Ernesto Piccolo

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Projeto Encontros e Oficinas

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A Iniciação

Minha primeira lembrança de teatro infantil foi no Tablado. Eu devia ter uns 7 ou 8 anos e fui com a minha madrasta ver Pluft, o Fantasminha de Maria Clara Machado.   Lembro de ter ido algumas vezes, mas só depois aos 12 anos é que eu entrei para o curso do Tablado e aí, minha vida ficou colorida. Tudo começou a ter sentido e eu comecei a me dedicar mesmo. Ficava lá fazendo aulas.

Fiz aula com todos os professores que pude. Nessa época não tinha essa coisa de fazer uma ou duas aulas e eu fazia todas que pudesse. Lembro que nos finais de ano, eu ficava lá ensaiando das 8h ao meio-dia com o Bernardo Jablonski, das 14h ás 17h com a Guida Viana e das 19h a meia-noite com o Damião.
E nos intervalos eu dormia no Tablado.

Quando entrei no Tablado a turma tinha vinte meninas e um menino. A Aracy Mourthé que era a professora dividiu-a em duas e me convidou para fazer parte da segunda turma para ter dez meninas e um menino em cada.

Em 1978, aos 15 anos o Damião me chamou pra fazer A Visita da Velha Senhora e a partir daí não quis mais sair do palco. No ano seguinte a Clara fez O Cavalinho Azul, em que a Sura Berditchevski fazia o Vicente. Fiz o vendedor e a partir desse espetáculo comecei a fazer parte dos elencos da Maria Clara.

Uma Mestra Chapliniana

Era uma loucura trabalhar com Maria Clara. Uma coisa emocionante. Ela era uma grande mestra. Ela subia no palco e fazia. Tinha um jeito peculiar, um jeito meio chapliniano. Era muito instigante.

Aliás, todos os meus mestres do Tablado foram muito importantes na minha formação, Damião, Sura, Guida, Bernardo. Todos me ensinaram muitas coisas.

Cada qual com sua Maneira de Trabalhar

Eu sempre estava envolvido em todas as produções do Tablado. Eu tenho uma história bem curiosa. A Clara estava escrevendo uma nova peça, João e Maria, e não deveria ter um personagem pra mim. O Janser, que era muito meu amigo e parceiro, ia fazer o papel principal e falou com ela para eu participar. Um dia, ela me encontrou disse que estava escrevendo pra mim e que eu seria um coelho! Eu fiquei louco, foi uma verdadeira emoção, porque a minha vida era o Tablado. Eu saia do colégio e a primeira coisa que eu queria fazer era entrar lá. Minha família falava em viajar, e eu dizia que não podia ir, porque tinha teatro.

Reconhecimento

Como disse, comecei no Tablado aos doze e aos dezoito, quando fiz minha primeira novela, ainda estava participando de Os Cigarras e os Formigas. A verdade é que a gente nunca sai do Tablado. A gente tem sempre um vínculo com aquele lugar. É uma coisa muito mágica e agora, que eu comprei uma poltrona – para a campanha da reforma da plateia – acho que não vou sair nunca mais.

Em 1981, eu fui fazer Capitães de Areia no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea. Foi uma montagem com um elenco de jovens, direção do Damião, e que foi um fenômeno de público. Fazíamos às 17h, de segunda a sexta e voltava gente. Nós fizemos uma linda temporada. Foi também a primeira peça que eu ganhei para trabalhar. Era pouquinho, mas era um dinheirinho.

Minha formação foi toda em teatro. Foi onde eu aprendi tudo. Acho que o Tablado me ensinou tudo que eu sei na minha vida profissional. Quando não tinha personagem para eu fazer, eu fazia contrarregragem. Quando não tinha contrarregragem, eu fazia figuração.

Em 1979, a Clara dirigiu um espetáculo chamado Platonov , de Anton Tchekov, que foi um grande fracasso, mas ela dizia para não nos incomodar, pois o fracasso dava caráter!

E eu não fazia nada, só corria e mudava o cenário. Mas isso foi muito importante para mim, porque eu via os colegas interpretarem, via como funciona dos bastidores e isso tudo foi me dando conhecimento fundamental para minha formação.

