Catálogo, 1991

Elenco, 1991

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Elenco, 1987

Elenco, 1980

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Elenco, 1976

Elenco, 1974

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(INFORMAÇÕES DO CATÁLOGO)

(Capa)

HISTÓRIA DE LENÇOS E VENTOS (Catálogo)

de Ilo Krugli
Música: Beto Coimbra e Caíque Botkay

(Página 01)

Este espetáculo é dedicado a nossos mestres

Augusto Rodrigues, pela importância de seu projeto pioneiro para a arte e a criança no Brasil;

Nise da Silveira, pela sua profunda visão do Homem, que valoriza as expressões individuais independentemente de condição social, idade ou situação psíquica;
E nossos Companheiros

Ana Maria Machado e Yan Michalski (in memorian) que desbravaram conosco, em 1974, o teatro para crianças neste nosso país.

(Página 02)

História de Lenços e Ventos representa um verdadeiro divisor de águas no teatro infantil brasileiro. Com sua estética inovadora, o espetáculo transborda criatividade, utilizando de forma inusitada os mais diversos materiais.

Verdadeiro caleidoscópio visual, intensamente musical, História de Lenços e Ventos cativa a todos, crianças e adultos que se encantam com o clima mágico do espetáculo. Manuseando bonecos, lenços, latas, instrumentos musicais e objetos inesperados, os atores dão vida a simpaticíssimos personagens, para contar de forma alegre e bem humorada as aventuras do lenço Azulzinha e seu amigo Papel. Fábula sobre a liberdade, ambientada nos quintais mágicos da infância, fala da vontade de voar e de crescer, de conhecer novos horizontes; e da força do afeto do personagem Papel, que ultrapassa grandes obstáculos para resgatar Azulzinha do poder opressivo do Rei Metal Mau. A criatividade e a inteligência são forças tão poderosas quanto o vento.

Dezessete anos depois, o elenco original reúne-se novamente, de forma emocionada, para recontar História de Lenços e Ventos a uma nova geração carioca.

(Página 03)

O Reencontro

A remontagem de História de Lenços e Ventos significa não apenas a volta ao cartaz de um dos mais marcantes e premiados espetáculos do teatro infantil brasileiro, mas principalmente, o reencontro de dois importantes grupos de teatro do país: o Ventoforte e o Hombu.

O Ventoforte, dirigido por Ilo Krugli, nasceu em 1974, a partir da preocupação de seus integrantes – na sua maioria, também educadores – em desenvolver um trabalho coletivo, baseado em novas utilizações do espaço cênico e da linguagem teatral para crianças

Primeiro trabalho do Ventoforte, Lenços e Ventos teve uma carreira consagradora: um ano em cartaz na Sala Corpo/Som do MAM, no Rio de Janeiro. Pela primeira vez se via em cena um grupo que envolvia a plateia Na representação da peça; que brincava com latas, jornais e panos, dando vida a esses objetos como só as crianças o fazem; que transforma o teatro todo num grande quintal em festa, onde todos podiam participar de um ritual poético de transformação da vida

(Página 04)

O espetáculo definiu as marcas do trabalho do Ventoforte, presentes em todas as montagens do grupo (em atividade ininterrupta até hoje): o resgate da criança que há dentro de cada um de nós; a procura da liberdade e da poesia; o aprendizado da destruição e da reconstrução; a abertura do espaço cênico e a comunhão com o público através da festa e da brincadeira. Para Ilo Krugli, criador e diretor do grupo em seus dezessete anos de histórias, “o papel do artista sempre foi colocar coração nessa grande máquina de concreto que foi jogada sobre nós”

Em 1977, Sílvia Aderne, Sérgio Fidalgo, Regina Linhares, Tarcísio Ortiz e Beto Coimbra, participantes em diversos momentos do Ventoforte, resolveram criar seu próprio grupo. Nasceu então o Hombu, que canalizou não apenas os anos de experiência em teatro para crianças de seus integrantes como, principalmente, o desejo de continuar buscando outros caminhos e novas linguagens.

