uma coisa vital. Eu me sentia muito bem fazendo esses espetáculos, não havia barreira de cor, tamanho, beleza, nada. O que contava era vontade e intuição para criar os personagens. Comecei a procurar com quem poderia trabalhar. Numa dessas reuniões da classe, encontrei Ronaldo Ciambroni, que já era um grande conhecedor do gênero. Acabei ficando muito amiga dele, e quando ele montou o espetáculo Menino não Entra, Menina não Entra, ele me chamou. Acabei fazendo vários espetáculos dele: O Tratado da Tortazinhas, em 72; Adeus Fadas e Bruxas,  em 73; O Palhaço Imaginador, em 74 e Pop, a Garota Legal, em 76.

Espetáculos Marcantes

Todos os espetáculos que fiz, na verdade foram marcantes, pois cada um tem uma história, e me deixaram alguma coisa. O Rapto, por ter sido o primeiro. Maroquinhas Fru-Fru, o segundo de Maria Clara, Uma Noite Encantada do Marcos Caruso, de 76, onde eu fazia uma personagem parecida com a Emília, foi muito legal. O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado, adaptado por Luiza Lagoa e dirigido por Álvaro Guimarães foi muito marcante. Eurico Martins, que fazia o Gato, era um ator maravilhoso. Foi um espetáculo belíssimo, que o público adorava.

Agora, Antes de ir ao Baile do Vladimir Capella, de 86, mexeu com minha estrutura emocional. A personagem Beatriz, que eu fazia, tocava em algo profundo que certamente estava escondido dentro de mim e eu não queria mexer. Beatriz, uma velha de 70 anos, que via seu passado ser refletido através da personagem Bia, uma menina de 13/14 anos. Como se fosse seu alter-ego. Isso me provocava, me remetia a ver meu passado e meu futuro. Era um espetáculo que emocionava tanto crianças, como adultos, pois mexia com as questões do individuo, tanto de quem via, como de quem fazia. Outro espetáculo que gostei de ter feito foi Guaiú – A Ópera das Formigas, do Silvio Leite e Marcos Arthur e direção do Jamil Dias. Eu adoro cantar e uma ópera para crianças era o máximo. Fazia a rainha das formigas, uma megera. Fiquei receosa que as crianças pudessem rejeitar-me, eu era muito má com as pobres formiguinhas. Acontgeceu o contrário, elas adoravam. Coisas de criança.

O trabalho dos Autores e Diretores

Eu trabalhei mais de uma vez com os mesmos autores e diretores e muito aprendi com cada um deles.

Do Ronaldo Ciambroni pode-se dizer que escreve e produz espetáculos que são objetivos e diretos. O texto está a serviço do ator que sabendo desenvolver o personagem, não tem erro. Por exemplo, em Menino não Entra, Menina não Entra as questões dos meninos contra as questões das meninas, como no clube da Luluzinha, a discussão era precisa e clara, e a mensagem objetiva. Em Adeus Fadas e Bruxas, direção era do Emílio di Biase, embora ele colocasse como personagens várias bruxas, duendes, faunos, fadas e trabalhasse o lado fantasioso, lúdico, o conteúdo era objetivo e o resultado também. A inventividade da criança é mais importante do que um brinquedo que se dá corda. Ronaldo é um dramaturgo intuitivo, como ele mesmo diz.

O Oscar Von Phfull, na verdade Dr. Oscar, infelizmente falecido recentemente, eu o conheci quando trabalhava na Santa Casa de Santos. Naquela época a gente já falava sobre teatro, e teatro infantil. Ele tinha textos montados e nem me passava pela cabeça que um dia estaria trabalhando em seus espetáculos. A sua A Árvore que Andava já fazia sucesso. A primeira peça que trabalhei foi Dom Quixote Mula Manca e seu Fiel Companheiro Zé Chupança, dirigido por Paulo Lara. Quem fazia Dom Quixote era um ótimo ator, já falecido, Lourival Pariz e o Zé Chupança, quem fazia era Lucélia Santos, nos seus primeiros trabalhos infantis. Eu fazia uma das fiandeiras e o Espantanho era o Ney Matogrosso, que por sinal estava ótimo. Dr. Oscar reforçava na história de Dom Quixote, o lado fantasioso, perseverante, ingênuo, de quem acredita nos nobres valores da vida. Ele gostava de tocar em assuntos sociais e humanos. Um Elefantinho Incomoda Muita Gente e O Circo de Bonecos são peças que retratam esses assuntos. Ele era um obstinado pela justiça social e isso está claro em sua dramaturgia.