Começo de Diretor

Depois que eu fiz Capitães, me chamaram para fazer outros espetáculos. O primeiro foi Se a Banana Prender, o Mamão Solta que a Dilma Loes dirigia. Tinha músicas de Fernando Leporace tocadas ao vivo. Depois eu fiz o Pluft, o Fantasminha, musical que Antonio Pedro dirigiu e que também estreou no João Caetano.

Fiz várias peças como ator e não me imaginava trabalhar como diretor. Acho que eu comecei a trabalhar mais como diretor quando eu tinha uns 25 ou 26 anos.

Comecei a dar aula e foi aí que me interessei pelo trabalho de diretor. A primeira peça que dirigi foi Guerrinha de Tróia apresentada no Nelson Rodrigues, e foi aí que me apaixonei pelo trabalho de direção.

Na verdade, eu comecei observando o Damião, ele tinha uma maneira de trabalhar muito doida. Eu ficava observando ele trabalhar e pensando como é que ele conseguia colocar aquela multidão de atores em cena. Eu achava que nunca ia conseguir ficar na plateia, eu queria era estar em cena. Hoje em dia eu adoro ficar na plateia, ver de lá é um prazer.

Eu também tive a oportunidade de trabalhar com diretores bem variados, a Maria Clara, o Damião, a Sura, a Guida, o Antonio Pedro, o Zé Renato. Com todos eles, tanto nos trabalhos adultos como infantis, eu ia sempre observando muito. Assim eu ia pegando um pouquinho de cada um, aprendendo como se deve fazer e como funcionava.

Hoje quando eu dirijo, adoro experimentar. Então sempre que estou com uma ideia ou com uma proposta, vou experimentando. Se funcionar fica se não funcionar, tiro.

As Oficinas de Criação

Minha parceria com o Rogério Blat surgiu quando eu fiz a Guerrinha de Tróia. Eu queria trabalhar com autores contemporâneos e a Dada Maia, que era a produtora do espetáculo e minha mulher na época, me apresentou o Rogério.

Eu já estava dando aulas há uns nove anos na Cândido Mendes e convidei o Rogério para dar aulas tambémEle estava com uma ideia para um espetáculo que era mostrar o universo do funk, que achava muito curioso. Naquela época estava começando esse movimento e as pessoas tinham certo medo.

Começamos a trabalhar e pesquisar com os alunos de lá, que eram umas patricinhas e mauricinhos e tinham dinheiro para pagar o curso. No processo, levamos o DJ Malboro, a galera do Furacão 2000, enfim a galera do funk. As pessoas da redondeza da faculdade, que ficava em Ipanema, como o flanelinha, o segurança e outros começaram a perguntar sobre o que estava acontecendo e quiseram participar.

Como não tinham dinheiro para pagar, começaram a pedir bolsa de estudo para frequentar o curso. Quando eu me dei conta, no Teatro da Cândido Mendes que é muito pequeno, tinha cinquenta pessoas. Nessa época a Teresa Miranda assumiu a direção do Calouste Gulbenkian e a Dada Maia que estava na Coordenação Cultural nos convidou para trabalhar lá. A ideia era fazer um trabalho com pessoas que não pudessem pagar um curso como o da Candido Mendes.

Começamos com sessenta atores e era muito legal essa mistura social. O Grupo era formado por meninos de rua, flanelinha, estudante universitário, ator profissional, madame, tinha de tudo. A gente trabalhou durante uns oito meses pesquisando o universo do funk.

Foi assim que criamos as Oficinas de Criação. Entramos em cartaz no Calouste e fizemos uma temporada linda. Não imaginávamos que íamos começar um trabalho de formação de plateia, inclusive porque tinha muita gente que não ia ao teatro e passou a frequentar por causa do funk. No final do espetáculo ao invés de ter aplausos a galera levantava e gritava “Uh terere!, Uh terere!”.

Acabou que virou uma paixão e já faz quinze anos que trabalhamos com as Oficinas de Criação. E estou há três anos sem ganhar um tostão com esse trabalho. Eu dedico três horas e meia do meu dia às oficinas. Para viver faço televisão e dirijo outros espetáculos. Este é um projeto que eu não consigo largar porque a gente vê a transformação das pessoas. A gente aprende muito lidando com o outro.

