Programa, 2003

Convite, 2003

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa) 

Telemar – 100% Brasileira
apresenta

AS AVENTURAS DE ROBINSON CRUSOÉ

Baseado no original de Daniel Defoe
Com Eduardo Rieche
Direção João Batista

(Verso da Capa) 

A História dessa História

Em 1719, quando o escritor inglês Daniel Defoe (1660-1731) lançou A Vida e as Estranhas e Surpreendentes Aventuras de Robinson Crusoé, ele não sabia que estava escrevendo um clássico. Ninguém sabia. A história elaborada com paixão e entusiasmo, de como um homem solitário conseguiu sobreviver por 28 anos numa ilha deserta acabou se transformando, a um só tempo em um marco para a narrativa de ficção moderna, e em uma referência obrigatória na literatura infanto-juvenil mundial. Depois de Robinson Crusoé, a carreira de Daniel Defoe jamais seria a mesma: o sucesso foi tanto que logo surgiram nada menos que 41 versões da obra original, ao lado de outras quinze adaptações, que se apropriaram, indevidamente, do título. No fim do século XIX, já haviam aparecido pelo menos setecentas edições, traduções e imitações além de uma pantomima oitocentista e uma opereta de Offenbach.

É bem verdade que, naquela época, a Europa estava muito interessada em histórias de piratas e relatos de viajantes que ultrapassem a linha do equador, onde, um novo mundo misterioso e sedutor contrastava com a sisudez da moralidade cívica europeia. Alguns anos antes da publicação do livro haviam causado furor os relatos do naufrago, Alexandre Selktrk, um marinheiro escocês que foi exilado no arquipélago de Juan Fernandez, no Chile, em 1704, e entregue a própria sorte, sobreviveu por quatro anos e quatro meses até ser resgatado em 1709. Londres, espantada recebeu de volta àquele selvagem fazendo reacender as discussões sobre a natureza humana, poderia um homem isolado, através do uso da razão alcançar as mesmas condições morais e intelectuais que o ser humano criado em sociedade? Ou, ao contrário: estaria ele condenado a brutalidade e a selvageria, ainda que com liberdade e menos vícios que o homem civilizado?

Robinson Crusoé, não sem razão, tornou-se um indivíduo extremamente atraente para aqueles leitores e continua sendo até hoje: afinal, quem nunca fantasiou estar em sua própria ilha deserta, fazer dela o seu reino e tornar-se um herói? Quem nunca quis identificar-se com um verdadeiro sobrevivente? Quem não invejaria terrivelmente suas maiores qualidades autodomínio, coragem, equilíbrio mental, inteligência pratica, vocação para o trabalho…? Ao lado disso, certa nostalgia de volta a natureza, à vontade de dominar o próprio espaço… Se Robinson Crusoé sobrevive, enfim, há tanto tempo, é porque simboliza o trunfo do homem do que ele é capaz de fazer por si mesmo, de como pode superar todas as dificuldades que se apresentam. Nesse caso, não é bem a ilha que interessa, são o Homem, seus limites, suas descobertas… As Aventuras de Robinson Crusoé acaba sendo, assim, uma metáfora sobre o amadurecimento. E aquela solidão aparentemente apavorante do herói pode ser compreendida então, como necessária – é o tempo do encontro consigo mesmo, do reconhecimento das próprias forças e das armas que cada um dispõe para enfrentar o mundo e seus obstáculos.

Mas nosso autor não para por aí. Na terceira parte da trilogia (sim, As Aventuras de Robinson Crusoé é dividida em três volumes!), também parece fazer coro com o poeta e pregador inglês John Donne (1572-1631), para quem nenhum homem é uma ilha: fazendo parte do todo e o que afeta o nosso semelhante necessariamente nos atinge por inteiro. Ao sustentar que a liberdade e a pureza da ilha de Crusoé eram vantagens menores se comparadas ao conforto e a segurança da civilização, acaba nos lembrando de que o isolamento e o indiferentismo pela vida comunitária podem ser desastrosos tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. Respondendo as inquietações de seus contemporâneos, Daniel Defoe conclui que o homem é um animal social, e que nossa vida está para ser vivida no mundo, no meio de ouros homens: é preciso crer sempre em um espaço de diálogo, de convivência e de cooperação. E na relação com os outros que colocamos em prova nossas qualidades tão duramente apreendidas…

Aos meus companheiros nessa viagem, deixo registrado o meu espanto. Obrigado, João, pela lucidez e pela paciência: Doris, Mauro e Renato que bom estarmos vivos e juntos depois de tantos anos; aos recém-embarcados, Marcelo, Leo, Batman e Gustavo: vocês foram imprescindíveis nesse trabalho: Renatinho: quantas risadas e quantas descobertas: Giselda e Rogério: amigos do palco e da vida: Eveli, Álvaro e Silvio que tranquilidade contar com vocês, Ary: o quanto te considero, o quanto me orgulho de estarmos aqui… Obrigado aos parceiros que acreditaram neste projeto e deram a sua contribuição. Mil vezes obrigado, Telemar, que 100% brasileira, viu em Robinson o mesmo que nós: o mesmo impulso a mesma paixão e as mesmas certezas.                                                                                                                                                                       Eduardo Rieche

(Páginas 01 a 04 – Entretenimento, Jogos) 

(Verso da Última Capa) 