(Página 05)

A Gaiola de Avatsiú, primeira montagem do grupo, foi realizada a partir do estudo de lendas indígenas brasileiras, e enfocava, através de personagens como Tiê-sangue, a Arara e o Rouxinol, aprisionados por um caçador, o conflito entre a liberdade e a opressão. O espetáculo recebeu vários prêmios, entre os quais o Molière de Incentivo ao Teatro Infantil, em 1977, e foi o primeiro de uma série de montagens do Grupo Hombu, como Fala Palhaço, Ou Isto ou Aquilo e A Comédia do Coração.

Em 1990, Sílvia Aderne e Beto Coimbra retomaram as atividades do Hombu, remontando Fala Palhaço no Teatro Cândido Mendes. Em 1991, o grupo passou a ocupar o horário infantil do Teatro Cacilda Becker, promovendo a apresentação de Fala Palhaço simultaneamente à remontagem de A Gaiola de Avatsiú.

Surgiu, então, o convite a Ilo Krugli para o reencontro. Reunindo o elenco original de 1974, História de Lenços e Ventos encerrará o período de ocupação do Teatro Cacilda Becker.

Ao final assistiremos ao começo: o Reencontro Ventoforte/Hombu, em História de Lenços e Ventos – no ano XVII.

(Página 06)

Um Espetáculo Fora de Série

O MAM está apresentando um espetáculo da mais alta categoria que toda criança merece ver. História de Lenços e Ventos é uma montagem de grande beleza plástica, com muito senso de ritmo teatral. Um texto sensível, apoiado em música de qualidade, é desenvolvido por um trabalho maduro de atores que cantam, dançam, representam, são plateia, animam objetos e bonecos, sem se poupar, numa entrega total à vitalidade do espetáculo. Mas é também muito mais que isso. É um ato de fé no teatro e na criança. Partindo do pressuposto de que o público infantil tem inteligência e sensibilidade, além de um nível de informação que a maioria das peças infantis, por comodismo, prefere ignorar, História de Lenços e Ventos comove e faz pensar, com recursos eminentemente teatrais, que vão do teatro de sombras e ecos de procissões chinesas, chamando a si a riqueza viva do teatro. E tido sem a menor pieguice, sem tatibitabe, sem apelos à participação gratuita, sem menosprezo pela integridade psíquica da criança.

Ana Maria Machado – JB, 25.05.1974

No Sopro dos Ventos, a Beleza Eterna dos Lenços

A temporada de teatro infantil carioca está atualmente dominada pela remontagem de História de Lenços e Ventos, de Ilo Krugli, que as crianças já viram há dois anos. É uma excelente oportunidade de ver um belíssimo espetáculo – todos sabem como criança adora repetir aquilo que gosta. E quem não assistiu ainda vai poder agora entender porque a peça se transformou num marco de nosso teatro. Desta vez, no palco italiano do Gláucio Gill, se a montagem perde, a festiva informalidade é o intimismo com a plateia que acompanhavam na sala Corpo/Som do MAM, em compensação ganha uma certa solenidade e rende muito mais em termos de aproveitamento de recursos de iluminação. O trabalho de som está ainda mais elaborado, cheio de pequenos toques sutis e criativos que só engrandecem o espetáculo. Em cena, um número maior de lenços acentua a atmosfera feérica. Pessoalmente, já vi esse espetáculo cinco vezes em palco diferentes de diversas cidades – não só ele se mantém sempre um dos momentos mais comoventes da minha experiência de espectadora, mas a cada vez descubro novas coisas. Agora, com a participação da plateia foi a descoberta da fina destruição do maniqueísmo, ao ouvir um menino propor que o herói – Papel renascido não seja só mais forte, mas também um pouco ruim, para poder enfrentar o poder do vilão em melhores condições. Pouco depois, o destaque à fraqueza e coragem do mine-soldado do exército do Rei Metal Mau acentua a perene humanidade de qualquer um, independente do lado em que estiver. A história é excelente. Os recursos teatrais são empregados com uma generosidade e uma investida raramente vistas: teatro de bonecos, de sombras, aproveitamento de objetos cotidianos e materiais diversos, lembranças de festivais populares chineses no desfile do dragão, e um integral trabalho de atores. Um espetáculo que dignifica a criança e o teatro. Merecem ainda ser recomendados: Andar sem Parar de Transformar (um belo espetáculo ao alcance dos bem pequeninos), Viagem Sideral (sobretudo pelo texto, atraente aos maiores), O Dragão (para pré-adolescentes); e o circo continua sua temporada.