No caso do Vladimir Capella, trata-se de um autor moderno, que escreve com características próprias e gosta de montar suas próprias peças. Entretanto, nada impede que ele monte textos de outros autores, mas é raro. A dramaturgia do Capella, acho que é muito simbólica, e faz com que o público vá assimilando gradativamente. Um exemplo disso é Antes de ir ao Baile, onde o simbolismo da vida e da morte está presente o tempo todo. Quando ele dirigiu Chimbirins e Chimbirons, texto do Marcos Arthur, as suas características estavam presentes e conseguiu metamorfosear uma história de amor, sem palavras, só comunicada através de sons, todo o lado poético e lúdico que tanto gosta.

O Paulo Lara não era dramaturgo, era diretor e jornalista. Ele sabia o que queria e como se fazer entender pelo elenco. Era extremamente cuidadoso com a produção. O Gigante é uma prova disso, a produção foi valorizada pelos produtores da companhia C.O.M., formada por Cleyde Yaconis, Oscar Felipe e Carlos Miranda, em 1971, eles consideravam o teatro infantil tão importante como o teatro adulto.

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Participação em Espetáculos para Crianças e Jovens

Como Atriz

1970 – O Rapto, de Maria Clara Machado, direção Paulo Lara, Cia. TIC
1970 – O Gigantede Walter Quaglia, direção Paulo Lara, Cia TIC
1971 – Menino não Entra, Menina não Entra, de Ronaldo Ciambroni, Grupo Toca
1971 – As Desgraças de uma Criança, de Martins Pena, direção Ivo Branco
1972 – Dom Quixote Mula Manca e seu Fiel Companheiro Zé Choupança, de Oscar Von Phfull
1972 – O Tratado de Tortazinhas, de Ronaldo Ciambroni, direção Carlos di Simoni
1973 – A Menina que Viu o Brasil Nascer, de Jurandir Pereira, direção Paulo Larai
1973 – Um Elefantinho Incomoda Muita Gente, de Oscar Von Phull
1973 – Rosinha no Túnel do Tempo, de Jurandir Pereira, direção Paulo Lara
1974 – Adeus Fadas e Bruxas, de Ronaldo Ciambroni, direção Emilio di Bias
1974 – O Palhaço Imaginador, de Ronaldo Ciambroni, direção Valter Padeguchi
1974 – Serafim Fim Fim, de Carlos Meceni, Grupo Teatro de Arena
1974 – Maroquinhas Fru-Fru, de Maria Clara Machado, direção Eduardo Curado
1976 – Pop, a Garota Legal, de Ronaldo Ciambroni, direção Carlos Meceni
1976 – Uma Noite Encantada, de Marcos Caruso
1977 – O Gigante, de Walter Quaglia, direção Paula Lara
1977 – Teatro de Fantoches/Titeriteira, O Circo de Bonecos, de Oscar Von Phfull, direção João Acaiabe
1978 – Vamos Jogar o Jogo do Jogo, de Fernando Bezerra, direção Luiz Damasceno
1978 – Quem Tem Medo do Saci Pererê, de José Roberto Marti, direção João Acaiabe
1980 – Quem Conta um Conto Aumenta um Ponto, de Raimundo Mattos, direção Roberto Lage
1983 – O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado, adaptação Luiza Lagoa, direção Álvaro Guimarães
1984 – Feche os Olhos e Entre na Estória, de Alexandre Solnado, direção Joselita Alvarenga
1986 – Antes de ir ao Baile, de Vladimir Capella, Grupo Movimento Ar
1989 – Os Alegres Viajantes, de Lizette Negreiros, Grupo Movimento Ar
1989 – Guaiú, a Ópera das Formigas, de Silvio F. Leite e Marcos Arthur, direção Jamil Dias
1992 – Sexo, Chocolate e Zambelê, de Jorge Esmoris, direção João Albano
1994 – Chimbirins e Chimbirons, de Marcos Arthur, direção Vladimir Capella
2007 – A Centopeia e o Cavaleiro, direção Ilo Krugli

Prêmios de Teatro

1978 – Troféu Mambembe, Melhor Atriz por Vamos Jogar o Jogo
1980 – APCA / Prêmio Associação Paulista de Críticos, Melhor Atriz por Quem Conta um Conto Aumenta um Ponto
1980 – Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Melhor Atriz por Quem Conta um Conto Aumenta um Ponto
1984 – Prêmio APETESP, Melhor Atriz por O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
1986 – Prêmio APETESP, Melhor Atriz por Antes de Ir ao Baile
1986 – Prêmio Molière, Incentivo ao Teatro Infantil, Melhor Atriz por Antes de Ir ao Baile
1990 – Prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos, Melhor Atriz por A Ópera das Formigas
1990 – Prêmio APETESP, Melhor Atriz por A Ópera das Formigas