Programa, 2007

Fotos: Marcio Lima


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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Companhia Novos Novos
apresenta

CIRANDA DO MEDO

(Página 01 – Ilustração para colorir)

(Página 02) 

A História

Dono do Medo, um personagem passa a deixar todo mundo apavorado em uma pequena cidade. É o Medo, que faz com que o rato trema só de pensar no gato e que o gato tema o cachorro e que o cachorro fique apavorado ao ver o leão e assim lá vai a história. Mas um dia todos percebem que para acabar com essa ciranda interminável, algo deve ser feito. E onde está a solução? Certamente, em nós mesmos.

“Fiz a peça ao perceber que, morando na época em São Paulo, todos estavam com medo. O taxista tinha medo do passageiro que tinha medo do taxista; o comerciante tinha medo do freguês que tinha medo do comerciante. Quis, então, trazer a ideia de ter medo para a sua origem, que é o universo infantil, e discutir essa coisa de onde começa o medo e como enfrenta-lo” comenta Sônia Robatto, autora do texto.

(Página 03) 

Medo

Este meu mergulho, no mundo mágico da criança, começou há muitos anos atrás, na década de 60, quando dirigi a criação e editoração da Revista Recreio para a Editora Abril, em São Paulo.

Esta revista infantil nasceu quinzenal, passando logo em seguida a semanal. O lançamento de Recreio revolucionou o mercado de revistas infantis brasileiras, que até aquela data estava baseado em revistas americanas, em quadrinhos, traduzidas.

Escrevi mais de 70 histórias para Recreio, cada vez mais encantada com a liberdade de sonhar e de escrever meus sonhos, com a minha alma infantil.

Nunca mais consegui parar de escrever para crianças, é uma necessidade básica para a alegria da minha vida. Tenho sempre na minha cabeça uma história secreta infantil, que vai nascendo dia a dia. Os personagens surgem como velhos amigos, de todas as horas. Eu só faço escrever conduzindo a história com muita alegria e emoção.

Hoje tenho mais de 400 histórias publicadas em livros e revistas, mas cada história nova traz sempre o mesmo encantamento e o mesmo fascínio que eu senti ao ver nascer o meu primeiro personagem.

Durante mais de trinta anos vivi em São Paulo vendo o medo tomar conta da cidade dia a dia. Grades nas janelas, nas portas e portões das casas. Muros altíssimos, nos jardins. Segurança privada em milhares de casas e apartamentos. Alarmes. Carros blindados. População armada.

Todos com medo de todos. Sequestros, assaltos, assassinatos, depredações. Todas estas notícias são constantemente veiculadas em rádios, televisões, jornais, revistas e chegam rapidamente às crianças, que passam a conviver com toda essa imensa lista de nomes especiais para cada crime.

Este clima de medo, pânico, terror, existe em quase todas as cidades brasileiras, assustando as nossas crianças. Daí surgiu a vontade de escrever a peça Ciranda do Medo, onde os atores e a plateia descobrem juntos a sua coragem, que pode estar escondida, vencendo o medo.

A peça Ciranda do Medo já foi livro. Ela virou peça numa homenagem ao trabalho da Companhia de Teatro Novos Novos. Minha relação com eles começou em 2001.

Algumas destas crianças eu vi crescer. Fizemos juntos a peça Pé de Guerra, baseada num livro da minha autoria, adaptado, genialmente, por Marcio Meirelles.

Estou visceralmente ligada ao Teatro Vila Velha, como atriz e como dramaturga. Sou do grupo que fundou este teatro na década de 60 e os meus sonhos continuam vivos.

Hoje é com muito prazer que acompanho o trabalho de Débora Landim, criadora da Companhia Novos Novos, dirigindo 35 crianças, nesta Ciranda do Medo, com muita sabedoria e alegria.

As loucuras dos figurinos e cenários de Marisia Motta. A conquista do espaço cênico com Lulu Pugliese.

O equilíbrio criativo de Hamilton Filho. As músicas fantásticas de Ray Gouveia e os seus músicos. Haja coração para tanto aplauso!
                                                                                                                                                                                            Sonia Robatto
(Página 04)

Pontapé do Jogo…

Pé e Guerra. Marco de uma trajetória, início de uma outra trajetória. Há sete anos, Sônia Robatto viu seu texto adaptado para o teatro pelas mãos de Marcio Meirelles. Pé de Guerra estreou em 05 de novembro de 2000, no Teatro Vila Velha, teve Sônia e 13 crianças no seu elenco. E, Meirelles, diretor geral da encenação, convidou-me para a assistência de direção desse núcleo infanto-juvenil

Finda a temporada, iniciou-se um novo projeto: fazer espetáculos com crianças e adolescentes. Marcio, mentor da ideia, e outros artistas colaboradores – Marísia Motta, Edson Rodrigues, Ray Gouveia, Cássia Valle, Jarbas Bittencourt, Lulu Pugliese, Hamilton Filho e Valdinéia Soriano – abraçaram o desafio. Todos esses cada um ao seu tempo, ajudaram no nascimento e na estruturação da Companhia Novos Novos. E Pé de Guerra foi o pontapé para a investigação de um fazer teatro com crianças em cena que agregasse formação com qualidade artística.

Agora, em 2007, completa-se um ciclo de sete anos esse inicia outra etapa, e por sincronicidade a Companhia Novos Novos se encontra novamente com Sônia Robatto, e com o convite de encenar outro texto seu, Ciranda do Medo.

Uma nova experiência proposta para a Novos Novos: encenar um texto já escrito.

