Cartaz, 1991

Convite do espetáculo que estreou na cidade do Rio de Janeiro, RJ, no Teatro SESC da Tijuca, em 17.08.1991

Programa, 1991

 

Barra

(INFORMAÇÕES DO CARTAZ)

(Capa)

Luca Rodrigues produções artísticas
apresenta

A BELA EA FERA

Direção de Gilberto Gawronski
Apoio: Flora Margarida, Furnas

(Verso da Capa – Anúncios: Casa das Correntes Guanabara, Leo Madeiras) 

(Página 1) 

Quer provenhas do céu ou do inferno, que importa ó beleza, que importa esse monstro que há em ti, se com os olhos, o riso e os pés me abrem uma porta de um infinito que jamais conhecerei!
 Baundelaire

Aprendi com Luiz Antônio Martinez Corrêa, o prazer de pesquisa, de reunir num projeto de espetáculo e ideias, textos estreitamente ligados ao caminho, ser o melhor para expressar o que pretende.

Compartilhar do mesmo desejo que apuleius (Eros e Psiqué, Sec. II DC), Mme. Leprince de Beaument (A Bela e a Fera – O Conto, Sec. XVIII), Jean Cocteau (O Filme, Séc. XX), sem falar de Gréty (Zemira e Azor – Ópera) e até mesmo dos estúdios Disney que lançarão nos Estados Unidos no segundo semestre o desenho animado de longa-metragem A Bela e a Fera.

Perceber que apesar das diferenças de tempo e espaço todos se deixaram seduzir por esse encontro.

Como ator sempre me identifiquei com o caminho do pintor ou do escultor – escolher o material, pincel, tintas, tela, ou pedra, barro, ferro, e através deles criar uma obra completa, diretamente ligada ao que lhe parece naquele momento importante expressar.

A opção por esse caminho levou-me a escrever e produzir esse espetáculo sem maiores pretensões do que a de contar a história de um encontro. Fico muito feliz de ter sentido que durante todo o processo desde o surgimento da ideia há um ano atrás, encontrei sempre o carinho e a confiança de quem procurei para participar do espetáculo, mesmo quando nos deparávamos com uma impossibilidade.

Nunca me senti realmente sozinho porque o tempo inteiro eu sabia que como eu muitos queriam que a bela encontrasse a fera.

E também falar do medo que temos de amar e da necessidade urgente de vencê-lo.

Luca Rodrigues

(Página 2 – Anúncios: Casa Pinto, Corpore, Marco Sabino, TonSor Hair Design) 

(Página 3) 

Recebe o teu poema, oh Bela
Abre teu coração
Gu eu arrombo a janela
Edu Lobo e Chico Buarque

Nessa montagem do conto de fadas A Bela Adormecida, as fadas são tão pequenas que cabem dentro dos olhos e tão grandes que ocupam todo o cenário, vestem todas as roupas e sentam em todas as poltronas do teatro. Jogam as nossas cabeças de um lado para o outro, como um girassol. Mostram tudo o que o sol ilumina. Apenas no momento em que olhares se encontram elas fazem milagres e a felicidade acontece.

Com olhares por fadas eu espero que adultos e crianças assistam esta estória tão bonita ou tão feia.

Gilberto Gawronski

(Página 4 – Foto de Jaqueline Sperandio – Bela e Luca Rodrigues – Azor/Fera) 

Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro: a entrega de dois mundos incognoscíveis feita com a confiança com que se entregariam duas compreensões Clarice Lispector.

Elenco

Jaqueline Sperandio – Bela
Luca Rodrigues – Azor/Fera
Flavio Bruno – Rai
Fabiana de Mello e Souza – Felícia
Ana Achcar – Adelaide

(Foto 5) 

Ficha Técnica

Texto, Projeto, Produção: Luca Rodrigues
Direção: Gilberto Gawronski
Cenografia: Doris Rollemberg
Figurinos: Ermel Ribeiro
Iluminação: Paulo César Medeiros
Trilha Sonora: Leandro Braga
Programação Visual: Paula Joory
Divulgação: Sandra Villela
Assistência de Direção: Vica Nabuco
Adereços: Marcelo Marques
Visagismo: Hálio Dias
Arranjos de Cabeça: Maria Cândida Rodrigues
Assistência de Figurinos: Flávia Leão
Arte Final do Cartaz: Beli Araújo
Cenotécnica: Arapuã, Hélio de Assis & Equipe

Agradecimentos

Maria Candida e Francisco Rodrigues, Eva Spitz, Antonia Aurinda, Maria Lúcia Ferro, Mariana Sabino, Mário Guimarães Pereira e Mônica Miloneda Fonseca (FURNAS), Cristina Santos, Nina Guinle e Fernanda Cardoso, Mariana Massarani, Sidnei Cruz e Loly Nunes, Ana Gabriela Duarte, Fátima Domingues, Adelaide Vieira, Jaime Berenguer, Charles Moeller, Lúcia Jurema, Laila Kople, João Adelino da silva, Kátia Barreto, Evandro Comyn, Ubiratan Corrêa, Alunos do Colégio dos Santos Anjos (Tijuca), Júlio César Lopes (Casa das Correntes), Fernanda (Corpore), Mário Franca(Léo Madeiras), Leotino José dos Santos Jr. E Jairo Ferreira (Furnas), Marcos Louzada.

(Página 6 – Foto de Flavio Bruno – Rai)

Não esperes genro de mortal estirpe, mas um monstro horrível, fero como serpe, que, aos ares librando-se a todos aflige.

Eros e Psiqué – Apoleius

(Página 7 – Fotos de Fabiana de Mello e Souza – Felícia e Ana Achcar – Adelaide) 

Como pode querer que a mulher vá viver sem mentir.

Caetano 

(Página 8) 

Poderíamos nos perguntar se é uma solidão física, espiritual ou mental que propicia a possessão pelo mal. Pessoalmente eu diria que são todos. Trata-se principalmente de solidão física nos contos de fadas, estar só na floresta ou na montanha.

 Maria Louise Won Franz

A Bela e a Fera das forças para a criança perceber que seus medos são invenções de suas fantasias sexuais ansiosas, e que embora o sexo parece animalesco à primeira vista, na realidade o amor é a emoção mais satisfatória de todas, e só ela produz uma felicidade permanente

Bruno Bettelheim

(Verso da Última Capa – Logos: Flora Margarida, La Cope da Barra e Anna Zini) 

Seu mais fugaz olhar irá envolver-me, embora eu me tenha fechado, você sempre me abre, pétala por pétala como a primavera se abre tocando misteriosamente sua primeira rosa.

E. L Cummings

(Última Capa – Logo: Furnas Centrais Elétricas)

Assim, crescerá para trazer a paz e até a felicidade mesmo para que atingiu o modo tão grande que a criança vai sentir. Com isso, a pessoa conseguirá a felicidade para si e para o companheiro de vida… Estará em paz consigo mesma e com o mundo.

Bruno Bettelheim