Em nossas montagens, todo mundo tem o direito de fazer qualquer personagem. Eu não defino nada e isso também gera uma democracia no processo criativo. Se alguém tem uma proposta de fazer um personagem, vai lá e faz. Eu dou algumas coordenadas, marco, mas todos podem experimentar esse personagem. Posso até mudar na semana de estreia. Já fiz isso várias vezes e os atores ficaram desesperados. Acho que isso deixa todo mundo muito igual.

Aconteceu uma coisa muito curiosa. Na véspera da estreia de Funk-se sumiu o adereço mais caro da produção, que era um tênis de marca. Acho que custou duzentos dólares. Reuni o elenco inteiro e disse eu não acreditava que depois de trabalhar oito meses, antes da estreia, sumisse o tênis. Que aquele sonho fosse destruído assim. No dia seguinte o tênis apareceu embrulhado num jornal.

Criando Oportunidades

Depois do Funk-se, abrimos uma nova oficina e apareceram trezentos alunos. Aí, tivemos que optar por uma triagem. Eu chamava os amigos para ajudarem, para darem oficinas. Uma de figurinos, outra de cenário, outra de texto e assim por diante. Era tudo de graça, dando oportunidade a pessoas que não teriam acesso para pagar esses cursos. Dentro do processo também ocorre uma seleção natural e existe uma rotatividade natural dos participantes.

A gente sempre trabalha com temas ligados a cidadania. Cada um conta a sua história relativa ao tema escolhido. Saúde, por exemplo. O que enfrentou em um hospital público, ou com um médico e fazíamos exercícios e improvisações em cima destas histórias que eles vão levantando. Aí, Rogério Blat escrevia o texto final com tudo isso.

Diferente Igual à Gente

Como uma coisa vai puxando a outra, o nosso último espetáculo Diferente Igual a Gente mostrava o que era o preconceito. A gente começou ouvindo as histórias mais variadas, desde a da senhora idosa até a do menino de rua. Ouvindo, filtrando e vendo aonde cada caso ia entrar na história. Tudo isso vai dando material para gente. O ser humano é muito rico e o material humano que se tem é muito variado.

Eu tenho uma história linda. Quando montamos Funk-se, depois de uns quatro meses improvisando, a gente levou o texto e pedimos para um dos rapazes ler e pra nossa surpresa ele disse que não sabia ler. O Rogério perguntou como ele ia conseguir fazer e ele disse pra deixar com ele. No dia seguinte, o rapaz chegou com o texto todo decorado. Ele decorou o texto inteirinho e fez o personagem que ele queria fazer. Depois, ele foi para a escola, se formou e agora como ator, ganhou um prêmio e está estourando. Isso foi um estímulo pra ele e um orgulho pra nós.

Mudanças

Nós trabalhamos tranquilamente, durante um bom tempo no Calouste Gunbenkian. Até que um prefeito que eu prefiro não falar o nome – porque eu não quero nunca mais falar o nome dele – botou a mulher do secretário de obras para tomar conta do Calouste. Essa dona falava até português errado, e não deu mais para trabalhar lá.

A gente fez um alvoroço, tiraram a gente de lá e nos colocaram no Teatro Ziembinski. Continuamos trabalhando até que teve uma reformulação na política cultural e colocaram um ator, coordenando os teatros, que nos falou que não se interessava por esse tipo de projeto. Disse que, o que fazíamos só servia para iludir aquela gente, para depois aquele bando de desempregado, ficasse na porta da Rede Globo procurando emprego.

Tentamos convence-lo da importância das oficinas, que uma das meninas que morava em Bangu e que não teria de pagar uma oficina dessas, tinha ganhado o Prêmio Mambembe de Melhor Atriz, com o espetáculo O Dinheiro é um Terror.

O argumento dele era de que um jovem desse dali a pouco estaria no tráfico de novo. E se eu não tinha visto o filme Pixote.

Reuni todo mundo no Ziembinski. Tínhamos uma turma de trezentos adultos e uma de oitenta crianças. Aí vem o desespero, porque você vê aquele bando de gente, de sonhos, aquelas carinhas e criancinhas. Eu falei “gente numa boa, eu faço em praça pública. Eu não vou parar, a gente ensaia na praia, e a gente vai arrumar um lugar, mas não vamos parar. Vocês podem ter certeza disso”. E nós fomos embora.

Nesse período, eu estava voltando de uma viagem de avião e sentei ao lado de uma mulher que trabalhava em uma escola pública da Prefeitura, em Copacabana, e no papo acabei perguntei se dava para a gente ensaiar no auditório da escola.