Ana Maria Machado

O Lenço Azulzinha e o Personagem Papel

Pode parecer exagero ou desproposito, mas acredito que o melhor espetáculo atualmente em cartaz no Rio – o melhor, no sentido de ser o mais criativo e poético, e de realizar com a maior coerência e inspiração a proposta teórica da sua concepção – talvez seja um espetáculo oficialmente enquadrado na categoria de teatro infantil: História de Lenços e Ventos, de Ilo Krugli, que pode ser visto no Museu de Arte Moderna, nas tardes de sábado e domingo. Não pretendo abordar aqui a adequação do espetáculo ao público específico ao qual ele se destina: Ana Maria Machado já se ocupou do assunto na coluna Aonde Levar Crianças de sábado. Quero apenas a atenção dos leitores para a notável qualidade do empreendimento visto como uma realização teatral tout court, independentemente do seu rótulo de espetáculo para crianças.

O que me impressiona em Histórias de Lenços e Ventos é o intenso sopro de teatralidade que o percorre de ponta a ponta. Teatralidade quer dizer, entre outras coisas, intensidade de vida levada às últimas consequências; e uma vida das mais intensas que possam ser imaginadas vibra em cada cena e cada elemento do espetáculo, Empostando magnificamente o seu trabalho dentro de um clima autenticamente mágico, Ilo Krugli dá vida a lenços, bonecos e inúmeros outros objetos normalmente considerados como inanimados, Um dos pontos altos do espetáculo é o momento em que um pedaço de papel de Jornal que todos fomos convencidos a aceitar com um personagem chamado Papel, é imolado numa fogueira. Todos nós sofremos na própria carne a morte deste pedacinho de papel magicamente transformado em personagem. Mas a maneira poética pela qual esta morte é cenicamente proposta faz com que o sofrimento não se transforme em desespero: o personagem Papel morreu queimado, mas antes disso já vimos que basta um novo pedacinho qualquer de papel para criar um novo personagem chamado Papel. Tão querido quanto o primeiro Papel. Tão querido quanto o lencinho – personagem chamado Azulzinha.

Obviamente não só os objetos inanimados tem vida. Os atores também: eles atual com uma vitalidade, uma simplicidade, um entusiasmo e alegria, de encher as medidas. Todos estão exemplarmente unidos na mesma proposta interpretativa, mas pela sutileza maior de seu senso de humor, o próprio Ilo Krugli e Silvia Aderne destacam-se ligeiramente dos demais, todos excelentes: Alice Reis, Silvia Heller, Caíque Botkay e Beto Coimbra.

A vida vibra também na exemplar musicalidade do espetáculo – musicalidade que se manifesta não só nos momentos em que as simpaticíssimas músicas estão sendo cantadas ou tocadas, mas também no movimento harmonioso dos corpos no espaço, mas também nos silenciosos. A vida vibra também no caleidoscópio das imagens concretas e abstratas que ocupam nosso campo visual num constante vai e vem. Numa certa hora, os lenços coloridos dançam roda, formando um quadro que eu gostaria de levar para casa e pendurar na parede, se não soubesse que tal transplante – que, dentro do clima mágico da festa me pareceria em tese possível – esvaziaria a riqueza da imagem, indissoluvelmente ligada ao que a belíssima composição coreográfica – plástica tem de movimentado, dinâmico.

