Programa, 2008

Convite do espetáculo que estreou em 07.06, com temporada até 15.06.2008, no Teatro de Arena, da Caixa Cultural

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Caixa Cultural apresenta

COMO NASCEM AS ESTRELAS

De Clarice Lispector

(Verso da Capa – Foto de cena)

Gosto muito de escrever histórias para crianças e gente grande. Fico muito quando os grandes e os pequenos gostam do que escrevi

Clarisse Lispector

(Página 01)

Como Nascem as Estrelas

Estrelas como Clarice nasceram de mãe e pai, com avó e avô, irmãos, tios, amigos.

Estrelas como Clarice Lispector, como vocês, como nós, nasceram de gente. E sempre em algum lugar. Ela nasceu em Tcheltchenick, mas foi pararem Recife. Morreu faz 31 anos, mas renasce todo dia em cada palavra sua, palavra clara Clarice.

Hoje nós vamos mostrar algumas lendas recontadas poor Clarice Lispector, lendas bem brasileiras para todo o Mundo gostar.

Katia Brito

(Página 02)

Clarice Lispector, um talento único da literatura brasileira, é autora de uma obra preciosa e inesgotável. O seu último trabalho para o público infantil Como Nascem as Estrelas, em que reconta com genialidade doze lendas do nosso folclore.

Escrito em 1977 no formato de calendário, por encomenda da fábrica de brinquedos estrela, foi publicado como livro em 1987.

O espetáculo Como Nascem as Estrelas, que teve sua estreia em fevereiro de 2008 no Grande Salão são Paulo da Caixa Cultural, encena seius das lendas do livro.

“São histórias pás serem contadas, as muitas entrelinhas devem ser preenchidas com explicações orais às crianças, sendo importante a contribuição de que conta. Isto é, exigi-se a cena teatral com narradores e ouvintes necessariamente em presença.”

Clarice Lispector

“… para todos nós é o primeiro leite intelectual. Os primeiros heróis, as primeiras cismas, os primeiros sonhos, os movimentos de solidariedade, amor, ódio, compaixão, vêm com as histórias fabulosas ouvidos na infância.”

Luiz da Câmara Cascudo

(Página 03 – Foto: Clarice Lispector)

“Quando eu comecei a ler, eu lia muito livr de história. Eu pensava que livro era uma coisa que nasce. Eu não sabia que era uma coisa que se escrevia. Quando eu soube que livro tinha autor, eu disse: também quero ser autor.”

Clarice Lispector

(Página 04 – Foto de cena)

A Fruta sem Nome

Nesta lenda recontada por Clarice Lispector, recordamos uma das proezas doo jabuti,que, com sua esperteza e persistência, consegue colher a fruta da árvore encantada e, com isto, acabar com a fome de todos os animais.

(Página 05 – Foto de cena)

Festança na Floresta

“Os animais das matas até que estavam ocupados e calmos em relação a seus deveres, pois o dever do animal é existir. Mas eis senão quando surgiu no ar um boato que logo se espalhou alvissareiro num diz-que-diz assanhado, Vinha esse boato trazido pelo canto do sabiá. Como sabiá, a quanto se sabe, canta pelo mero prazer de cantar, ficaram os bichos em dúvida sobre se era ou não verdade.”

Esta lenda narra ym tempo em que os aniumais falavam, eo momento em que eles perdem o dom da fala por causa da onça linguaruda.

(Página 06 – Foto de cena)

Pedro Malazarte

Exemplo de burlão invencível, astucioso, cínico, inesgotável de expedientes e de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos. É o tipo feliz da inteligência despudorada e vitoriosa sobre os crédulos, os avarentos, os parvos, orgulhosos, os ricos e vaidosos. Expressões garantidoras de simpatia pelo herói sem caráter.

Luiz da Câmara Cascudo

(Página 07 – Foto de cena)

Yara

“Ao cair de todas as tardes, a Yara, que mora no fundo das águas, surge de dentro delas, magnífica. Com flores aquáticas enfeita então os cabelos negros e brinca com os peixinhos de escapole-escapole. Mas no mês de maio ela aparece ao pôr do sol para arranjar noivo. As mães se preocupam com os filhos varões, sabedoras de que a Yara que noivos. Mas para os filhos, Yara é a tentação da aventura, pois há rapazes que gostam de perigo.”

(Página 08 – Foto de cena)

Saci

“Você é provavelmente é da cidade e não me acredita. Mas que nas matas tem saci, lá isso tem. E eu garanto essa verdade que até parece mentira, garanto, porque já vi esse meio-gente e meio bicho. E para que você acredite em mim, vou descrevê-lo: ele é um diabinho de uma perna só (apesar de miraculosamente cruzar a perna). Dou a você como garantia minha palavra de honra. E ele anda sempre com cachimbozinho.”

(Página 09 – Foto de cena)

Como Nascem as Estrelas

“ …todo mundo pensa que sempre houve estrelas pisca-pisca. Mas é erro. Antes os índios olhavam de noite para o céu escuro e bem escuro estava esse céu. Um negror.”

(Página 10 – Foto de cena)

Katia Brito
Renato Reston
Roberta Brisson

Músicos
Joana Queiroz
Carol Panesi

Direção Musical: Joana Queiroz
Figurino: Ney Madeira
Adereços: Derô
Cenário: Ney Madeira
Contrarregra: Rex
Direção de Movimento: José Paulo Correa
Iluminação: Aurélio de Simoni
Fotos: Eliane Discacciati
Projeto Gráfico: Christina Barcelos
Roteiro: Bernardo Mariani
Produção: Carla Brito e Sergio Miguel
Texto: Clarice Lispector
Concepção e Direção: Katia Brito

(Página 11 – Foto de cena)

Agradecimentos

Maria Helena Werneck, Mariana Guerreiro, Maria Silvia, Celso Fioravante, Luaré Rodante, Franco Almada, Guilherme Amaral, Paulo Gurgel, Nedira Campos, Bruno Queiroz, Eber Mingardi

(Página 12 e Verso da Última Capa – Fotos de cena)

“meio-bicho meio gente”

‘Sou uma feroz entre os ferozes seres humanos – nós os macacos de nós mesmos, nós, os macacos que idealizaram tornarem-se homens, e esta é também a nossa grandeza. Nunca atingiremos em nós o ser humano: a busca e o esforço serão permanentes. E que atingir o quase impossível estágio de Ser Humano, é justo que seja santificado.

Clarice Lispector

(Última Capa)

“Estrelas são os olhos de Deus vigiandoo para que tudo corra bem. Para sempre e, como se sabe, sempre não acaba nunca.”

Realização

Katia Brito Produções Artísitcas

Apoio

(Logos) Abramus, Markus China Percussões, O Globo – Clube de Assinantes

Patrocínio

(Logos) Caixa, Governo Federal