Ela deixou a gente ficar camuflado na escola e foi lá que preparamos o Diferente Igual a Gente, que estreou no Teatro Gláucio Rocha. A partir da bela temporada que fizemos, nós conseguimos junto a Funarte, um local para desenvolver nossas oficinas lá.

Palco Social

Com todas essas idas e vindas, nós enjoamos de ficar a mercê dessa gente maluca e resolvemos criar uma ONG. Umas cinco mães de nossos alunos se juntaram e começaram a perguntar e estudar para saber como era esse processo. Foi daí que nasceu o Palco Social. A luta é a mesma, pois continuamos a buscar apoios e patrocínios, só que agora mais organizados.

Mesmo com artistas conhecidos em nossa Diretoria, até agora a gente não conseguiu muita coisa. Cinquenta mil reais para fazer agora em novembro um espetáculo infantil e também ganhamos do prêmio da Myriam Muniz mais trinta mil reais que a gente vai somar e pagar o básico desta nova produção. São mais de 80 figurinos e tem muitas músicas. Vamos fazer uma trilha bem legal.

Continuamos Porque nos dá Prazer

Como já disse, nós não vivemos disso. Teve uma época, no Calouste, e não foi no começo, que conseguimos que o Teatro Gonzaguinha entrasse para Rede de Teatros da Prefeitura e aí a gente ganhava por ano, uns cento e vinte mil reais. Nesse curto período os profissionais que davam aulas nas oficinas ganhavam de mil a mil e quinhentos reais por mês. Desse dinheiro também confeccionávamos os figurinos e cenários.

Também preciso dizer que nenhum ator ganha dinheiro com isso. Lembro que quando fizemos uma temporada com Funk-se, no Teatro da Praia, em Copacabana a gente conseguiu pagar um salário mínimo para cada ator e olha que eram cinquenta. Era como uma ajuda de custo, e eles ficam felizes porque o valor estava muito mais em participar das oficinas. Não era um trabalho profissional. Mesmo assim, alguns foram entrando no mercado, porque sempre que tem um filme os produtores vão buscar lá.

O importante é que eles sabem que não precisam virar ator ou atriz. Tem gente que descobre que gosta de costurar, tem gente que descobre que gosta de ser contrarregra e tem gente que descobre que gosta iluminação.

Durante o processo, que geralmente dura um ano, ensaiando no começo, duas vezes na semana, depois três vezes, depois todos os dias, para uma pessoa ficar com essa disponibilidade é porque ela tem vocação e tem que estar realmente a fim de trabalhar. Porque se não, desiste na primeira dificuldade.

Uma transformação. Quando você vê um menino de Nova Iguaçu, que saiu da nossa oficina e começa a desenvolver um trabalho em sua comunidade, discutindo os problemas do bairro e montando um espetáculo… Nossa… não tem dinheiro que pague o que eu recebo em troca das pessoas que estão lá trabalhando com a gente. E graças aos deuses consigo ter outros trabalhos para manter minha família.

Criando o Hábito

Se você fizer uma pesquisa no Teatro Glauce Rocha, onde estamos em cartaz e perguntar para a plateia quem está indo no teatro pela primeira vez. Quarenta por cento da plateia vai se levantar. Os outros já têm um hábito de frequentar. Primeiro, que eu trabalho com muita gente e sempre tem familiares que nunca foram ao teatro. Depois os amigos e os amigos dos amigos. Também precisamos considerar que apresentamos nossas histórias, temas muito pertinentes, de uma maneira muito engraçada, com música e por isso rola uma formação de plateia.

Diferente Igual a Gente conta a história de um cara que tinha preconceito de tudo. Ele odiava negro, gay, e outras tantas coisas. Ele vai concertar a antena da TV na casa dele, leva um raio e fica seis meses no hospital. Sofre um problema de pigmentação e vira negro. Começa um tratamento para não ficar negro, porque ele tem horror a negro e vira mulher porque toma hormônio. Ele começa a viver tudo na pele. São coisas instigantes que as pessoas gostam de ver e discutir. Isso é um teatro vivo, é uma explosão de alegria, que faz o público retornar.

