Programa, 1997

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Grupo Hombu
em

OU ISTO OU AQUILO

adaptação da poesia de Cecília Meireles

(Interior)

Brincando com a Sonoridade

Em plena era da tecnologia, com videogames em 3D, enciclopédias e dicionários em CD-ROM, onde até as escolas mais tradicionais já convivem em seu dia-a-dia, com Pentiuns, Modens e Internet, o Grupo Hombu vem mostrar, com seus 20 anos de teatro, que é possível aprender, vivenciar e se divertir sem toda essa avassaladora (inevitável) tecnologia.

Assim surgiu Ou Isso ou Aquilo, uma grande “brincadeira” cênica, baseada nas doces poesias de Cecília Meireles e embalada por uma trilha sonora (executada ao vivo), que interage os atores com o público de forma suave e lúdica, atingindo assim uma vasta faixa etária.

Bola-de-gude, pião, toda, amarelinha e esconde-esconde, são apenas algumas brincadeiras resgatadas pelo Hombu, neste espetáculo, que substituem a tecnologia pela sonoridade poética dos versos de Jogo de Bola, A Lua é do Raul, O Último Andar, O Vestido de Laura, entre 24 outros poemas selecionados do belo livro de Cecília Meireles, do qual também tiramos o título.

Com Ou Isto ou Aquilo procuramos mostrar ainda a pureza dos sentimentos da infância, tão essenciais para a construção de um ser humano. Evocamos temas como a amizade, coletividade, a alegria do brincar, a facilidade do imaginar e sonhar acordado e, porque não, a descoberta do amor. Tudo isso vem através das lembranças de Marina e Mariana, As Duas Velhinhas, da poesia de Cecília Meireles.

Ou Isto ou Aquilo é um espetáculo realizado de forma ágil e lúdica com músicas tocadas e cantadas ao vivo.

As Duas Velhinhas – Cecília Meireles

“… ontem era pequenina – diz Marina
Ontem nós éramos crianças – diz Mariana
E levam à boca as xicrinhas,
Mariana e Marina.
As xicrinhas de porcelana,
Marina e Mariana.
Tomam chocolate as velhinhas,
Mariana e Marina.
E falam de suas lembranças,
Marina e Mariana..”

Grupo Hombu

Hombu, na língua dos índio Kraó, quer dizer VEJA – NOS, então conheça-nos um pouco.

Criado em 1977, o Grupo Hombu vem se dedicando ao teatro para crianças e jovens, tendo como preocupação essencial o cuidado com o texto, com a música e com a plasticidade de seus espetáculos.

Nesses 20 anos de teatro criamos e montamos, com carinho, vários espetáculos como A Gaiola
de Avatsiú, Fala Palhaço, As cinco Pontas de uma Estrela
, entre outros, recebendo diversos prêmios (oito Mambembes, três SNT, dois Coca-Cola e um Molière), viajamos apresentando-os pelo Brasil e exterior (França, Itália Portugal, Inglaterra e Estados Unidos), participando de festivais, mostras e encontros internacionais de teatro para a infância e a juventude, entre eles o conceituados RITEJ (Rencontres Internacionales Thèâtres Enfance et Jeunesse).

A partir de 1993 começamos a vislumbrar a concretização de um sonho antigo: a CASA HOMBU, mais que um sonho, um objetivo, um ideal que brevemente se constituirá em um Centro Cultural dedicado a criança e ao jovem, localizado no número 33 da Avenida Mem de Sá, junto aos Arcos da Lapa.

A montagem de Ou Isto ou Aquilo tem como proposta básica a sensibilização para o sentido da arte, contribuindo para a deformação da cidadania e o resgate de sua identidade cultural.

Ao apresentarmos a poesia em forma de teatro, oferecemos uma oportunidade ao professor de poder trabalhar, com a criança e o jovem, em geral, o seu potencial poético e literário através de inúmeras atividades interativas e lúdicas. Dentre essas podemos citar:

Dramatização, encenação e interpretação de poemas,

Jogos e brincadeiras a partir dos poemas,

Criação espontânea de rimas e versos,

Expressão musical, corporal e outros.

Tudo o que já fizemos, o que agora fazemos, e o muito que pretendemos fazer, é fundamentado na certeza (que todos nós, que fazemos o Hombú, temos) de que só teremos uma real cidadania, quando a sociedade estiver consciente que seu mais precioso bem é a criança.

Para ela trabalhamos, por elas vivemos Esse é o jeito HOMBU de ser…

O que falam do Hombu 

“… E ali na plateia, os pais suspiram embalados na magia do Hombu. E as crianças, olhinhos brilhando, redescobrindo a simplicidade da imaginação… Enfim, a impressão que se tem ao assistir a Ou Isto ou Aquilo, é a de que a vida é mesmo muito boa de se viver e que no Brasil, capaz de produzir uma Cecília Meireles e um Grupo Hombu, só pode ser mesmo abençoado por Deus…”
                                                                                                                                                       Anja Bittencourt – Papo Teatral

“… Trazer à cena um espetáculo cujo tema central é a poesia não é tarefa das mais fáceis. O desafio, no entanto, encontra endereço certo quando se trata do Grupo Hombu… Ou Isto ou Aquilo, é uma incursão à poesia de Cecília Meireles, onde o texto brinca com a sonoridade das palavras, num jogo semelhante aos das brincadeiras e cartilhas infantis. Brincando de brincar, o Hombu encena 24 poesias, e a história aos poucos vai de revelando aos olhos do espectador, como se este visitasse o livro… com o Grupo Hombú em cena, a passagem pelo teatro se torna quase obrigatória.”
                                                                                                                                                    Lúcia Cerrone – Jornal do Brasil

“… o Grupo Hombú tem realizado um trabalho da maior seriedade e rigor artístico. E, ao concentrar seus esforços numa temática e numa linguagem inconfundivelmente brasileira ele contribuí, a seu modo, a tirar o teatro brasileiro do domínio colonizador no qual ele desde suas origens se debate.”
                                                                                                                                                  Ÿan Michalski – Revista de Teatro

“… O texto, um marco na literatura infantil, traz poemas que retratam o mundo da infância de maneira lúdica e divertida… os cenários e figurinos do grupo s!ao delicados e colaboram para um trabalho simples, tomado pela graça da movimentação contínua dos atores. Assistindo a Ou Isto ou Aquilo, quem já passou vai lembrar, com alegria, da própria infância; quem ainda está nela com certeza vai gostar de (re) conhecer os poemas de Cecília Meireles.”
                                                                                                                                                          Luciana Sandroni – O Globo

“… O Hombu veio desencadeando e assumindo uma proposta de ter uma postura séria, sem cair no engano de ser seriosa… conservando sua ludicidade, seu humor, seu saber lidar com o inesperado… Sabendo e mostrando sua sabedoria, ao criar um clima envolvente nas suas passagens pelos palcos, segurando o espectador de modo sensorial e sensível… Criando uma beleza plástica, presente nos cenários e figurinos, simples e belos, inventivos e bem humorados, coloridos e moventes… E compondo uma trilha sonora de primeiríssima, doce, suave, solta, melódica, abraçante…

Um raro nome – Hombu – para um raro grupo… Tem nos presenteado com o que há de bonito, poético, envolvente, novo (não novidadeiro), harmônico… Que tem crescido como grupo e tem permitido que seus espectadores (tenham a idade que tiverem…) saiam também crescidos após assistirem alguma das belezas que nos apresenta.”
                                                                                                                                                     Fanny Abramovich – Educadora