O texto, se analisássemos como elemento avulso, talvez não pareceria à altura da encenação. Ele é composto de pequenos flashes que, examinados cada um por si, não parece fazer muito sentido e corre o risco de não se ligar coerentemente uns aos outros. Mas à medida que o espetáculo se desenrola, as coisas começam a se amarrar perfeitamente, graças à complementação que a mensagem verbal recebe das riquíssimas insinuações plásticas, gestuais e sonoras. Por outro lado, os diálogos têm uma carga de humor cujo charmoso non sence não o impede de ser inteligentemente crítico e irônico.

E toda essa pequena joia – que deveria ser mostrada pelo menos uma noite por semana ao público adulto – foi feita com meios de produção extremamente modestos. Aqueles que costumam justificar a ruindade de determinados espetáculos com a falta de adequadas condições econômicas, deveriam ser condenados a assistir dez sessões seguidas de História de Lenços e Ventos. Eles perceberiam então que com inteligência, sensibilidade e muito pouco dinheiro pode-se fazer teatro de melhor qualidade.

Yan Michalski – JB, 07.06.1974

(Página 07 – Fotos)

(Páginas 08 e 09)

Eu sou de Seda

Eu sou de seda
Eu sou de pano
Sou bordada de lua
Tenho floresdeprata

WEu sou de chita
Eu sou de lã
Sou dura engomada
De flor floreada

Sou uma bandeira
Uma saia rodada
Lencinho pequeno
De espirro e de mágoa

Canção do Papel

Se é de papel
Voa no céu
Se é de metal
Brilha na mão
Se é de jornal
Me faz chorar
Não é por mal
Me faz chorar

A cor do teu olhar

Da cor do céu
Da cor do céu
Da cor do teu olhar
A roda gira
Aqui no meu quintal

Se é muito azul
Se é muito azul
No branco vai clarear
Da cor do céu
A roda do céu
A roda gira
Aqui no meu quintal

O Vento da Madrugada

O vento da madrugada
Nunca chega só
Numa mão traz o sol
Na outra um beija-flor

Ele é misterioso
Mas não é medroso

Já fez voar um rato, um gato
Uma escada, um telhado
Mas que vento guloso

Ele não é medroso
Ele traz o sol

La vem a noite

Lá vem
Lá vem a noite
E vem de capa preta

Traz uma estreia grande
Três mil e um cometas
La vem

Lá vem a noite
E vem trazendo o vento
Com três luas redondas
Brincando no sereno

Cantiga do Quintal

São muitas histórias contadas
Ai! Bate no bumbo bumbo
É tempo de lenços e ventos

Aí Treme e respira violão
Roda roda – moinho
Roda roda – a cor
Roda roda – a cantiga
Roda roda – amor

É tempo de lenços e ventos
Aí! Bate cora-coração
Não é máquina a gente canta
Ai! Treme e respira violão

Soldado Medieval

Ele é grande, ele é forte
Ele é brilhante
É soldado que voa
Do país distante

Ele é grande, ele é forte
Não tem vida nem morte
Ele é grande, ele é mau
Ele é medieval

O Dragão

Vamos fazer um dragão
De muitas cabeças
Para poder esta história terminar
Uma cabeça, 8 cabeças
10 cabeças, 12 cabeças
Chega já é demais

Vamos fazer um dragão
De uma cabeça
Caom um par de asas lindas para voar
4 asas, 7 asas, 8 asas, 20 asas
Chega já é demais

Vamos fazer um dragão
De uma cabeça
Com um par de asas lindo para voar
8 pontas, 12 pontas, 15 pontas, 20 pontas
Chega já é demais