O Teatro para Crianças

Nós estamos num momento meio esquisito no teatro para crianças. Depois da efervescência dos anos 90, tivemos uma queda brava, acabaram os patrocínios, os prêmios, os espaços no jornal. É uma tristeza perder o espaço da crítica do teatro infantil no jornal O Globo, isso é lastimável. Mesmo assim, acho que pouco a pouco está retomando. O espaço do JB voltou, tem um novo prêmio.

É importante a criança ir ao teatro. É uma plateia fundamental para o amanhã. Se a criança for instigada a ir ao teatro quando pequena, é um público certo quando crescer. É uma coisa fundamental para a educação para o social, para o intelectual, para tudo.

Estou estreando dois espetáculos para crianças, todos do “parceirão” Rogério Blat.

Eu gosto de contar histórias para todo mundo. Acho que é bacana a gente obter uma linguagem para todas as idades! A criança é a espontaneidade e está na essência de todos nós. Eu tento entender todas as histórias que eu dirijo com esse olhar puro, sem ranços e livre. Tenho sido feliz assim.

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Participação em Espetáculos para Crianças e Jovens

Como Diretor

Nas Oficinas de Criação de Espetáculo / Palco Social

1994 – Funk-se, texto Rogério Blat, Teatro da Praia
1995 – Com o Rio na Barriga, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
1996 – O Passado a Limpo, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
1996 – O Futuro era Hoje, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
1997 – DNA Brasil, texto Rogério Blat, Casa de Cultura Laura Alvim
1998 – O Dinheiro é o Terror, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
1999 – Praça Onze, o Musical, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
2000 – Como o Diabo Gostatexto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
2001 – Ai Lóvi Rio,  texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
2002 – Criança Eu Quero Ser Quando Crescer, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
2002 – Fé na Parada,  texto Rogério Blat, Teatro Ziembinski
2003 – Anjinhos e Capetinhas, texto Rogério Blat
2005 – Diferente Igual a Gente, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha / Teatro Vanucci
2006 – Pagando Mico, texto Rogério Blat, Glauce Rocha
2007 – Dá um Jeitinho Aí, texto Rogério Blat, Teatro Glauce Rocha
2010 – Sorria, Você está sendo Roubado!, de Ricardo Blat, Teatro Glauce Rocha

Participação em Outras Produções

Como Diretor

1992 – A Guerrinha de Tróia, de Neusa Caribé, Cássia Fourreaux e Alain Pierré
1993 – O Fantasma de Canterville, de Márcia Bulcão e Isabela Couto
1999 – Melodramas do Picadeiro – A Morte do Cadáver, de Gilberto Fernandes, Teatro Gonzaguinha
2000 – Melodramas do Picadeiro – Em Nome do Pai, de Porfírio A. Santos, Teatro Gonzaguinha
2003 – Alice, texto Lewis Carroll, adaptação Jorge Furtado
2010 – Homens, Santos e Desertores, de Mário Bertolotto, Teatro Caixa Cultural
2011 – Keka Tá na Moda, adaptação de Eduario Lyra e Helen Pomposelli, a partir dos livros desta
2012 – A Galinha Pintadinha, de Marcos Luporine e Juliano Prado
2015 – A Galinha Pintadinha – Ovo de Novo, de Keli Freitas

Como Ator

1979 – O Cavalinho Azul, texto e direção Maria Clara Machado
1980 – João e Maria, texto e direção Maria Clara Machado
1981 – Os Cigarras e Os Formigas, texto e direção Maria Clara Machado
1982 – Capitães da Areia, da obra de Jorge Amado, adaptação e direção Carlos Wilson, Teatro dos Quatro
1982 – Capitães da Areia, da obra de Jorge Amado, adaptação e direção Carlos Wilson, Teatro Ipanema
1987 – Pluft, o Musical, texto Maria Clara Machado, direção Antonio Pedro, Teatro João Caetano
1986 – As Desgraças de uma Criança, texto Martins Pena, direção de Luís Antonio Martinez Correa
1988 – Os Visigodos, texto e direção de Karen Acioly
1990 – Arraiá ou a Verdadeira História da Onça que Comia Caqui, texto Denise Crispum, direção de Luís Salém