Nossas experiências anteriores foram de textos compostos para as referidas montagens, com constantes trocas entre elenco e equipe de artistas colaboradores. Foram a trilogia escrita por Edson Rodrigues, Imagina só… Aventura do Fazer (2001); Mundo Novo Mundo(2003); Alices e Camaleões (2004). Também houve a participação da Companhia Novos Novos em Auto Retrato aos 40 (2004), espetáculo em comemoração aos 40 anos do Teatro Vila Velha. Em seguida, veio o juvenil Diferentes Iguais (2006), texto de Fabio Espírito Santo e Edson Rodrigues. Com Ciranda do Medo não podia ser diferente.

E foi o que aconteceu. Conversamos, investigamos, criamos muito e jogamos o jogo da cena, proposto pela obra aos atores-aprendizes e artistas colaboradores. Então, Ciranda do Medo começou a ser instrumento de pesquisa, lido, relido, desenhado, refletido, improvisado, re(formatado) pela Companhia Novos Novos e pelas mãos de Sônia Robatto, autora, que acompanhou o passo a passo do processo, agora finalizado e entregue a você, espectador.
                                                                                                                                                                                   Débora Landim

(Páginas 05 a 26 – Integra do texto teatral de Sonia Robatto – Ciranda do Medo) 

(Página 27) 

Agradecimentos

Os Novos Novos agradecem à equipe do Teatro Vila Velha, Madereira Luanda, Rita Nascimento, Maria do Socorro Landim, Kedma Landim, José, Adilson, Sueli Koch e todos os artistas, músicos, técnicos e pais que participaram e se dedicaram a montagem do espetáculo.

Apoio

(Logos) Di Mercato, TCA 40, David Melo, Jupurá Ferragens, Casa Noca.

(Página 28) 

Elenco

Adriely Costa, Alessandro Xavier, Beatriz Castellucio, Beatriz Santana, Caio Rocha, Camila Santos, Chaiend Santos, Elaine Adorno, Felipe Miranda, Felipe Fernandes, Gabriel Arthur, Gleiciane Cardoso, Heduen Muniiz, Icaro Vila Nova, Igor Meneses, Jéssica Duarte, Joana Andrade, João Victor Santana, Jorge Júnior, Larissa Libório, Léo Costa, Lucas Carvalho, Maiara Cerqueira, Namíbia Mota, Pamela Campos, Pedro Andrade, Rosa Abreu, Taiana Muniz, Thierry Gomes, Tom Costa, Uiliames Canabarro, Vera Lúcia, Vida Carvalho, Vinícius Nascimento, Wanessa Carvalho.

Ficha Técnica

Direção: Débora Landim
Texto: Sonia Robatto
Assistente de Direção: Hamilton Filho
Direção Musical: Ray Gouveia
Coreografia: Lulu Pugliese
Cenário e Figurino: Marísia Motta
Iluminação: Valmyr Ferreira
Assistente de Iluminação: Bárbara Freire
Cenotécnico: Paulo Batistela Nietzsche
Assistente de Cenografia: Maurício Papacapim
Oficina de Perna de Pau: AC Costa
Confecção de Origami: Sérgio Diaz
Confecção das Perucas: Doralice Cerqueira
Aderecistas: Rubenval Menezes e Eliete Telles
Fotografia: Márcio Lima e João Meirelles
Ilustração: Avelino Guedes
Programação Visual e Design: Marcos França
Produção: Marísia Motta e Yolanda Nogueira
Execução de Figurino: Ana Ruth Brito Cunha, Bernadete Cruz, Rosângela Gomes e Seraí Santos

Músicos

André Simões, Felipe Menezes, Leonardo Bittencourt e Pedro Amorym.

(Verso Última Capa) 

Teatro Vila Velha

Coordenação de Projetos, Programação e Gestão: Chica Carelli, Cristina Castro, Débora Landim, Fábio Espírito Santo, Gordo Neto, Gustavo Libório, Jarbas Bittencourt e Vinício de Oliveira Oliveira

Grupo Administrativo: Alessandro Sales, Iracy Duarte, João Evangelista, Jeudy Aragão, Joselina Graças, Josemar Graças, Gilca Miranda, Letícia Santos, Nalva Maria Santos, Paulo Gomes, Valdelina Graças e Vânia Santos

Grupo de Apoio à Programação: Cell Dantas e Gabriel Moura (estagiário)

Grupo de Áudio Visual: Maise Xavier

Grupo de Comunicação: Camilo Fróes, Juliana Protásio e Daniel Telles (estagiário)

Grupo Técnico: Edvan Santos Marques, Gilmar da Silva, Joés Carlos Silva, Joilson Batista, Márcio Pimentel, Luciano Marco Paulo da Silva, Maurício Roque e Rivaldo Rio. Presidente e Vice da Sol Movimento da Cena: Márcia Menezes e Marísia Motta

Sociedade Teatro dos Novos

Ângela Andrade, Evelina Hoisel e Sonia Robatto.

A manutenção do Teatro Vila Velha conta com o patrocínio de

(Logos) Petrobrás, Ministério da Cultura.

A programação do Teatro vila Velha conta com o patrocínio de

(Logos) Funcultura, Governo Estado da Bahia.

Amigos do Vila

(Logos) Isotherm, COT, SIGNS Now, Mídia BUS, Rede Bahia, IRPOS, SAÚDE Brasil, Aluguel Mais, Novaera Consult, Acampamento Arraial.

(Última Capa) 

Teatro Vila Velha

Avenida Sete de Setembro s/n – Passeio Público Campo Grande
Salvador – Bahia
Telefax: (71) 3336.1384
E-mail: novosnovos@teatrovilavelha.com.br

Realização

(Logos) FUNARTE, Ministério da Cultura, Novos Novos, Teatro Vila Velha