Vamos fazer um dragão
De uma cabeça
Com um paqr de asas lindas para voar
10 pontas, muitas cores
Língua de fogo, mil calores
Chega já é demais

(Página 10 – Fotos)

(Página 11)

Lenços e Ventos – Caminhando com o Ventoforte

1974 – Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba, São João del Rey, Ouro Preto.
1976 – Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Estado do Rio.
1977 – Belo Horizonte
1978 – Salvador
1980 – São Paulo
1981 – Salvador, Genebra (Suíça), Monthey (Suíça), Annenasse (França), Annecy (França), Lisboa (Portugal).
1982 – Juiz de Fora
1985 – Brasília
1986 – Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas.
1987 – São Paulo
1988 – Brasília, Florianópolis, Campinas, Havana (Cuba).
1991 – Rio de Janeiro

(Página 12)

Prêmios

Recomendação Especial – Associação Carioca de Críticos Teatrais – RJ, 1974

Um dos cinco Melhores do Ano – SNT – RJ, 1974

Molière (Autor Diretor – Ilo Krugli) – Air France – RJ 1976

Mambembe (Direção e Cinco Melhores do Ano) – SNT SP, 1980

Grande Prêmio da Crítica APCA – SP, 1980

História de Lenços e Ventos foi encenada diversas vezes em todo o país, por grupos profissionais, amadores e até em brincadeiras de quintal. Dentre essas montagens, quatro foram realizadas pelo Ventoforte com os seguintes atores e músicos

Elencos

1974
Alice Reis, Arnaldo Marques, Beto Coimbra, Caíque Botkay, Ilo Krugli, Richard Roux, Silvia Aderne, Sylvia Heller

1976
Beto Coimbra, Ilo Krugli, Paulo César Brito, Pedro Veras, Regina Costa, Silvia Aderne, Sérgio Fidalgo, Tarcísio Ortiz, Walquíria Alves, Xuxa Lopes

1980
Cyntia de Gusmão, Damilton Viana, Ilo Krugli, Márcia Correa, Marilda Alface, Paulo César Brito, Paulo Freire, Sônia Piccinin, Thaia Perez, Tião de Carvalho

1987
Ângelo Tokutake, Edgar Lippo, Fátima Campidelli, Ilo Krugli, Laurent Lucien, Luís Laranjeiras, Márcia Fernandez, Paulo Roberto Souza Campos, Paulo da Rosa, Rosa Comporte, Selma Bustamante, Sueli Mazze

1991
Alice Reis, Arnaldo Marques, Beto Coimbra, Caíque Botkay, Gulu Monteiro, Ilo Krugli, Queca Vieira, Sílvia Aderne, Sylvia Heller, Walkyria Alves

(Página 13 a 15)

Elenco

Alice Reis

Trabalhou com o Ventoforte na primeira montagem de História de Lenços e Ventos, em 1974. Integrou o elenco de diversos espetáculos, entre os quais O Baile dos Ladrões; de Anouilh (em 1975); Fuenteovejuna de Lope de Veja (em 1978); A Alma Boa de Setsuan, de Brecht (em 1980) – Cada cenário, de sua autoria, foi indicado para o Prêmio Mambembe

É autora de 3 peças para teatro infantil: Uma Pitada de Sorte, montada a primeira vez em 1979, pela qual recebeu indicações para o Prêmio Manbembe, nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Autora; Cinco Mil Passos, encenada em 1981, na qual também trabalhou como atriz; e o “Ao Pé do Ouvido”, montada em 1985.

Uma Pitada de Sorte foi ainda transformada em seriado infantil (10 programas), e levada ao ar pela TVE, em coprodução com a CAL – Casa das Artes de Laranjeiras, em 1987. Dirigido por Eric Nielsen, o seriado tem no elenco Sérgio Britto, Rubens Correa, Ítalo Rossi e a própria Alice Reis

Arnaldo Marques

Integrou o elenco da primeira montagem de Lenços e Ventos em 1974. Trabalhou como ator em diversos espetáculos, entre os quais Uma Pitada de Sorte, Peer Gynt, de Ibsen (em 1982); O Círculo de Giz, de Brecht (em 1983/84).