Participação em Espetáculos Adultos

Como Ator

1978 – A Visita da Velha Senhora, texto F. Dürrenmatt, direção Maria Clara Machado
1981 – Se a Banana Prender, o Mamão Solta, direção Dilma Loes
1982 –  Tiro Ao Alvo, texto Flavio Marcio, direção Pedro Camargo
1983 – Zartan, texto Ilclemar Nunes, direção Mario Marcio Bandarra
1984 – Lorenzzaccio, texto de Alfred de Musset, direção Paulo Reis
1985 – O Que o Mordomo Viu, texto Joe Orthon, direção Flavio Rangel
1987 – O Piano à Luz da Lua, texto Paulo Cesar Coutinho, direção Cecil Thire
1988 – Galileu, de Dulce Bressane, direção Ancelmo Vasconcellos
1992 – A Maconha da Mamãe é a mais Gostosa, texto Dario Fó, direção Ricardo Petraglia
1994 – Enfim Sós, texto Lawrence Roman, direção José Renato
1997 – O Futuro do Pretérito, texto Regiana Antonini, direção Marcelo Saback
1999 – A.M.I.G.A.S. (Associação das Mulheres Interessadas em Gargalhadas, Amor e Sexo), texto de Duda Ribeiro, direção Cristina Pereira
1999 –  Galileu, texto Dulce Bressane, direção Anselmo Vasconcelos e Marcos Paulo
2002 – Desejos, Bazófias e Quedas, texto e direção Hamilton Vaz Pereira
2004 – A Leve, O Próximo Nome da Terra, texto e direção Hamilton Vaz Pereira

Como Diretor

2003 – Mais uma vez o Amor
2005 – Divã, de Martha Medeiros
2006 – Salada, de Luís Salém
2007 – Mais uma vez Amor, de Rosane Svartam
2009 – Os Difamantes, de Matha Mendonça e Nelito Fernandes
2009 – A História de Nós 2, de Lícia Manzo
2010 – Na casa dos 40, de Suzana Abranches
2010- Doidas e Santas, de Regiana Antonini
2010 – Igual a Você, de Adriana Falcão, Lícia Manzo, Theréze Bellido, Fernando Duarte, Regiana Antonini e Cristina Fagundes
2012 – Se Você Me Der a Mão, de Regiana Antonini
2011 – Seis Aulas de Dança em Seis Semanas, de Richard Alfieri
2011 – O Pacto das Três Menina, de Rosane Svartman e Lulu Telles da Silva
2011 – Pamonha e Panaca, de Rogério Blat
2012 – Na Sobremesa da Vida, de Maria Leticia
2013- Sonhos de um Sedutor, de Woody Allen
2015 – A Antessala, de Ana Bez
2015 – Andança- Beth Carvalho, o musical, de Rômulo Rodrigues

Participação em Cinema

Benjamim, longa metragem com direção e roteiro de Monique Gardenberg
O Cabeça de Copacabana, curta metragem com roteiro e direção de Rosane Svartman
Açaí com Jabá, curta metragem com direção de Flávia
Happy Hour, curta metragem com roteiro e direção de Dodô Brandão
Decisão, curta metragem com direção e roteiro de Leila Hipólito
For All, longa metragem com direção de Luis Carlos Lacerda e Buza
Como Ser Solteiro, longa metragem com roteiro e direção de Rosane Svartman
Dois na Chuva, curta metragem com roteiro de Ana Beatriz Nogueira e direção de Miguel Piewodowski
Melodrama, curta metragem com roteiro e direção de Jorge Mansur
Super Xuxa Contra o Baixo Astral, longa metragem com direção de Ana Penido
Patriamada, longa metragem com direção de Tizuka Yamazaki.

Prêmios de Teatro

1992
Prêmio Coca-Cola de Teatro
Melhor Diretor para A Guerrinha de Tróia

1996
Prêmio Coca-Cola de Teatro
Especial pelo conjunto de trabalhos das Oficinas de Criação de Espetáculo

1999
Prêmio Coca-Cola de Teatro
Melhor Ator em Amiga

2004
Prêmio Qualidade Brasil
Alice

Recebeu também inúmeras indicações

Prêmios em Cinema

Melhor ator no XXX Festival de Cinema de Brasília  
Como Ser Solteiro
, longa metragem com roteiro e direção de Rosane Svartman

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Obs. Possui também inúmeros trabalhos na televisão

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Depoimento  realizado na Casa da Gávea, para o projeto Encontros & Oficinas, no dia 16 de agosto de 2006