Muitas Rotas, Várias Direções 

Num primeiro contato, o que me chamou atenção na história de Robinson Crusoé foi sua relação com o Brasil, que eu desconhecia. Depois, nos primeiros ensaios, achei tocante sua obsessão por navegar, por viver aventuras, longe da vidinha sem graça, com dias sempre iguais. Mais adiante, sua capacidade de organização, de superação de limites… Enfim, são vários os caminhos para se envolver com As Aventuras de Robinson Crusoé. A montagem também proporciona as crianças (de diferentes idades) vários caminhos para se envolver com a história. É um espetáculo dinâmico, multimídia, repleto de referências cinematográficas (filmes de aventura, de ação, antigos filmes de piratas etc.). Uma história clássica contada de forma moderna. Dá pra rir, pra se emocionar, pra torcer pelo protagonista comendo pipoca, pra se encantar com o visual, que é muito forte… Acho que todos vão se divertir.                                                                                                                    João Batista

E Robinson Crusoé também moraram no Brasil…

É com satisfação que a Telemar torna-se patrocinadora de As Aventuras de Robinson Crusoé. Um projeto afinado com a política cultural da empresa, voltada principalmente para a revelação de novos talentos e linguagens, a valorização da diversidade cultural brasileira e a democratização do acesso de diferentes camadas da população à arte. A primeira montagem de uma adaptação do clássico As Aventuras de Robinson Crusoé para crianças e jovens pretende fazê-los pensar sobre a solidão e, consequentemente, sobre a importância da comunicação e do convívio social. Sobre como o ser humano ainda precisa do ser humano. Tudo isso, lógico, com muita diversão, em uma encenação multimídia e cheia de atrativos. As Aventuras de Robinson Crusoé também tem apoio do Instituto Telemar, instituição que potencializa as ações de responsabilidade social da Telemar. Até o final da temporada, graças a proposta do Instituto, centenas de estudantes da rede pública e participantes de projetos sociais cariocas poderão vir ao teatro – muitos pela primeira vez -, para torcerem por esse herói, que, com certeza, vai cativar também os adultos…                                                                                                                                                                                                                   Telemar

(Última Capa) 

Agradecimentos

Casa Pinto, Célia Mara João, Cely Guerra, Cia. Dramática de Comédia, Cristhian Almeida, Cristina Beleza, Djalma Amaral, Fernando Gomes, Fernando Rieche, Funcionários da Casa de Cultura Laura Alvim, Funcionários do Instituto Telemar, Fundação Parques e Jardins, Gilberto Hernandez, Gisela Saldanha, Gustavo Gasparani, Helena de Lamare, Hiram Ravache, Johnson &Johnson (lentes de contatos), Juliana Nogueira Soeiro, Lílian leal, Lucas Mansor, Lúcia Bohrer, Mabel Tude, Marcelo Valle, Maria Laura Chicayban, Mônica Farias, Nando Cunha, Restaurante Arosa, Roberto Guimarães, Ronald Teixeira, Rosa Magalhães, Sérgio Saboya e Sílvia Amara Rangel.

Agradecimentos Especiais

Maria Arlete Gonçalves, Oduvaldo Braga e Samara Werner Adaptação feita com base na edição brasileira de As Aventuras de Robinson Crusoé (Porto Alegre, Editora L&PM, 1997) e em contribuições de Aristóteles, Jean-Paul Sartre, Freud, Lucano, entre outros. Foi utilizada, também, a terceira parte da trilogia de Daniel Defoe (Sérious Reflections During The Life And Surprising Adventures of Robinson Crusoé)  (Logos) Casa de Cultura Laura Alvim, Secretaria de Estado de Cultura, Funarj

Apoio

(Logos) Instituto Telemar, W2M, Artlight, CCPR, Alexander Laboratório. Óptico, Afonjá, Caçarola Barro

Promoção

(Logos) Body Piercing, Maria Bonita, Grill Inn, Studio Alfa, We Do, Antena 1, Cultura Inglesa

As Aventuras de Robinson Crusoé

Estreou em 11 de Outubro de 2003, no Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro

Equipe do Teatro: Antonio Carlos, Maxwell, Alvarez e Wagner

Elenco

Eduardo Rieche

Ficha Técnica

Adaptação: Eduardo Rieche Baseado no original de Daniel Defoe
Direção: João Batista
Cenário: Doris Rollemberg
Figurinos: Mauro Leite
Projeções e Programação Visual: Batman Zavareze e Leonardo Eyer
Música Original: Marcelo Neves
Iluminação: Renato Machado
Direção de Movimento e Acrobacia Aérea: Renato Oliveira
Ginástica Natural: Álvaro Romano
Design Gráfico: Gustavo de Lacerda
Fotos de Divulgação: Silvio Pozatto
Divulgação: Eficher Assessoria de Imprensa
Direção de Produção: Giselda Mauler
Produção Executiva: Rogério Freitas
Participação Especial (Off): Ary Fontoura
Administração: Cristiana Serra
Direção de Cena e Contrarregragem: Boy Jorge
Contrarregra Assistente: Bruno Pires
Operador de Luz: Diego Diener
Operador de Som: Leo Magalhães
Operador de Vídeo: Carlos Henrique
Cenotécnico: Humberto Silva
Aderecista: Andréa Vieira
Costureira de Cenário: Sônia Maria
Aparelhos de Acrobacia Aérea: Jamelão
Instalação de Estrutura para Aéreos: Maranhão
Confecção de Figurinos: Jorge Luiz Pereira
Cabelo: Studio Afonjá
Barba: Vavá Torres

Projeções / Programação Visual
Direção de Arte: Batman Zavareze e Leonardo Eyer
Assistente de Direção: Bruno Lyra
Tratamento de Imagens: Eliane Lazzaris
Ilustração e Animação: André Calábria
Ilustração de HQ Akira
Edição: Luiz de Castilho
Finalização e Montagem: Fábio Ghivelder
Produção e Realização: Eduardo Rieche