Foi assistente de direção nas montagens Com a Boca, em Alto Mar, de Slawomir Mrozek (direção de Henry Pagnoncelli, em 1983); Delicadas Torturas, de Harry Kondoleon (direção de Ticiana Studart, em 1988/89); 1789 – a Revolução, de Ariane Mnouchkine (direção de Carlos Wilson, em 1989); Bukowski, Bicho Solto no Mundo, autoria e direção de Ticiana Studart (em 1990/91).

Dirigiu o espetáculo E o Mundo não se Acabou, roteiro de sua autoria e Caíque Ferreira (em 1989/90).

Vem trabalhando com o Grupo Hombu desde 1990, na remontagem de Fala Palhaço.

Beto Coimbra

Trabalhou com o Ventoforte em História de Lenços e Ventos (nas montagens de 1974 e 1976), Da Metade do Caminho ao País do Último Círculo (em 1975), e Pequenas Histórias de Lorca (em 1976).

Foi um dos fundadores do Grupo Hombu, cujo primeiro trabalho, A Gaiola de Avatsiú, recebeu o Prêmio Molière de Incentivo ao Teatro Infantil (em 1977). Em seguida, o grupo montou Fala Palhaço (em 1979); Ou Isto ou Aquilo, adaptação do texto de Cecília Meireles (em 1981) e A Comédia do Coração (em 1983).

Foi indicado ao Prêmio Mambembe de Melhor Música por “História de Lenços e Ventos”(juntamente com Caíque Botkay), “Pequenas Histórias de Lorca”, “Fala Palhaço”, e “A Comédia do Coração”. Além das demais indicações e prêmios coletivos do grupo, foi também indicado ao Mambembe de Música (com Caíque Botkay), por “As Tranças de Ibaê”, texto de sua autoria montado em 1979.
É um dos responsáveis pela retomada das atividades do Hombu, a partir de 1990, com as remontagens de Fala Palhaço (5 indicações e Prêmio Coca-Cola de Cenografia -1990) e A Gaiola de Avatsiú.

Caíque Botkay

Trabalhou com os grupos Teatro Ventoforte, Hombu, Navegando (que fundou com Lúcia Coelho), Pessoal do Cabaré e Teatro dos 4; com Bia Lessa e Antônio Pedro.
Fez temporadas na França com a Troupe Caíque, apresentando músicas de teatro e do folclore brasileiro (em 1978/79); representou o Brasil no Festival Latino-Americano de Música para Teatro, na Colômbia (em 1983); participou do Festival de Cádiz com Exercício nº 1, espetáculo dirigido por Bia Lessa com músicas de sua autoria.

Participou com Antônio Pedro, em 1989, do projeto de dinamização cultural de Volta Redonda, onde dirigiu espetáculo enfocando a cidade a partir das experiências de seus moradores, que integravam o elenco.

Foi diretor musical de novelas na TV Manchete durante 4 anos. Dirigiu e adaptou a ópera O Limpador de Chaminés, no Teatro Municipal, onde trabalha atualmente como Diretor Cênico do Coro Infantil.

Gulu Monteiro

Trabalhando profissionalmente em teatro desde 1985, participou, como ator, dos espetáculos Super Zé ou o Espaço Selvagem e Os Clowns ambos de Dácio Lima. Atuou e foi assistente de direção em As Máscaras, espetáculo indicado para o Prêmio Mambembe de Melhor Direção (em 1989). Em 1990, integrou o elenco de Torquato Neto: Vida, Paixão e Morte do Poeta, de Neila Tavares, apresentado na Casa de Cultura Laura Alvim. Vem trabalhando como ator e músico com o Grupo Hombu desde o início de 1991, nas remontagens de Fala Palhaço e A Gaiola de Avatsiú no Teatro Cacilda Becker.

Ilo Krugli

Residente no Brasil desde 1961, tem sua história indissoluvelmente ligada à do Teatro Ventoforte após História de Lenços e Ventos, em 1974.

Em dezessete anos de trabalho ininterrupto com o Ventoforte (Inicialmente no Rio de Janeiro, e a partir de 1979, sediado na casa do Ventoforte, na cidade de São Paulo), Ilo criou 18 espetáculos: Da Metade do Caminho ao País do Último Círculo, Pequenas Histórias de Lorca, Mistério das Nove Luas, Sonhos de um Coração Brejeiro Naufragado de Ilusão, História do Barquinho, Labirinto do Januário, As Quatro Chaves, Choro Lorca e A Tempestade são algumas das montagens com as quais viajou por todo o Brasil e pelo exterior, em temporadas e apresentações em festivais.

Viajou por todo o país ministrando cursos e palestras sobre teatro e arte-educação, campo ao qual sempre se dedicou, tendo trabalhado na Escolinha de Arte do Brasil, na Conservatória Brasileiro de Música e no Centro de Arte e Criatividade Infanto-Juvenil do Méier, no Rio de Janeiro.

Desde a mudança para São Paulo, coordena os espetáculos e cursos do Teatro Ventoforte. Atualmente desenvolve o curso O Teatro da Imaginação e o Projeto Migrações realizando montagens simultâneas de um mesmo texto (O Mistério do Fundo do Pote ou Como Nasceu a Fome) em diferentes locais da Grande São Paulo, tendo como elenco os próprios moradores das comunidades.

Queca Vieira

Trabalhou como músico e ator durante três anos com o Grupo Ventoforte. Participou da peça Peer Gynt, de Ibsen, sob a direção de Marcos Fayad (em1982).

Foi indicado para o Prêmio Mambembe pela direção musical da peça infantil O Elefante.

Apresentou-se como solista de bandolim com o conjunto Sete no Choro e com as Orquestras Sinfônicas Estadual de São Paulo, de Campinas e Nacional. É primeiro violino spalla da Orquestra de Música Brasileira desde 1985.

Participou das novelas Dona Beija e Marquesa de Santos na TV Manchete. É contratado da TV Globo desde 1989, como músico do programa Chico Anísio Show.

Cumpriu temporada de 1 ano como músico da peça Suburbano Coração, com Fernanda Montenegro, sob a direção de Naum Alves de Souza.

Participou em 1990 da peça Tambores da Noite, de Brecht, sob a direção de Luiz Fernando Lobo, com quem voltou a trabalhar em 1991, fazendo a direção musical da peça Um Céu de Asfalto, com Marlene e Sérgio Britto.

Sílvia Aderne

Trabalhou com o Teatro Ventoforte nos espetáculos História de Lenços e Ventos (nas montagens de 1974 e 1976), Da Metade do Caminho ao País do Último Círculo (em 1975) e Pequenas Histórias de Lorca (em 1976). Foi uma das fundadoras do Grupo Hombu, tendo participado dos espetáculos A Gaiola de Avatsiú (Prêmio Molière de Incentivo ao Teatro Infantil, em 1977), Fala Palhaço (pelo qual recebeu o Prêmio Mambembe de Melhor Atriz, em 1979), Ou Isto ou Aquilo – adaptação do texto de Cecília Meireles (em 1981) e A Comédia do Coração (em 1983).

Integrou o elenco permanente do Teatro Ziembinsky entre 1986 e 1989.

É uma das responsáveis pela retomada das atividades do Grupo Hombu, a partir de 1990, promovendo a remontagem de Fala Palhaço (Prêmio de Melhor Espetáculo no III Festival Nacional de Teatro, em Resende – 1991; Prêmio Coca-Cola de Teatro Infantil de Cenografia, e indicação de Sílvia Aderne para Melhor Atriz) e A Gaiola de Avatsiú.

Sylvia Heller

Participou da primeira montagem de História de Lenços e Ventos, em 1974. Trabalhou como atriz em diversos espetáculos, entre os quais Bric-à-Brac, de Jean Tardieu (em 1975/76); Amor, de Oduvaldo Vianna (em 1983/84) e A Casa de Bernarda Alba, de Garcia Lorca (em 1986/87).

Foi indicada, em 1978, para o Prêmio Mambembe de Cenografia e Figurino, pelo espetáculo 1848, de Ricard Roux.

É professora de interpretação no Curso de Artes Cênicas da Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO) desde 1985

Walkyria Alves

Trabalhou com o Ventoforte nos espetáculos Da Metade do Caminho ao País do Último Círculo (em 1975), História de Lenços e Ventos (em 1976) e Pequenas Histórias de Lorca (em 1976); e com o Hombu em Fala Palhaço (entre 1980 e 1983). Participou do elenco de diversas montagens, entre as quais Peer Gynt, de Ibsen (em 1982), Com a Boca, em Alto Mar, de Mrozek (em 1983) e O Mistério do Boi Surubim, de Tônio Carvalho – espetáculos que excursionou pela Europa, em 1987.

Trabalhou em espetáculos realizados em Museus do Rio de Janeiro, como O Menino de Brodósqui, de Alexandre Marques (no Paço Imperial, em 1985); O Museu no Espaço, Uma Odisséia no Tempo, de Tônio Carvalho e Sônia Piccinin (no Museu Nacional de Belas Artes, em 1985/86) e O Auto da Independência, de Joel Rufino (no Museu da Cidade e no Paço Imperial, em 1985/86).

Participou de projetos de arte para crianças no Morro dos Prazeres, em Santa Tereza (em 1989) e no Circo Voador – Recriança Meninos de Rua (em 1990).

(Página 16)

História de Lenços e Ventos

de Ilo Krugli

Ficha Técnica

Músicas: Beto Coimbra e Caíque Botkay
Cenários e Figurinos: Ilo Krugli
Execução de Figurinos: Sylvia Heller, Sílvia Aderne e Tânia Dias
Objetos de Cena: Ilo Krugli
Apoio Técnico: Leninha Pires e Emmanuel Santos
Iluminação: Roberto Mello
Operador de Luz: Edmur
Direção Musical: Caíque Botkay e Beto Coimbra (assistência)
Preparação Corporal: Sylvia Heller
Divulgação: Maria Cristina Miguez
Administração: Luis Battistella e Tânia Dias
Cartaz: Ilo Krugli
Arte Final e Diagramação do Programa: Marli Monteiro
Fotografia: Beto Coimbra
Direção de Produção: Arnaldo Marques
Assistência de Produção: Ângela Reis e Heloisa Stockler
Produção Executiva: Sandra Kroef
Produção: Hombu Produções Artísticas Ltda.
Assistência de Direção: Alice Reis
Direção Geral: Ilo Krugli

Catálogo
Concepção: Arnaldo Marques
Projeto: Angela Reis e Arnaldo Marques
Pesquisa e Textos: Angela Reis
Texto de Abertura: Alice Reis
Programação Visual: Luiza Novaes
Fotos: Beto Coimbra e Glória Frossard (1974)
Reproduções Fotográficas: Humberto César M. Sampaio
Fotolitos e Impressão: Marcelo Gráfica

Agradecimentos

Fernando Jefferson de Oliveira, Humberto César M. Sampaio, Ivanilde de Souza, Janete Leiroz, Luiza Novaes, Priscila Aragão, Sérgio de Araújo Pereira, Sonia Barreto

Apoio Cultural

(Logos) Coca-Cola, Cor Local e Marcelo Gráfica